segunda-feira, 31 de julho de 2017

Silva vai (?) à festa (inclui Dicas de Boa Vizinhança)

Foto: O Jogo | www.ojogo.pt

Ontem, lá deixei o Monteiro da Silva a tomar conta das moscas que costumam pairar sobre os velhotes que aqui passam os Domingos de Verão. Ele entretém-se com um livro de bolso qualquer e uma das suas múltiplas listas. Se calha, lá fica à conversa com o velho dos sapatos - em tendo este tempo para se desviar dos papéis - entre um café e um copo de três. Peguei na mulher e ala para o Dragão, isto já eram umajoito da manhã ou assim.

A cachopa é lampiona para embirrar, pelo que - vá-se lá saber porquê - saltou diretamente da parte gastatudonoçaldos para a parte adeujóvaitimbora. Para casa.

Eu lá fiquei, está claro. E que bonita foi a festa, pá. Quer dizer, para ser mesmo, mesmo honesto, devo escrever antes "que bonita diz que foi a festa, pá". Não vi caracol. A mais que tudo largou-me da mão já passava das cinco e já tinham arrumado a cerveja com álcool das barracas da Super Bock.

Claro que podia ter ido olhar para um autocarro, mas nós, os burros, gramamos mais de olhar para palácios. Seja como for, as pessoas normais pareciam basto felizes com o veículo. Malta, quando o trocarem por outro ainda mais bom, ponham este a fazer a carreira São João do Pau - Furadouro. Dá-me jeito.

Mesmo que não consiga perceber o entusiasmo da turba por tirarem um pano de cima de uma camioneta, posso adiantar que o nosso novo bólide mete o Titanic a um canto. Pelo menos, ainda não ouvi dizer que tenha esbarrado de frente contra um icebergue. E afundado. Olha, que sirva para transportar futuros Campeões. Todos repimpados, de cu tremido.

...

Também houve o concerto de um moço que acho que fez uma época bem boa no Terceiro Mundo e subiu ao Segundo. É muito meritório, acreditem, porque isto do Terceiro Mundo não é uma competição fácil, ai não é, não. É irem à Madeira perguntar a um Venezuelano.

Enfim, para o que interessa, parece que o rapaz apareceu e estava vestido como deve de ser e tudo. Quanto à música, não faço puto de ideia, uma vez que estava a uma sombra a desmoer uma hamburguesa do H3. Adoro a minha décima refeição.

No entanto, devo assinalar que este artista veio substituir um conjunto de baile, previamente agendado, à conta de preferências clubísticas. Pá, até entendo, mas fico sempre a pensar: E o zelota sou eu?

Do ponto de vista musical, acho que ficámos claramente a ganhar, apesar de ter a certeza que a Nicole, a Françoise, o Bernard e a Caroline iam preferir os D.A.M.A. Aliás, fui até abordado pelo dito Bernard, quando me aproximei das portas do Estádio:

- Olhá pá, ô Silvá, porquoi il n'y a pas daqueles môçôs jeitosôs?

- Oh Bernard, mon grandessíssimô pánascá, diz keram lampions...

- Zut alors! Mais ce deuxiéme Monde, il a un vidéo avec un petit cabron com uma camisola do 5LB.

- Majele próprio tinha uma do FCP. E rebentou as trombas todas ao puto, quando não estava ninguém a ver. - Incha! - E kédotêsotaque?

- Safoda o sotaque, oh murcom. Bou desforrar-me nos cachuorros quentes! Num hão-de ber metade do juogo, só das bezes que lhes bou passar à frente.

- Isso! Tu fode-os, Bernard. Credo, salvo seja. - Achei boa altura para ir ter com a malta ao sitio do costume, em passo de corrida.

...

Se acordaram o Dragão ou não, não vi. Mas ao fim de alguns 30 anos daquela dança, é natural que o bicho se sinta sonolento. Apre! De todo o modo, estava descansado, porque à quantidade de gente que por lá andava de pijaminha, não havia problema de alguém bater um cochilo.

Os jogadores entraram pelo meio do fumo, numa mudança radical ao que tem sido hábito nestas apresentações. Que é haver fumo e virem de lá do meio os jogadores. E vieram todos, ninguém foi riscado, nem apareceu nenhum penetra. O treinador foi o mais aplaudido, pelo menos do que pude perceber da casa de banho. Reter o mijo fajum mal do caraças à bexiga, fiquem sabendo. Por isso, se estava aflito, tinha que ir. 

Não, não estava lá o Bernard! Estúpidos do caralho.

Voltei precisamente a tempo de me pôr em sentido para o hino, em plena entrada. Momento em que tive um pequeno desentendimento com um segurança. O senhor tocou-me no braço, estava eu todo esticado, só faltava bater a continência, 

(...sim, também pensei: fuoda-se, kéjbêrké o Bernard...)

e disse-me: 

- O xôr tem que se ir sentar no seu lugar. 

Ora, como enquanto se canta não se responde, tentei que ele percebesse através da minha linguagem corporal que só dali sairia quando se calasse a Maria Amélia. Pelo que me pus a berrar ainda maijálto a letra, enquanto abria muito ojólhos e apontava - era essa a minha intenção - para os altifalantes. Qualquer pessoa normal teria percebido. Majostúpido ficou a olhar para mim como se me estivesse a dar o fanico e procedeu a cutucar-me outra vez o braço:

- Jáledisse, Assente-se!

Felizmente, a Dona Canossa emitia nessa altura o último Pooooorrrto, dando-me a oportunidade de desfazer as trombas ao gajo, à chapada. Dá-se o caso de ser o exemplar um tanto entroncado, pelo que achei mais adequado munir-me de uma barra de ferro. Quando fui à procura de uma, dei com o meu lugar. Oh, agora já daqui não saio, deixá-lo estar. Desta, safas-te.

Foi isto, mas embrulhado numa esperança renovada e naquele sentimento de regresso a casa que todos os anos nos enche a Alma. Bora lá, até os comemos, carago!

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- E o jogo, oh Silva?

- Dia 3, meu caro, só dia 3...

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DICAS DE BOA VIZINHANÇA

* Para a senhora que passará a época ao meu lado:

Prometo oferecer-lhe flores, se a minha cara amiga usar Impulse.

Se conseguir dar-me menos de três cotoveladas por jogo - impregnada do referido spray - então, ui, temos tudo para iniciar uma bela relação de absoluta indiferença.

A senhora já deve ter gasto dinheiro suficiente com isto do futebol, para perceber que "corre, corre, vai sempre, vai para a frente" não é boa ideia quando o adversário vai bater um pontapé-de-canto.

* Para o moço que apareceu - voltará? - do meu outro lado:

Se voltas a abrir o cachecol de forma a invadir o espaço aéreo do lugar 23, considero-me autorizado a mijar-te para uma perna. Afinal, o ar é de todos, não? Por cima e por baixo. Eu sei que pagas o teu lugar e mereces desfrutar. Só que eu também pago. E não é para ver o teu braço peludo a 2 centímetros do meu colossal nariz. Arreda, jovem.

* Para mim:

Vê lá se melhoras o feitio, antes que leves alguma bordoada bem assente. Estás mesmo a pedi-las, ai estás, estás.

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Soundtrack to 2017/18: Make yourself ready!



sexta-feira, 28 de julho de 2017

Getting physical

Malta da hidro...


