domingo, 29 de outubro de 2017

Bacanal de Roma Antiga



Por norma, sou o gajo que repara que a máquina da água tem uma fuga e está a pingar muuuuito ligeiramente. Perto de uma tomada. Numa festa temática: Bacanal de Roma Antiga. Já se vê que fico com pouca margem para partilhar qualquer preocupação, por falta de interlocutores interessados. Ainda assim, entre um par de mamas e outro, lá vou resmungando: ...ainda se dá um curto-circuito e isto vira é a Roma do Nero.

Muito de vêjenquando, alguém me diz: Pois claro fofinho, alguém devia ir tratar disso. Que não nós dois. Três. Oh, esta não pode ver nada, quatro, pronto. Foda-se, fecha a porta e traz a tequilla, não entra mais ninguém que o moço não é de ferro! 

Só que é. Oh yeah. Altura em que procedo a cagar-me para a chatice e faço uma chamada a pés juntos. Na mente desenrola-se um triplo mortal encarpado, com pirueta e meia, para o mar de mamas. E acordo. E a mais que tudo ri-se que nem uma perdida ao meu lado: Só fizeste meia pirueta. Que fail ‘môr. E não encarpaste lá muito bem...

- E uma moca de pregos, sabejokié, sabes? Ou queres que te explique?

É o drama de eu ser apenas cinquenta por cento de mim. A outra metade está comigo em todo lado. Tequilla corazón

- Qué si, papi.

Hã?

...

É neste espirito de party pooper, mesmo sabendo que, maijumavez, o timming é mau, que venho partilhar algumas preocupações convosco. 

           (isto dá para desligar, sabeis?)

O facto de o nosso treinador não ter gostado da primeira de ontem, agrada-me. Eu cá também não gostei. Já agora, não fiquei maravilhado com a segunda! E preocupa-me, se ele achar que aquilo chega.

Que o bom do Sérgio diga que é na paulada e no físico que nos devemos impor às Rotundas da vida, é uma cena que lhe assiste, por inerência do cargo. A equipa que mete a jogar é coerente com isso. 

O espaço de vinte minutos entre o golo do Abou e a primeira substituição, no qual os Rotundas podiam ter empatado - twice - é que  pode ser preocupante. A verdade é que não mudou assim tanto ao intervalo, para se pensar que íamos dominar completamente e terraplanar ojôtros, com dois médios apenas. Zero deles a conseguirem construir.

Também acho estranha a festarola que se armou à conta de uma suposta explicação. Só porque a mim não me faz sentido nenhum. Mas bem, eu sou o estúpido que viu o pingo. E  se cagou para ele assim que os pares de soberbos seios somaram três. 

Qual fogo, qual carapuça. Alguém está a tomar conta. De certeza. Bora lá!

...

Sim, apenas generalidades. Os detalhes podeis ler por aí. Ainda melhor, podeis inteirar-vos deles nesse autêntico Bacanal de ciência futebolística e parvoíce no geral, que é o A Culpa é do Cavani. Já amanhã.

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

A peneira e o Sol

Eustáquio “Marciano” Silva é o tipo mais distraído do Universo. Não se trata de um exagero, nem de uma figura de estilo, é mesmo assim e qualquer ciência - das exatas às mais obscuramente subjetivas - o poderá comprovar. De tal maneira que, uns minutos depois de o conhecerem, o grau de distração deste rapaz é a sua característica mais marcante. A que o define. Apesar de ser verde e ter antenas no alto da cabeça.

É muito comum, estando o bom do Eustáquio abancado ao balcão, clientes pouco frequentadores da Tasca perguntarem-me: Ele está disfarçado, poijé? E eu não sei sequer do que estão a falar. Quem? Aquêlali, o dajantenas, carago. Ah, o distraído. 

Portanto, não me admirei nada que a estas desoras da madrugada, o verde da pele ainda desmaiado do sono e as antenas em desalinho, me perguntasse entre dois minúsculos golos no seu café:

- Oh Silva, isto está a ferro e fogo, hein? 

Os incêndios, a moção, o Presidente, o juiz mais a sua moca, a Catalunha.

- Hã? Que se passa nisso? Há outras chatices? Não pá, estou a falar da bola. Não há jogo em que não haja porrada velha na bancada, carga policial, árbitros agredidos, pernas partidas, sei lá, trinta por uma linha. Poijé? Até tem o Parlamento que intervir.

...

Vejamos, não. Por ser “não” a resposta, é que não me juntarei ao coro indignado que procura explicar ao Presidente da FPF as questões relacionadas com claques e ilegalidades e legalidades e o caralho que o foda. Seria fazer o jogo dele. Deles. Só se eu fosse verde e tivesse antenas. Eustáquio não sou, de modo que, daqui donde estou, vejo tudo.

