terça-feira, 31 de maio de 2016

Cartas aos pontos

Cartas apreendidas em 5 minutos...


Parece que entra amanhã em vigor a chamada "Carta por Pontos". É uma espécie de arcade: Um gajo tem tantas vidas e por cada cagada que faz, lá perde uma. Quando chegar a zero, pumbas, quinou. Tem que meter mais moedas.

Eu cá acho que é uma bela ideia. Mas é claro que tinha que vir um político estragar a minha positividade em relação à coisa, salvo seja. Depois queixam-se do mau feitio. Como se houvesse alternativa. Ora fuoda-se!

Então veio o xôr Secretário de Estado da Administração Interna, Doutor Professor Engenheiro Fulano de Tal, explicar ao povo como isto agora é que vai ser. E diz:

- Ora bem, um tipo que passe por um acidente e não preste auxílio a eventuais vítimas, catrapuz, perde logo 6 pontos. Pior que o Farense! Vai ele e, no dia seguinte, chateado com isto, afoga a mágoa no tintol. É catado a conduzir bêbado como um cacho. Catrapimba, mais 6 pontos à vida. Tipo tripeiros no apito d'oiro, quando a nossa justiça funcionava e a bola era um mar de corrupção. Cristóvão, Cristóvão, lagarto. Aí está como se fica sem créditos, digo, Carta, em apenas dois dias.

Sim senhor! Brilhante! Deixa cá ver, portanto, se em dois dias seguidos a pessoa tentar assassinar, por omissão ou ativamente, uma série de outros indivíduos, pumbas, fica sem carta. Ai que bem feito. Toma que já almoçaste, meu cafajeste. 

Oh xôr Secretário do Coiso, salvo seja, epá, não! A personagem automobilizada em causa, deve ir de cana logo no primeiro dia. Dentro, prá choldra, pá pildra, bater com os costados no cárcere, enrabado no chuveiro, táberohnão?! A carta é completamente irrelevante nesse cenário. Até podia ir de triciclo. Sem selim. Deusmalivre.

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Mas a ideia é boa. Aliás, tão boa que devia ser alargada a outras áreas. Por exemplo, havia de se criar uma Carta do Portista por Pontos.

Um gajo, para poder dizer que era Portista, tinha que ter créditos na Carta. Senão, vinha de lá o Aboubakar e o Indi e faziam de conta que estavam no chuveiro do cárcere. Com o Portista infrator. 

Espera, é capaz de ser mal visto. Assim de repente, ainda ficávamos sem uma série de adeptos. Só para se apanharem com os moços no banho. Bolas, eu a ver se lhes dava alguma utilidade.

Oh well, independentemente da penalização, seria um método catita. Suponhamos, um palhaço que entrasse na panelinha para queimar qualquer EVENTUAL futuro treinador do FCP - epá, não sei, digamos que fazendo eco numa TV de notícias especulativas que tendem a colocar em causa uma suposta escolha da Administração, sem referir qualquer fonte - e, ainda assim, se afirmasse Portista, perdia logo uma carrada de pontos. Se, ainda por cima, acrescentasse da sua lavra o fantasma da comissão - putakepariu! - lá se ia o resto dos pontos.

E pronto, deixava o palhaçoide de se poder afirmar Portista. Porque seria evidente para todos que não o seria. Que não o é!

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Desafortunadamente, cumpre-me o espinhoso dever de informar a freguesia que acaba de ser caçada a Carta de Diretor Desportivo ao xôr Baia. 

(Lágrimas, lágrimas)

Ai catraio, catraio, não mandas uma para a caixa. Credo.


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- Oh Pedro, isto do MST faz todo o sentido. Acho muito bem! Não o sabia devoto, que interessante. - Cofia as barbas.

- Como, Senhor? De que se trata? O Tavares devoto? Muito estranho.

- Das divisões e comissões e o catano. Espero bem que seja mesmo verdade.

- Ai sim, Senhor? Não o sabia interessado no assunto.

- Tudo o que é religião é do meu interesse, meu menino.

- Religião, Senhor? - Espantado.

- Pois claro. O Pai, o Filho e o Espírito Santo.

(Raisparta o Lápis que, foi-se a ver, já tinha feito esta laracha! Vénia, nesse caso.)

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A driver's soundtrack: Faster...



sexta-feira, 27 de maio de 2016

Resumo da semana: Porrada, molho e batatada.



A malta da estiva anda a dar cabo da cabeça ao Costa. Depois o tipo entra em stress e descarrega no stock de chamuças da Tasca. Que, diga-se, é cada vez mais reduzido, à conta de dificuldades de abastecimento de caril de qualidade.

Eles bem dizem ao pessoal para ir alancar com as mercearias e os moldes para a metalurgia e assim, mas eles tákieto, habituaram-se à malandrice e não há quem os convença. Ainda por cima, o Costa está entalado entre a pilha de nervos e a geringonça, que é uma espécie de tripé. Acontece que dois dos três pés não podem deixar de apoiar o proletário em luta. Ainda mais se ele se assemelha a um guarda-fatos com mau feitio. Tá bonito tá, tudo para estragar o pastel ao homem.

Ontem, depois de uma festinha que deu cojamigos, lá me dizia o António, a meio da última chamuça:

- Assim não dá, Silva. KerécuAméricosafoda. O Jéjé que ponha o gajo na ordem. E a Catarina que vá mazé de weekend para Bruxelas, à da Marisa, e vá melgar o Rangel ou assim. Ou aquela gentinha se põe a carregar o belo do contentor às costas, ou isto vai a mal.

- Ui, requisição civil? Vai dar molho no cais.

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O nosso Donale "O Estúpido" já tem garantida a nomeação. Para aqueles que duvidavam que a maior potência Mundial tivesse uma elevada percentagem de anormais com atrasos cognitivos relevantes, aí têm. Resta saber se se concentram do lado Republicano, ou se estão dispersos por todáparte. Eu cá tenho medo. Não é receio, é cagufa mesmo.

De qualquer maneira, vai ser engraçado assistir a uma campanha deste bando de estúpidos contra uma gaja. Apoiada por um preto. Cá pra mim, estão a fazer de propósito para enervarem o homem.

Giro mesmo, era se a Clinton arranjasse um vice Hispânico. Ou Asiático. Olha, podia ser o Costa! A carga de batatada que ia dar...