Se prestassem atenção ao que vos digo, em vez de se embebedarem, saberiam que mantenho uma relação ambígua - ódio, resignação e nenhum carinho - com um Brasileiro que vive dentro do meu espertófone. Quero dizer, mantinha. Well, not even stars last forever uh?

A coisa esfriou bastante, à conta de um problema na lombar que me afastou da atividade física que, sendo muito honesto, era a única coisa que nos ligava. É para verem a fragilidade das coisas sem um propósito maior. 

Depois de recuperado dos costados, o tipo lá continuou a buzinar-me aos ouvidos à hora do costume. Mas eu, nada, nem uma faísca. Era o fim. Nem sei porque é que ainda não o expulsei de casa - do telefone, portanto. Acho que é aquela coisa inconsciente do 'indadamojumaprádespedida. A chamada abaladiça.

Como era de esperar, passei à fase da badalhoquice generalizada. Quem me quer ver, é metido em altas cavalarias, em atividades de caráter grupal, de elevada intensidade, com toda a gente aos saltos e suor a rodos. Depois acaba tudo no banho, para refrescar. Pode ser promíscuo, mas é asseadinho.

Em suma, lixei-me para a app "Seven" e inscrevi-me num ginásio.

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Saibam que se tratou de um regresso às origens, uma vez que o meu primeiro emprego foi de rececionista num ginásio. Tinha eu alguns oito anos ou assim. Já se sabe, nós, os desfavorecidos, temos que dar ao cabedal desde cedo. Para além de que não passei da primeira fase do processo de recrutamento para ladrãotraficante. És bué da fininho, mete-te na musculação e depois aparece cá, disseram-me. Como aquilo dos pesos parecia basto...pesado, fui antes para rececionista.

Não se pode dizer que tenha durado muito, lá isso não. Despediram-me ao fim do segundo mês, se bem me lembro, com uma justificação perfeitamente parva: Oh miúdo, passas mais tempo a jogar à bola no campo à frente do ginásio, do que a receber as mensalidades. Se é para continuar assim, não precisas de vir mais. Vê lá se tomas tino. 

Eu tomei. Não meti lá mais os cotos. No ginásio, está claro, que ao campo da bola voltei amiúde.

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Isto de ser a pessoa ginasiante não é automático, nem pensar. Tem que se falar com um rapaz daqueles que deve ter um pipo. Vá-se lá saber onde. Todas as manhãs lhe metem uma bomba no dito e enchem o catraio. Salvo seja.

Temia que me tocasse um Brasileiro - por causa de um qualquer ataque de remorsos - pelo que fiquei satisfeito quando o moço me disse "Uóláe". Disse mais coisas, mas eu estava entretido a pensar se seria azeiteiro ou sapateiro e não liguei nenhuma. Só percebi que, afinal, tinha que ir para ali expor-me e contar porque recarga de água estava a tentar juntar-me ao grupo.

Respirei fundo e expliquei o melhor que pude. Enquanto ele olhava para mim com ar de whothefuckcares? Quando achou que já tinha passado tempo suficiente, arrumou a conversa com um vamolátratardamensalidadezinha, sim?

Entregue o meu rico dinheirinho, ainda tive tempo para perguntar: E já posso vir a isto do Cycling amanhã? Ao que o moço respondeu: Epá, tu é que sabes, cota. Depois não te queixes. Vai antes à hidroginástica. E pôs-se a mexer, com um estranho sorriso.

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Diga-se que, dado o espírito sovina, escolhi a tarifa mais baixa, com grandes restrições em termos de horário. Basicamente, só posso frequentar as instalações quando quase ninguém lá quer estar. Sou uma espécie de Taraabt, vá. Em melhor forma física.

Com essa limitação,calha-me mesmo a jeito o Cycling. Por isso, apesar do aviso do Rapaz Câmara de Ar, no primeiro dia fui espreitar o que faziam nessa aula.

Pá, era quase tudo gajas! Boa parte delas, mais velhas do que eu. E dois gordos: Um gordo muito gordo; e outro gordo apenas gordito. E o tipo que mandava naquilo, todo contente à frente da turma, num palco. 

O cabrão queria era ser a estrela da companhia! Estava mais do que visto, sempre que apanhavam alguém com bom ar, os filhasdaputa mandavam o indivíduo para a hidrocoisa, para não terem competição no Cycling. Foda-se, se aquela gente consegue, eu também consigo. Era o que mais faltava!

E foi assim que me vi sentado num selim, com os pés nas pedaleiras, pronto para 45 minutinhos de cicloturismo. No primeiro dia, sem aquecimento sequer. Incha, Rapaz Câmara de Ar.

Recordo, embora vagamente, que entre os Despacitos do momento, tocou uma canção dos Within Temptation e, mais tarde, uma versão do Nothing Else Matters, em que o James e o Lars passam a música a rir e a apontar para mim. Conforme desconfiava, aguentei a aula toda. À custa da vergonha, a partir dos primeiros...errr...5 minutos?

Passaram 15 dias e já consigo andar sem ajuda. Mas não muito depressa. Estamos fortes! Pronto para o próximo desafio: Hidroginástica!

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Durante estas duas semanas de paralimpismo, conclui que tudo na vida tem um sentido. Até o Cycling, que é andar de bicicleta como se fosse um doido perigoso, dentro de uma sala, sem sair do mesmo sítio.

Senhores biciqueletistas, vocês sabem que pensei muitas vezes em abrir a porta "sem querer" e mandar-vos de cangalhas, já de nervos em franja, a 10 km à hora, atrás do pelotão. Pois desculpem. Desculpem mesmo, inclusivé ao Domingo. Tenho todo um novo respeito por quem pedala, chiça. 

However, pá, se puderem evitar as licras garridas, tipo fúcsia e assim, tanto melhor...

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Ontem jogou o FCP e há, seguramente, muito quem vos elucide sobre o jogo e sobre as táticas e os jogadores e assim. 

Foi giro, foi sim senhor, como tem sido este inicio de etapa. Mas falta muito quilómetro, ainda temos muito que pedalar.

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Soundtrack to new begginings: Let your body talk!


quarta-feira, 26 de julho de 2017

O que vai passar se, Cavanis?

Toda a gente sabe onde as podem meter...

Desculpem, têm 12 minutinhos?

É que, ao contrário de unjiôtros, há mesmo quem consiga antecipar cenas e coisas. Ainda antes da noticia, já os palhaços do Cavani estavam a arengar acerca das muito previsíveis novas suspensões de Francisco Marques.

Até se separou esse pedaço do corpo principal do episódio 3 e tudo, tal a certeza de que iríamos ter motivo para uma publicação just in time. Não foi preciso esperar muito, pois não?

Aqui têm, 12 singelos minutos que resolvem a questão da Lei da Rolha, partindo de um pressuposto simples, mas profundamente enraizado na nossa cultura democrática e respeitadora das normas e regras. Afinal, vivemos num Estado de Direito. Só que não...

Por isso, oh Chico, vai por nós, os regulamentos feitos por e para todos, mas usados ao sabor da conveniência de alguns, não servem para nada. É cagar nisso.

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Cavani, Sisto e um pássaro azul vão à festa de aniversário

Fuck! Esqueci-me de maijum aniversário...

Esqueço-me com frequência dos aniversários, pelo que não me incomoda quando se esquecem do meu. Aliás, houve anos em que eu próprio me esqueci. Daí ainda ter apenas vintidoijaninhos. Num corpinho de sessenta e sete, ou assim.