A maior ameaça ao árbitro, não chega por sms, chega por e-mail. A greve não é pelo estado das coisas, é para tentar arranjar um ruído que desvie a atenção. Para que se mantenha o estado das coisas. 

A audiência não é para debitar uma série de banalidades, com as quais todos têm que concordar. Ora a Paz no Mundo, a abundância em África, as criancinhas nutridas e protegidas, a proibição de se utilizar o termo fúcsia. Tudo coisas que fazem um Mundo melhor. De acordo. E quem não estará? É como com o bom comportamento nos estádios, a ética no futebol, a transparência na arbitragem e a proliferação dos homens de boa vontade. E de soberbas mamas, acrescento eu pelo meu punho. Que gosta basto de mamas. O punho. Hã?

Para grande tristeza geral, tudo isto não é mais do que um pedaço de verga, com uma pega e múltiplos buracos. Uma peneira, pois claro.

A verdade, como está bom de ver, é que o que se passa é o início da revelação de um poder tentacular - estava aflitinho para usar esta expressão bem catita - que pôs nos cargos os respectivos detentores, que os controla por e-mail, sms ou um simples olhar, como se faz com os putos. Já para o teu quarto Nandinho! Achas bonito, achas? Vai lá pensar em como vais resolver esta pessegada. Ou preferes que conte à mãe o que andas a dizer aos teus colegas de balneário, por sms?

O que aguardamos, são os resultados de investigações policiais, de buscas domiciliárias, de diligências que esperamos tenham sido feitas. Queremos, nós os que se preocupam com a bola, que tudo fique claro e transparente. Naturalmente sabemos, porque Eustáquio não somos, que isso custará muito do brilho, mormente internacional, que os Facadinhas desta vida ganharam. Well, karma is a bitch.

O meu caro Cavani Vassalo refere uma demonstração de poder. É isso mesmo! Não se esgota na visita presidencial à casa da Democracia,
                                                                 ( pausa para me mijar a rir )
                                                                                                             inclui a suposta greve de trazer por casa, o tradicional faz de conta mediático, mas também o colinho que mantenha o Nacional 5LBismo mais ou menos tranquilo. Isto é, o Polvo no seu melhor.

Só por profunda distração nos íamos agora dedicar a enfiar a carapuça que o Nandinho Facadas nos quis endereçar. Era o que mais faltava, estarmos a gastar energias em eunãofuis, quando devemos estar concentrados em todos os fostetu que ainda faltam. Este é o Sol. Deal with it bitches.

Há aqui um travo de desespero, isso é certo. Parece que reuniram todas as forças cefalópodes para uma grande - e derradeira? - contra-ofensiva. A ideia é mudar o foco, desviar a atenção, dispersar as tropas atacantes e procurar escapar vivo. Pelo meu lado, falhou. Estou a cagar-me do alto do Burj Khalifa para o que o shôr Presidente da FPF foi dizer para o Parlamento.

Tudo o que não seja investigar o poder corrupto que foi exposto, não merece um minuto do meu tempo. Mas merece um segundo. E em um singelo segundo, consigo dar um contributo maior para que tudo corra melhor, do que o Fernando das Facas em toda a sua dramática, mas vazia, apresentação aos dignatários da República. Que é malta que não tem lá muito que fazer, já se sabe. 

Olha, comecem por legalizar os que têm que ser legalizados. Ou extintos. Empenhem-se nisso e depois falamos. Pois, sim, eu sei que é complicado. Uma chatice mexer com o estado das coisas, não é? É muito melhor tapar o Sol com uma peneira.

...

Faz-me confusão a volatilidade do interesse mediático e público. Infelizmente, são sempre coincidentes. Pensar é como mudar o estado das coisas: parece que aleija um bocadinho.

Como acho que em maijum ou dois dias já ninguém quer saber do juiz e da moca, anuncio desde já que a TascaTV está a preparar uma Grande Entrevista com o próprio. O shôr juiz. 

Pois claro que aceita, quem é que não quer aparecer no mais importante canal de TV, de entre todos os que (não) se emitem a partir de uma tasca? Que é um blogue. Hã?

...

Soundtrack to Mr. Gomes: True friends stab you in the front!
                                                

domingo, 22 de outubro de 2017

Da (des)montagem de mobiliário


Há uma corrente que defende que a IKEA é, na verdade e essencialmente, uma empresa farmacêutica, com fortes e múltiplos interesses na categoria dos psicotrópicos. Será esta a razão subjacente ao intrincado método de montagem dos móveis low cost do gigante Sueco. Amarelo.

Aquilo que parece uma prateleira por tuta e meia, feita de cartão e que é só desdobrar e fica prontinha a receber as fotografias do batizado do cachopo, do casamento dos pais e de um tio secular que ninguém sabe já quem seja, revela-se todo um teste à capacidade de autocontrolo da pessoa. 