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Já o atual ocupante da Casa Branca, foi a Hiroshima. A primeira visita de um Presidente dos E.U.A. à cidade que os... E.U.A. limparam do mapa em 1945. Aparentemente, fizeram-no para evitar que a porrada velha prosseguisse. Consta que o discurso começou com uma pergunta: Porque estamos aqui?

E é bem visto. Afinal, porque estamos aqui? Não tínhamos já mandado isto pró galheiro aqui há atrasado? PelamordeDeus, chatos do caraças. 

Ainda assim, o Obama vai encontrar-se com alguns sobreviventes e o ato em si, na sua globalidade, representa um efetivo reconhecimento de que não foi uma coisa lá muito bonita. Como quem diz, xiiiii kejber kakilo rebentava mais do que dizia na embalagem? Ops...

Para lá do politicamente correto, ninguém me tira da cabeça que os sobreviventes têm uma secreta esperança que o homem pise cocó de cão num passeio qualquer. Tipo eu com o Peseiro. 

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O mais entusiasmaste poeta lusófono contemporâneo, tem performances agendadas para os Coliseus. É verdade, o autor de estrofes como:

"Ela é linda sem makeup
Ela é perfeita e quando se deita
Não precisa de makeup
Ela é linda é, ela é linda sem makeup"

ou

"Ela é linda, ela é special
Ela passa pelas outras tipo battle
Quando ela passa, ela sabe o que faz
Fica impossível não olhar pra trás"

Que força, que espontaneidade, que acabada parvoíce. A liberdade linguística, a rebeldia da sintaxe, os signos de um perfeito analfabruto. Já para não irmos à maravilha da temática: O encanto feminino, o poder da sedução, o profundo disparate sem ponta por onde se lhe pegue.

Infelizmente, devo fazer um reparo a este jovem Pessoa. Ia tudo tão bem, porque havias de plagiar a Floribella? Isso não é bonito. Ou como é que se explica isto?:

"Eu não tenho um tostão
Mas tenho amor no meu coração
E se eu te pedir a tua mão
Vai ser com um anel feito de cartão"

Epá, é descarado! Com que então és pobre em ouro mas rico em sonhos, hein? Mais! A Janinha que saiba que nome arranjaste e logo vês em que bela alhada te meteste. Ai rapaz, rapaz.

Sabes que mais? A moça que passa sem makeup, em vez de te partir o pescoço com um anel de cartão, havia era de te enfiar uma murraça nos cornos.  Tipo Brienne. A ver se te acordava os neurónios. Credo.

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O xôringenheiro do penta - que também é o único treinador que conseguiu perder dois campeonatos com o Jardel a marcar mais de 40 golos - deu uma entrevista ao Porto Canal. E voltou a inovar. 

Questionado sobre porque não convocou o André, respondeu:

- Eu??!! Eu não convoquei o André? Desculpe lá, mas há aí qualquer coisa que não bate certo. O que quer dizer com eu não convoquei o André?

- Atão poinão! Leva antes o cepo do Eder.

- O Eder??!! Tájabrincar! Eu nem jogo com ponta de lança. Vou meter dois avançados móveis, rápidos, com boa desmarcação, que possam cair nas alas, tenham técnica, concretizem bem e saibam combinar com os médios. Um deles é Madeirense, senão tenho a D. Dolores à perna. Deus me livre.

- E o outro era o André!

- Qual André?

- O Silva.

- O Silva joga à bola?

- Não pá! O André Silva!

- Ah, esse. Pois que não sei, não conheço. Uma vez até combinei ir ver o moço, mas deu-se o caso de o Peseiro ter lixado aquilo tudo.

- Por um jogo? Foi por isso que não o convocou?

- Vamos lá ver, não fui eu que não o convoquei. Tudo somado, quem não quis o rapaz foi o Peseiro. A culpa é dele, está claro. Se não era darem-lhe uma carga de porrada, hein?! Campino dum cabrão, pá.

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Soundtrack to Friday: Beat'em now!

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Obrigado! E um PS para o Lápis. (Atualizado: Comunicado do FCP)




Não sei quem terá sido o brilhante estratega, mas desde já quero agradecer-lhe: Pá, obrigado suíno. Estamos perante uma espécie de Helton a apanhar Sol, e bonés, no Vale do Jamor. Por aqui, fique desde já dito, o jornal "A Bola" é o primeiro destaque, positivo, da época 2016/17 do nosso FCP. Agarrou numa notícia do DN, que se lembrou primeiro, e deu-lhe palco, tornando-a incontornável. Obrigadinho meninos, muito, muito obrigado. Honestly.

Estou certo e seguro que a ideia dos moços era dar mais palha aos burros, meter mais lenha na fogueira, encher de pontapés quem está no chão. Mas lá está, às vezes só queres que a bola não entre na tua baliza e vem de lá um trio de vacas espantadas - vénia ao Anónimo - e arranjam maneira de fazeres um golo. E porque é que eu acho que é esse o caso? Porque as hipóteses são poucas e todas convergem no mesmo sentido: União e Responsabilidade. Por fim, no fim, União e Responsabilidade.

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Hipótese 1

A questão é um mero rumor, utilizado para escarafunchar as feridas provocadas por três anos de seca extrema. A intenção é meter mais areia na engrenagem e dividir definitivamente a Nação Portista. De bónus, pode ser que ainda se arranjem chatices na Administração.

Pumbas, oportunidade de ouro para o FCP fazer um brilharete. E é tão fácil. Já sei que vai andar toda a gente a pedir rapidez na resposta e é já. Ontem, ohfaxabôr! A mim não me interessa assim tanto se é hoje ou daqui a uma semana. Claro que prefiro que seja depressa, mas o mais importante é a forma.

Perante este autêntico penalty, se a Administração está de facto coesa e pronta para a briga, basta meter chicha lá dentro. É que nem guarda-redes lá está. Veja-se:

Apresentação do treinador do FCP para a próxima época, seja ele quem for - incluindo o Peseiro, Deus me valha. O Presidente, o Antero e o Reinaldo. Os dois primeiros apenas bastariam, mas a bem da congruência, para mim era ótimo que fossem os três. Afinal, o Presidente disse que no futebol ele decidia, consultando os outros dois. Apenas eles! 