Quem passa algum tempo a este balcão, desconfia que este tem sido um ano atribulado, com muitas coisas a acontecerem em todas as esferas por onde se move a Tasca. Que são bastas. Apesar disso, foi com muito espanto que, há poucos dias, me apercebi de que esqueci o aniversário da Tasca.

Poijé, a Tasca abriu em maio de 2014 e já atiramos para trás das costas os vintes de julho. Olha, passou-me.

Mas o Grande Plano Cósmico tem tudo previsto. Mesmo tendo o Silva deixado passar o aniversário da sua Tasca, nem por isso a data deixou de se assinalar de forma muito condigna. Está claro que podemos pensar que tudo são meras coincidências e, provavelmente, estaremos cobertos de razão. Mas já que aqui estamos, reparemos:

Em maio, acho eu . e agora dá-me jeito - o Jorge lembrou-se de me convidar para fazer o melhor podcast de toda a bluegosfera. Para além de bom, é o mais bonito, o melhor e o único. Também juntou o Jorge. Uma espécie de Dupont e Dupond sem a bigodaça, a precisarem de um Capitão Haddock que os pusesse na linha.

Tem sido tão divertido, que já vai no terceiro episódio.

- Segundo.

Não pá, há um novo. Ainda mais espetacular que os anteriores.

- Não há nada.

Ai o caralho! Se estou a dizer que há, é porque há mesmo. Oh aqui:


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Mais recentemente, o Miguel, que é como que o padrinho torto da Tasca, apareceu por aí com presentes. Um endereço de e-mail exclusivo da Tasca, que nunca tinha tido nenhum:


Deve ter achado aquilo em promoção, lá ficou cheio de remorsos por gastar tão pouco - o que é a suprema estupidez de quem oferece presentes - e decidiu fazer um upgrade da prenda, salvo seja. Já que tinha um endereço de e-mail, criou uma conta da Tasca nessa coisa que é um passarito azul:


Juro que quase me emocionei com o cuidado, mas depois lembrei-me das fuças do Miguel e passou-me a emoção toda. O que vou fazer com isto, não faço ideia nenhuma. 

Aviso é já que aqui se seguirá a doutrina Guerrista, no que respeita a correio eletrónico: NÃO APAGAMOS MERDA NENHUMA! 

Portanto, usem e abusem, mas saibam que vou guardar tudo. Se estão a pensar em fazer confidências de caráter intimo, contem com a minha absoluta indiscrição. Toda a gente vai ficar a saber...

Porra pá, quem disse que não se assinalou o aniversário da Tasca? Parabéns a nós, foda-se!

E obrigado a vocês, amigos. E a vocês, Amores.
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A mão na Sagrada testa, o Divino cotovelo no tampo da mesa, um lápis entre os Abençoados dedos.

- ...nósfora, três. Dass, que chatice, hein?!

- Diga, Senhor. - Solícito.

- Nada, Pedro. Estou só a experimentar outra vez as contas...

- Ah, pois. Ainda nada, Senhor?

- Na! De uma maneira ou de outra, dá-me sempre três. É muito irritante.

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Prato do dia: Camarões com açafrão ( com nota histórica, uma coisa e um aviso )



É demasiado cedo na receita, está ainda o azeite a aquecer e a faca a picar a cebola. Só em Guimarães chegaremos à fase de acrescentar dois tomatitos - vê-se logo que não são os meus, pelo diminutivo - previamente limpos de peles e grainhas e muito picados.

Espraiemos a vista pelo castelo, berço da Nação, onde a mãe tanto moeu a paciência ao Afonso que levou uma galheta. Nisto, acrescentou-se uma pitada de açafrão. Na Tasca, a especiaria começa a juntar-se logo no refogado, para abrir. E porque fica a cozinha a cheirar bem.

( Interlúdio: Nota histórica

Dão jeito para inúmeras piadas e para o correr de pedaços de texto, como acima, este tipo de mitos históricos. 

Como a RTP só faz serviço para públicos de Leiria para baixo, fica a cargo da Tasca esclarecer - em benefício da sua vastíssima audiência, sobretudo da camada mais jovem - que raramente são verdadeiros.

É muito pouco provável que o Afonso tenha batido na mãe. Pode ter-lhe respondido torto e é certo que lhe palmou o Condado, mas não lhe acertou. )

De volta ao prato, espera-se que ainda em Guimarães o tomate se desfaça e fique o estrugido pronto para receber o verdadeiro conteúdo: Camarões. Em Portimão, eventualmente.

É atirá-los, tão bons quanto possível, para a panela e dar-lhes 2 minutinhos, diz que para tomarem gosto. É falso! Pelo contrário, o tempo serve para que eles, os bichos, contagiem o resto dos ingredientes com o seu sabor.

Já que estamos a banhos, demos à coisa um ar exótico, à conta de uma colher de café - para os meninos - de açafrão. Para gente crescida, é uma de chá e uma malagueta. 

Porque parar no Norte de África? Voltamos a casa, é tempo de recordar as viagens e reencontrar a família. Ora, tropicalizemos com umas boas goladas - a embalagem toda, pronto - de leite de côco. A cozinha enche-se de aromas e as papilas começam a salivar. É tempo de a pessoa se desforrar num queijinho, talvez em duas fatias de paio do lombo em azeite. Três e uma côdea, seja. E dois apalpões, para não te pores a passar por quem trabalha com essa roupa pouca.

Passaram-se uns quinze minutos nisto, estamos prontos a apresentar o tacho. É só acrescentar umas gotas de sumo de lima, apanhada no jardim, e coentros a gosto, pouco picados. O basmati já deve estar fora do lume há uns minutos.

Et voilá, mesdames et messieurs, está servido o prato principal. Precisou de bons ingredientes, de alguma alegria, uma pitada de carinho, uma colherada de ambição, da paciência suficiente e da Alma cheia do chamamento das origens. O sangue ferve, abram as cervejas!

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Uma coisa, repararam bem na diferença de jogar COM Oliver e SEM Oliver? Assustador... para já...

Se querem que se elabore acerca dos dois jogos no México, então dêem um salto aquiaqui e aqui. Digam que vão da minha parte, que costumam fazer desconto. Ou cuspir nas bebidas, depende dos dias... Mas hey, o que é a vida sem alguma emoção e incerteza?

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AVISO

Dedos em riste, vem aí o CAVANI

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terça-feira, 18 de julho de 2017

Sentido de humor e apitos



Sou um cachopo basto rezingão, embora disfarce muito bem. É apanharem-me num daqueles dias de alvorada às quatrimeia da noite e regresso à caserna às vintiduajoras, com mais de seiscentos quilómetros no lombo. Está claro que a minha beleza natural e o bom aspeto geral, ajudam muito a tornar mais agradáveis esses momentos de mau génio. A bem da verdade, diga-se que um espinho aqui e ali até contribui para manter a chama. Um homem não se quer easy to boredom. Se soubesse o que era um tipo charmoso, era capaz de aferir se isto contribuía para o meu charme ou não. Mas não sei, embora não tenha perdido a esperança de descobrir.

Já se sabe, no entanto, que o traço mais marcante é o meu espetacular sentido de humor. Para além da proverbial modéstia, naturalmente. Gosto do meu sentido de humor - da modéstia gosto menos. Havia de ser mais gabarola. - só que prezo ainda mais esta espécie de sinceridade compulsiva - acho que se chama estupidez - que me leva a confessar-vos que, ao nível do dito sense of humour, estou, na melhor das hipóteses, na média. Não serei um Depoitre, mas de André só tenho o apelido.

