domingo, 30 de abril de 2017

NESercise

Vá lá pessoal, é dar tudo até ao intervalo!

Isto é uma  roubalheira! Quem é que estes bifes pensam que são? Isto não é o Imperialismo dos Descobrimentos, meujamigos. Pensam então que é aqui chegar e palmar a Feitoria à má fila? Nem pensar!

Andam todos cagões, a anunciar aos quatro ventos que inventaram uma nova modalidade e mai'nã'seiokê, quando basta a pessoa ter meio dedo de testa e percebe logo que é tanga? Opá, poupem-me. Nem o Tiago Antunes mente tanto, credo.

Acreditam que os Ingleses nos querem fazer crer que um tal de Lloyds inventou o Napercise? É preciso ter lata, não é?

Jovens hooligans, quem introduziu esta mania a nível Mundial, foi o FCP! Mais precisamente, o nosso estupendo treinador atual e, provavelmente, futuro. Fiquem sabendo, bifes dum cabrão, que o nome correto da coisa é NESercise. Se bem que já andasse a ser cozinhado há umas épocas, mas com sotaque basco. Majagora está no ponto.

Consiste esta coisa em tirar uma sestinha de 45 minutos. Lá está, ainda agora tivemos uma sessão de exibição em Chaves. Correu tudo muito bem, tirando o Otávio, o André, o Ruben e o Soares, que se portaram muito mal na primeira parte do exercício. A da sesta.

É tudo muito simples:

• A malta passa a semana toda a treinar com afinco e a dormir mal e porcamente. Quando chega ao fim de semana, estão derreados e cheios de soninho. Isso de o coração voltar a bater, é para a bancada.

• Posto isto, faz-se um aquecimentozito para queimar a energia que resta e pumbas, tudo a dormir. Por exatos 45 minutos.

Vão agora convencer-me que a duração da sesta é coincidência, não? Oh palhacitos, eu não nasci deste tamanho. Embora já fosse bem bonito.

• Passados os três quartos de hora, os cachopos têm outro quarto para se esticarem e irem acordando aos pouquinhos. Depois, mais um mini-aquecimento para desenferrujar o músculo e ala para o trabalho. O a sério e que já está, naturalmente, atrasado.

...

Aliás, o NESercise é tão popular que já se pratica de forma transversal à sociedade. E de formas muito diferenciadas. Inchem bifes!

Por exemplo, ojárbitros praticam o chamado NESercise Seletivo. Ou seja, fazem uma sestinha consoante a cor da camisola. Umas vezes a dormir, outras de pestanola bem aberta. Olha, o Hugo Miguel ainda agora estava a dormir, como logo a seguir já tinha acordado.

O importante é a pessoa retemperar as forças e sentir-se f'esquinha e pronta para a labuta diária. Quando, como ou a que propósito se põem a dormir, não interessa nada.

Inclusivamente, é Português o mestre da periodização tática da sorna. Trata-se de uma corrente que defende que se deve partir choco sempre em prol do tetróbjetivo último. Ou seja, nada de adormecer na parada, a menos que isso contribua para a prossecução do desígnio nacional.

Falo, está claro, do xôtôr Meirim, que umas vezes parece uma coruja com uma overdose de Red Bull; e noutras hiberna convenientemente durante o tempo que for preciso. Ganda urso.

E vamos mais longe, sendo múltiplos os exemplos de prática desta modalidade no solo pátrio: Os políticos, tão despertos na oposição e sempre a nanar quando lhes toca a governar; ou os media, sempre tão atentos a uns e tão dístraidos quando toca a outros.

Por isso, deixem-se os bifes de merdas, que nisto das sonecas ninguém chegou primeiro do que nós. Blablabla Napercise. Pfff, tábem tá, oh tempo que andamos a dar nisso, dear.

...

Para não pensarem que ando a dormir, aqui ficam três nomes, por ordem de necessidade: Rodrigo Battaglia; Matheus; Krovinovic.

Até o meu, o teu, o nosso Luis há-de concordar.

...

Soundtrack to nap: So much to do...

