quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Coisas que eu acho, coisas estúpidas, a culpa e uma morte



Deixa cá ver, eu gosto menos de perder do que de pisar bosta de cão no passeio. Em casa contra o Marítimo então, nem se fala. Acho que merece uma assobiadela a plenos pulmões no fim do jogo. Ai pois merece, sim senhor.

Agora, assobiar o André Silva, o Sérgio Oliveira, o Garcia e afins, aos quinze minutos, isso já acho apenas bastante estúpido.

- Shhh, cala-te, não percebes nada. A malta estava a assobiar o Espanhol, não usminino.

- Ai sim? E como é que isso se faz?

- Fácil, levantas-te e vais assim: Buuu, buu, vergonha! Oh André, isto num é pra ti, tajóbir puto?! E nem prÓliveira. Buuu, buu, vergonha! Oh Helton, dijaí ao Espanhol kisto é pra ele. E assim por diante. Entendes?

- Mesmo que isso fosse possível, e mesmo acreditando que - dado o histórico - a malta até percebesse, logo ao quarto de hora?

- Naturalmente. Ou pensas que o pessoal do assobio não precisa de aquecer? Isto faz-se com brio, meu amigo. Ah pois faz!

Eu cá queria ganhar uma Taça da Liga. Sempre quis. Pá, já sei que isto e aquilo e o outro, mas é uma prova, o FCP participa, por isso quero é ganhar. Era o que faltava inventarem uma competição que nós não ganhássemos. Claro que não estou nada disposto a arriscar um milímetro por ela, nanana. É uma bela oportunidade para ver os tipos que raramente vemos, mais os B e isso tudo. Imaginem uma competição Europeia para o Jergo Juses. Pronto, é maijomenos isso. Sem o Skenderbeu. Ir de vela logo ao primeiro jogo, ainda por cima em casa, ainda por cima com o Marítimo, é coisa para me encher o cartão de pontos do Gaviscon nunstante.

Agora, acenar um monte de lenços brancos porque perdemos a Taça da Bejeca, ex-Bejeca, do Lucilio, dos Correios, de Lata, da Treta, aquela Merda - paremos por aqui com os sinónimos que a maior parte dos Portistas arranjaram para a Taça da Liga - é estúpido. Bastante. Apenas.

Ou então vão convencer-me que o melhor que podíamos fazer era despedir o treinador que está à frente do Campeonato, a 3 dias de irmos jogar a casa do segundo classificado. É isso?

Deixemos-nos de tretas, sim? Se há coisa que me irrita, até em mim, é a propensão humana para a explicação. 

- Olha querida, deixa-me explicar-te muito calmamente porque é que eu estar aqui atracado a esta gaja boa boa boa, na nossa cama de casal, na nossa casa de família, é, na verdade, culpa tua.

- Majé um gajo!!!

- Bem, isso também é culpa tua, já te explico...

Ora fuoda-se! Há um ano eu expliquei - la está! - porque é que defendia o Julen. Aliás, porque é que gostava do tipo. E há nisso muito de subjetivo, é claro. Uma parte importante de "gosto deste tipo" deve-se a... gostar do tipo. E a tê-lo verbalizado, está claro. A partir desse momento, o sucesso dele é meu e o seu insucesso é uma chatice. O contrário, presumo, deve ser igualmente verdade e plenamente respeitável. Podia não o gramar e grande parte disso se deveria a...não o gramar. 

Gosto mais do meu lado, confesso. Porque as vitórias do FCP são minhas. Como as derrotas são minhas. Sou eu que perco, sou eu que ganho, sou eu que rejubilo e sofro e esperneio e espatifo sofás. Ai espera, isso é o Felisberto. Vai daí, fico mais confortado por gostar que o Julen ganhe, uma vez que isso significa, por agora, que o FCP ganha.

Eu olho para o estádio de lenço branco em punho. Eu leio a crónica de um calimero que pergunta "e se o União não tivesse ganho, onde estaria Lopetegui", eu vejo apelos à união transformarem-se em ultimatos ao treinador, no espaço de dias. Penso: Ui, por fim a malta também quer ganhar a Taça da Cena, Coisa, o caneco, pronto. Mas não é, pois não? É que se fosse, teriam, creio eu, que fazer um exercício simples. Que é: Ver ao contrário.

- Como xe fochem vejgos, Xilva? Ou como xe 'tivechem a fajer um xechenta e... - Interrompo:

- Shhh, cala-te, deixa-me falar.

Porque é que a pergunta do calimero cronista - dos bons, por acaso - não tem como resposta: Seria treinador do segundo classificado, a dois pontos de distância. Ou a um. Como o União ganhou, é o líder?

Os lenços brancos são para mandar embora o homem, certo? Certo. E queremos fazê-lo porque:

  •  Não ganhámos o Campeonato o ano passado. Porque empatámos na Choupana, fizemos uma cena estranha no Restelo, não ganhámos ao 5LB e tal. E levámos 6 do Bayern. Fomos corridos da Taça pelo S.Calimero de P. E da Taça da Treta pelo Marítimo. Zerinho!


  • Há ano e meio que o nosso futebol é um vómito, nem para os distritais serve. Ai Fonseca, Fonseca, estás perdoado. Fonseca? Octávio! Quinito! Estão todos perdoados. Que saudades dos 5 centrais em Eindhoven, quais 5 violinos. Somos um redondo zerinho!


  •  Não há evolução nenhuma. Zero!