Mesmo que consiga descobrir qual é o lado de cima, o que não é tão fácil como pode parecer, o mais provável é concluir que falta a chavinha. Aquela que serve para apertar o único parafuso que, estranhamente, é suposto ser o bastante para segurar a coisa no sítio. Salvo seja. Não vale a pena porem-se a pensar que talvez haja uma lá por casa. Porque a chavinha é sempre uma cena única. Não é sextavada, nem em estrela, nem sequer das normais, para um parafuso simplório, com uma racha ao meio. Nada disso, que o Sueco é um bicho que não grama de dar azo a trocadilhos parvos de cariz sexista. E sexual.

A chavinha é única, para um parafuso único. E não existe. Talvez se tenha perdido ao abrir a caixa, pelo que se põe a família toda a desvirar a casa. Sem resultado. Pode ser que dê para apertar isto à mão, vamos lá tentar, que já se começa a ficar um bocado irritado. E o raio do catraio bem podia ajudar qualquer coisinha. Afinal, era ele o batizado. Não tarda apanha uma galheta. 

Tanta merda por causa de umas fotografias velhas, mais um tio que não interessa a ninguém, dass. Não me grites, quero lá saber do casório, é preciso dependurar um documento que nos lembre disso, é? Dizes divórcio outra vez e eu meto uma pouca de roupa numa mochila e zarpo daqui. Isso mesmo, vai lá tomar um Xanax, a ver se acalmas. E traz-me dois. No processo, dá uma galheta ao puto. E um Actifed. Lá está.

Pelo contrário, o móvel de fabrico nacional já inclui uns senhores, normalmente usando calças de cintura descida, motivo pelo qual se lhes vê o rego cada vez que se baixam. São os montadores. Do móvel, pois claro. Não é a cena mais sexy do Mundo, mas poupa uma data de chatices. 

A desvantagem é que para a pessoa se ver livre do mobiliário Sueco, basta arranjar um bebé e pô-lo a gatinhar pela casa. É sabido que os bebés têm uma cabeça descomunal, em proporção ao seu enfezado corpo, que tende a esbarrar contra tudo o que é esquina. Ora, qualquer toque na mesa de origem nórdica, e lá desabam as molduras pelo meio das peças em madeira contraplacada. Digo, cartão. Mas então não era uma prateleira? Ah, isso. Foi-se a ver, era uma mesa. Trocaram a referência. Ui, olha o que encontrei pai, a chavinha! Estava embutida numa das patas da mesa. A mãe pergunta se queres um Xanax. Pumbas, uma galheta nas trombas, para não ser insolente.

Já o mobiliário em madeira maciça - risos - carpinteirado à mão - mais risos - nas Lusitanas oficinas, é muito mais resistente. Para um tipo se ver livre de um aparador, é melhor começar logo por lhe enfiar um patarrão. Mas é de força. Aquilo abana, mas não cai. Momento em que se acrescentam mais seis porradas, de preferência com um machado de cortar lenha. Mesmo que uma não conte, as outras cinco devem chegar para desfazer a coisa. Salvo seja.

Olha, perguntem ao Sérgio Conceição e ao FCP. É malta habituada a ver-se livre de móveis.

...

Eu podia ser um bocado mais plasticina, lá isso podia. Em vez de maçar as pessoas com quantidades apreciáveis de disparate, como acima, fazia uma apreciação ao jogo e pronto. Quero dizer, moldava-me ao interesse do leitor, da maioria deles provavelmente. O que, é sabido, contribui para aumentar a relevância e, não menos importante, manter a DECO à distância. Seria muito menos divertido para mim, o que é motivo mais do que suficiente para me estar bem a ralar para o consumidor. Para além de que seria basto parecido com tudo o resto. Já sei que isso é excelente, porque põe o produto na linha da frente. E se for uma prateleira IKEA? Ui, não tarda, espanca-se tudo no chão. E seria tão monótono. Mas tanto. Nada divertido.

Ainda por cima, a capacidade de moldagem permitiria que me esquecesse. Podia muito bem fazer de conta que ter dito preto era maijómenos o mesmo do que ter dito cinza. Ou que a minha opinião era assado, dada a forma que assumia no momento; mas passara a frito, uma vez moldado a uma nova, mas passageira, realidade. Podia até dizer sempre cozido e pronto. Os cozidos são mais saudáveis, já se sabe. Mesmo que sejam morcelas e chouriços de sangue.

Não se dá o caso. Cada um é para o que nasce, paciência. Eu cá, parece que nasci lindo de morrer, nada plástico, e basto opinativo. Com grande dificuldade em abandonar a minha convicção, a menos que me demonstrem que ela está errada. Quem nunca? Se somarmos a isto uma parva mania de ser do contra - devo ser tãããão irritante. Hã? Qual Xanax, meu docinho? - damos com um gajo que gostou tanto do jogo de ontem do FCP como qualquer outro Portista. E que dele tirou as mesmas conclusões que, porventura, a maioria. Só que se senta do lado da bancada da imensa minoria que se está a cagar para a onda - olha a onda, olha a onda - e desata a dizer quais foram. Ai ca burro.