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Resumo da semana: Cães

3 membros de uma raça potencialmente perigosa

Tenho dificuldade em compreender boa parte da mania com os bichos. Aquela que me soa a léria. Que seja "boa parte", explica o meu grau de irritação. 

Um lindo dia, estão todos a publicar fotos de leões a abraçar tratadores, como exemplo tão - oh, mas tanto! - fofinho de que os animais - eles, esses, essas coisas, como se nós fossemos vegetais - têm sentimentos e enternecem uma pedra. 

No dia seguinte, indignam-se com os cachorros de raça potencialmente perigosa. Era matá-los a todos, antes que acabem com as nossas criancinhas. Se a pessoa quer criar animais, arranja uma capoeira ou compra um hamster. Opááá, são tããão kiduchos, com as suas dentolinhas e sempre a correr naquelas bolas e assim.

Eu cá, acho que se esquecem de coisas importantes. A primeira das quais é a evolução das espécies, que nos permitiu - há horas de sorte - ser os donos disto tudo. À conta de controlarmos o instinto, somos o topo da cadeia alimentar. Deal with it. O facto de isso ir acabar com o Planeta, não muda nada.

Depois, esquecem-se que o leão que abraça não tem muita fome. Senão, comia. E também se esquecem que potencialmente perigosos são os estupidos com cães. Como não vamos abater os moços, continuaremos a ter crianças mordidas. E a viver com o peso relativo de abatermos os cães, por inerência da nossa condição de espécie dominante.

Por outro lado, se somos uns bichos que querem agarrar em outros bichos e fazer deles membros da família / brinquedos temporários / guardas / agentes inibidores da cobardia / coisinhas fofas até que desatem a cagar no tapete da sala - riscar o que não interessa - já devíamos saber que haverão mordidelas. Pá, é uma coisa que os bichos fazem, isso de morder.

No fundo, sempre desconfiei de quem diz pérolas como "quanto mais conheço os homens, mais gosto do meu cão". Imagino sempre eremitas, a viverem com o animal, já meios taralhoucos por obterem sempre um ão como resposta a qualquer pergunta. Por mim, sejam felizes a fazer lá o que fazem com o pobre canito. Não deixo é de achar que antes de se terem desgostado das pessoas, não havia quem os aturasse. Sobrou o cão.

Porque gostar dos animais é mais fácil do que gostar de pessoas. Os animais não desiludem, não traem e, mais que tudo!, raramente discordam, nunca questionam e gostam da pessoa mesmo que ela seja uma besta intragavel. Daquele tipo que gosta mais de bichos do que de pessoas, estão a ver?

Eu admito que possam achar um ou outro cachorro mais interessante. Até condescendo que se possam formar pares com relações simbióticas. Tipo, um cão-guia e o Stevie Wonder; um São Bernardo e o João Garcia; um Grand Danois e a Alexandra Lencastre. Hã?

- Ai Piloto, aiai... - Diz ele, de olhos nas palavras cruzadas, com o seu tom delicado e os tomates apertados na lingerie Intimissimi. 

Hã?

Nota: Eu tenho dois bichos, um cão e um gato. Sou uma espécie de PS no que diz respeito a ambos: Quem se mete com eles, apanha! 

Nenhum é um Grand Danois. Azar, Xaninha. 

Hã?

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A verdade é que não há nada como falar diretamente com os envolvidos, para esclarecer todas as questões e se perceberem as múltiplas nuances de cada assunto. 

Só mesmo a Tasca é que pode fazer isso, porque os media não estão lá muito interessados na multiplicidade de ângulos. Escolhem um e fazem dele o absoluto. Dá menos trabalho e mais audiência. Como dizer que se gosta mais de cães do que de pessoas.

Por isso é que fui falar com o tipo que tem um cão que mordeu uma catraia. Até porque, pelos vistos, foi tipo um surto vírico noticioso. De repente, estava o país posto a ferro e fogo pelos cachorros. Tudo o que mexia, levava a sua dentada.

- Yo mábrô, tass?! Olha lá palhaço, então tu piras-te?

- Oh Silva, tás maluco? Havia de ficar lá, não? Não te informas, depois vens com perguntas parvas. Não há pachorra!

- Hã?