E pronto, de uma penada estava respondida a questão de quem decide e influencia, quem é que treina e esclarecido o nível de compromisso e coesão da Administração. Acrescentava-se um discurso virulento contra quem quer dividir o FCP, exortava-se a Nação Mais Forte à união e vivia-se um momento intenso de Portismo. Call to arms. À custa d'A Bolha. Lindo!

O tempo importa-me menos, porque não podem ser estas noticias a apressar decisões ou negociações. Espero que se saiba já quem é o timoneiro, novo ou antigo. Mas se não se sabe, não se precipitem decisões por pressão externa. No entanto, ainda não estar claro seria mau sinal.

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Hipótese 2

Trata-se de um facto verdadeiro. Existe uma profunda divisão, impulsionada pela interferência de um tipo que não tem nada a ver com o FCP. Tirando ser adepto. Se calhar.

Pumbas, não há remédio senão por tudo em pratos limpos. Das duas uma, ou o Presidente enxota o filho pródigo, porque considera que isso é o melhor para o Clube - e é!; ou o Presidente enxota o suposto delfim, por convicção de que é na família que se encontra o devido conforto e o melhor conselho.

Na primeira possibilidade, voltamos ao teatro da "Hipótese 1" e é uma festa. Na segunda, fica claro para toda a gente de quem é a responsabilidade da escolha e quem temos, efetivamente, que avaliar a cada passo. Espero que possa, neste cenário, haver à mesma condições para conseguir a União. Porque a batalha será árdua. Mas creio que passaria a ser a batalha de um homem só. Mais o seu rebento.

Either way, seria tudo claro. O que é fantástico, menos para a malta que se diverte apenas a dizer mal e a levantar suspeitas e o catano. A ironia de ser A Bolha a dar cabo da vida a gente desta é deliciosa. Lindo! 

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Há uma terceira hipótese. Mas recuso-me a ponderá-la. A menos que me obrigue, Senhor Presidente.

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PS. O primeiro, segundo e último responsável por todas as decisões da Administração do FCP é o Presidente. Ontem, hoje e nos próximos quatro anos (por acaso acho que serão dois, mas isso são outros quinhentos). Nenhuma duvida quanto a isto e creio que concordamos. 

Assim como mantenho a plena convicção de que é exatamente por isso que deve estar onde está: No topo da estrutura. Onde começa e acaba a Responsabilidade.


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18.00H

O FCP reagiu. Fê-lo de forma rápida, e vamos aceitar que esclarecedora, reafirmando a nula importância de Alexandre Pinto da Costa, a liberdade de pensamento no seio da Administração e o compromisso quanto à coesão da mesma, uma vez definido o caminho.

Como está claro no que antes aqui se disse, não seria desta forma que eu o faria. Creio mesmo que se tratou, antes de mais, de responder depressa, mais do que aniquilar o assunto e fazer dele um degrau do que se espera seja a nossa escalada de volta ao topo. Mas desconheço, evidentemente, os constrangimentos e os detalhes em torno das decisões, que podem impedir que elas sejam anunciadas neste momento. Tudo bem, digamos que assim também não está mal.

Uma coisa, no entanto, me preocupou. Há ali a utilização de um futuro que me deixa de pé atrás. "...Do salutar confronto de ideias sairá uma política...". Honestamente, fico preocupado se ainda não existe uma definição inequívoca de qual é a política "que por todos será executada sem quaisquer dúvidas ou constrangimentos". É só uma maneira de dizer, não é gente? A esta hora, todos vocês sabem muito bem o que há a fazer, pois sabem? Aliás, já estão a fazê-lo há algum tempo, pois estão? Ou estamos a acordar já atrasados?

Pelo contrário, e apesar das zonas cinzentas do comunicado, fico muito agradado por constarem as "assinaturas" dos quatro Administradores. Todas abaixo e submetidas à do Presidente. Afinal, o homem que terá que indicar o caminho que os outros seguirão, sem dúvidas ou constrangimentos.

Outro ponto a favor: A terceira hipótese não se chegou a colocar. Não houve um ensurdecedor silêncio, culminado com...nada.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Falar claro (Links do André corrigidos)



Eu gostava de dizer que foi bonita a festa, pá. Que, independentemente do resultado e de quem levou a passear o caneco, o cunbíbio é que conta e a partilha de Portismo e a Paixão. E o Capela e o Xistra, já agora. 

É evidente que isso é tudo maijómenos verdade. Mas nunca aquela estrada se fez tão longa. Nunca o sorriso me tinha saído tão amarelo. E adoeci do ar condicionado. Uma viagem tão má, que cheguei a temer que abria a porta de casa às quinhentas da manhã e dava de trombas com a minha mãe, em pé no corredor, a dizer baixinho: "Isto é que são dez da noite, hã?". E procedia a enfiar-me duas lambadas. À segunda, por norma, já não acertava. Desvio-me bem de caraças. E também me safo a correr.

Apesar de tudo, sinto que devo falar claro, para não sobrarem dúvidas:

A) Não há treinador que resista a dois golos daqueles. Daquilo, o Zé não tem culpa nenhuma. E nem comecem com a lengalenga sobre quem escolhe os guarda-redes e blabla. Sabem bem que toda a gente - tirando o Tavares - achava lindamente que fosse o Helton a jogar. Aliás, quantas vezes, até ontem, andaram a defender que o Espanhol não vale um chavo e coitado do moço da viola e assim? Incluindo o Tavares.

Portanto, o Zé não ficou pior ontem, por ter perdido. Já era mau em antes.

B) Quando defendi que JL tinha chegado ao fim da linha , fi-lo por achar que as tropas dele já não queriam pelejar ao seu lado. Vi tudo a ser feito à risca, como definido antes, mas sem alma nem querer. E isso não chegou para ganhar ao Rio Ave.

Ontem, conseguimos perder contra uma falta de comparência. Alguém viu os gueverreiros do Fonseca no campo? Na, isso eram pequenos estrumpfes cor-de-rosa plantados à entrada da área. Eu avisei para não exagerarem nos cogumelos. E ganharam-nos. Sem sequer precisarem de aparecer.

C) Diz que fui violento com o Josuézito. Até se pôs o catraio lavado em lágrimas e tal. Aposto que eram de mágoa de ver o FCP derrotado. 