...

Então, grandes conclusões da demolição do mobiliário de Paços de Ferreira:

- O Iker é melhor do que o Sá.

- O Ricardo é muito melhor do que o Layun.

- O Herrera, em início de construção atacante, tem elevado potencial para dar cagada. Fora dela, é muitíssimo útil para o modelo adotado.

- Ter Corona e-fe-ti-va-men-te em jogo, é um luxo.

- Brahimi é o melhor jogador do FCP. E do campeonato. De muuuuitooo longe.

Todas as opções técnicas são legítimas e respeitáveis. Quando tomadas por quem de direito, são absolutas e inatacáveis. Infelizmente, para quem gosta de cenas muito submissas em nome da Nação, são sempre comentáveis.

Por isso, feliz da vida com um treinador que se tem revelado melhor do que eu o pintava, afirmo convictamente que nenhuma legítima opção técnica altera as conclusões expostas. Muito menos qualquer conferência de imprensa cujo substrato é deixar-nos de Alma cheia. Não é pouco, lá isso não, mas não é técnico.

Posso ter uma opinião? Posso? POSSO? - pumbas, porrada na mesa - Sem pedir licença aos treinadores e comentadores?

A propósito do que, devo dizer-vos,  gosto muito das conferências de imprensa de Sérgio Conceição. Quase sempre dou por mim a pensar: Nem mais! Por exemplo, depois do jogo de Leipzig, quando disse que perdemos sobretudo por termos cometido erros defensivos pouco habituais. Daquela defesa que ele decidiu alterar profundamente.

Ou ontem, quando afirmou alto e bom som que temos um grupo espetacular, de gente comprometida e de grande gabarito. Enfim, o contrário de um plantel curto e feito de restos, como alguém deixou transparecer em entrevistas dadas a media internacionais. Sendo que uma parte substancial do mérito disso - de sermos bons e melhores do que os outros - é do treinador. Ah poijé bebé.

...

Para o fim, a que considero a conclusão mais relevante do jogo de ontem: O FCP de Sérgio Conceição, e de nós todos, está um nível acima da competição Nacional que disputa. Somos de outra liga. Da dos Campeões. E tinha saudades.

Mas bem, não é como se já não o tivesse dito antes. Nem como se a maioria não tivesse já afirmado o contrário. Right?

...

Soundtrack to Mr.Silva: Honesty is my only excuse.

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

A Culpa é do Cavani - Strap, strap

Resumo de Leipzig: não jogámos um piço! Azul.

Agora que já todos disseram tudo, é natural que sintam que é tempo de, realmente, perceberem o que se passou em Leipzig. Nada temei, oh valentes, cá estão os imbecis habituais para trazerem uma abençoada chuva de sabedoria sobre as vossas cabeças, que ardem de ignorância. Ou então é uma resma de disparates, uma delas.
O facto é que, muito à minha conta e nas boas graças dos ventos Vassalianos, por fim alguém parece ter deixado de fazer de conta que o jogo na Alemanha, o propriamente dito, é que era o mais importante da última terça-feira. Digam lá o que quiserem, escondam-se na hipocrisia do "o que importa é a bola e assim", façam de conta à vontade. Por aqui, foi-se direto ao elefante: Será que o Lusitano de Évora é mais forte que "O Calipolense" Clube Desportivo de Vila Viçosa?
Infelizmente, concluiu-se que não jogam na mesma divisão, pelo que o assunto depressa se esgotou e tivemos que nos pôr a falar de outra coisa qualquer. Olha, e se discutíssemos guarda-redes? Boa! Lembram-se daquele que era muntabom? Opá, o Espanhol, pá. O que tinha um nome parecia uma loja de móveis. Quais Moviflor, quais caralho! Isso! Ikerea, esse mesmo! Que passou se com ele? Não sabemos, mas o Vassalo jura que viu um tipo, que trataremos apenas pelas iniciais SC para não se saber quem é, a apalpar a Sara Carbonero toda.
Como quase sempre, valha-nos o equilíbrio do nosso defesa central Italiano Bertocchini, para temperar o tufão de indignação dos outros estarolas. Desta vez, com direito a um momento de introspeção tocante e uma revelação pessoal que mais parecia a porta de um armário a abrir com estrondo. 
Deixem-se de merdas, vocês não conhecem suficientemente a legislação para saberem se me podem processar por publicidade enganosa. Inchem!
Enfim, é mais uma tentativa minha para arranjar maneira de ganhar a vidinha a fazer o que faço melhor: estar sentado a dizer alarvidades sem ponta por onde se lhes pegue. Vocês bem podem contribuir para isso, só vos fica bem. Basta terem 55 minutinhos de paciência e clicarem aqui abaixo. Isso, andem lá, não dói nada, reparem que o artefacto do amor tem ar de ser bastante macio...