- Pois pá, não te disseram que andava lá um cão mei'malucamorder? Querias que ficasse no perímetro a ver se levava alguma dentada, era? Eu não! Chiça, que desde petiz que tenho cagaço aos cães. Quer dizer, respeito.

- Mas o cão é teu, oh estupido!

- E lá por isso fica com os dentes menos afiados, é? Ou com menos força na mandíbula? Ai não, espera, como o cão é meu, devo ter desenvolvido um esqueleto de Adamantium. Woohoo, sou o Wolverine! - Dá um salto, de punhos cerrados.

- Mas fugiste COM o cão, oh anormal!

- Não pá, o cão é que foi atrás de mim. Havias de ver o que eu corria à frente, a ver se ele não me chegava. Todo borradinho que ia, Silva.

- Cobardolas. 

- Grande novidade. Porque é que achas que arranjei um cão daquela marca?

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Um pequeno, praticamente negligenciável, incidente, quase manchava o jogo que ligou todos os Portugueses. Mais uma vez, abençoadíssima mãe que me pariu noutro Continente. Fez-me apátrida - que Português, assim sendo, não sou - mas Portista. Desligado, portanto.

Um senhor muito bem informado, veio explicar que a culpa do desacontecimento é do Pinto da Costa. E dos outros dois estarolas também. Dados os factos, fiquei muito intrigado e fui  esclarecer com o moço.

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Separador Publicitário

O excerto seguinte tem o patrocínio de Shockwave, o gel dos piços.
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- Oh Ratazana, isso é tudo gel ou partiste a cabeça e está a escorrer-te merda líquida para o cocuruto?

- Hã? - Distraído.

- Nada, deixa lá. Explica-me lá a Santíssima Trindade da culpa do atropelamento, se me fizeres o favor. É que sendo o condutor membro de uma claque ilegal de um dos clubes envolvidos, não estou mesmo a perceber como metemos aqui o velhote...

- És mesmo lorpa, Silva. Então não se vê logo? Como dizes, e bem, o atropelante é um moço que consta, sem confirmação, que pode, remotamente, em tempos idos, muito idos, ter simpatizado lateralmente, e ao de leve, com o 5LB. Terá, inclusivamente, chegado a passar perto de um Grupo Organizado de Adeptos daquela coletividade. Sei lá, acho que andava a passear o cão, para o caso não importa. Podemos, sendo extremamente rigorosos, inferir daqui uma ligeira culpa vermelha.

O que não se diz, é que, em antes de passar o turista delinquente a ferro... - Interrompo, já à beira do vómito.

- Delinquente? - Vomito-me.

- Claro, pois se estava a atravessar fora da passadeira... Mas dizia, em antes de se dar o abalroamento, o condutor passou um semáforo. - Pausa.

- E? - A limpar a baba.

- Estava verde! Ora, se o semáforo calha a estar vermelho, já o acidente não se dava. Se isto não é responsabilidade dos verdes, então não sei como lhe chamar.

- A sério, acidente? - Volto a vomitar. - Então e o Pintinho, como é que está metido nisso?

- Muito simples, era só as autoridades terem vontade de investigar. Estou em condições de garantir que um dos ocupantes do veículo ia a fumar. Ora, o fumo desse cigarro terá toldado as vistas do pobre condutor, logo a seguir ao semáforo verde. E assim se dá o trágico acidente.

- Acidente! Pobre condutor! - Vomito uma parte do estômago. - E ainda assim, como é que isso implica o velhote? O fumador era do Porto, kéjbêr?

- Não. Fumava L&M.

- E?

- Azul, Silva! L&M azul! Está tudo interligado, pá.

Aparece um senhor de bigode e grandejórelhas de abano e atira-lhe uma bola. Ele sai disparado atrás dela. Eu vomito de novo. Credo, acho que se me foi a figadeira...

...

A xôdona Theresa May está indignada. De tal maneira, que diz que prescindiu do farrapinho de leite no seu chá e, ainda ontem, não foi capaz de mandar abaixo mais do que um scone. Parece que está incomodada com a união da... União. Go figure.

- Oh Theresa... - Interrompe.

- Trate-me por Margaret, se não se importa, dear.

