Daqui a pouco, poucochinho, permita o granizo, a trovoada, a chuva ácida e o Carlos Xistra, grava-se a Jornada 6 do "A Culpa é do Cavani". Como é óbvio, o tema central será o GueVerreiros de Braga vs FCP, mais o resto que nos vier à tola e mais as alarvidades que eu conseguir dizer antes de me cortarem o pio. Deixemos para esse autêntico recreio de loucos perigosos a análise ao jogo em si, aproveitando aqui o balcão da Tasca para algumas considerações laterais. Quero dizer, gostaria eu que fossem laterais, mas cheira-me que serão, comme d'habitude, basto centrais. E centrífugas também, no que diz respeito a colocar o azul e branco longe da questão central do título.
Honestamente, considero que a nossa vitória de ontem vai fazer disparar muitos e variados alarmes pelo Portugalistão afora. Não tanto pelos pontos ou pela classificação, que ainda agora o Circo se está a instalar e falta tanta palhaçada para o fim que ninguém se preocupará grande coisa com dois pontinhos de atraso. A questão é a forma como passámos em Braga. Ia dizer passeámos, mas estaria a exagerar. Deixem-me tentar explicar da forma confusa e atabalhoada do costume.
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REVISÃO DA MATÉRIA DADA - A palestra no balneário dos GueVerreiros
Bem pessoal, vamos lá recordar como é que vamos limpar o sebo a estes tripeiros dum cabrão. Os pontos fundamentais:
1. Dois gajos a caírem em cima daquele pequenito, agora varreu-se-me o nome do gajo. Ai pá, o Espanhol, aquele que é o Ai Jesus do gajo do Universal. Se taparmos este, os morcões vão tentar sair pelos extremos, mormente o careca do Estado Islâmico. Nessa altura, é aviá-los por trás mal se virem. De preferência com os pitões, mas se tiver de ser à força de braços e cotovelos, pois seja, não tem mal nenhum. Diz lá oh Goiano, que já estou cheio de te ver de braço no ar.
- Ô mister, máis aí o árbitro vai amarêlá à gentxi, né? Vamo ficá com déiz jôgadô lá prumêio da primêira partxi, pôxa.
És mesmo estúpido pá, Deusmalivre. Essa testa plus size, mais pareces o Frankenstein sem parafusos, não é para te albergar o cérebro, não. Oh anormalóide, mas quais amarelo? Podes passar o jogo todo a virar tripas que não se passa nada. E ai deles que protestem, que ainda são admoestados. Tájólhar para mim com cara de urso porquê?
- Admôéquê, mister?
'Xa pra lá, meu chapa. Preocupa-te é em lhejacertares nas gâmbias. Consegues fazer isso, não consegues? Senão avança o Jefferson visgarolho.
- 'Xa cômigo chéfi.
2. Se desatarem a puxar os alas para o meio para terem soluções de construção, temos que ter atenção. O gajo da máscara não pode é largar o pequenito.
- O Vukcevic, mister?
Não pá, já te disse que é Espanhol, não deve ser ic.
- Não, mister, o nosso.
Ah, pois, o nosso. O nosso é o da máscara, o Mascarilha, acho eu. Mascarilhitxe ou assim. Ele que se ponha às cavalitas do outro e não o deslargue. Quanto aos alas tresmalhados pelo meio, pomos aquele moço que tem dois nomes, o Fernando Sérgio, a tomar conta. Oh Nando, é fácil pá. Entras de sola em tudo o que tiver uma camisola azul e branca e tá feito.
- Vão mi expulsá, prôféssô! Eu tô quérendo sê expulso não, vixi!
Credo, outro monte de esterco com olhos. Oh rapaz, mas tu não sabes as regras deste jogo? Entrar de sola a um tripeiro é perfeitamente legal, sua anta. Já se o tripas deslizar no relvado e te acertar - SEM QUERER - num tornozelo, ui, o basqueiral que se arma logo por aí.
3. Ora bem, para construir é que é um bocado mais lixado. Tentem meter a bola no nosso moço que é agricultor...
- Hein? Qual agricultor, mister?
O Enxadas, ou Sacholas, ou lá como raisparta se chama o petiz. Passem-lhe a bola e logo se vê o que acontece. É isto.
Pronto, cambada de inúteis, como vêm é fácil. Nem importa muito quem joga do nosso lado.
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Apesar de não se poder dizer que se trata de uma estratégia lá muito elaborada, havemos de convir que estamos fartinhos de a ver resultar em cheio. Anos a fio.
Ontem, os jogadores do Braga e o senhor Xistra cumpriram o plano à letra. O amarelo a Ricardo Pereira é o exemplo perfeito do que se diz. Contra quantos jogadores teríamos acabado o jogo, se o critério fosse igual para as duas equipas?
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Não podemos, ganhando ou perdendo, compactuar com este estado de coisas. As regras devem ser iguais para todos, não pode ser de outra forma. Não temos que jogar melhor do que todos os rivais para ganharmos da mesma maneira. Não é obrigação de nenhum participante de uma competição ser muito melhor do que os outros, é um objetivo!
Mas como em Portugal está instituído que as regras mudam consoante a cor dos contendores, até os Portistas passam muito tempo - DEMASIADO TEMPO - a exigirem que os seus sejam muito melhores, de forma a equilibrarem as coisas. É injusto, é errado, É PARVO!
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A maneira limpa, de alguma forma até tranquila, como o FCP venceu ontem, indica que no campo estamos diferentes. Melhores. Apesar de todas as contingências, criámos muitas oportunidades, dominámos claramente uns 70 minutos do jogo, permitimos que o adversário fizesse pouco. E tudo o que conseguiu, esteve concentrado naquele quarto de hora final da primeira parte.
Acreditem, deve ser muito preocupante para TODO o edifício do tuga fintabol. Deal with it!
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Soundtrack to Portugalistão: We're coming for you!