Quem quiser continuar a ouvir pelo site, tranquilo, é só usar o leitor que está embutido no post de cada episódio. Quem ouvir usando uma app, seja iTunes, Podcast Addict, Pocket Casts, Podcast Republic ou tantas outras que por aí andam, pode encontrar o Cavani aqui:
Todos os episódios anteriores estão no site e no feed RSS, pelo que, como de costume, amandem as vossas postas para cavani@porta19.com!

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Para que lado é Marte?

Enche o balde, corre à eira, foge da fagulha, despeja a àgua, volta, enche o balde. Não respires, não desistas, foge da fagulha, despeja a àgua, volta, enche o balde. Corre à eira, até ficares sem beira, olha a fagulha que te apanha, larga o balde, volta. Pega na criança, arrasta a mulher, liga o carro, corre, corre.

O senhor secretário manda dizer que não devias deixar o balde, a senhora Ministra está extenuada, havia de tirar uns dias de repouso, meter uma baixa, mas faz-lhe jeito o dinheiro. O senhor enlutado lamenta que a estrada esteja impedida, as bermas um Inferno só, mas promete que não volta a acontecer. Sofre ele próprio, pois amigos seus de ocasião estão desaparecidos. Omissos.

A criança chora, a mulher grita, o fogo canta, ou será Dom Dinis que recita, qual Nero, perante a sua Roma mandada plantar? Ah, não é altura, agarra no cachopo, nos cabelos da mulher, corre, corre, larga o carro, foge da fagulha, não respires, não desistas, leva o balde, nunca se sabe. Como se corresses à eira, extinta, com uma pouca de água, inútil, vai aos trambolhões pelo meio do lume, antes que o fumo te cegue. Te seque.

Na improvável clareira do Inferno, os telefones não funcionam e os rádios avariaram, mesmo quando era preciso coordenar o salvamento. Diz que o Mundo vai rebentar e tu, já agora, gostavas de estar cá para ver. Parece que o Porto vai ganhar e tu, assim sendo, preferias estar no café a festejar. O petiz tem teste, a mulher tem trabalho, a eira é que já lá não tem nada. 

As televisões mudaram de canal e transmitem as passeatas de protesto, veemente, e gritos de ordem e exigências de dignidade. E aumentos de uns quatrocentos euros, 400. É o povinho que buliu e não mugiu, enquanto lhe vergastaram sem piedade o lombo com o austero chicote; e agora, uma folguinha nas costas, sai em alegre algazarra, reclamando a sua fatia do bolo imaginário. A maior de todas, essa é que é a justa, até deixar de haver bolo. Eira. 

O SIRESP falhou e nos walkie-talkies só se ouve os comentadores falhados, os duendes premonitórios, os sabichões que bem tinham avisado e os populares ávidos do direto, abanando concordantemente as suas cabeças. Distantes.

A rede social está inacessível enquanto a tragédia lavra. Gatinhos e cãezinhos amorosos estarão seguramente a ser deixados para trás, abandonados à sua sorte, quiçá escondidos nos restaurantes que frequentam. O drama suporta-se melhor em ambientes familiares. Poderiam as cabras, assadas, ter ido ao restaurante? 

O tempo que te sobrou para a imbecilidade, meu caro, aí agarrado de unhas e dentes ao cachopo e à senhora, que a eira já lá vai. E as cabras. E a casa. E o carro. Restou esta fuga da mente, uma espécie de descanso. O que daria a senhora Ministra por um momento destes.

Na cada vez mais mirrada clareira do Inferno, não há cibernética, nem cúpula de proteção climática, nem fusão a frio. Não há operacional, nem veículo, nem meio aéreo vindo do estrangeiro. Mas chove. Nem muito, nem pouco, apenas o suficiente para que estes três não se acrescentem a determinada lista.

Não respires, fica direito perante o Presidente, não chores, olha que está a dar na televisão, não protestes, há uma altura certa para tudo. Agradece ao senhor secretário, abraça o senhor enlutado, pergunta pela senhora Ministra. Que não veio, meteu, por fim, umas merecidas férias. Chega-te para lá, que têm de caber na fotografia os senhores que comentam e mais os diretores disto e daquilo, arreda, não tens uma eira para cuidar? Limpar mato? Depois admira-te se arder.

Um estúpido que fez tanto - não! ainda menos! - como os outros, puxa-te pela manga da camisa esfarrapada. Quer pedir-te desculpa por não te ter conhecido noutras circunstâncias. Antes de teres muitos e vários motivos para o mandares apanhar no cu. Desculpa.