Pois eu acho que a maior parte dos Portistas - deve ser mesmo a maior parte - quer despedir o treinador porque:

a) Foi o PdC e sus muchachos que escolheram e eu não gramo deles. Velho nojento que nunca mais baza para eu poder (escolher um) ir pralá/sacar um tacho/ter razão/vender umas cenas. Ou então, não gramo porque sim. Quer dizer, porque não, neste caso.


b) Na altura em que veio, disse a dois ou três amigalhaços, numa farra na Tasca do Silva, que este Espanhol era muito mauzinho. E pensar que o disse só porque tinha bebido um tinto de Silgueiros a mais e estava com a bazófia no máximo, aiai. Mas pronto, depois fui arranjando argumentos para gostar cada vez menos e menos e menos. Agora já me sai com naturalidade. Quanto mais depressa se for, mais depressa eu sossego. Porque sim.

c) Embirro com malta que está sempre do mesmo lado. Irritam-me tanto, ai ca nervos. Vai dai, contrario! Bem feito. Porque sim.

d) Temo que com este modelo de futebol, mais os defeitos todos que já lhe conhecemos e o facto de o treinador não ser talhado para puxar pelo nervo, nunca consigamos os resultados que desejamos. Por isso, acho que quanto mais rápido mudarmos, independentemente da posição e da altura, mais rápido estaremos no caminho certo. Somos poucos a pensar assim...

Aos primeiros, nada a dizer. Eu também embirro basto com gente que não conheço e apetece-me bater-lhes. Muitos anos de transportes públicos. Se for por interesse, nada a dizer de novo. Sou um gajo de caracóis e finos e não sei nada de bastidores do fintabol.

Aos últimos sim, devo dizer qualquer coisa: Discordo. Podemos discutir isso à volta de um Cartuxa, um dia destes. Pagam vocês, já se sabe.

Ainda assim, deixo de fora a que, creio, é mesmo a maioria. São os que acenam lenços porque ouviram dizer. Capisce?

E se virmos ao contrário?

  • Este é o treinador que não foi Campeão logo que chegou porque apanhou o "Campeonato do Colinho"; 


  • E chegou aos quartos da Champions, o que não é assim tão comum, mesmo que nos pareça - a mim parece;


  • Com um monte de gente nova, de franca qualidade e alto custo, despachou a Fonsequiana confusão que por cá reinava. Alguma dela, que outra não está na esfera do treinador e parece que ainda perdura. A espaços.


  • De um ano para o outro há claras melhorias: Marcamos golos de bola parada; temos gente nova, da casa, a fazer o seu caminho na equipa; fizemos 7 pontos em 9 possíveis na Madeira; estamos, por fim - oh por fim! - à frente do Campeonato; ainda estamos na Taça de Portugal.


  • Coisas piores também: A contestação é ainda maior, go figure; estamos fora da Champions, mas na Europa; a Taça do Selo já lá vai.

Haveriam lenços brancos ontem se Lopetegui tivesse sido Campeão, como teria sido justo? É provável. 

- Pois claro. Num bale um poio, o homem. Vergonha.

Bem-vindos ao último parágrafo. É sobre o ultimato. O "ou ganhas no WC do Campo Grande ou és corrido a pontapé". Para que conste, ganhando em Lisboa no dia 2 de janeiro, o FCP NÃO será declarado Campeão. Ficará com 4 pontos de avanço sobre o segundo. Empatando, manterá o pontinho que nos confere o estatuto de líderes hoje. Se perder, estou em condições de vos assegurar que NÃO será declarado feriado oficial e nem dado por findo o Campeonato da Liga Portuguesa de Futebol Profissional. Portanto, não percebo isto. É a mera convicção que perderemos e assim se arruma já o assunto? É o conforto de pensar "bem, se perdermos, já me posso juntar ao coro das belhas"? É o quê? Porque sim?

...

Fiquei a achar que a malta não tem com que se ralar nisto da bola. Por isso, para não serem vítimas de tédio nesta quadra festiva, arranjei umas coisinhas:


  •  O árbitro do Calimeros vs. FCP é o vendedor lá da zona dele da marca de equipamentos dos esverdeados. Não está mal, hein? Mas podem ficar descansados, é o mesmo que não viu um gajo do Marítimo a fazer penalty sobre o Maxi no último lance do jogo da Madeira para o Campeonato. Não há lei da vantagem num lance de penalty. Felizmente a bola foi à barra. Ufa, que alívio, hein Hugo?

  •  O Campeonato é patrocinado pela operadora que vai largar os milhões para os clubes da Capital do Império. Huuummm, nada de grave nisto, poi'não? Qual era o interesse em que fossem eles a ganhá-lo?
- Shhh, cala-te, a culpa é do Basco. E do Marcano ir trabalhar bêbado também.

...


No mini-ciclo da Tasca, de 8 jogos entre a 8ª e a 16ª jornada do Campeonato, vamos em 6 jogos e 6 vitórias. Faltam dois. E isto também é culpa de Lopetegui. Só naquela...

...

2016 vai ser um ano fantástico! Culpa de cada um de nós. Não quero nada menos que isso para mim. E nem para nenhum de vocês. Quer dizer, pode ser menos um 'cadinho, vá. Entrem bem.

- Shhh, cala-te, deixa keudigo: BOM ANO, cambada!

...

R.I.P. master. We'll always have Rock'n'Roll!


 


quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Resumo da Semana: A TascaTV revivalista



A minha geração é espetacular. Quanto mais não fosse, porque eu faço parte dela, já se sabe. Há pequenas coisas que nos distinguem e, sobretudo, há gostos que só nós tivemos. Molhar a cama ao som da Sabrina é um. E o Natal dos Hospitais é outro. Mas o a sério, o que contava para o totobola. Como o Festival da Canção. Não é essa coisa aparvalhada que agora se vê. Aquele com soberbos artistas, como o Marco Paulo ou o Zé Malhoa, em antes de ter uma filha a gerir um bordel ou lá o que faz a cachopa.

Agora que me ponho nisso, há uma coisa que sempre me fez confusão: A data. Porque raio é que o Natal dos Hospitais havia de ser tão cedo? Cheguei a querer ser internado para receber as prendas antes do resto da malta. Por outro lado, noto hoje que era - e ainda é! - uma grande falta de consideração pelas pessoas doentes/adoentadas/entrevadas/abandonadas (riscar o que não interessa) por esses hospitais afora. Como se lhes dissessem: Pá, é kagente num sabe se vocês duram até ao Natal mesmo, por isso despachamos já isto, se não se importam. Ao menos falecem consolados.