Basta olhar à volta e perceber que a humanidade é a espécie mais galhofeira de todas. Quais hienas risonhas, quais lémures às cabriolas, quais carago... Errr, quer dizer, em causa própria que seja, a julgar pelo meu, o carago também é basto reinadio. Não é por falta de sentido de humor que o homem se extinguirá, lá isso não. Parece que anda sempre toda a gente a brincar.

...

Olha, por exemplo, esta coisa da Absolvição Final do Apito, ou lá como se chama. No fundo, a mera confirmação do que já estava mais que decidido à uns oitocentojanos. Percebe-se a demora, porque implica devolver dinheiro que se recebeu e, quem sabe, largar mais uns milhões em indemnizações. Pagar e morrer...

O que é soberbo, é a capacidade de toda a gente para desatar a brincar com isto. Começa logo por nós próprios, os Portistas, que entrámos imediatamente na nossa fase preferida: A esquizofrénica:

 - Yeeeeeyyy, inchem suínos! I-li-ba-dos! In your face, sons of a transatlantic ship of syphilitic whores (em estrangeiro, para os canhestros não entenderem. Alguns são grandes e matam pessoas e assim, diz que matam).

Por outro lado:

- Uiuiuiuiuiuiui, tanta água que isto traz no bico, mais parece um candeeiro a fazer um broche a um padre num vão de escada, numa noite de temporal. Por setiquinhentos (eu ainda sou do tempo em que o broche se pagava em escudos, diz que pagava).

Pá, anda tudo a brincar, certo? Caso contrário, preciso de ajuda urgente, porque estou a ficar lerdinho de todo. O que não seria uma grande surpresa. Vamoláver:

Primeiro, eu compreendo as comunicações oficiais de regozijo e as alfinetadas e isso tudo. Acho até muito bem, inchem. Outra vez! Mas sabemos todos que não se trata de uma vitória nova e, sobretudo, não vai fazer diferença nenhuma. Estes apitos estavam mais que acabados, até onde podem estar. Para os cento e cinquenta mil quatrocentos e catorze milhões, não muda nada. Para nós os cinco, também não.

Mas mais importante que isso, não há NENHUM motivo para que esta decisão tenha qualquer relação com o caso dos e-mails lampiões. Autênticos sessenta e nove do correio eletrónico.

O motivo pelo qual as escutas dos Processos dos Apitos não são consideradas como meio de prova, não chega a ser a ilegalidade na sua obtenção. A coisa pára logo no simples facto de escutas não serem meios de prova admissíveis num Processo Disciplinar. Seja no âmbito desportivo ou laboral ou qualquer outro que possam imaginar, incluindo instalar microfones nos vãos de escada da Catedral da Cerveja. APENAS em sede de Processo Penal se podem considerar este tipo de evidências.

Traduzindo isto para a língua da gente, a questão não é se as escutas foram obtidas de forma legal ou não, oh palhaços. Num Processo Disciplinar, não podem haver escutas, ponto final. Tipo, não se pode dizer que há problemas com mosquitos lá em casa, para justificar a intenção de comprar uma caçadeira de canos serrados. Sobretudo se mantém essa intenção de gravar "Adeujohvaitimbora querido vizinho do nono frente". Não vai dar.

Perante isto, o que sobrou dos Apitos foram testemunhas. Todas a dizerem que aquilo era uma treta de dimensões épicas. Menos a Carol. Acontece que a Carol era também conhecida por ser um salgadinho com bastante saída e pouca verdade. Vai daí, a coisa foi à vida.

Não obstante, a justiça desportiva - assim mesmo, em minúsculas - tratou de, em primeira instância e com grande celeridade, andar com as coisas para a frente. O grande, que não em tamanho, Ricardo Costa, arvorou-se em judge, jury and executioner e fez o trabalhinho encomendado. Para nada, afinal. Nem em Portugal - repito, NEM! - uma coisa tão mal atamancada poderia ir longe. Mas fez mossa e é altura de pagarem por isso.

Portanto, aqui na Tasca, continua-se a clamar por igualdade de tratamento. Mera jurisprudência, meus meninos. E estão enganados aqueles que pensam que jurisprudência passa a significar que os e-mails devem ter o mesmo destino das escutas. Nanananana. Jurisprudência é toda uma outra coisa.

Os senhores do Conselho de Disciplina, Meirim à cabeça - diga-se que foi um dos que sempre defendeu a inadmissibilidade das escutas - devem tratar de julgar desde já no âmbito desportivo. Porque as implicações penais deste processo não são para aqui chamadas. Nem sabemos se haverão consequências penais, como esperar por elas? Portanto, isso de "ai, agora vão dizer que nem vale a pena olhar para os e-mails por causa das escutas", não cola. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

Tampouco é relevante a proveniência dos ditos e-mails. Também isso é uma questão que deverá, ou não, ser esclarecida no âmbito de um eventual Processo Penal. Para o que aqui importa, agora, o que deve ser analisado é o conteúdo e o que ele denuncia. Jurisprudência, caros senhores.

O que é necessário averiguar, é se, ao contrário das escutas, os e-mails serão admissíveis enquanto meio de prova num Processo Disciplinar. Desportivo.

Eu não sou acusa-Cristos, mas não estou a ver porque não seriam. Ora, se são aceitáveis para despedir chefes de família no quadro laboral, porque não seria assim quando se trata de mandar os lampiões batoteiros para os distritais? Pois, jurisprudência, né?

...

Por uma vez, os encarnados demonstraram algum fair-play e reagiram ao enterro do apito com algum bom humor. Dizem os moços que ponderam recorrer. Para o TAD. LOL, brincalhões.

Sim, é uma piada, de certeza. Basta ver a argumentação, percebe-se logo que não é para levar a sério. Se os catraios dizem que há ali uma incompatibilidade por causa do Fernando Gomes - à época dirigente do FCP, hoje Presidente da FPF e maluquinho por SMS - não poderiam defender o recurso ao TAD, naturalmente. Porquê?

Opá, porque o nosso amigo Ricardo arranjou um tacho no TAD, capisce? Sim, esse mesmo. Reinadios os moços, hã? Caralhitos, credo.

... 

Soundtrack to case law: You won't fuck around no more...

sexta-feira, 14 de julho de 2017

Nomes - Trilogia da Abelha: BI < 35


"São, definitivamente, as fotografias que me denunciam. Aquele tipo já um tanto velhote, afinal, sou eu. Ao espelho, não sei como, ainda arranjo maneira de enganar. À câmara, não. Esta é a minha razão.

Do alto da honestidade dos meus olhos, crivado das rugas em que já me reconheço, purificado pelos meus braços caídos na luta inglória contra a evidência, proclamo a tua eterna beleza. A permanente juventude em alguns dos teus sorrisos e em todos os passos. Recordas-te?

Guardas, rasgadas, ainda em ti as palavras? Pois sabe que, enquanto eu envelheci a cada clique, tu continuaste a flutuar em pequenos passos deslizantes. Entre tempestades de areia em desertos inóspitos, a tua pele o oásis em que, inesperados, nos encontrámos; perante as tragédias, a tua carne o abrigo das lágrimas e do fogo. É a essa Paixão que me consagro. 