- Errr...tábem. Oh Margarete, então qual é o espanto?

- Nem lhe conto, love, aqueles 27 malfeitores preparam uma frente comum, contra mim, para defenderem os seus interesses egoistas.

- Ora, mas se foste tu que deixaste de partilhar dos interesses deles...

- Right, love. Mas lá por isso, eles não tinham que deixar de partilhar dos meus. Uns tipos que não estão de acordo nem sobre a cor da bandeira... - Interrompo.

- Azul. - Aparece a Ratazana com a bola na boca. Cospe-a para dizer:

- Aha! Apanhado! Eu sabia que o Pinto da Costa estava metido nisso do Brexit! - Ouve-se um assobio. Ele sai a correr. Esquece-se da bola. Eu vomito. Ela fala, entre o pasmada e o enojada:

- Gross, dear. Enfim, depois não se queixem se eu desatar a apoiar a Marine. Ela sim, compreende-me.

-Bitches.

...

Foram reveladas fotos de um cu. Não percebi o que tinha de espantoso, tanta foto de cu anda por aí. Caras então, é chutar uma pedra e aparece uma. De cu, pois claro. Depois lá me explicaram que se trata de um cu supostamente famoso e que tende a aparecer basto mascarado. 

Também não vejo qual é o mal de os cus brincarem ao Carnaval, mas pronto...

Seja como for, fui tirar a limpo com o Cu Kardashian. Devo ter apanhado uma virose ou assim, porque mal o vi, vomitei-me todo.

- Oh Cu, que banzé vem a ser este?

- Opá, apanharam-me sem Photoshop. Nem uma layerzinha, nem nada. Au naturel mesmo. Pronto, parece que deu merda.

- Isso é mesmo natural, tratando-se de um cu... - Interrompe, ao mesmo tempo que começa a pairar um estranho cheiro no ar.

- Não, era em sentido figurado. Seja como for, até sinto um certo alívio... - Interrompo, a tapar o nariz.

- Pois, bem me cheirou a alívio.

- Ah, não, isso foi a Ratazana que partiu a cabeça. Bem, a verdade é que me sinto à beira da depressão. Toda a gente espera demais de mim. À conta do tal de Photoshop, exigem que seja uma coisa que não sou. Mais tarde ou mais cedo, tinha que me cair em cima...

- Lá que caiu, disso não há dúvida. Diria mesmo que descaiu bastante, credo. - Sustenho um vómito.

- Não sei o que será de mim. Só me apetece chorar. É uma pressão insuportável, há sempre alguém a querer fotografar-me. Com a tensão, dá-me a prisão de ventre e ficam-se-me as fezes muito riiiiijas. - Fecha um punho com força. - Depois, quando se dá, por fim, a evacuação, fico com o hemorroidal feito num oito. - Cai-lhe uma...lágrima? Credo, vou vomitar. - Qualquer dia, prolapso! - É uma torrente, como que um clister, majócontrário.

- Epá, tu não chores! E não é motivo para dramas. Acho que tens um futuro brilhante na área fabril.

- A sério? É que isto não é vida de cu, é vida de cão. - Anima-se.

- Yep, assim de repente, pareces-me uma usina de merda. - Ele sai esbaforido, abanando gelatinoso e celulitico, desproporcionalmente enorme. Azul de raiva.

- Aha! - Diz a Ratazana, enquanto apanha a bola. - Foi o Pinto da Costa que deu cabo do cu à Kardashian! - Ouve-se o dono, ao longe:

- Anda, Rui, anda. Lindo menino.

Com que então a Kardashian, hein senhor Presidente? Magano. Se o Bobby a apanha, ainda lhe esvazia as mamas à dentada.
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Soundtrack to dogs: Unleash'em!




quarta-feira, 26 de abril de 2017

A reprodução assistida da mula Russa



Existe um setor de atividade, chamemos-lhe Indústria - para ficarmos a par dos soberbos entendidos em tudo e maijalguma coisa e ainda na reprodução assistida da mula Russa - em Portugal, cujas receitas ascendem a cerca de 46,5 milhões de euros. Pelo número, não poderemos considerar que se trata de uma fileira de particular importância na Economia do país, menos ainda pensar que estamos perante um setor estratégico para o nosso futuro.