Mas não vos preocupais, oh malta da Tasca, é tempo de retomar a tradição. E assim vos anuncio a primeira grande produção da TascaTV: O Natal dos Hospitais. Não há embolia que tire o sorriso aos nossos acamados. Já para não falar no esplendoroso cenário, está claro.

- Qual cenário, Silva?

- O que você quiser, naturalmente. Está tudo dentro da sua cabeça.


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NATAL DOS HOSPITAIS

Deu-se a barraca esperada no caso BANIF. A batata quente caiu nas mãos do novo Governo que lá teve que atamancar uma espécie de solução qualquer, à custa do pessoal do costume. O apoio parlamentar que assegurou a posse a António Costa pirou-se para parte incerta, ficando o executivo triste e só, qual lampião.

- O Vitória?

- Sim, pode ser.

Com a Esquerda unida ocupada com as compras de Natal, restava ao nosso Primeiro a esperança de que o sonso da oposição lhe valesse

Assim, a primeira atuação é do nosso futuro ex-Primeiro, com a banda Calcinha Preta. Dá-le António.

- Esta é para ti, Pedro. - Bate com o punho fechado no peito, do lado do coração. - Estamos juntos. Atenção à coreografia, oh aleijadinhos. Booooraaaaa!!


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Por falar em gente que governa sem ganhar eleições, nuestros hermanos arranjaram um molho de bróculos ainda mais engraçado que o nosso. Não podem ver nada, chiça. Ninguém faz ideia como é aquilo se vai desatar. 

Numa performance única e nunca mais repetida, Mariano, Pablo, Albert e maijum que agora numalembra o nome, juntam-se à enorme Dina. É lindo, caraças!

- Pues buenas, muchachos y muchachas. Afinfale Marianito.


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Já do lado da bola, temos a Doyen e a calimerada. 

(Pausa para mudar fraldas dos acamados que se molharam de riso)

Fechamos pois com chave de ouro, com a grande atração internacional deste espetáculo de truz. Junta-se o Bruninho ao Beck e sobem balões multicolores. Catita.

- Despacha-te lá oh gringo. Até o anão coxo anda mai'rápido que tu. Não te pões a pau, ainda dás uma perninha a central a partir de janeiro. É um, é dois, é três...

- Até vão ser quatro, no dia 2, oh filho de uma gand... - Entra o genérico.


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Outro dos momentos quase esquecidos da nossa TV, é aquele primor de serviço público, o zénite do bom gosto televisivo, que dava pelo nome de "O Juiz Decide". Como ainda não temos fundos para contratar a Érica Fontes, ela própria aparentemente sem fundo, a administração da TascaTV optou por fazer um remake da cena do juiz - salvo seja! - no sentido de ganhar audiências. A ver se dá porrada e assim. Oxalá.


O JUIZ DECIDE

- Atão o senhor encontra-se aqui acusado de ter sido esfaqueado umas 50 vezes, não é verdade?

- Si.

- Para contar este caso, está aqui esta moça burra como uma porta de contraplacado, mas boa cumómilho. Ohfaxabor, Vanessa. - Ela atira os cabelos para trás dojombros e lê compenetrada.

(Pausa para o explicar ao Berto que compenetrada não quer dizer isso...)

- Obrigada padrinho. Ora então, este senhor viu-se perante um meliante maijómenos da altura da Marisa Matias, pra mais, e com uma largura de ombros ligeiramente inferior ao perímetro abdominal do Pedro Guerra, que brandia uma faca que mais parecia o sabre do Sandokan. Segundo o auto, o sujeiito terá berrado "é baixar as calças muito rápido e atacares os sapatos sem dobrar as perninhas, oh coisinho". Ato continuo, terá lambido as beiças e, citando o auto, riu-se de forma lúbrica. O acusado, aqui presente, terá então respondido "que no", ainda de acordo com o auto. Mais se acrescenta que fez peito ao meliante. Este, frustrado no seu intento, procedeu a esfaquear o acusado umas 50 vezes. Posteriormente apresentou queixa contra o senhor, alvo do dito esfaqueamento. Por danos morais e assim. - Cala-se e olha o juiz, que toma a palavra, fitando o acusado:

- Isto é verdade?

- Si.

- Ora, nesse caso, está bom de ver que o senhor é mesmo culpado. Então mas lá lembra a alguém por-se de tal maneira a jeito de ser esfaqueado. Você, meu menino, se fosse uma gaja boa, cumáli a Vanessa, havia de andar com o seu belo corpanzil meio à mostra. E ainda havia de se admirar de ser assobi...errr...violado. Culpado! Culpado! Mil vezes culpado! - Bate com um martelo de São João na mesa. Kié? Não há fundos para adereços melhores, olha que caraças! Ainda assim, estamos à frente do Porto Canal.

Entra o genérico sobre o burburinho do publico que vaza a sala. Ainda se ouve uma conversa entre dois maduros, em fundo:

- Quem era o tipo, fazes ideia?

- Eu não. Acho que era Espanhol.

- Chamava-se quê? Júlio, nera?

- Opá, kejber que é aquele...o...o...coiso. O que é pai do Enrique.

- Do Enricki Martin?*

- Esse mesmo. Aiai, la vida, la vida...


...

* Com uma vénia ao excelso Rouxinol Faduncho, a quem se rouba a piada dos filhos do Júlio Iglesias - Enrique Iglesias e Enricky Martin. Para que fique completa a homenagem, pega lá o palco oh Marco, mi barraca es su barraca...


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- O que está a ouvir, Senhor? - Ele tira os auscultadores.

- Os votos da Tasca. UM BOM NATAL a todos, meus filhos.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Uma palavrinha à malta da Tasca. Ou não...



Estava aqui a pensar que havia de dar uma palavrinha à malta da Tasca. À laia de explicação pela ausência que, não sendo lá muito prolongada, já se nota. Parecendo que não, era simpático para com a audiência, não custa nada, não toma assim tanto tempo e demonstra consideração.

