Basmati para um caril de camarão; duas batatas a murro para uma posta alta de bacalhau na brasa; uma mão cheia de castanhas a assar com o cachaço; o ovo a cavalo do hambúrguer de salmão fumado, Tasca's way; meia dúzia de croutons na sopa de peixe do Silva.
O Sol na parte de dentro da coxa, depois de uma manhã de sexo; as tuas costas no peito, antes de adormecer; Happy par Clinique; Running Free a entrar na autoestrada - out of money, out of luck, got nowhere to call my own, hit the gas and here i go... - uma imperial, que não um fino, na esplanada da praia de São Lourenço; a Maria Amélia antes do hino da Champions.
( O autor reflete e decide manter o tema:
Pois, ia-me perdendo. Porque balanço em mais um comboio e a distância que isso cava me vai pesando mais a cada ano. Mês. Pesava menos anteontem, pronto. Isso faz-me derivar de tudo para Saudade. Mas era de bola que vos queria falar.
O autor apercebe-se que viveu um momento de esquizofrenia positiva e, sem mais nem menos, ri-se e apetece-lhe dar uma palmada nas costas do Jorge Vassalo. O autor pondera cagar nas responsabilidades e dar meia volta no Entroncamento. )
De facto, há coisas que não são essenciais, no sentido literal de não serem a essência do fenómeno, mas fazem uma diferença tão grande que passam a ser uma marca distintiva. O acompanhamento perfeito. Como quarta foi de terça.
Sim, é bola. Sim, sou um imbecil, Senhor Presidente.
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A estrondosa vitória do nosso FCP no Mónaco, já foi abordada por todos em todo o lado. Em nenhum sítio de forma tão aparvalhada e, já agora, sonora, como no
Não imaginam a surpresa e a alegria de percebermos que alguns de vós, de facto, nos ouvem. Também não fazem ideia de quanto nos divertimos a gravar cada jornada. E daí, até é provável que façam.
Só ouvindo mesmo.
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São atribuídas ao nosso treinador algumas declarações, obtidas em torno do jogo de terça, não sei se antes ou depois, se antes e depois, nem agora interessa. O que me importa é o conteúdo, porque me preocupa um pouco. Poucochinho. Uma ervilha, vá. Só que as ervilhas germinam.
Então, parece que o nosso Sérgio - que vitória rapaz, vénias! - terá dito em alguma altura qualquer coisa como;
Epá, deram-me um guarda-redes e foi isso. Olha, ainda nem o convoquei. De resto, nada, nem um reforço.
Já sei que há muito quem concorde com esta acepção. Pessoalmente, discordo. Podem intuir que o treinador queria outros jogadores, diferentes, melhores, piores e capazes de andar de salto alto, é tudo indiferente. O facto é que é falso que não tenhamos tido reforços.
Não contratámos mais do que o Vaná, lá isso não. Mas Aboubakar, Marega, Ricardo Pereira, Hernâni e Sérgio Oliveira, não constavam do plantel do FCP que terminou a época passada. Para mim, são reforços. É particularmente interessante reparar no impacto que têm na equipa, não? Mérito deles e, muito!, do treinador.
Sobretudo, não gosto do tom. Não se adequa ao discurso que Conceição tão bem vem mantendo. Aquele de que os jogadores são excelentes, da satisfação com o grupo ser plena e a confiança na prossecução dos objetivos total. Pá, não sei, soa-me a "eu não terei a culpa".
Da mesma forma que é um disparate pensar que a Direção, noneadamente o Presidente, não teve nada a ver com os fracassos de anos recentes; é estupido pensar que alguém poderia tirar o corpo de qualquer novo insucesso. Verdade seja dita, o único insucesso até agora foi o jogo com o Besiktas. O primeiro a assumir a responsabilidade foi o treinador. Well done!
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Hoje, volto a ler referências a declarações do meu treinador - finalmente temos um de novo, chiça! - que não me sossegam. Agora foi:
Ui, guita não há, é para esquecer. Tive que andar a aproveitar restos e a apostar em jovens. Para já está a correr bem, mas não é fácil. Ser Campeão Nacional será o maior desafio da História do FCP.
Poooooiiis, só que não.
Meu vitorioso e querido Sérgio, a História do nosso clube está cheia de grandes desafios. Maiores do que esse de seres campeão, acredita.
Assim de repente, já serias nascido em 1982 para saberes da dimensão do desafio desse Verão. Que te parece a ideia de pegares num clube que, mais do que dinheiro para comprar jogadores, não tinha nota para pagar a conta da água? Pois moço, tomavas banho em casa?
Olha, houve quem enfrentasse e vencesse esses desafios. E fosse campeão. Alguns são já gratas memórias do nosso Livro Dourado. Outro, podes cumprimentá-lo respeitosamente todos os dias. Seu sortudo. Sim, na verdade, és tu quem tem a sorte de aqui estares. Not the other way around.
Depois, gostava de perceber o que é isso dos jovens. Está bem que catraios com 24 ou 25 anos são jovens. Mas olha que já têm basta quilometragem. Não era a esses que te referias, certo?
Então a quem seria? A Mikel, o Turco? A Rafa, o Bife? Rui da Rotunda? Baleno e Barela? Govea, o Belga? Quais jovens? Eu?
Confesso, não gosto de sinais de malta a pôr-se em bicos de pés e espero que o contexto e o tom e tutti quanti me tenham dado a ideia errada. O meu maior receio em relação ao nosso treinador, tinha a ver com uma certa tendência...errr...Jesuíta que lhe notei em Braga. E em Guimarães. Os franciús que falem por si. Quero muito ficar sossegado em relação a isso. Porque há coisas que nenhuma vitória paga. Falo por mim, pois claro.
Se para dentro - do balneário, do Portismo, do País - dizes Nós, mantém a palavra quando te põem microfones diferentes à frente. Não que mintas, de maneira nenhuma, mas esqueces-te de que o líder vencedor - que serás! - conduziu uma equipa. Não a salvou. Nem Jesus salvou a Humanidade. Get it?
Que má altura para discordar do Sérgio, não é? Kékássaber.