Se olharmos, no entanto, para a dimensão do mercado nacional e repararmos que a verba acima é totalmente realizada sob a forma de comissões de intermediação, já a coisa pode ser observada por uma perspetiva diferente. Tendo em conta a regulação e, na sua ausência, o uso transversal à atividade económica no que respeita a comissões, podemos admitir estar na presença de um movimento de capital que representaria, no máximo, 25% do valor do respetivo mercado. É bom de ver que estou a ser estupendamente conservador. Ainda assim, passamos a 186 milhões de euros, o que é bastante diferente dos menos de 50 anteriores.

Juntando a estes pequenos números o facto, não quantificado, mas muito quantificável, de isto tudo ser Futebol, a dimensão da análise teria que ser brutalmente incrementada. Teria que envolver a Política, o tecido Social, o Empresarial, o impacto na Economia Real, enfim, o sem número de coisas que o Futebol, em Portugal, envolve. Tudo, portanto.

Como não tenho tempo, nem paciência, nem conhecimento, nem vontade de copiar - pelo que não poderia saber o que quer que seja acerca da reprodução assistida da mula Russa - vou, com a vossa condescendente Misericórdia, deixar-me estar por aquela pequena horta urbana dos 46,5 milhões de euros.

Estas comissões são pagas aos chamados "Empresários". O que eles fazem todos os dias é assistir jogadores de futebol em negociações. De transferências, contratos, direitos de imagem, estabelecimento de resultados de jogos... errrr... não, a última não, só as anteriores, pois claro.

Estes moços da intermediação são, grosso modo, os responsáveis pela gestão da carreira do profissional da bola. No fundo, os tipos em quem os últimos depositam a confiança, e a esperança, de alguma vez chegarem ao topo da sua profissão. Ou a um lugarzinho seguro que lhes permita alguma tranquilidade. Ou, pelo menos, a "o maior aqui da rua". Vejam bem que o cachopo chegou a ser suplente do Salgueiros. Antes de terem subido aos nacionais.

Enfim, malta de casa do fintabolista e cujos conselhos devem ser parte importante do serviço prestado. Pago à comissão. Por clubes.

Mantendo o tom economicista, os 46,5 milhões de euros em disputa pelos vários atores deste mercado, têm diferentes fontes: 64,5% da receita total do mercado provem de uma agremiação com sede em Carnide; os restantes 36,5% dividem-se por TODOS os restantes atores, com destaque para os 13% de uns senhores da zona das Antas, no Porto; e para os 10,5% do valor total atribuídos a um grupo aristocrata meio falido, com origem no Campo Grande.

Como não estou a entrar numa de análise subjetiva, nem tão pouco a recordar o que dissemos nós, malta das Antas, acerca do pagamento destas comissões por parte da nossa coletividade, peço que atentem ao facto de NENHUMA suspeita ter sido levantada. A atividade em causa é legal, os dados apresentados têm origem no máximo regulador do setor em causa, o pagamento das ditas comissões encontra-se regulado e os agentes do mercado estão devidamente credenciados.

Isto tudo serve apenas para chegar a uma simples constatação:

Se a pessoa quiser prosseguir a carreira como "Empresário de Futebol" em Portugal, tem algumas opções disponíveis.

1. Internacionaliza, procurando ganhar a sua vidinha em mercados mais fartos, utilizando a Pátria como se de um país subdesenvolvido no coração de África se tratasse: Saca-se toda a matéria prima, distribuem-se subornos a eito, controlando toda a produção que, posteriormente, se vende com lucro basto no Mercado Global. Pelo meio, criam-se dois ou três privilegiados que tratem de manter o status quo e uma ou outra incubadora para os bezerros.

2. Procura fazer crescer o mercado Português, tendo em conta a evidente disparidade reinante. Se há três grandes e um sozinho paga o triplo dos outros dois juntos, deve haver margem para os últimos crescerem imenso. Ou então não...

3. Esforça-se o suficiente para furar até conseguir, ele também, mamar numa teta da Grande Vaca. Leite é que não faltará, pelos vistos.