Mas eu cá não vos conheço, à esmagadora maioria, para lá de duas de treta ao balcão. Sei lá eu, podem muito bem ser uma corja de assassinos pedófilos com tendência para o terrorismo ou assim. Ou lampiões, credo! E ia agora por-me com salamaleques para gentinha desse calibre? Eu não, o Senhor não permita.

Vai daí, isto tem estado um bocado parado - ai pois tem - e vocês com isso? Era o que mais faltava estarem agora a pedir-me explicações. Quem sabe da minha vida sou eu!

- Mas ninguém pediu nada...

- Já fica para quando se lembrarem!

-  É um fino, dois penaltes tintos e um pires de dobrada, ohfaxabor. - Gritam do meio do nevoeiro dos fumadores

- Viste? Pimbas, sempre a pedirem. Dass.


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Estava aqui a pensar que me vejo, desde domingo, dividido entre a bazófia do "aha! afinal o gajo da Tasca é que fez bem em não andar a virar casacas"; e o estado magnânimo de um "ah pois, é que nem preciso de dizer nada, contemplai a minha infinita razão".

Tendo consciência disso, opto - e muito bem - por me esquivar a ser uma besta de qualquer daquelas dimensões. Sou um tipo com uma postura impecável, é o que é. Limito-me a escrever o parágrafo de cima e pronto.

- Olhe que deu um pedacinho nas vistas, oh sua magnânima besta cheia de bazófia.

- Mesmo? Pensei que era subtil...

- Como um hipopótamo zonzo numa loja de porcelana.


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Estava aqui a pensar que os tascos do costume - aqui ao lado - já trataram do jogo do FCP de domingo, do primeiro lugar no Campeonato, das palavras do Presidente, da performance dos jogadores contra a Académica e do circo carregadinho de palhaços no assobio ao treinador. E eu não tenho nada a acrescentar. Até acho graça ao "o tipo põe-se a jeito e é bem feito e tal e tudo e tudo". 

A jeito pôs-se a Zubaida uma vez, ali no beco dos caixotes do lixo. E diz que o Berto a assobiou toda. Twice.

Seja como for, queria só deixar uma palavrinha a respeito desse domingo. Porque não a vi repetida as vezes que eu acho necessárias: Ruben!

- Sim, Ruben. E?

- E basta. Foi muito.

- Isto tem uma saída pelas traseiras, não tem Silva? Uma que dá ali pró beco...


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Estava aqui a pensar que entretanto se mete o Natal. É tempo de deixar que felizes regressos ofusquem as dolorosas ausências. A bola, a TascaTV, a Vida e uma alimentação que não mate pessoas por hipercolesterolemia seguem dentro de momentos. A Tasca volta ainda antes, para vos dar uma palavrinha. 

- Sim, sim, já sabemos: "Ou não..."

- Tens ar de assassino tu. Que achas das criancinhas?

- São o melhor do Mundo!

- Ui, eu vi logo...


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Para aqueles que não se derem ao trabalho de passar aqui antes do nascimento do menino - buuu, buu, vergonha! - desejo-vos desde já um Fantabulástico Natal, a vocês, aos vossos e a mais quem vojapetecer.

Menos se forem assassinos pedófilos. Nesse caso, desejo-vos que sejam um comunicado na página do Facebook do Bruninho. Inchem!

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- Vês, Pedro? Até acho bem esta discriminação contra os pedófilos. Mormente se forem assassinos.

- Ah, não tem por que embirrar desta vez hein?

- Ora, vou ser pai, pá. De novo. Estou de bom humor. 

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

A Tasca em rosinha e apreciar gajos



Acusam a Tasca de dar pouco destaque à vertente mais light, ou lite, da nossa sociedade. Ou seja, à socialite. Eu discordo. Já discorremos sobre o novo cuidado com a imagem da nossa Catarina Martins; sobre as mamocas da Joaninha - e muito ainda ficou por abordar acerca do tema; sobre o gosto pelos animais do André Silva - não pá! o do PAN; sobre o risco ao meio do Lopetegui; a pastilha do Juses; ajorelhas do Orelhas - não pá! esse é o Areias; a inclinação sexual do Carlos Daniel; o problema de peso do Pedro Guerra; e até, pasme-se, sobre a fantástica forma física do tasqueiro. Qual Adónis do tempo moderno, um Apolo de Photoshop Professional. É pena o nariz.

- Adónis e Apolo são os brasileiros que te deixam de rastos, é Silva? Agora já são dois? - Pumbas, latadatum na moleirinha. Devia ser de sarda em molho de tomate, mas o stock da Tasca não se compraz com ironias parvas...

Mas bem, se a freguesia se queixa, alguma razão terá. Deixa lá ver o que se pode arranjar, em tons cor de rosa.


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Se é para ser rosinha, então começamos já pela panascagem - hey, haters, welcome! tomem lá um naco do lombo.

Cláudio Ramos diz que saiu do armário. Mais que isso até, fez-se-lhe luz. O moço descobriu que grama mesmo é de outros moços. E não sabia! Quer dizer, desconfiava às vezes. Nomeadamente quando se apanhava horas a fio em casas de banho públicas para flagrar camionistas de pila na mão. Por outro lado, não achava que isso fosse assim tão incomum. E não é Cláudio, não é. 

Enfim, parece que aquilo foi um choque para toda a gente e que assim e tal. Pelos vistos, só mesmo eu é que sabia. E maijoresto da população Mundial. Vai-se a ver, somos todos camionistas. Já te tínhamos topado no urinol, oh Cláudio.

- O homem tem família! Acha bem o que está a fazer? Gostava que lhe fizessem o mesmo? Você é um anormal, sua besta insensível!

- Vejamos, se eu decidir que o melhor que tenho a fazer é anunciar ao Mundo, na TV, que atraco de proa, não estou a ver porque é que o Mundo não há-de conversar comigo. Alô? Isto é só uma cumbersa co Claudinho. E foi ele que começou!

- Besta! - Sentencia, enquanto marca a borda da chávena com o seu impecável baton rouge.