Corre, corre, pega na criança, arrasta a mulher, foge daqui antes que venha a cheia. Para que lado é Marte?

...

- Já está, Senhor. - Com ar estranho.
- Muito bem, Pedro. Sei que discordas, mas às vezes tem mesmo que ser. Só aprendem assim, lembra-te do Egipto. - Triste.
- Sim, Senhor. Posso ir, Senhor? - Apressado.
- Pois claro, senhor Pedro, o Pescador, vá lá à sua vidinha. 
- Até depois, Senhor. - Em passo de corrida para a saída.
- Ah, Pedro, é verdade, mantém-me a par da queimada. E nada de disparates, como chuva e assim. Ainda me faltava estragar-se o plano de castigo por falha dos serviços.
- Sim, Senhor. - Sai a correr, comprometido. Bastante.

...

Soundtrack to wildfire: Burn it all!



quarta-feira, 11 de outubro de 2017

A Mesa do Canto: Farturas e vegetais (com Sedcas)


Pode ser da constipação, que nos zanga com a vida, mas o facto é que me sinto bestialmente farto. Assim de uma maneira geral, estão a ver? 

Farto do disparate hiperfeminista ou megaparvo, como preferirem, a histeria que por aí vai que pega em tudo e mais nos tomates do mudo. Pobre mudo. Agora também implicam com a depilação, como se eu quisesse saber. Por mim, podem andar alegremente a passear farfalhudos montes de Vénus, enacaracolantes buços e densos matagais pelas pernas abaixo, a ver se mimporta. Não tenho é que gostar, certo? Não estou a oprimir ninguém só porque prefiro que as vaginas não me façam lembrar o Artur Jorge, poi'não? Irrita-me que não ser assim, signifique instantaneamente que se é assado.

Farto da voragem progressista, qual Mariana de charro em punho, que parece encontrar sempre um novo limite para ultrapassar. Opá, eu acho muito bem que as pessoas mudem para o sexo que quiserem. Ou que o cortem rente, se preferirem. Até sou da opinião que deviam ser todos gajas, menos eu. Ia ter cá uma saída, nem vos digo, nem vos conto. Para além de que cobraria caríssimo, já se vê. Mas têm a certezinha absoluta que é boa ideia deixar putos de dezasseis decidirem isso em duas penadas? Pá, aos dezasseis é só de uma vez, certo? Para chatear o meu velhote, eu era moço para querer ter duas antenas e escamas. Púrpuras. Se calhar, seria melhor não me facilitarem a vida, não?

Farto de ideias tão felizes como "Francesinha Vegetariana". Não! Se é vegetariana, não pode ser Francesinha. É como se fosse verdade que se pode fazer um bitoque com seitan. Não pode. Arranjem outros nomes, não sejam Tonys.

Farto de gajos alaranjados e seus companheiros de paródias e mais aos seus artefactos rebentadores, que ainda nos mandam desta para uma qualquer, à conta da sua parvoíce. Pilas pequenas, sem dúvida!

Farto que se percam as pessoas em pequenas hipocrisias sem sentido. Foda-se pá, o boçal sou eu e estou alguns trinta mil anos à frente desta gentinha, em matéria de inclusão.

Cada um deve ser e fazer aquilo que muito bem lhe der na gana, em contando que não está a dar cabo da vida ao próximo e que já é moço para ter dois dedos de testa. E se quiserem ser gajas com tranças até ao chão nos pelos do cu, pois sejam. Com umas missangas, ainda vira moda. Se o que apetece mesmo é serem moços, mas vestirem saias e pintarem as beiças, mas com barba à lenhador, acho muito bem. A inclusão está muito próxima do não querer saber. E eu, muito sinceramente, não quero. Espero somente que sejam todos muito, mas mesmo muito, felizes, das maneiras diversas que escolherem. E que me deixem a mim fazer as minhas escolhas. Julgando-me tanto quanto eu os julgo pelas suas.

Não, não gosto de pelos. E não, não me incomodam os seus, cara senhora. Ai, desculpe, senhor. Não reparei. Agora despache-se que diz que isto está para ir pelos ares.

...

Nem de propósito, o gajo faz-me sinal lá da mesa do canto. Grito-lhe:

- Kékéres pá? Algum naco na pedra, em sangue, pode ser?

Ele sorri e vai-se aproximando. Quando pousa os cotovelos no balcão, atiro-lhe:

- Olha lá, porque é que um animal que não rumina, se haveria de abster de comer carne? Meu animal. 

Pensa dez segundos, o tempo suficiente para não me mandar à merda, mas insuficiente para inventar uma resposta que não sinta. Diz-me:

- Somos capazes de viver sem explorar ou condicionar outras espécies.

Acredito que não seja necessário um animal morrer para satisfazer um simples desejo do meu paladar. Não creio que este seja mais importante do que a vida de um ser consciente, inteligente, capaz de sentir dor, medo e expressar sentimentos como o luto ou a perda.