O que tem que ficar claro, é que o Josué fez muitíssimo bem em atacar o aparador estilo Luis XV que ontem jogou a central. Fez ainda melhor em tirar-lhe a chicha e em espetar com ela dentro da Casa dos Frangos do Vale do Jamor (Música ao Vivo aos Domingos). Era o que faltava, jogar - e jogou porque pode - e fazer-se de esquisito.

Nem sequer me venham com a história da incompetência da SAD e rebéubéu. Existem regulamentos, cumpram-se. Não sejamos nós a arranjar as chico-espertices para os contornar. Nem a calar a denúncia quando vemos os outros a fazê-lo. Hey Salin, tass?

Portanto, não façam de conta que a culpa do segundo golo é do Antero ou do PdC. Pior ainda, não me tomem por parvo. Quem perde aquele tempo a ser substituído está cheio de ADN, sim. Mas não é nosso. Enrabe-se.

D) Ui que descobriram a pólvora! Por aqui já a tínhamos descoberto há uns tempos. Mesmo quando era seca. Quando mais parecia uma bicha-de-rabear. E, sobretudo, sem ser porque me caiu no goto. Fui convencido. Mas não foi ontem!

Felizmente já se tinha feito a convocatória, hein xôringenheiro? Ufa, alargue lá a gravata, safou-se de boa.

Para dentro, que se lembrem todos: Craque não se empresta! Nem se protege como se fosse uma gaja boa, mas quebradiça. Nem se escolhe a "altura certa" para lhe "dar minutos". Nem se assobia o treinador por não fazer a vontade aos meninos. Craque deste nível, põe-se a jogar. E agradece-se.

domingo, 22 de maio de 2016

Viagem na minha terra (Atualizado a verde de Monção) (Re-atualizado:Seca extrema) (Re-re-atualizado: Intervalo) (Re-re-re-atualizado no fimdos 120)

Estavam com saudades, poistavam? Eu também não. A ausência deve-se ao extraordinário - e para vocês inatingível - facto de...como dizer?...ter cenas e coisas para fazer. A vida, percebem? Haviam de arranjar uma, em vez de se porem a ler blogues parvos. Acho que iam gostar.

Mas para quem está absolutamente empenhado em perder tempo precioso aqui, espero que tenham muitos anos de vida. De modo a que não venham a pensar: Fuoda-se pá, tinha feito melhor em esgalhar uma, em vez de ter estado a aturar o Silva. Se alguém não está a compreender a mútua exclusividade das situações, espero que seja gaja. Se não for, por favor não me informe. Tenho um estômago quase tão sensível como a psique do Aboubakar.

Estou a caminho de Oeiras, na esperança de trazer para casa o primeiro caneco deste ano.

- E único!

Pois. Isto das pré-épocas baralha-me. O que interessa é que vou de excursão, à conta de um amigalhaço que me safou in extremis de ficar em casa descansado, com a família, a comer rojões quentinhos e a alinhar garrafas de verde de Monção. Dependendo do resultado, posso muito bem ter que enfiar um banano no tipo.

Para já, está tudo a correr muito bem. Tirando o facto de isto ser uma camioneta para anões. A julgar pelo espaço para as pernas.

Mas pronto, a malta está animada e parece tudo muito bem organizado. Muito embora tenha acabado de passar por casa. Parece-me estúpido fazerem-me andar para trás e para a frente a esta hora da manhã. Podiam muito bem ter parado à minha porta, carregado o farnel, dado comida ao gato, posto o cão a mijar, posto o lixo ao lixo e tirado um café ao menino. Entretanto eu ia-me levantando. Enfim, talvez não tenham noção de que vai aqui uma estrela. Ou então estão a cagar-se para mim.

Olhem, tenho que ir. Arrancámos há uns dez minutos e temos que parar. Para café e assim. Credo. Vou dizendo coisas ao longo do dia. Enquanto estiver sóbrio e tiver bateria. Ou então não.

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Orda bibão. Son duas medos um quardo. Cubete de rojão e um lidro de berde debois, debo dzêrbos que chiguei. Son e salbo.

Pordecá a festa bai de bento em coiso. Tirando o axepeto do modorista estar com garrafa e meia dabanço. Majeu bou reduzir a diverença. E é já.

Num sei purquékesta malda da moirama fez dois campos da bola. Aliás, padece ké tudo a doberar! Coisas. 

A cunfia está em máximos histeóricos. Eu, pordixemplo, acabo dapostar que ganhamos cincazero. Com terês golos do Berahimi. Majáduvidas?

Até já. Fui. Puuuoooooorrrrrtoooo!

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O problema é que falta uma hora para isto começar e está um calor fodido. As cervejas e o verde estão lá fora e eu estou já a torrar num topo do municipal da Cruz Quebrada. Filha da puta de sorte.

Felizmente há um argelino a zelar pela minha sorte. Tajóbir oh filhadaputa de mouro?

A propósito, deixa cá ver se o Pesudo não se lembrou de me foder de vez. Salvo seja.

Anyway vai Puoooooooorrrtoooooo!

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Ao intervalo, estamos a esmagar o Braga por 0 a 1. Sim senhor, um belo Braga de ataque, como o que jogou contra lampiões e lagartos: Todos ao ataque, fechadinhos lá atrás. Como de costume.

Eu não tenho dúvidas. A culpa é do Lopetegui. E do Casillas! E minha, pois claro. Felizmente temos o Helton. E assim, pode ser que marquemos cinco na segunda parte. Oxalá.

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Seja qual for o resultado desta merda destes penalties, vou mandar um SMS:

Zé,
Obrigado. Agora, põe-te nas putas! Leva contigo o Josué. Pelo caminho, enraba-o com uma navalha de barbeiro.
Abraço.

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A quem por azar tenha acompanhado o relato deste dia, muito obrigado. Só não o digo de viva voz porque...já não tenho voz.

Sempre Porto.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

O Tempo da janela



Deve ter passado muito tempo desde o último cigarro nesta janela. Não que estranhe o local, nem a sua paisagem imutável. Tudo permanece familiar, mesmo o facto de saber o cenário muito menos bonito do que o vejo. É quase certo que uso um sentido diferente da visão, neste lugar. Ainda que mantenha uma sensação de prolongada ausência.. 

