V
O FCP campeão e dominador, que nos deixa sempre a esperança na vitória, não será uma obra solitária de Jorge Nuno Pinto da Costa, pois que outros antes, e alguns com ele, terão em muito contribuído para a afirmação do Brasão Abençoado. Mas sem dúvida que é o NGP a figura marcante, o timoneiro desse crescimento. O FCP não nasce com Pinto da Costa, mas deve-lhe boa parte do respeito que hoje granjeia no Mundo. E, por vezes, até em Portugal. Mas é mais raro. Nenhum portista deixará de o reconhecer e de estar grato. Quer dizer, um ou dois talvez...
É seguro, salvo algum grande e nada desejado imponderável, que JNPC cumprirá um novo mandato, que se seguirá ao em curso, como Presidente do FCP, SAD e clube. Estou em crer que será o último.
Nesse, chamemos-lhe derradeiro, capítulo da sua ação executiva, pois que por mim será Presidente Honorário enquanto viver e eternizado no nosso Dragão depois disso, deverá obrigatoriamente finalizar com sucesso um dos maiores desafios da sua liderança: A sua própria sucessão. E digo finalizar porque acredito que o processo está em marcha. Na minha opinião os sinais são:
a) Aposta num projeto desportivo de médio prazo para o futebol, complementando uma estratégia de grande autonomia e sustentabilidade já há algum tempo em marcha nas outras modalidades. Embora o futebol se mantenha sempre sob alçada direta da Direção.
b) Escolha de um técnico "formador", com amplos poderes, já muito próximo de um manager, e ação transversal a todas as camadas do clube. Comunicador fiável e de espírito aguerrido na defesa da sua dama. Estrangeiro e, portanto, completamente alheado da necessidade de ter "boa imprensa" em Portugal. Tarefa impossível para qualquer treinador do FCP, certo Zé?
c) Intervenção cada vez mais espaçada do Presidente e limitada a aspetos de caráter mais institucional, com implicações mais vastas que as incidências do jogo em si. Veja-se a questão da Liga de Clubes ou da FPF, por comparação com o silêncio sobre o "Colinho on tour 2014/15".
d) Afirmação de um FCP de corte cada vez mais internacional e internacionalizante, reconhecido como exemplo e representante máximo, se não único, do futebol Português na alta roda Europeia.
Ou seja, a abertura deliberada do espaço necessário ao surgimento de novos protagonistas e vozes outras que, mais dispersas e especializadas, tomem o lugar de uma figura hoje única e na qual se concentram os olhares de todos: Portistas, quase Portistas, Portistas wannabe e malta sem gosto nenhum que é de outras agremiações.
A parte mais complicada desta tarefa, que me parece uma estratégia bem urdida, será evitar a proliferação de putativos candidatos a candidatos. O caminho que parece estar a ser seguido é o de esvaziar de alguma da sua importância o próprio cargo. Torná-lo o posto da reserva moral, da decisão final, pois claro, mas sem a exposição, o mediatismo e, por conseguinte, a espuma de glória que hoje promete o ser-se Presidente do FCP.
A alternativa seria encontrar o delfim e poder oferecer-lhe a quase unanimidade que detém JNPC. Missão praticamente impossível. Visto daqui, o caminho parece ser acompanhar o projeto Lopetegui até ao final, ter algum tempo depois disso para capitalizar a paz que um ciclo de vitórias trará e usá-la como rampa para um adeus tranquilo e na glória muito merecida. Deixando em simultâneo a casa arrumada.
Como tudo isto é, inevitavelmente, um exercício adivinhatório, feito apenas porque tenho dificuldade em ficar calado, pode acontecer que esteja redondamente enganado. Que JNPC queira, disso estou certo, voltar a ganhar, e muitas coisas, e depois deixar que os sócios, em democracia sem rédea nem preparação, tratem da sua sucessão. Sem intervir de forma alguma, limitando-se a gozar o seu também merecido descanso.