- Pode ser. Mas sou tão giro.

- Lá isso... É pena o nariz.


...

Outro assunto que promete agitar magnificamente as águas do socialite, ao ponto de um tsunami na Tailândia, é a revelação da obsessão de Bárbara Guimarães por Cristina Ferreira. Hmmmm, isto tem potencial.

Sempre achei que a Bárbara é danada pá porrada, o Carrilho que o diga. Por outro lado, à Cristina salta-lhe o pé para o chinelo com a mesma rapidez com que descem as ações do BANIF. Para além de que esta Cristina está mais que habituada a lutar pelo lugar de "A Gaja Maisboa". Afinal, apresenta há um porradão de anos um programa de TV com o Goucha. 

(Side tought: Será que o Cláudio se vai fazer ao lugar do Goucha? Ou ao próprio Goucha? Credo, que mau gosto!)

Eu proponho já uma solução para esta questão premente: Luta na lama. 

Epá, a luta na lama é uma atividade talhada para resolver todos os grandes problemas da Humanidade. Uma poça de lama, adversários em tanga, um sino. Não é preciso mais nada. Metam lá o Obama e o Putin; o TóZé e o Costa; o Pedro e o Costa; o Paulo e o Costa; o Aníbal e o Costa; o Jerónimo e o Costa; ...errr...se calhar o Costa está um pedacinho tramado; a Bárbara e a Cristina; a Marisa Matias e a Maria de Belém - na, isso não, é injusto; a Necas Peixeira e a Ti Maria do Talho; a Miley Cirus e a Nicki Minaj - ah, também não dá, que ultrapassa o limite legal de tamanho de cu. Tem que haver regras, caraças!

Quem ganhasse teria o direito de berrar "I OWN U BITCH!" E pimbas, ficava-lhe com as terras e os escravos e as possessões e isso tudo.

- Porra, você está a ficar um bocado esverdeado, oh Berto. Sente-se bem?

- Nem poricho, Xilva. 'Xtava a imachinar o Cojta de tanga. - Dispara para a casa de banho. Cuidado com o Cláudio!


...

Um moço que diz que é muito conhecido - vá lá eu saber porquê - foi agarrado a conduzir bêbado que nem uma carroça. Na Cova da Moura. 

Para aqueles de vós que não sabem, a Cova da Moura é uma espécie de Bond Street nos arredores da Capital. Uma zona pejada de lojas das melhores griffes e tudo e tudo. O que o rapazinho lá terá ido comprar é que não me diz respeito. Eu não gosto de falar na vida dojôtros. A menos que eles desatem a impingi-la a toda a gente por todos os meios. Olha, é o caso. 

No entanto, o senhor já veio dizer que "Desistir não é uma opção". Numa demonstração de... - Interrompem-me:

- Buuu, buu, parece o Lopetegui. Porra, não há meio de desistir também. - Pira-se quando me vê a agarrar numa lata de conserva.

- Ora até que enfim, Silva. Uma história de vida, de tentativa e erro, de força de vontade. Estava a ver que era só mais um monte de disparates. Tu desperdiças-te, homem. - Arenga ela, do fundo dos seus olhos claros.

- Hã?

- Então, isso do rapaz que luta contra as dependências e não desiste. - Desliza os dedos pela borda do copo de Opinião. - E bem engraçado que é o cachopo. - Sorri marota.

- Ah, isso. É capaz. Majinda acho que ele queria era dizer "Desistir do tinto e do cavalo não é uma opção". Para além de que engraçado sou eu. E não preciso de estar bezano para isso, homessa.

- És mesmo tolinho. - Ri-se. - E sim, és engraçadito. Pena... - Interrompo:

- O nariz! Já sei carago, já sei. Dass! - Ela encolhe ojombros num "como queiras amigo" e não acrescenta mais nada.


...

Os socialites da Vila, reunidos na esplêndida Barbearia Barros, andam entusiasmados com a jogatina de ma'logo. Apesar da festa, tenho pena pelo Feirense. Vai de vela na Taça, vai de carrinho na Taça da Liga. Maldito sorteio. Mas pronto, pode ser que os B tratem de limpar os pontos todos aos rivais da malta da Feira na II Liga. Ajudava. Combinado pessoal?

E caramba, fico mesmo orgulhoso de ver o cuidado com que prepararam a cidade para receber o FCP. Muito bem.

- Errr, Silva... olhe que é Natal.

- E isso que tem? Eu sei que é Natal. Não me tem visto às voltas com as compras para a ceia da Tasca?

- Errr... a iluminação da cidade... é Natal! Percebe? É por isso que está assim tão bonita.

- Ah! - ops! - Tretas. Bonito sou eu e não vou a correr cobrir-me de lâmpadas multicolores.

- Oh Silva, pode ser. Eu não sei apreciar gajos. Se é para isso, pergunte ao Cláudio. Vai-se a ver até é. Apesar do... - Interrompo:

- Latadatum pró ceguinho?


...

Soundtrack to plastic people: Anger burning!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Leanor e o nevoeiro

in sapo.pt
Havia de desembaciar ojóculos...

Tenho por hábito deixar para os tascos listados ali no "Bons Vinhos e Petiscos" as análises dos nossos jogos. Sobretudo quando ganhamos. Há para todos os gostos: Dos mais ponderados aos mais impulsivos, dos que defendem aos que batem e vice versa e vai de roda. Normalmente, não tenho nada a acrescentar. 

Mas abro uma curtíssima exceção hoje e embarco eu também, se me permitem. Ele é o seguinte:

Fizemos outro jogo a atirar para o sofrível, em que ficou bem patente a "cambada" de nervos com que anda aquela gente. Do roupeiro ao treinador. 

Quer dizer, tirando o Antero, que parece maijómenos tranquilo. Pus-me a pensar, queres ver que o Antero é que tem razão? E porquê? Ora, porque:

Ganhámos na Choupana, ao Nacional, coisa que não acontecia há 3 anos. Lembrem-se que Lopetegui só lá jogou uma vez, ajôtras não foi este moço. Arrumámos com 7 pontos as 3 deslocações à Ilha. Nada mau para o que é hábito. 