A verdade é que está escuro e os esparsos candeeiros públicos não iluminam mais que a rua estreita. Nem tenho a certeza que se veja sequer o tanque, embora eu repare nele. Porque sei onde está, como está. Improvavelmente estando, tantas Luas refletidas nas suas águas paradas depois. Ou terá sido ontem?

Uma parte de mim, fora deste casulo - eu, a janela, o brilho do cigarro a queimar - sabe quanto tempo foi: A volta completa de um planeta imperfeito à estrela que o consumirá. É apenas uma questão de contar os dias. Em centenas para estas fugazes criaturinhas, em milhares de milhões para os astros imponentes. 

Ai mas passou tanta vida neste curto ano. Tanta que não a consigo dizer toda. Falta ajustar contas: Sei que esmurrei um velho instantâneo no espelho; abracei-o para que nos pudéssemos confortar, assim abandonados à sorte um do outro. E os braços não caíram e as gargalhadas não se calaram. Contigo ou por ti. Sem quereres, por mera natureza de seres mais que apenas humana. Sem saberes ou acreditares.

Fecho as portadas da janela, encerro o ano. Prometo-me que amanhã, tu ainda a dormir, voltarei a abri-la e o tanque e o mato alto e a roupa a corar me darão os bons dias. Estará Sol e eu terei os óculos postos. Passou tanta vida pelos meus olhos que se gastaram.

Por cada degrau da escada íngreme, descido de olhos fechados, uma promessa de Eternidade: Na tua mão, pode passar a vida que for pelos meus anos. Tudo o que me for roubado me será devolvido em dobro. Obrigado.


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Soundtrack to a night at the window: Therapy.

sábado, 14 de maio de 2016

O jogo das diferenças

O povo sai para a Avenida, de martelinho apitante em punho, a fazer de alho porro. Os petizes lambuzam-se na gordura das farturas acabadas de fritar. Ali mesmo, de repente, qual estágio para o Santo que se aproxima. 

Toda a gente sabe que vai aparecer aquele senhor, mais o seu carro decorado, camuflado pelas cores que engalanam a Alma: Azul e Branco, como o Sangue, a Paixão e o Céu. 

Transborda a alegria nos abanões aos automóveis que descem lentamente os Aliados. A turba sem classe social, sem profissão determinada, una no grito audaz da voz de todos nós.

A roulote das bifanas estaciona debaixo do viaduto, no local já marcado dos seus pneumáticos. Em casa. Há bandeiras e cachecóis e cachorros manhosos e até cheira a castanhas. Já quase Verão. 

Canta-se na Praça, como se fosse uma bancada. E nem jogo precisa de haver. É uma Nação que se festeja e se abraça. As estrelas acenam, de cima, das varandas que lhes abrirem. 

Mas o herói está cá em baixo. Ombro com ombro com outro soldado, heróis todos. Não se dão as mãos, talvez por pudor aos calos ganhos nas trincheiras a que os condenaram, mas dão-se os espíritos: Tu és meu irmão, hoje.

E sim, pode ser que a velha, muito velha, carteirista, tenha uma noite ainda melhor que os outros. Releva-se. O Porto é Campeão, carago!

...

O trânsito será cortado a partir da hora Charlie, roger. Nessa altura o perímetro tem que estar já seguro e as barricadas montadas, escuto. Ai de quem se esquecer de verificar que todo o possível armamento - mesmo o mais rudimentar e o menos plausível - foi retirado do local, entendido? 

São apenas cinco aberturas para se deixar escoar a multidão. Fortemente guardadas. Edifiquem-se umas torres em caso de necessidade. Toda a gente revistada antes de poder aceder ao espaço do altar. Ou da estátua. As escaramuças devem ser reprimidas pronta e vigorosamente. Todos em estado de alerta vermelho e prontidão máxima.

Comunica-se à população que o embarque só é possível após revista. Não usem mochilas. Não tragam comida ou água. O comércio, os serviços e os transportes estarão fechados, interrompidos, inefetivos, na zona de impacto. Caminhem calma e ordeiramente. Debitado em loop pela voz fanhosa nos altifalantes.

- Porra Xilva, extá outra vejafalar decha coija dojmortoch que caminham?

- Ui, houve um atentado na Capital? Caraças pá...

- Calma, pode ser só um simulacro. Vamos aguardar pela comunicação oficial. Onde ouviu isso, Silva?

- Em todo o lado.

...

Há bom e mau em todas as partes, toda a gente diz. Há melhor e pior, também. E ninguém nos explicou as percentagens, certo? Viva o FCP!

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Prato do dia: Empada de peru e o Totobola.


Confecionar uma empada de peru grandalhona, não é propriamente o zénite da arte para um mestre cuca. É até bastante simples, desde que, antes, se tenha feito uma perna de peru assada de estalo. Quer dizer, se o trabalho anterior for bom, não será a embrulhar a coisa em massa folhada, salvo seja, que se vai estragar.

É maijómenos como o Orelhas. Tão bem cozinhadas que foram as nomeações e arbitragens ao longo da época, que dificilmente lhe sai mal a empada no Domingo. Só se a deixar queimar. Mas eu desconfio que terá ajudantes de cozinha em número e qualidade suficiente para não correr riscos.



Pode, portanto, o Pedrocas ir passear descansado para o Colombo. Sem receios de maus encontros.  E poupar no aluguer do helicóptero.


- Oh Silva, ajude aqui no Totobola. Mas só nos jogos que interessam para alguma coisa. 5LB vs Nacional?

- 1.

Começa-se por desfiar, limpa de pele e osso, o que sobrar da perna do bicho. Enquanto se estala meia cebola e dois dentes de alho num fio de azeite. Semítico, o fio. Acrescenta-se um tomate muito maduro, descascado e sem grainha - como se querem os tomates - e feito em cubos. 

Para evitar trapalhadas, é melhor pedirem ajuda na parte do desfianço, não vá queimar-se o estrugido. Parecendo que não, um homem não tem oito braços, nem o dom da ubiquidade do Bruninho. Que tão depressa lança um comunicado como já está a publicar o octogésimo post calimero do dia. Ajuda é sempre preciosa.