Nesse caso, gostaria de lembrar, como se se importassem, todos os que ansiarem pela cadeira, que o FCP é o maior de Portugal e um dos grandes do Mundo. E isso já não está apenas nos nossos corações, está na história das nossas conquistas. Junto-lhes, com o respeito que sabem que me merecem, aqueles dos meus que clamam contra o silêncio. Lembrai-vos que os filhos se afirmam contra os pais, os pequenos contra os grandes, os guerrilheiros contra o poder, os oprimidos contra os poderosos. Os Vieiras e os Carvalhos contra os Pintos da Costa. Nunca o contrário. Nunca mais o contrário!
Valar Morghulis, todos os homens devem morrer. O FCP não é um homem, é todos nós: Pretéritos imperfeitos, presentes compostos e futuros mais que perfeitos. O homem que hoje governa esta nossa casa, deverá entregar amanhã as chaves a um novo mordomo. Sim, não mais do que isso, um mordomo. Com espírito de missão para servir uma causa maior que todos juntos. Valar Dohaeris, todos os homens devem servir.
...
- Isso é que era mesmo bem visto, oh Silva. Você calava-se um bocadinho e servia-me uma tacinha de tintol e uma sande de torresmos. Que me diz, hein?
Quem cá vem continua a ser bem servido!
ResponderEliminarRica tasca!
abraço
Obrigado Carrela. Não há melhor elogio para um tasqueiro :)
EliminarAbraço.
ResponderEliminarmas que grande, enorme «exercício adivinhatório» :)
abr@ço
Miguel | Tomo III
True. Mas faz sentido, ou nem por isso? Ás tantas estou só, inadvertidamente, à procura de uma justificação...
EliminarAbraço.
ResponderEliminar@ Silva
eu sou suspeito, pois acho que saberás o que a minha casa também gasta :)
agora, eu tenho olhinhos na cara e há muito que defendo que outrem já deveria estar no poder e o nosso grande presidente como honorário. quem? não sei, não estou nesses corredores.
o que sei é que enquanto ele quiser e estiver com saúde para tal, será muito difícil haver oposição. e isso não é bom para o clube, no sentido em que "como ninguém é eterno" há que preparar o caminho da sucessão com toda a tranquilidade intranquila que duas épocas sem títulos acarreta...
assim sendo, é claro que concordo contigo e com tudo o que escreves e defendes. excepto a parte da Guerra dos Tronos - apesar de perceber o contexto. eu sou mais 'House' :)
abr@ço e desculpa o testamento :)
Miguel | Tomo III
Pois, mas eu acho que que o tipo é essencial para preparar esse caminho. É a rede. Tenho muitas dúvidas em relação a um "bem, foi um prazer, qualquer coisa liguem, ou não. Xauzinho". E espero ter percebido bem os sinais, espero que a sucessão esteja a ser tratada. Uma espécie de evolução na continuidade, salvo seja!
EliminarO teu médico não pode nada contra as nossas espadas! :) E temos Dragões também :)
A próxima vez que pedires desculpa por comentares na Tasca, levas com uma caneca de Girafa nas trombas. Não é uma ameaça, é um aviso ;)
Abraço.
ResponderEliminarnão era só uma referência a uma série de um médico, mas também. é mais um estilo musical :)
em relação a um "bem, foi um prazer, qualquer coisa liguem, ou não. Xauzinho" é melhor do que um "está a ser bom, não foi?" :)
abr@ço
Miguel | Tomo III
Valar Morghulis, antes disso... ;)
Eliminarstumstumstumstum dancedance stumstumstum... :)
Eliminarpara falar a verdade, acho que el-rei d.sebastião-andré-libras-boas se perfila como o delfim... mais que o antero que deve querer acabar os seus dias em sossego e sem brigas... já são muitos anos ingratos,e entretanto, presume-se a conta deve estar saudável...
ResponderEliminarenfim, penso eu de que...
Não tinha pensado nisso. Não será demasiado cedo? O Antero parece-me ter, de facto, muitos anti-corpos. Para além de que é um homem do Presidente e não um Presidente homem, creio...
EliminarEnfim, só sei quem não será seguramente. O tipo tem uma tasca para gerir :)
Abraço.
ResponderEliminar«
levas com uma caneca de Girafa nas trombas.
»
eu. abomino. o. luís. grande.
só reparei agora na referência "girafal". :)
abr@ço
Miguel | Tomo III