O melhor em campo durante os dois dias que durou este jogo, foi o árbitro. Sim senhor, grande Jorge Sousa. Esteve muito bem ao não ver a mão do Marcano no meio do nevoeiro. E ainda melhor naquele "naaaaaaaa, não pode ser, o gajo não seria assim tão estúpido, devo ter visto mal", no lance do mesmo Marcano, hoje. Confesso que eu pensei o mesmo. Somos dois, Jorge.

É evidente que isto não chega. Mas não estava já nada habituado a que ganhássemos nestas alturas de parvoíce generalizada. O Dortmund que não se ponha a pau, não.

Vai dai, 5 vitórias em 5 jogos, no ciclo de 8 que a Tasca considerou determinantes para o Campeonato deste ano. E se há uns que são excelsos porque pragmáticos, então os nossos também podem ser formosos ainda que nada seguros. Aliás, tem alturas em que nem a Leanor seria tão insegura quanto aqueles mancebos. Credo!

Para fora: Bahahahahahaha, malhem desesperadamente quanto vos apetecer no Jorginho. Palmou dois penalties ao Machado, que estava capaz de rebentar as fuças ao primeiro que lhe aparecesse. Mas depois pensou um pedacinho, lembrou-se que isto dá cabo da vida é ao cretino e ficou bastante mais calmo. Parece o Antero.

Para dentro: Malhem lá com ganas nos quinze minutos a la Moreirense. Mesmo que para isso tenham que ignorar que a tremideira deu em 0 oportunidades de golo para o Nacional. Sim, claro que o Jorge deu uma mãozinha. Minto, a mãozinha deu o Marcano, o Jorge só não apitou. E o ABUMbakar ainda conseguiu correr meio campo sozinho para entregar a bolinha ao redes dos gajos.

Se continuarem a malhar em cima de vitórias, cansam-se. Ou não. Mas aí estaremos todos a lixar-nos para o malhanço. Eu e os meus amigos malhadores.

Só não sei se são vocês ou eu quem vê a floresta em vez da árvore. Esperamos todos, vocês incluídos, que seja eu. Se calhar, é o Antero.

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Soundtrack to foggy days: Dom Sebastião

sábado, 12 de dezembro de 2015

Resumo da Semana: TascaTV em destinos exóticos (inclui a Lista de Discos Perfeitos da Senhora Maia)

www.arabia-saudita.org

Alteração à programação: Tinha alinhavada a sequela do post anterior. Já se vê que, sendo uma sequela, o assunto era o mesmo. E não iria acrescentar nada ao muito que se tem escrito por aí. Exceto uma série de piadas a roçar o genial, pois claro. Pelo que aqui se anuncia o cancelamento da posta. Tipo série, cujo piloto não correu bem e tal.

De verdadeiramente relevante, tinha apenas o reafirmar do meu apoio a Julen Lopetegui. Não por ser do contra, nem por uma questão de birra, nem sequer de coerência. As coisas feitas exclusivamente pela necessidade de sermos coerentes, não são atos da convicção. São meros indicadores de uma qualquer obsessão. Costumam dar mau resultado. 

Portanto, o que acontece é que eu acho mesmo que o tipo está no lugar certo, ontem, hoje e amanhã. E se, ele sim, for convictamente coerente, ganhará. Isso é o que considero melhor para o FCP. Se faz o JL feliz, por mim também está muito bem.

- Oh Silva, majalguém quer saber se tu apoias ou não? Tájalucinar homem?

- Queres tu!

- Shhh, cala-te, deixaber a Têbê.


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VIAGENS EXÓTICAS

Hoje aterramos na Arábia Saudita, o segundo maior país árabe do Mundo. Trata-se de um Reino de múltiplos contrastes. Por um lado, parece a Margem Sul do Tejo: Um deserto. Por outro, está situado numa Península, com água por quase todos os lados. É o maior aliado do Ocidente naquela zona do Globo; e a origem da maior parte do financiamento dos grupos terroristas que procuram acabar com o...Ocidente. 

Por sorte, a TascaTV aterrou em Riade num momento histórico: Pela primeira vez - no ano de 2015, no século 21, no Planeta Terra - as mulheres estão autorizadas a votar. E, malucos pá!, até a candidatarem-se a cargos nas eleições municipais. 

Aproveitemos a presença do nosso guia, para tentarmos conhecer melhor a perspetiva local acerca do assunto:

- Faizal, olha lá pá, então as gajas agora podem votar?

- Pois claro. É para não estarem sempre a dizer que somos atrasados e assim. Até há meia dúzia a concorrer e tudo. Inchem porcos infiéis.

- E como é que vocês, islamitas ortodoxos, encaram isso?

- Tranquilo, mafriend. Não é como se fossem ganhar, né?

- ...

- Oh, as tipas são burras pá. Ai caburras! E têm fraca formação, credo!

- Se calhar é porque não podem frequentar a Universidade, nem sair do País, sem autorização do marido. Não?

- Nananana! Isso não tem interesse nenhum. Mesmo as que foram à escola vão perder, não me venhas com histórias. São mulheres pá, kékestavajàspera?

- Tendo em conta que elas serão menos de 10% dos votantes e cerca de 15% dos candidatos, não deve ajudar o facto de não poderem estar presentes em debates com homens, nem em eventos em que homens estiverem presentes. Não te parece?

- Sabes o que me parece? Parece-me que é uma pena não seres uma gaja, é o que me parece.

- Por causa das minhas esplêndidas coxas?

- Não. Porque já te tinha enfiado duas lambadas. A ver se não aprendias a ter respeito e educação. Dass!

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TELEVENDAS

- Boas, eu sou o Orelhas e não sou um grande camelo. Esse é o Areias. 

Hoje trago-vos uma espetacular montra, composta por dois cachopos que arrematei na Damaia ou assim. Em conjunto, custam pra cima de uma pipa de massa. Uns 150 milhões.