Olha o Vitória de Setúbal. Se tem tido alguém que prestasse atenção aos detalhes, tinha evitado a bela pessegada em que se vai meter. Pior, em que vai meter a FPF  e a Liga. O que se deve estar a rir o Fiusa. 

Mas pronto, serenai meu Povo. Ou muito me engano, ou a coisa resolve-se tranquilamente. Com a ajudinha das Beiras.

- Setúbal vs Paços e Tondela vs Académica?

- 1 e 1.

Refresca-se o refogado com umas folhinhas de manjericão e um golo de vinho branco. E deixa-se apurar. No entretanto, salteiam-se cogumelos frescos laminados num pisco de azeite. Quando desatar a meter água como a defesa do FCP, junta-se o peru.

Ao molho de tomate, acrescenta-se um pouco do molho da assadura da ave e tritura-se. Como se fosse o cabrão do Norton de Matos aos manguitos no Dragão. O triturado. Bem feito que acaba na segunda.

- União vs. Rio Ave?

- 2!

Mergulha-se o conduto neste molho, qual Marcelo no Tejo; ou Estoril em Belém.

- Pois, já percebi, Belém vs. Estoril, X.

Junta-se bechamel, sempre a mexer, e deixa-se ferver, em lume muito brando, por uns minutos. 

Depois é só atirar com tudo para cima de uma placa de massa folhada e tapar com outra igual.

Agora, basta morfar a dita, acompanhada de uma salada de rúcula e tomate, com queijo e azeitonas. Mas é aviar à bruta mesmo. Cinco fatias de cada vez. Belo almoço.

- FCP vs. Tótós da Rotunda?

- CINCAZERO, pois claro!

Mas quem disse que isto é tudo cozinhado numas panelinhas? Eu não fui, credo!

...

While cooking: Turkey!


quarta-feira, 11 de maio de 2016

É uma Opinião, ohfaxabor!


Há muito quem diga que a opinião é uma coisa muito linda. Há também quem defenda que é uma coisa bastante democrática, porque livre. De uma maneira geral, toda a gente tem boa ideia da bicha. Da opinião, pois claro.

Pessoalmente, acho a Charlize mais boa que a opinião. E estou fartinho de ver gente a ter problemas graves à custa de opinar livremente. Outros são só mal educados. Sem esquecer os estúpidos. Um estúpido com direito à opinião é uma coisa grave. Como por exemplo, deixa lá ver, uma hemorróida. Mesmo que um gajo tente ignorar com muito afinco, diz que incomoda. Sobretudo ao sentar.

Considero que, mais que bonita ou livre, a opinião se assemelha muito à genitália: Cada um tem a sua e, mesmo que não lhe ache particular piada, defende-a com unhas e dentes. Estabeleça-se pois que, na verdade - porque é sabido que a Verdade passa bastante tempo na Tasca - a opinião é uma coisa do caralho. E da vagina também. Peço desculpa à Catarina Martins e a todas, e todos, as Bloquinhas, e Bloquinhos, por não ter escrito "A opinião é uma coisa da cona. E do pénis também". Tiques machistas. Shame on me.

No caso dos hermafroditas - ou serão as hermafroditas? Com esta gente um gajo fica sempre na dúvida - a coisa é capaz de se complicar. Será que têm sempre duas opiniões? E quem tem vinte opiniões sobre cada assunto, tipo eu e o Sousa Tavares, será um multifrodita da opinião? Raios, o que eu gramava de descobrir a minha vagina...

Isto era para quê? Ah, já me lembro! Para vos dizer que eu acho que, no fim do dia, a opinião de cada um se baseia num facto cientifico pouco investigado: O que me está a dar jeito. A gente põe-se perante o problema e a primeira coisa que pensa é: Ora deixa cá ver o que me está a dar jeito. 

E pronto, depois é só arranjar argumentos, com graus de parvoíce diferenciados, que sustentem a opinião. Ou seja, o que nos estiver a dar jeito. A espécie refinou isto a tal ponto que já o fazemos sem passar por estes estádios intermédios de consciência. É como o Aboubakar a falhar golos. O gajo já não pensa "Ah e tal, vou acertar antes num poste". Sai-lhe naturalmente. É o chamado automatismo.

O sucesso das opiniões de cada um tem tantas mais possibilidades de ocorrer, quanto mais o próprio acreditar que se trata mesmo de uma opinião. E não do que lhe está a dar jeito. Deixem-se de merdas, isso de ter opinião sobre coisas que não afetam o indivíduo opinante não existe. Porque tudo nos toca de alguma forma. É-nos inato tomar partido e associar, à velocidade da luz, qualquer facto com o nosso próprio interesse. Seja ele qual for. Parece um bocado cínico, eu sei. Mas hey, não fui eu que inventei a espécie.

- E eu que xempre penchei que uma Opinião era xervecha com grojelha...


...

Para não acharem que isto é um gajo amargo e zangado com a vida, com pouco para fazer e sem acesso aos seus sites favoritos - por força de uma trampa de uma firewall fascista e protopúdica - fui para a rua fazer investigação social a sério. Isto é, fui à concorrência tomar uns copos cujamigos.

- Estou fodido pá, agora vou ter que mudar o puto de escola. Merda maijómonhé, foda-se. Estava o catraio tão bem, habituado às professoras - e olha que há lá duas ou três que até eu me habituava - ao sitio, aos transportes, até da comida gosta, vê lá tu. Ele que é um pisquito a comer. Ainda por cima, aprende. Tem umas notas jeitositas e para a Maria é um descanso. Vêm estes palhaços cagar sentenças e pumbas, tenho que ir meter o miúdo no caralho mais velho de Escola pública a cair de podre. Lá se vai o acompanhamento, lá se vai o entusiasmo, lá se vai o sossego da Maria, lá se vão as quecas à hora de almoço. Se calhar até o futebol vai cucarago, deixa lá ver os aurários...

- Pois, que chato.

- Que chato, mas tem que ser mesmo assim. Olha lá, gosto muito do teu puto, mas a que propósito havia de andar a pagar para ele ter aulas com profs boazonas e isso tudo, enquanto o meu grama com umas velhas jarretas que as mais das vezes nem aparecem? Hein? Achas isso bem? É que é dos meus impostos que sai a guita. Dos de nós todos. Um gajo vai virar um fino à espelunca aqui do Silva, sem ofensa oh Silva - Toca-me no braço. - E uma cagalhésimo de por cento do que paga é para bancar as aulas de Sua Excelência o Príncipe. É muito bonito isso, é...