Talvez seja esse o verdadeiro segredo, nunca saberei. Nunca saberás. Pode ser que uma estranha espécie de sinceridade - despropositada, tantas vezes - tenha sido capaz, por ínvio caminho, de fazer deslizar os teus passos sempre até mim. Como uma corrente suave, tão fácil de contrariar em duas braçadas vigorosas, mas que te leva sempre para fora de pé, em águas aparentemente calmas. 

E o fundo são remoinhos e fundões e monstros desconhecidos dos comuns mortais. Para ti, casa, castelo, rocha, trono, cadafalso. Aqui reinas, Minha Flutuante Majestade, sobre o belo e sobre o horrendo. Todos nós - fotografia, espelho e segredo - o teu Povo. O que, dia a dia, quantos deles sem intenção, continuas a salvar.

São mais palavras. Porque os olhos não te posso entregar, para que visses por eles o que eu vejo. E queria. Queria que pudesses saber da raiva de alguns gestos, de como enfurece não ser merecedor de assistir à arrumação do armário dos detergentes. Que é baixo e se conjuga com a tua proverbial incapacidade de dobrares os joelhos. De repente, o rapaz do espelho é o senhor da fotografia e há anos luz entre nós. Perco-te nesse espaço impenetrável da diferença da nossa condição. Resigno-me: São palavras e tu és vento.

Um dia, é possível que a tua carne me cante em tons outros, quiçá mais calmos, provavelmente mais lentos, e eu te fale da Alma. Somarei palavras ás folhas rasgadas, como se as colasse. Ora, como se me importasse como julgam as palavras. Não importo. 

Retomaremos a interminável discussão do Amor Eterno, morto; do Amor Incondicional, partilhado; do Amor Inevitável, que nos entregamos sem remissão, em dias marcados como se fosse um castigo: Toma, aqui tens a minha impossibilidade de não te Amar. A tua Cruz. 

A nossa conversa será arrastada, como pequenos seixos no leito do rio que corre em frente ao alpendre; pairará nas margens verdes, como as libelinhas; em ziguezague, como a abelha que nos entra pela janela aberta da cozinha, onde arrefece a tarte. Cheira a maçã e não nos calaremos sobre a Alma e o Amor. Até que eles possam acender-nos a pele, num súbito restolhar de flacidezes e vincos pronunciados nos rostos.

Ah, mas a língua, a língua é fresca e as mãos dadas são firmes. Conformados, baloiçaremos na inevitabilidade dessa entrega.

Podia dizer que te Amo por ser devoto dos teus glúteos. Ou que te vejo tão bela porque te olho a Alma. Invertia os fatores e continuaria tudo a fazer sentido. Seriam palavras, já sei. Essas que te maculam a íris quando me vês. As que, reunidas as exatas condições cósmicas, ainda te mentem sobre a minha idade. Podíamos, num assomo de loucura, dizer que nos vemos assim porque é isso que o Amor faz. Eu não vim dizer-te Dele ou da Alma! Só da carne, da pele e do desejo. As tuas e o meu.  

Sou devoto dos teus glúteos, sim! E tenho toda a nossa imensa Eternidade para te Amar. Inevitavelmente."

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No derradeiro brinde dessa noite, calmos ou confusos, lembrarei a folha que o Velho dos Sapatos me entregou hoje. A que decidiu retirar da ordem caótica do seu aparentemente inesgotável molho de papeis. 

Haverá uma brisa, mesmo que se fechem todas as janelas, e permaneceremos calados, deixando todas as palavras para os poros e os músculos. Ainda que seja apenas a certeza do teu pé encostado à barriga da minha perna. Estás. Inevitável. < 35.

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Soundtrack to B. < 35: I gotta have you, oh yes i do!

domingo, 9 de julho de 2017

Tutorial: Como fazer um podcast (inclui link para exemplo prático)

Vítor, o Cortador
Há pessoas que pensam que fazer um podcast é só juntar três palhaços e arranjar um microfone. A bem da verdade, diga-se que até pode resultar, mas é mais para um episódio piloto e tal. Se pretenderem continuar, é melhor que estejam preparados para dar ao cabedal. Enquanto especialista encartado - não confundir com encartilhado - o Tio Silva deixa-vos hoje os passos fundamentais que deveis seguir, para vos tornardes podcasters de mão cheia e começardes a faturar milhões sem conta, quais Ronaldos do éter. Ou lá por que via se espalha aquilo.

Antes de mais, atentemos por um instante na etimologia da palavra: Pod + Cast. O segundo elemento remete-nos imediatamente para a mítica BBC e os seus broadcasts. No sentido de transmissão, portanto. Quanto ao primeiro segmento da palavra - Pod - há-de ser o que parece, faço lá ideia. Temos pois POD + TRANSMITIR. Opá, pois claro que pode, have a ball dudes, alguém vos está a segurar, por acaso? Mas para o fazerem em condições decentes, observem as seguintes recomendações:

1. Material necessário

Microfone, palhaço, ou palhaços, que botem faladura e um 48k ou superior.

2. Infraestrutura

Aqui é que a porca começa a torcer o rabo. O que parecia fácil, vai-se a ver e é uma empreitada pôcomaijómenos da dimensão do Alqueva.

2.1 Esponja

Para que o som não fique uma trampa de proporções bíblicas, tem que se arranjar esponja de isolamento acústico. É melhor comprarem logo uns três contentores do material.

A bem dizer, só vão precisar de dois quadradinhos, mas nunca se sabe quando vos vai apetecer dedicarem-se ao macramé e já ficam com enchimento para soberbas, e mui garridas, almofadas.

2.2 Edredão na janela

As janelas são o Deusmalivre de qualquer podcaster que se preze. Porquê? Porque são de vidro, acho eu. E deixam entrar barulhos e pássaros e essas coisas todas, basto perniciosas. Como ar.

Se estão a pensar em calafetar portas e janelas, ficam desde já sabendo que isso é coisa para meninos. O verdadeiro podcaster não tem receio que entre frio ou saia calor. A sua única preocupação é a qualidade do som, em beneficio do putativo ouvinte.

A solução, a um nível amador, passa por cobrir todas as janelas - incluindo as do vizinho, por uma questão de segurança - com edredões. De preferência, edredões com padrões às cornucópias, como as blusas das velhinhas. Não sei, parece-me que é mais fácil encontrar edredões pirosos.

Se quiserem ser um pouco mais profissionais, é melhor retirarem as janelas e construir toda uma parede em betão, revestida a esponja (ver 2.1). Dá mais trabalho, mas aproveita-se a esponja que sobejou. E ainda dá para duas ou três almofadas.

2.3 O soalho

Agora que o vosso microfone já está aconchegadinho entre as esponjas, salvo seja, e que as malditas janelas deixaram de ser um problema, estão prontos a começar o vosso podcast, certo? Errado! Olhem lá para o soalho. Isso é chão que se apresente? Shame on you.

A tijoleira é a verdadeira Némesis do podcast. Desde logo porque é desconfortável para o podcaster, sobretudo no Inverno. Quer a pessoa andar a passear-se descalça, num quimono de seda pura, enquanto avia Margaritas como se não houvesse amanhã, e é um gelo nos pés que não se pode. Capaz de se constipar o individuo. E também diz que fájeco e que isso estraga o som. Diz que faz.

O melhor é levantarem o chão todo e instalarem um soalhozinho flutante, em madeira nobre, com aquecimento por irradiação ou lá como raisparta se chama aquilo.

Para aqueles com pouco tempo para a bricolage, recomenda-se o método R.I.O., conforme aplicado ao Aleixo.