Não os quero despach...vender nem por nada. Juro, eu morra aqui ceguinho. Nem isto é eu a fazer publicidade aos artigos. Foi só mesmo para terem a oportunidade de apreciar a mercadoria. 

Por exclusiva deferência para com o Silva, em exclusivo na TascaTV, e se ligar nos próximos doijanos, pode levá-los por 15€ cada um. Ou 25 os dois. Aproveite já! Mas contrariado, pois claro.

Hã?! Quê? Fala maijalto pá! Aaaah, a sério? É milhões? 15 milhões? Ôtrabez? - Mija-se a rir.


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MUSICOL
Com Monteiro da Silva

- Ai valha-me a Santinha. - Afogueado. - Seja muito bem-vinda ao Musicol, o programa de música da TV do tintol, menina Gabriela. A menina está de se lhe dar uma trin... - Interrompe-o um berro lá de dentro:

- Oh Monteiro da Silva, sempre quero ver cumé que trincas sem os dentinhos! Ai o caralho!

- Errr...pois claro...errr... então vai-nos brindar com a sua Lista de Discos Perfeitos, segundo os critérios da Tasca, não é verdade, meu pitéuzi... - Uma lata de atum acerta-lhe em cheio na moleirinha.

- Não é Pitéu, é Bom Petisco (note-se o product placement - é um grande canal, pá!). Ké mais durálata. Palhaço! - Ela toma a palavra. Diz lá, docinho:

- Não sejas bruto co homem! Estava só a ser simpático, coitado.

- É simpático, é. Vê lá se também querjatum. Há aqui mais latas!

- É assim mesmo Silva! - Berra o Faizal.

Entra a lista para abafar a peixeirada. E lá escapa a batota da cachopa. Tss, tss, a mim ninguém me tira da ideia kisto tava tudo feito. Conects!

A Lista de Discos Perfeitos da Senhora Maia

Kamelot - Trilogia (KarmaEpicaBlack Halo)
Kamelot - Ghost Opera
Kamelot - Silverthorn
Nightwish - Wishmaster
Nightwish - Century Child
Nightwish - Once
Sonata Arctica - Reckoning night
Visions of Atlantis - Trinity
30 Seconds to Mars - This is war

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Soundtrack for an happy Sunday on an island: Believe!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

The body snatchers I - 8 Coisas maijómenos sérias

www.keepcalm-o-matic.co.uk


Prólogo:

Estatísticas, check. Posse de bola esmagadora na primeira parte, mais remates, check. Azar do caraças, check. Uma ou outra hipótese de marcar, check. Ignorar que o Iker safou mais um ou outro golo dos infiéis, check. Preparadíssimo, sócio. Venham de lá os assobiativos.

- Olá Silva. Quero um café duplo e pouca conversa. - Diz com o ar mais abatido que já lhe vi.

- Claro. Mas anima-te, caraças. É só um jogo. - Minto-lhe.

- Oh, o jogo é o menos. Só que... - Hesita. - Perdi a última réstia de esperança de que tivesses razão. É isso que me chateia. Enforque-se, quero lá saber. Nada me alegra hoje. Shhh, cala-te, deixa-me estar...

Eu calo-me. Em vez do café, tiro um fino e encho um pires de caracóis. Por conta da casa. E calo-me outra vez.

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Coisas maijómenos sérias:

1. JL foi a perfeita antítese de um gajo medroso. Acho que teve um par de tomates capaz de encher a principal praça de Bilbao. Entrar com aquela equipa é mesmo um ato de pura convicção. Mais arriscado do que perder, seria perder com uma mudança tão radical. Ou então quis provar que eu estava errado e que, ganhando, todos lhe reconheceriam o mérito. Ou então veio mesmo à Tasca e decidiu divertir-se. Ou então fumou uma merda muntaboa, muntaforte. E uma passinha aos amigos? Sovina.

2. JL foi a perfeita antítese de si próprio. Às malvas com o esquema, com o modelo, com o caralh'tafoda. Tudo novo, tudo a estrear. Incluindo uma dose industrial de pura convicção. Ou fé. No Maccabi.

3. Eu aceito a explicação das transições do Chelsea e isso tudo. Mas ficou a faltar-me a parte do "não funcionou". Nem um pedacinho. Sofremos dois golos. Em transições rápidas que era suposto estarmos a bloquear. No espaço entre o central e o lateral que era suposto não existir porque estavam lá três centrais. Porra pá, se eu gasto o meu tempo e o meu pobre latim on your behalf, quando não te posso defender espero que te assumas: Dass, correu tudo mal. É que fodi aquilo tudo, merda!

4. Não, o FCP não ficou fora da Champions no jogo anterior. Foi neste mesmo. Se ganhássemos estariamos in, como perdemos, estamos out. Mas foi ontem, não foi há quinze dias. Blablabla difícil, blablabla a obrigação era antes, blablabla a coisinha da mãe, tábem? As equipas grandes podem ter maus jogos. A seguir recuperam e corrigem, mesmo que seja em cenários difíceis. Ou vão de vela. Nós fomos. Ontem.

5. Pelas contas da Tasca, o FCP já não pode fazer uma BOA época, sem me fazer lembrar o Juses.

(Pausa para vómito. Grazie. Ui, espera, outra pausa para outro vómito. Ok, siga.) 

Se o objetivo na Champions é, sobretudo, financeiro, não há Liga Europa que valha os oitavos de final. Desportivamente, a coisa pode ser minimizada com um título, está claro. Não deixa de ser ganhar a Segunda Divisão em vez de ficar entre os melhores da Primeira. Sair da Champions é descer de Divisão. Quero lá saber que outros acabem nos Distritais. Eu nem gosto deles.

(Pausa para mais vómito.)

6. Ser Campeão é o principal objetivo renhéunhéu pardais ao ninho. Tudo muito bem. Mas é pouco! Arranjem-se. Juntem-lhe a Taça, mais a Taça da Liga, mais o concurso da adepta mais boa, mais a Liga Europa, estou-me bem a ralar. Ser apenas Campeão, não me chega. A adepta mais boa já perdemos, fuck. É lampiona, raios.