- Mas pagas o quê, oh palhaço? Pagas tanto como vais pagar quando ele estiver no mesmo pardieiro que o insurreto do teu deliquente, olha que merda.

- Sim, sim, agora vais-me convencer que as mordomias são à borla. É pelos lindojólhos do menino. Deve ser. 

- Não, estúpido. A diferença pago eu do meu bolso, estás a entender? Tu pagas a ponta de um corno, eu pago para o puto andar no Colégio. E acho muito bem que não pagues, era dinheiro mal empregue. Um gajo quando nasce burro e feio não há nada a fazer. Fazes muito bem em poupar a guita.


...

Ora, enquanto estes maduros se pegam à pancada, olhemos para a cunbersa à luz do nosso tema:

É provável que ambos tenham razão. Na verdade, neste assunto a opinião não conta para nada. É uma mera questão de ideologia. Acontece que, hoje em dia, dizer ideologia parece que aleija. Ai foda-se, disseste-me "ideologia" em cheio numórelha, queres apanhar? O problema é que temos uma classe de políticos que se move pela opinião, ou seja, pelo interesse. Ah poijé!

Havia de vir um senhor e dizer-nos: Pá, acabou-se a mama do ensino privado à conta do Estado. Há por aí muito boa escola onde meter os pirralhos, vão-s'amazéfoder. Querem Colégios, paguem do vosso bolso na íntegra. Quero cá saber se são melhores ou dão mais jeito ou assim. Azar. Pode ser que com a guita que pouparmos se consiga fazer uma Escola Pública em condições. A gente depois logo vos diz para onde é que têm que mandar os putos. 

Isto era bonito. Só que não pode ser dito, não é? Mas esta é a verdade. É uma questão ideológica. O que convencionámos chamar de "Esquerda", considera que o Ensino deve ser público, universal e gratuito. E todo igual. Nivelado por onde houver dinheiro para o nivelar. Mas como dizer isto? Pondo de parte a hipótese de abolir todos os partidos e tomar de assalto a Assembleia da República com um pelotão comandado pelos Capitães de Abril que sobrarem?

É que... como bandeira da Igualdade de Oportunidades - aaaaaaahhhhhhh - é muito pífio. Majentão só a malta com muita guita é que pode ter acesso ao melhor ensino, certo? Ando eu aqui a pagar para os meus cachopos terem o mesmo ensino que os moços do RSI, poijé? Eu até posso pagar um pouquinho mais, porque é que não posso ter melhor? Mesmo que não seja melhor, é o que eu quero. Cortam as pernas aos meus miúdos em nome de uma Ideologia? Porra pá, não digas "ideologia" que me ficam a doer os gémeos, chiça. Cá para mim estão a eternizar a desigualdade de oportunidades e a cristalizar no poder - económico, político, social - uma classe de privilegiados. Que é precisamente o que vocês querem, comunistas da treta, socialistas de fachada, assim-assins invertebrados. 

Ouch, resolvam lá isto. Complicado hã, xôr Costa? Mas a si kelhimporta, você faz um sorriso meio imbecil e recebe o Campeão nos Paços do Concelho e... Ai, espera, já não pode fazer isso. Caraças pá!

Era igualmente interessante que a oposição escolhesse alguém que pudesse dizer: Era o que faltava, então majandámos nós a arranjar maneira de financiar o Colégio da Tia Constança e agora vinham estes bardamerdas e estragavam tudo? E quem paga a muda da água da pi'cina olímpica? Para mais, já se percebeu que tudo em o que o Estado mete o bedelho dá buraco. Ou então dá merda. Ou então dá o Mário Nogueira, que é a mesma coisa. Pá, botamos o dinheiro nas mãos de quem sabe da poda, cada um escolhe o que quiser - ou o que puder pagar - e tá a andar. Mantemos aí umas capoeiras para quem precisar mesmo. De qualquer maneira, não é como se fossem dar grande coisa, né?

Naturalmente que passaria a ser impossível usar a defesa do Estado Social em campanhas eleitorais e afins, o que, tendo em conta que isto é Portugal e nós Portugueses, não daria jeito nenhum. É por isso que só falam de contratos, do Estado enquanto "pessoa de bem" e tal. Como se não tivéssemos já todos, em alguma altura, sentido o quanto o Estado é uma "pessoa de bem" e cumpridora. Bem fundo. 

Sendo uma mera questão ideológica - ui, isso doeu! - a verdade é que por esta via se premeia mais o mérito, se alarga a possibilidade de escolha de uma base mais vasta da população, se nivela por uma média mais elevada a qualidade, provavelmente. Ao mesmo tempo que se condena à categoria de "Excepção Magnifica Com Direito a Medalha e Filme no Youtube e no Telejornal", qualquer puto saído das classes mais baixas que obtenha sucesso. Não se pode assumir isso, pois não? 

É que não dá jeito nenhum. Uma merda.


...

- Olha-me esta vergonha, agora jogamos ao meio dia menos um quarto! Sem dar cavaco a ninguém. Mas isto aceita-se?

- A mim dá-me um jeitaço. Acho espetacular.

- Espetacular? Como assim? Achas bem que ignorem os sócios, os adeptos, a população de uma maneira geral, desta maneira? Achas normal sermos tratados como clientes sem direito a opinião? Isto é uma vergonha. Este aurário é estúpido, cheira mal e é provocatório. Não pode ser. Só se eu fosse um ganda palhaço é que compactuaria com isto! Como é que a pessoa pode almoçar à meia hora, com jogos a começar ao quarto para as? Não dá jeito a pessoas como deve de ser, desculpa lá!

- Olhe, meu senhor, - que eu não andei consigo na escola, publica ou privada - os miúdos da B fartaram-se de jogar a essa hora. Não correu nada mal. Para além de que, não andava por aí uma nostalgia dos dias passados a ver jogar o FCP? A formação, as modalidades, depois o futebol. Ou é uma mera questão de ordem das coisas? Parece-me bastante estúpido isso.

- Está a chamar-me estúpido?

- Não, você não, o argumento sim.

- Kejber um banano nas ventas?