3. A agenda

Se estão a planear um podcast com mais do que um interveniente, há que levar em conta o alinhamento das agendas, de forma a que se encontrem à mesma hora, no mesmo
local. De outra forma, antevejo alguma dificuldade em concretizarem o projeto. Mas cada um sabe de si, pois claro.

Está bom de ver que esta é a parte mais fácil e que não requer nenhum esforço e não atrasa nada. Apesar de certa e determinada corrente que advoga que é esta a razão do aVASSALador ( wink ) atraso entre o primeiro e segundo episódio do melhor podcast do mundo, de entre todos os que são gravados num prédio de Gaia, de frente para a estação dos comboios. Uma delas.

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Agora que já sabem como fazer um podcast, é melhor não se meterem nisso e desatarem é a ouvir o novo opus do


Conforme prometido, está espetacular. Mete a Traci Lords, o filho do Zlatan com o Crouch, pornografia Espanhola, mariachi, refugiados e trabalhos de casa. E futebol, mas pouco.

Quem gostou do primeiro, não pode perder. Quem não gostou do primeiro, deste vai gostar de certeza. Quem não se deu ao trabalho de ouvir o anterior, é bom que não preguice neste. E quem nem sequer sabe do que se trata, está na hora de dar todo um novo colorido às vossas tristes vidinhas.

Depois, respondam aos desafios, utilizando o endereço cavani@porta19.com e deixem os vossos elogios e expressões de basta admiração na caixa de comentários. Se forem gajas bem boas, mandem nudes. Hã? Não pá, tu não, ai a merdinha já!

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A Culpa é do Cavani é um podcast de regularidade dúbia, acerca de assuntos, em tons azuis e brancos carregados, estrelado pelos inefáveis Jorge Bertocchini e Jorge Vassalo. Amáijeu.

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Soundtrack to podcast: Vamos ao trabalho, sem demoras!

quinta-feira, 6 de julho de 2017

A Divina incompatibilidade II - Juro que foi sem querer

Vejamos, do ponto de vista sensual, não se pode dizer que seja grande espingarda. Preferiria, com bom grau de certeza, uma esguia e verdejante gafanhota. Talvez uma elegante centopeia, nas múltiplas possibilidades das suas inúmeras mãos; mesmo uma compacta e resistente baratinha tonta. Já para não falar de uma impossivelmente bela borboleta, que essa não é da minha liga. Das louva-a-Deus é que fugia, como o Diabo da cruz.

Mas bem, é isto: Sendo besouro, é uma besoura que me toca. A grande vantagem é que, nem sei bem porquê, ao vê-la assim - exposta, pronta, resignada? - apodera-se de mim um sentido de propósito, de Bem Maior, uma coisa que não sei explicar. Nem era expectável que o pudesse fazer, na limitação deste cérebro minúsculo. Só os seres cabeçudos devem poder explicar os Grandes Mistérios da Criação, imagino. 

Por exemplo, aquele da lenda do homem que se transformou num de nós. Qual seria o nome, mesmo? Kaka, acho eu. Nome estúpido. Fica-se logo com vontade de fazer dele uma bola de esterco. Raio do instinto e da genética e o camandro.

Ora bem, deixemo-nos de tretas e vamos é a isto, que ainda há muita caca para rebolar hoje. 

( Eheh, se fossemos uns bichos mais complexos, era gajo para ter alguma piada, eu. )

Pumbas, cá está, ereção instantânea, apesar da falta de interesse na moça. Ah, as maravilhas da animalidade. Siga, que depois de começar, deve-se dizer que é basto agradável. Enfim, não morria triste, lá isso não.

... 

- Estava um pedacinho relutante, a criatura. Não estava, Senhor? - De joelhos os dois, no infinito soalho envidraçado. Tipo, um teto de vidro, mas ao contrário.

- Parecia, não parecia, Pedro? Deve ser um bocadito lento, até para besouro. Mas pronto, já está. Contempla a imensa maravilha do Universo. Estes dois pequenos e feiosos bicharocos, encerram em si o poder da renovação da Vida. Deles porvirão outros, ainda que iguais. E assim continuarão a missão que lhes entreguei no meu Grande Plano.

- Rebolar bolas de esterco, portanto... - Apanha um calduço.

- E então? Rebolar esterco é um trabalho indigno para o senhor Pedro, é isso? O campeão da pescaria, o Rei do lançamento da rede, não respeita as criaturas que tratam do esterco. Muito bem, sim senhor. Se calhar, vou extinguir os besouros e deixar acumular a trampa até cobrir ajórelhas do senhor Pedro, o Pescador. Depois troco-o pelo senhor Bob, o Construtor. Pode ser, reverendíssimo anormal? - O outro escuta o raspanete de cabeça baixa, em profundo respeito e notório arrependimento.

- Não foi isso que quis dizer, Senhor. Desculpai-me. - Cai-lhe uma lágrima sentida. O grandalhão passa-lhe um enorme braço pelos ombros.

- Deixa lá isso, pá. Admira a beleza da simplicidade, o engenho do método reprodutivo, há Amor neste ato do instinto. Porque Eu sou Amor em todas as criaturas de Mim, Pedro. De alguma forma. Sempre. 

- O Senhor seja louvado. - Ergue os braços para o Céu. O segundo, naturalmente. O Céu do Céu.

- Da pequeníssima semente que lhes deixei, em forma de ínfimo cérebro, nasce o comando da Vontade que espalhará uma nova sementinha. E assim por diante. Ah, está quase, Pedro. Vê como todo o processo conduz a este estado de quase êxtase. - Fecha os olhos, a saborear a Perfeição da Sua Obra. - O culminar da própria Vida, que não é mais do que... - Volta a olhar. - Ser esmagado por uma roda de automóvel?

- Ouch, pobres besouros. - Dá uma palmada na testa.

- Mas quem foi o palhaço? - Irado, como se notará pela trovoada. Seca, que está o responsável das águas ocupado nestes entretantos.

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Espero que o cão não saia. Ah, linda menina, já aprendeu que quando sou eu a chegar, não é para desatar a correr rampa acima. São espertos, os bichos. Ora deixa cá endireitar a traseira. 

( Eheh podia fazer uma série de piadas com isto. )

Agora destroce tudo e aí vai ele, rampa abaixo. Saiam de trás, bichos. Às vezes, o gato tem a mania de se pôr a espreguiçar à entrada da garagem, mesmo quando a pessoa está a meter lá o carro. 

( Eheh parece o Quim Barreiros. )

Qualquer dia, arranja-se uma casa com uma garagem sem rampa. Sei lá, faz-me uma certa confusão não ver bem por onde pisam os rodados...

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Aqui, a Divina incompatibilidade original, para quem gostar de seguir séries. Podia criar uma tag, mas está a dar-me a preguiça.




terça-feira, 4 de julho de 2017

Da memória - Carved in soul

Olá, sou eu. Como estamos hoje, meu Amor?

És uma das minhas primeiras memórias, sabias? Essa história da vida uterina e de se lembrarem as pessoas de nascer e isso tudo, a mim não acontece. Devia andar distraído no útero e ocupado com os brinquedos no berço.

