Acabo de ler alguém defender exatamente isto em poucos caratéres: mulheres e homens diferem exclusivamente na anatomia, o resto é a mêmamerda. Era esta a ideia. E era um gajo. Como em quase tudo na vida, também no feminismo os homens deixam muito a desejar, quando comparados com as mulheres. Sai-lhes cada disparate que só visto.
Aliás, nada mais irritante do que um macho ultra-feminista. Tipo uma Capaz, mas com pila. Portanto, não se aproveita mesmo nada. A mim ninguém me convence que aquilo não é uma estratégia de engate. Oh sim, vinde a mim a resma de gajas oprimidas e discriminadas. Depois, pumbas, não lhes abre a porta, não lhes puxa a cadeira, compra flores, mas oferece-as ao melhor amigo da moça e por aí adiante. Tudo na esperança de colmatar com esta atitude o facto de ser feio como a Duquesa de Alba e ficar a perder, em tamanho de pila, para o Steven Seagal. E conseguir, ainda assim, saltar para a cueca da feminista incauta. Depois vem para a Tasca enfrascar-se e conta a toda a gente. Machista do caralho.
A verdade, verdadinha, é que os géneros diferem biologicamente e, portanto, em todos os restantes níveis do Ser. O género não é uma construção social e, por isso, todas as tentativas de desconstrução são meras balelas. Ocupam tempo, dão corda à conversa, enervam aqui o Santo, mas valem tanto como o árbitro Rui Costa com um VAR ao lombo. Em vez de celebrarem a diferença, procuram explicar que ela é inexistente. Como se o preto devesse ser o mesmo que o branco e a missão deste na vida fosse ser igual ao amarelo que, já se vê, não difere um cu do esverdeado. Ou do fúcsia, que nem cor devia ser. Enfim, são daltónicos dos sexos.
Um dia, ponho-vos a par das maravilhas da Teoria Sexual das Espécies. Agora não me apetece que me está a dar a preguiça e só vim aqui beber uma bica e desabafar convosco. Ainda assim, para que alguém - ‘tamojaí malta do hate? - possa desancar-me violentamente - please do! - deixem-me esclarecer que boa parte das diferenças provêm do chamado gene cultural. Quer dizer que foi, de facto, a sociedade que as estabeleceu ao longo de milénios. Só que a base é biológica, meus queriduchos. O meu ponto não é que não há desigualdades chocantes e imorais, é apenas que há diferenças, para além de pilas e vaginas. E ser imoral não é o mesmo que ser anti-natural.
Como não podia deixar de ser, o cerne de toda a questão, a origem primeira de toda a diferença, é a foda. Nada a fazer. São milénios de evolução marcados pelo simples facto de ser mais fácil para um macho substituir uma cria do que para uma fémea. Calma, não fiquem já todos excitados e a espumar das ventas, xuxuzinhos. É evidente que os machos humanos, dada a construção social que, vai-se a ver, agora até dá jeito, não menosprezam o valor dos seus filhotes. Mas muito do que nos distingue parte daqui. Se quiserem, um dia lá iremos.
Por agora, tudo o que me importa é que parem com esse disparate de que é tudo farinha do mesmo saco. Pá, não vale a pena, eu não vos vou papar o rabo. Também não é pela via da ciência que me convencem. Tentem o charme, sei lá.
Aí está uma coisa que parece diferir basto entre os sexos. Um gajo repara no charme delas, pois claro que deve reparar, mas não à primeira. É que fica lá por debaixo da bela tranca e boa prateleira e assim. Já elas, farto-me de as ouvir dizer: Oh sim, feio como a traseira de um acidente ferroviário, mas ui, tããão cheio de charme. Olha, só de pensar nisso, estou molhada até ao umbigo.
E foda-se, por mais que peça ajuda, ainda não consegui saber o que é isso do homem charmoso. Devo ser eu.
PS. Not just yet, luv;)
...
- Não sei, Senhor, mas se calhar, boa parte disto é por Sua causa...
- Claro que é, Pedro. Tudo é! - Distraído. - Majéukê agora?
- Oh, isso de Ser O Senhor. Um em vez de Uma, percebe?
- Ora, eu tentei, Pedro. Não resultou, não se fala mais nisso. - Nostálgico.
- Ah, não sabia, desculpe-me. Posso atrever-me a perguntar porquê, Senhor? - A medo.
- Muito fraquinha de mamas, Pedro.