- Manda lá! Anda, manda lá que já levas a sobremesa para o almoço. Deve estar na hora não, oh anormalóide?

Caaaaaaaaaaaaaaaalmaaaaaa pessoal. Não é preciso bater em ninguém, nem falar mal de quem quer que seja, nem inventar motivos para desancar a SAD. A uns dará jeito, a outros não. É apenas isso, como sempre. Ou seja, opiniões...


...

- A reler os Mandamentos, Senhor?

- Só o OITAVO, Pedro. Apenas o impossível oitavo.

- Impossível, Senhor? - Espantado.

- É. Não dá jeitinho nenhum...

segunda-feira, 9 de maio de 2016

E vão dois!



Sejamos simples e práticos, por uma vez, sim? Sem longas dissertações, pouca filosofia barata, nenhum pedaço de feitiozinho de merda. Consigo? É provável que não. Mas tento:

Passaram dois anos. E a Tasca está longe daquilo para que foi aberta. O que não é propriamente mau, porque também não perdeu de vista o seu propósito. O que nunca me passou pela cabeça é que estivesse a escrever um post de aniversário. 

Não porque tivesse um tempo de existência pré-definido ou algo no género. Apenas porque não podia imaginar que fizesse sentido informar alguém que tinham passado dois anos. Foda-se, já estou a complicar, não estou? É o seguinte: Não esperava que estivesses aí a ler esta porra, pronto. Tu. E tu. Sim, tu aí também. Oh, pois claro, sem excluir Vossa Senhoria. E Sua Excelência. E tu, gandamaluco. Mais vocês todos que não faço ideia quem sejam. Sendo poucos, que somos, são tão mais - e tão maiores - do que era suposto que fossem.

Então, tentei um exercício simples esta manhã, enquanto espalhava o meu espetacular gel de banho ultra-suave pelos muito definidos músculos do meu dorso - ou então é morcela de arroz assada: 

Fiz ao tipo que gere esta espelunca, que é apenas um dos Silvas que aqui mora, uma pergunta simples: E se fechássemos o tasco? 

Hã? Se fechássemos. Hã? Sei lá pá, passávamos a botar faladura num caderno ou assim. Isso é estúpido, para quê falar se não for para alguém ouvir? Mas agora somos cineastas franceses obscuros, que filmam para ninguém ver? Hã? Ou é só fitinha mesmo? Tipo, ah e coiso, agora venham cá dizer que não pode ser e assim. Tás parvo? Inseguranças pategas, nós? Sim, malta cheia de biceps e triceps e penticeps. É definidos, é. Tão definidos que fazem lembrar a estratégia de oposição do PSD. Eheh, estiveste bem agora. Não faças as pazes com o Brasileiro, não. Esta semana vai ser a malhar todos os dias. Boa! E exercício? Eheh, agora estiveste tu bem, seu traquinas. Acho que o sacana do gato anda a mijar nos vasos, isso é que é traquinice. É capaz. Será que se pode algaliar um gato? Credo, coitado do bicho. Oh, ao menos não ficava com cara de quem está sempre com vontade de cagar. Parece o Centeno. Eheh, mesmo. Ou enfartado até ao esófago, como o Vitória. Bahahahah, nem ao xôringinheiro do Penta lh'aperta tanto a gravata. Mijões pá. Os gatos? Não, os lamps. Foda-se, olhájóras! Qual era a pergunta mesmo? Hã?

Não é fácil viver comigo. E já faço isto há mais de vinte anos. Pouco mais. Trata-se pois de - mais um! - post inconseguido. Não foi direto, não foi simples, mais pareceu uma jogada de ataque do FCP de Lopetegui. Mas vai dar golo! 

A minha opinião é lei aqui, naturalmente. E na minha opinião, o melhor motivo para a Tasca ter sempre as portas abertas, qual peep show no Soho, é muito egoísta: Se neste tempo já acho que me trouxe tanto, quanto mais ainda vou ganhar nos próximos 20 anos? Xinapá, se calhar estás a esticar-te. Vinte? Não sei, parece um plano a longo prazo tipo pagamento da dívida pública. Eheh, bem visto. Falamos para o ano, sim? Combinado.


...

Obrigado a todos, pois claro. E quando digo todos, confesso agora os que me vêm à cabeça, pela exata ordem em que aparecerem (e não "em que apareceram", get it?):

Miguel, Jorge, Vila Pouca, Jorge B., Nuno, João, Ana, Carrela, Lápis, Anónimo, P.Torres, reine, Mr.Fighter, michael, João Moreira, Felisberto, Z., Papá, Imbicto, Mestre, Armando Monteiro, Mega, Reinaldos, Artur Matias, todos os Nomes, o senhor na barbearia que me disse "qual Lopetegui qual caralho. Irra, você parece aquele gajo da Tasca...", alguém que reproduz postas parvas da Tasca no Twitter, Senhor Monteiro da Silva, Berto, o velho dos sapatos e dos papeis, uma moça de olhos claros e o seu petiz, Cremilde, Mafalda, Maria Clara, Katy, Toni, a Santa Paciência e Infinita Compaixão do Senhor e a do Pedro também.

Não menos, a ti, de quem me esqueci. Certamente por culpa tua. E a todos os, não sei se muito poucos ou alguns, que por cá passam com regularidade e se deixam estar calados, metidos nas suas vidas.

Obrigado por uma estranha e inesperada experiência. Boa. Que, partindo de um local obscuro da ciberlândia, é real e palpável. Tanto que, dos acima referidos, alguns não sei se alguma vez vieram à Tasca e de outros tive noticia apenas uma vez. Mas ficou-me. 

Não Miguel, não disse (a)palpável. Mas podia. :)

Cheers!
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Por fim - porque as noivas se fazem sempre esperar - a Ti, por quem a Tasca se pariu, desculpa. Desculpa por não ser uma espécie de santuário. Espero que encontres as clareiras necessárias e suficientes. Sei que não Te surpreende, espero que não Te magoe. A casa é, antes de todos, Tua. Oh well, Tu que vives com os mais diversos Silvas - sua promiscua! - conheces bem as peças. Se algum Te zangar, avisa os outros. Dão-lhe cabo daquele canastro. Promise, hand on heart.


...

Soundtrack to Tasca's birthday: Dance me...