A opção de não comer animais por compaixão, é parte de uma visão do Mundo menos violenta, que não acredita na superioridade de uma espécie e que não crê que uma vida seja mais importante do que a outra, seja ela de outro humano ou animal.

Penso que fazendo este caminho, consigo transmitir à minha filha e aos que me rodeiam sinais de que esta opção tem mais vantagens para o planeta e para todos os seres que directa ou indirectamente condicionamos. Faz-nos ser mais conscientes e, quem sabe, talvez nos ajude a evoluir como pessoas, pois o denominador comum de tudo o que é vida deveria ser a compaixão.

Com Sedcas | Picture this by Sedcas

Este ruminante opta por escrever na ortografia antiga. Boi.
...

Ele nunca me tentou convencer a comer apenas erva. Nunca me disse que a opção dele o tornava melhor do que eu. Não falou uma vez em saúde, nem em emagrecimento. Só de compaixão.

Eu continuo a comer grandes postas à Mirandesa, deliciado. Mas há sempre uma opção vegetariana no menu da Tasca. Serve all, love all.

...

Soundtrack to these days: A word to the wise...

domingo, 8 de outubro de 2017

Distribuição normal da ocupação de mesas



É precisamente à custa da disciplina de Métodos Quantitativos II que, neste exato momento, olha em volta, perscrutante, sem canudo algum de que se possa valer. Por algum motivo, parece-lhe que se sentiria mais confortável, consolando-se num qualquer “ah mas sim, eu sei bem do que me estou a pensar, foram anos a queimar as pestanas”. Não se dá o caso, essa é que é essa. E apesar disso, faz sentido.

Quer dizer, devemos conceder que há gente que pensa nas coisas quando deita mãos à obra e empreende nestes mastodontes comerciais. Ao fim e ao cabo, é natural que não se tenham posto a atirar mesas para os espaços desocupados, a ver quantas lá caberiam. São até moços para ter um algoritmo que indique a proporção correta. Se não estética, pelo menos a adequada para escoar o previsível movimento de junk foodies.

Mesmo para um tipo razoavelmente iletrado, se torna evidente que existe uma certa lógica no movimento: aviam-se hamburguesas carregadas de múltiplos motivos para enfartes do miocárdio, enchem-se copos de papel de pedras de gelo e alguma água açucarada, atafulha-se o tabuleiro de guardanapos e tenha uma morte feliz, próximo; enquanto isso, alguém terá tratado de fazer valer o seu investimento no super-menu extra big large - com as novas batatas hiperoleosas, por apenas mais 0,75€ - e terá despachado essa quantidade apreciável de lixo bem saboroso, besuntado em salsa para patatas e ketchup. Levanta-se então - Ave  Caesar, morituri te salutant - e eis que abre o espaço necessário e suficiente para que se abanque o próximo receptáculo de gorduras bastante saturadas. O queijo derretido já a ficar sem graça, devido ao choque térmico.

Mas, estranhamente, não é isso que se passa. O que podemos ver é uma horda de esfomeados, tabuleiros na mão, a babarem, sabe-se lá se de fome, se de raiva, como os cães. É até um pouco assustador, vê-los de cabeça à roda, qual periscópio varrendo o horizonte do Báltico. Malditos Nazis.

Passados alguns minutos, a situação piora, à conta da pilha de nervos de se andar à procura de lugar. Ficam de olhos muito abertos e apressam o passo, dando ares de loucos perigosos, capazes de matar por uma cadeira. Aos poucos vão desistindo, seguram o tabuleiro quase ao nível dos joelhos, tristes e desconsolados. Vagueiam por entre as mesas, onde decorrem animadas conversas, como uma matilha de cães famintos, ainda que carreguem o seu alimento. Ou pior, como uma trupe de mortos-vivos. Credo. 

O inimigo opta pela antiquíssima estratégia da ignorância e do desprezo: faz de conta que nem os vê. Fazer que não se vê é, muito incongruentemente, como usar óculos. Quem é que vai desancar outro alguém que nem sequer o está a ver? Como quem diz: moço, percebo lindamente o teu desespero, sendo que eu próprio já passei por isso. Infelizmente, nem te estou a ver, porque até era rapaz para te arranjar um lugarzinho. De vergonha que tinha. Se te visse. Que não vejo. Olha, cortei outra fruta. É mesmo giro, o raio do jogo.

E assim chegamos a este magnífico cenário: os que detêm a comida, estão de pé à procura de onde se sentem. Os que comida não têm, estão tenazmente alapados às mesas, fingindo-se distraídos. Havemos de convir que há um certo sopro de justiça social. Marx havia de sorrir, notando que os que detêm a matéria prima estão longe de controlar os meios de produção. Também, iam produzir uma bela merda. Literalmente.