Quando puxo a fita toda para trás, como fazíamos com os gravadores, chego a Ti. É apenas um fragmento: Não me lembro da Tua roupa, nem da Tua expressão. A bem dizer, não recordo sequer o Teu rosto. Sei que estavas linda, porque sim. É um passeio que, pelo menos a esta distância, parece muito largo, numa curva. Há um carro estacionado, alguém lá dentro, Tu cá fora. É provável que a Mamã esteja por perto, mas não te posso jurar. Estás tão contente e eu tão feliz. Não sei o motivo da tua alegria, mas eu pulo de Felicidade só porque chegaste. É tão puro. 

Sim, a Mãe está. É pela vaga reminiscência da Sua presença que sei que é uma visita fugaz. Tens pressa. Uma sombra no meu contentamento.

Vá, sabemos os dois que o mais natural é teres levado uma prenda e esse ser também o motivo de tanta algazarra. Porventura o carro a pedais. Porra, claro que me lembro. Não posso esquecer.

Hoje sei que uma parte importante de mim tem origem nesse brinquedo. O meu passaporte para a liberdade, para a imensa vastidão desconhecida do quintal dos Avós. O primeiro amigo - sim, aquele carro era meu amigo - a ensinar-me que ter medo de nós próprios é, muitas vezes, uma atitude inteligente. Mesmo que não nos impeça de acelerarmos, a toda a brida de pernas de 4 ou 5 anos, contra os muros. Só para perceber o que acontece e porque a adrenalina da velocidade vale bem a ferida e a nódoa negra. 

Pura sorte, querida, pura sorte. À custa desse bambúrrio, nunca me atrevi a ter uma mota. Foi por aí que começaste a salvar-me a Vida. Era África e o Tempo infinito.

Claro que também era por ele que a Avó me apanhava nos anexos dos criados, à hora da sesta. A jogar bola, se calhar. A jogar áquela coisa das pedras nos buracos feitos no chão. Não sei o nome, mas lembro-me que era péssimo. Riam-se muito de mim, os filhos amigos e os pais e as mães deles. Depois, elas davam-me colo, como a todos os outros pretinhos. Até a Avó gritar Paulinho! Denunciado pela perniciosa prática do estacionamento selvagem. Burro.

Se calhar, nada disto aconteceu. Podem bem ser só construções da minha mente, essa coisa enrolada sobre si mesma em múltiplos nós. Mas o carro, Tu, o passeio, e a Felicidade de teres chegado, isso é certo. Mostro-Te as fotos, se não te lembrares. Mostro-Te a Alma, se duvidares.

Farto-me de ouvir pessoas dizerem que é melhor manifestarmos o nosso Amor pelos outros enquanto podemos. Nós ou eles. Faz-me confusão isso. Como é que as pessoas se Amam e não dizem? Deve ser muito doloroso manterem-se calados.

Nós dissemo-nos Amo-te todos os dias em que nos falámos. Runs in the family. Será que gastamos a palavra? 

Nos dias em que não soubemos um do outro, mesmo naqueles em que possas ter precisado do Irmão que - egoista, cansado, distraído - não esteve, sei que nos Amámos. Porque a minha primeira memória é ficar Feliz por Te ver. Estás gravada na minha Alma.

( Oh, eu sei da ausência. E dói. Mas menos do que um tumor no úmero. Menos do que os espelhos que ignoravas. Deixa-me estar só a remexer na suportável dor da memória. Nessa, ainda encontro muitas forças novas. Não Te permitirei que me obrigues a encarar a Tua dor, por agora. Not just yet. )

Acho que, mais do que se reconhecer uma coisa tão evidente como os Amores, precisamos de mostrar que entendemos os pequenos gestos. E os grandes sacrifícios também. Conferir-lhes valor. O mesmo que quem os pratica lhes atribui. Um beijo, um sorriso, uma flor, uma tarde de quarenta graus e sexo desvairado, uma série de disparates - em sequência - para remendar a Vida dos que se Ama acima da Vida, um carro. De brincar que seja.

Sou fraquinho nisso e Tu foste sempre tão eficaz. Vou tentar melhorar, mas não sei se conseguirei. Mas hey, nós vamos falando. Até já.

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segunda-feira, 3 de julho de 2017

Agendas (incluindo a do Cavani) e uma opinião



Um conselho de saúde, do Tio Silva: Apanhar o vírus da Agenda, não é o mesmo que sofrer de Cartilhite. No entanto, há que ter muita atenção, pois que ambos fazem muito mal à coluna.

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Agora que já estão muito mais saudáveis, já têm condições para me aturar por um pedacinho. Sinto-me um gajo bastante fora de moda. Uns dias, isso deixa-me bem disposto, porque parece que sou bué cool, alto cenário, completamente indiferente à norma - anormal, portanto - um gajo que faz a sua própria moda. Em outras alturas, deixa-me um bom bocado deprimido. Sinto-me outdated, sou o passado a ser atropelado em alta velocidade pelo presente. Oooops, já foi, é passado como eu.

Caso não saibam, o Tempo divide-se exclusivamente entre passado e futuro. O presente não existe, é um mero momento, tão fugaz que não é passível de ser captado, entre o que foi e o que será. É por isso que só os mortos vivem o presente. Cristalizados no momento em que deixaram de ter Tempo.

Da próxima vez que ouvirem alguém dizer "Eu vivo o agora, exclusivamente!", desconfiem. Basto. Porque o agora não se vive, morre-se. Que passou-se?

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Uma coisa que está completamente ultrapassada, e aparentemente até fica mal, é NÃO desancar o Presidente do FCP. Como a malta tem algum recato, acho que mais por receio do que os outros pensariam deles do que por respeito, em vez de Presidente chama-lhe Administração. Dá igual.

Tanto se irritaram por ouvirem "Pinto da Costa Allez" a propósito de cada vitória; tanto bradaram contra quem apontava culpados em todas as direções, excepto na do camarote presidencial, nas poucas derrotas; que decidiram optar pelo velhinho "Se não os podes vencer, junta-te a eles". Vai daí, neste tempo que é de derrotas múltiplas, salpicadas por uma ou outra vitória - o Tempo deles, por fim! - dedicam-se a apontar as culpas à Administração. Os méritos, quando é impossível iludi-los, ficam para quaisquer outros. Ou seja, é a mesma merda, só que com o cagalhão ao contrário.

Vinde, vinde amaijeu dar uma volta pela Tasca e percebereis com facilidade.

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- É a vergonha do silêncio, Silva. Fazem-nos de tudo e nós nada, moita carrasco, mortos. Pá, o Presidente está velho, a Administração só trabalha à comissão. Temos que correr com eles todos, não há outra maneira. Tem que vir alguém que ponha isto a mexer.

- Pá, o departamento de comunicação não... - Interrompido.

- Oh Silva, não me fodas! Mas qual departamento, qual carapuça?! Quem manda é o velho pá. Está tudo calado porque ele não deixa falar, só isso. E quem é que os escolhe, hein? Sou eu, kéjbêr?

- Vamos ter eleições, quem sabe...

- Ah, não! Isso não! Correr com eles, sim. Em eleições, não. Era o que mais faltava, que coisa tão démodé.

(Lapso temporal, zuuuuummm)

- Opá, estamos a dar-lhes cabo da cabeça com isto dos e-mails, hein? Agora não nos podemos queixar do silêncio...

- É verdade. Grande Francisco José. Bem precisávamos de um tipo assim.

- Pois, desta vez, parece que o velhote acertou... - Interrompido por uma gargalhada.