Devo ser sincero: Há um clubezeco que é Bicampeão de Portugal e está nos oitavos de final da Champions. E não somos nós! Foda-se, ser Campeão não chega! É apenas o mínimo indispensável. O principio do fim da nossa dor. Para ela desaparecer, precisaremos de mais analgésicos.

7. JL será, estou convencido, o treinador do FCP até ao final desta época. Sairá depois, espero que com glória. Corrijo: Acredito que com glória, caraças! Como sabem, isso por mim está muito bem. Mas espero que não volte a ser vitima dos body snatchers - sim, sim, no próximo post eu explico-vos isto, daí o "I" no título deste. 

É por isso que o próximo ponto é, de facto, o mais importante e o mais sério.

8. Pela segunda vez na curta história da Tasca: NÃO, PRESIDENTE! Não se deixa o homem que ficará até ao fim fazer aquele caminho sozinho. Não acredito que você tenha receio de ouvir aqueles adeptos. Tenho a certeza que sabe que quem fez isto, tem voz. Ontem era o momento de caminhar o walk of shame. De ganhar a massa para as batalhas que aí vêm. Depois de ter perdido um jogo e uma competição. O senhor ausentou-se. Redima-se!


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Em breve, esperançosamente amanhã, "The body snatchers II - Coisas mesmo sérias". Ou então não.

Soundtrack to the body snatchers: Embodiment.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Uma aranha na sua teia



O que te poderia deixar ansioso hoje? Uma qualquer ameaça terrorista, certamente. Um problema familiar, pois claro. Uma zanga séria com um amigo querido, coisa chata.

O jogo de mais logo seguramente não tem porque te deixar ansioso. Oh sim, é importante. Muito. Em princípio teremos mesmo que ganhá-lo. Numa terra de gente que fala ao contrário, onde nunca ganhámos. Mas não há nenhuma surpresa encerrada nesse desafio. Sabes perfeitamente, há algum tempo até, que o resultado é indiferente.

Se ganharmos - e sendo vitória, somos uma irmandade - por um, então foi um momento de inspiração de um predestinado. Um qualquer, não importa. Assim do género Príncipe Valente a salvar a donzela. A donzela és tu. 

Se ganharmos por muitos - oh well, eu vi o Jergo ser Campeão, thrice - não é como se fosse uma grande coisa. A bem dizer, terão sido eles a perder por muitos. De propósito, para tramarem o tuga. Ou só porque entre eles e o Astana vai um pintelho de diferença. Para pior. Espera até apanhares uma equipa em condições, um CSKA ou assim, e logo falamos.

Se não ganharmos, então perdes. Ou pensavas que na derrota éramos muitos, como na vitória? Desengana-te. A única diferença entre por poucos ou muitos, é se serás, para além da besta incompetente do costume, o tipo que arrasta o brasão abençoado pela lama. Como nenhum outro o fez. Nunca. Ninguém se lembra de levar seis do Bayern, até ao teu advento. E todos nos lembramos de lhes ganhar. Doijum, em Viena. Embrulha.

É por isto que acho que não deves estar nada ansioso. Ganharemos apesar de ti ou perderás apesar de nós. Levas na cabeça either way.

Então, olha para a coisa como ela é: Um jogo que gostas de jogar. E, dadas as condições expostas, podes brincar como te apetecer. Mete o Kinder na frente, o Imbula no meio, o Danilo a central, o Evandro de início, have fun. O pior que pode acontecer é virem acusar-te de seres muito fraquinho, oh dear. Que é o melhor que te acontecerá se ganhare...ops...rmos.

So fuck it Julen! Prova-te a ti e à equipa, que pelos vistos acredita. Ao menos, ris-te por dentro dos sorrisos amarelos e das explicações mal enjorcadas e dos artigos desperdiçados para o caixote do lixo. Estão já escritos. Sabes disso.

Já não nos reconhecemos em David. Não há Golias para nós. Estou convencido que tens um papel nisso, que só com a distância da História será reconhecido. 

Por aqui, vai-se cumprir a via sacra de um jogo pela rádio, com os Costas Monteiros e os Queirozes da vida. O problema da rádio é que não lhe podemos tirar o som.

Hoje é o dia do mosquito e da aranha. O caminho é simples. Be the spider!

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- Pois, os media desancam o Espanhol a torto e a direito. Poijé, Silva?

- ...

- Quando perde é culpa dele, quando ganha foi a equipa. Poijé, Silva?

- ...

- Estão esses jornaleiros, comentadeiros e paineleiros, preparados para o trucidarem, mais logo. Não estão, Silva?

- Sim, esses também. Acho que vão ficar com um melão ainda maior cójôtros!

- Porque vamos ganhar, Silva?

- Cincazero, carago!!

...

Eu não tenho raiva, credo!, do bota-abaixo anti-Basco. Vindo de fora, parece-me sempre bom sinal. Não gosto que os outros gostem dos nossos. E lhes dêem abraços e beijinhos e digam deles estemocémajóia.

Vindo de dentro, provoca-me alguma urticária, está claro. Mas sobretudo, uma leve brisa de inveja. Sim, é mesmo esse o sentimento predominante: Inveja. Que depois dá raiva, como é prerrogativa de toda a inveja.

Porque se ganharmos, eles estarão tão felizes como eu. Não duvido. Não quero duvidar. E se o Espanhol perder, eles encontrarão uma qualquer mini-alegria no facto de saberem quem é o culpado. E de terem avisado. Não, também não duvido disto. Eu sei ler.

Já eu, se à noite perderMOS, só terei consolo adiantado da madrugada. No momento em que as costas dela se colarem ao meu peito, num 'xissopralágajo, oh eu aqui. Se ganharMOS, estarei feliz cumójôtros. Apenas.

...

- Então vechamos, xe xe colam cojtax com peito, é natural que também o... - Interrompo e concluo:

- ... Meu punho xe cole àjtuajfuchas!