...

Se o pintassem daquela cor estranha que tem o bronze, diríamos um homem estátua. Perfeitamente estático, segurando o seu tabuleiro, metido nos seus pensamentos, apenas traído pelo leve roçagar da improvável gabardina, agitada pela deslocação de ar que o movimento das pessoas provoca. Subtil.

Embora a probabilidade da distribuição lógica dos indivíduos pelo espaço pareça, por motivos impenetráveis, comprometida, estranha a ausência de apetite da turba tabuleiristica pelos três mil e seiscentos lugares - assim por alto - na mesa mesmo em frente a si. Menos um, ocupado pela senhora gorda. No entanto, descomplexada. Dada a claramente intencional exibição de banhas e refegos, saltando alegres para cima das calças muito justas e por baixo do top que mal lhe cobre as massivas mamas. As unhas muito longas e multicolores, completam o ar festivo da sombra muito azul e dos lábios muito vermelhos. Tudo muito. Demais.

Escolhe um lugar, dois mil assentos de distância, não vá a matrona sentir que lhe invadem a bolha. Pousa o tabuleiro e ouve-se um apito, qual sirene a anunciar a hora de arrear da linha de produção. O povo olha-o. O som provém da mesa, o alvo guarda as mãos nos bolsos das calças:

- Uôi, oh morcom, num bês ketá ocupado? Sou pequenina, é? Salta majé daí, ai o carago.

Mais próximo, os olhos um tanto abertos de espanto, procura alguma informação que parece relevante:

- Ali, tão longe? A tantas cadeiras de distância?

- Olhameste, olha. Vamos ter chatice? Já num te disse ketátudócupado? - Olha em volta, os braços apoiados na mesa, o imenso rabo semi-levantado da cadeira. - Já aí vêm as pessoas, é irejandando daí prafora.

Um cachopo da mesma estirpe - em termos de carnes - aproxima-se, comendo alguma batata no seu ketchup. A distância para a senhora sentada reduziu-se na medida exata, como que predeterminando o desfecho. Ela berra de novo:

- Ainda aí estás? - Olha o rapaz. Grita: - Rolando, já te disse pra num lEmberjasbatatas!

Só quando sente a textura ligeiramente áspera dos canos serrados na têmpora, percebe que não é por se falar muito alto que se tem mais razão. Oxalá alguém lhe tenha guardado um bom lugar, lá do outro lado.

Os serviços de limpeza vão-se ver aflitos com tanto ketchup derramado.

...

As fugas nunca são muito atribuladas. Nem se fazem em passo de corrida. Dá tempo para ir pensando nas coisas do Mundo.

Ainda agora, por exemplo, o passo é estugado, mas tranquilo, fazendo esvoaçar as abas da gabardina. E pensa: Porque é que animais que não ruminam, haveriam de se abster de comer carne?

Ah, os Grandes Mistérios da Existência...

...

Soundtrack to big'ol lady: Save a place...

terça-feira, 3 de outubro de 2017

A Culpa é do Cavani - Todo assadinho



Ena, já saiu outra daquelas coisas do Cavani. Se não têm nada de muito, mas mesmo muito, importante para fazer, ponham-se já a ouvir. Se tiverem... Oh, caguem nisso - mas cuidado com as assaduras - e vão ouvir na mesma. Amanhã também é dia.

Se não estão com paciência nenhuma, ficam sem saber se os Jorges ainda acham que los gatitos do Campo Grande têm melhor plantel do que nós. Quer dizer, por aí também não valia a pena, porque andaram às voltas e falaram de tudo e mais dos tomates do mudo, mas não responderam. Maricas, a esconderem-se atrás do Sérgio Oliveira, pfff.

Também permanecerão ignorantes sobre  qual a equipa que calhou ao Jergo Juses quando ele queria apanhar o Chelsea. Well, em ouvindo não saberão na mesma, uma vez que a memória do Vassalo tem uma capacidade semelhante ao número de votos da Ágata na sua corrida à Câmara de Castanheira de Pera.

Para mais, ficam por fora do nível de Mourinhice do Sérgio Conceição. Ou acham que eu não ia implicar com merda nenhuma? Nem pensar! Implico e implico basto. Embora...fuck que primeira parte estrondosa hein? E não é que temos treinador em vez de gritador? 

Em suma, não ficarão mais sábios, mas ficam mais bem dispostos e a gente continua a pensar que vale a pena investir o nosso rico tempinho nisto da podcastinação. E o vosso também.

Despachem-se antes que esgote. Está pronto e todo assadinho. Trinchem-no como vos der mais jeito:


Ou mais singelamente, carregando AQUI.

...

A acrescentar à resma de disparates que podem ouvir nesta jornada do A Culpa é do Cavani, apenas um nome: Danilo! Que jogaço, moço.

Soundtrack to Danilo: MONSTER