- Aiai, pobre Silva. Majachas que o velho tem alguma coisa a ver com isto? Nem pensar, o Francisco José é que é de louvar. Mais ninguém. Tenho a certeza que fêjisto tudo sozinho, num quarto mal iluminado de uma pensão ou assim. Contra tudo e contra todos, sem nenhum apoio dessa Administração comissionista.

- Quer dizer, no mínimo, alguém o pôs naquele lugar, não?

- Népia. Acho que o gajo tomou o lugar de assalto, à força de balas e catanas e o camandro. Vai por mim, Silva, vai por mim.

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- Estás a ver esta vergonha do Andebol, Silva? É isto o teu querido Presidente!

- Foda-se, perdemos outra vez. Mas não tínhamos boa equipa e um treinador da casa, à Porto, e os adeptos e isso tudo?

- Pois claro que sim. Mas quem deixou ir embora o Obradovic que, sozinho, sem ajuda de ninguém, a não ser, eventualmente, uma ou outra dica que o Francisco José lhe tenha dado, ganhou tudo o que havia para ganhar? Quem foi? Depois dá nisto! E estás a vê-lo a vir assumir a responsabilidade? Pois, nem eu! Como se não tivesse nada a ver com este descalabro. Nem é ele o líder máximo do Clube, nem nada.

- Valha-nos o Hóquei... - Levanta uma mão, em sinal de stop.

- Ainda bem que falas nisso, pá. Devíamos fazer um texto de agradecimento a quem nos proporcionou a única alegria desta temporada. Sobre rodas, ainda por cima.

- Ui, vais escrever a agradecer ao Presidente e à Administração?

- Hã? Já estás bêbado a esta hora? O que é que esses fizeram? Eu digo-te: Bola! Estou grato é aos jogadores, aos treinadores, aos seccionistas, aos adeptos que encheram o pavilhão sempre que jogámos contra os lampiões, ao moço que me arranjava bilhetes quando estava cheio, à prima do roupeiro que faz um molho de francesinha de se lhe tirar o chapéu. Enfim, a todos os obreiros destas grandes vitórias. Só a esses e ao Francisco José.

...

- Como, Silva, explicas-me? Como é que deixaram o FCP chegar a este estado, em que é preciso vir a UEFA tomar conta de nós e impor-nos regras?

- Parece o País... - Interrompido.

- Não me venhas com as tuas merdas. Não vale a pena desviares. É culpa deste velho e mais dos seus capangas jagunços estarmos metidos nesta vergonha!

- É verdade, sim senhor. Tens toda a razão. Mesmo que algumas decisões pudessem ter tido resultados diferentes, se as competições fossem justas, como aliás está a ser demonstrado pelo Francis... - Interrompido.

- Epá, não me mistures o Francisco José com essa gentinha! Para além do mais, já estou farto das tuas desculpas, vai à merda pá. - Irritado.

- Mas se estou a dizer que, no essencial (alô xôr Lima), tens razão? Estás parvókê? Vê lá se precisas de una boga en el focinho para acalmares. Inventais pouco, inventais, por acaso.

- Pois claro que tenho razão! E agora é a eles que compete tirarem-nos deste buraco sem fundo. Querias tu que aparecessem alternativas nas eleições. Para quê? Para virem limpar a porcaria, era?

- Sim, se acreditam nisso e são tão Portistas como tu dizes que... - Interrompido.

- Por acaso, inventais pouco, inventais. Eles que resolvam. Quer dizer, claro que resolvem, vão vender o plantel inteiro por dez reis de mel coado. O Danilo já lá vai, o Brahimi nem se fala, o Filipe já está em Madrid a matricular os filhos do Paulo Bento num colégio ou assim. E vais ver que nem o Telles se aguenta, para além de ter informações muito seguras de que o Corona não foi à Seleção porque está a tratar de mudar de ares. Pega lá o teu belo Presidente. Vive do Passado, o Presente a ele não lhe diz nada. De que outra maneira se pode explicar que sejamos um entreposto de jogadores? Quanto tempo cá se aguentam? Pelo menos trêjanitos devia ser obrigatório. Pá, não é só com e-mails que os lampiões ganham. Ponham é os olhos neles.

...

- Olha, diz aqui que parece que já cumprimos as condições do fair play... - Interrom... Sim, isso...

- Esta vergonha? Esta vergonha, Silva? - Muito irritado, quase de pé sobre o banco do balcão. - O Ruben? O nosso melhor suplente, por menos de 150 milhões? Para a segunda divisão? O eterno capitão do FCP para a segunda divisão? Foi a isto que chegámos?

- Epá, eu quero lá saber para onde é que vai quem vai. Faz-me cá uma diferença...

- E o André, pois claro! Vão-se os meninos, vai-se o espírito do Porto, vai-se o balneário, por tuta e meia.

- Por acaso, acho que o André foi mais barato que o Ruben, mas é uma opinião. O que parece certo, neste momento, é que venderam dois jogadores e cumpriram o que estava estabelecido com a troika. Também gostava de ter ganho mais, mas... - Ainda muito vermelho:

- É um escândalo, é o que é! É a comissão sempre a falar maijalto! Porque não venderam os Mexicanos todos? Esses têm mercado, de certeza. Toda a gente quer comprar um burrito. Ou o Danilo? O Danilo e o Brahimi e os Mexicanos, menos o salário do Casillas e do Maxi, juntava-se o Filipe e não se renovava com o Marcano e estava feito. Ficavam cá os que foram e iam os que ficaram. Assim é que era bonito, Silva.

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Ventura; David Bruno, André Pinto, Ricardo Ferreira e Lumor; Ruben, Castro e TóZé; Vieirinha, Silva e Hélder Barbosa.

Cofres muito cheios, Somos Porto!
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Nota: O chorrilho de disparates acima é EXCLUSIVAMENTE acerca do que me irrita na atitude de algumas pessoas que, comprovadamente, sabem usar os respetivos cérebros. Refletem e julgam, portanto. A minha opinião acerca dos nossos movimentos no mercado resume-se fácil, fácil:

Está feito, por agora. E fica pago o Adrian, né Jorges? Espera-se é que isso sirva para manter TODA a gente que não esteja aflita para ir dar um giro. De outra maneira, não se compreende.

Os comentários em mau Português que pululam - pululam é uma palavra linda, não é? - pela Ciberlândia afora, de adeptos, eventualmente Portistas, que vivem para as caixas de comentários dos sites generalistas, com nicknames de mijar a rir, irritam um bocadinho. Mas não têm um décimo da relevância de algumas coisas que vou lendo na bluegosfera. Culpa minha, que exijo dez vezes mais a quem acho que é inteligente, mesmo que não os conheça.

Then again, é tinto. Eles pensarão bem pior de mim: Quem? Esse gajo não pensa, burro do caralho.

Caguei.

Curiosamente, postos perante pessoas com responsabilidades, é vê-los dóceis em cumprimentos, comedidos em palavras, impantes em selfies com as figuras do momento. E do passado. E é sempre um ou outro zelota seguidista quem obriga os paineis a repetirem respostas até responderem; e a dizerem coisas de que preferiam não falar. Carneiros, pá.

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Já que estamos nisto de agendas, fiquem sabendo que lá para o inicio da próxima semana estará disponível o segundo A Culpa é do Cavani, cuja agenda inclui o Fair Play Financeiro, o plantel 2017/18 e tudo o mais que nos der na telha. 

Ainda não gravámos, mas posso já adiantar que está espetacular.

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Soundtrack to Agenda: Life becomes your fine