O que a terceira opção possa representar em termos de auto-golos, passes falhados, frangos do guarda-redes e negócios menos claros, é mera conjetura e pura especulação. Provavelmente, mal intencionada. Não há para isso espaço numa análise económica séria. Sendo que eu percebo quase tanto de Economia como de bola.

Já acerca da reprodução assistida da mula Russa, dou uns toques.

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Soundtrack to milking cows: I think i'll buy me a football team...

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Oh Mister...

Mete no Heldon que ele apanha!


- Tájaki a fazer, pá?

- Então Mister, saiu-me numa raspadinha ser seu adjunto por um jogo. Prémio é prémio.

- Ah. Olha, pena não teres aparecido para a palestra. Ou teres trazido a Cremilde. - Enquanto acaba de limpar ojóculos.

- Pois, paciência. Ui, já vai começar. Vamos cair-lhes em cima, pois vamos Mister?

- Hã? Não vês mesmo um boi de bola, credo! Já começou há uns vinte minutos.

- Ops, pensei que era o aquecimento. Os titulares às riscas, contra os suplentes todos de azul...

- Ah, foda-se, mais uma oportunidade desperdiçada! - Senta-se no banco, a abrir uma garrafa de água.

- Oh Mister, o gajo fez uma bicicleta no meio de alguns trinta defesas. E a bola saiu quase na bandeirola de canto. Da nossa baliza.

- Talvez, mas vês como resulta fixar o Soares e dar liberdade ao Silva? Assim o tipo entra nos espaços e consegue fazer estas coisas. Se me arranjarem um flipboard, explico-te. - Levanta-se.

- Errr... oh Mister, talvez resultasse, majékestá ao contrário. O Silva está fixo e o Soares anda ali às voltas. Se calhar trocávamos, não?

- Na, agora não vale a pena, é intervalo. Vou substituir alguém, antes que digam que não ando aqui a fazer nada. - Manda aquecer malta ao calhas.

- Pois, isto assim não vai lá, não. Talvez não seja preciso ter quatro defesas e mais o Danilo. Que lhe parece?

- Epá, tástolinho? E o equilíbrio? E se perdemos? Temos que assegurar a manutenção. Vou meter o Tarantini para dar ordem ao miolo e lançar o Kuca nas costas dos defesas. Estes filhasdaputa castigaram o Heldon na pior altura, foda-se! - Arreliado.

- Oh Mister, está um bocado baralhado, não?

- 'Safoda, tira aquele pequenito que consegue fazer variações de flanco. Irritamessamerda!

- Mas...mas...

- Caluda! Katrodoiskatro e é já. Catrapumba lá para a frente e esses peidas gadochas que corram pela vida. Somos Porto! - Bate no peito.

- Oh Mister, majolhe que a malta não parece assim muito fresca, não se vão aguentar ao kick and rush. Se vamos voltar à bola para a mata, mais valia meter o pinheiro.

- Boa, bem visto! Manda aquecer o Guedes. - A caminho do balneário.

- Não Mister, o Depoitre. Certo?

- Quem? Esse é o Congolês? - Para à entrada do túnel.

- Deixe lá Mister, meta o Otávio, caguei!

- Isso, mete esse. Pode ser coxo, majómenos dá-lhes cabo da paciência. Farto-me de rir com esse Choco Frrito, pá. É danado, o pequenitote. - Desaparece lá para dentro.

Um cigarro e dois ou três sms depois, eles voltam ao relvado.

- Oh Mister, correu bem a conversa ao intervalo?

- Espetáculo. O tipo estava no iate, quase sem rede, e mesmo assim arranjou maneira de me ligar. Foda-se, é assim que se vêem ojamigos. - Manifestamente satisfeito.

- Hã?

- 'Tão, o Jorge. Olha, olha, lá vai um minorca deslargado a correr. Vai, coisinho, vai! - Junto à linha.

- Penalty! É penalty! Gatuno do caralho, filhadaputa, cabrão de merda, era apanhar-te numa viela e foder-te essas trombas, paneleiro!

- Eeeeeh, meeeenooosss Silva, muito menos. Daqui dondestamos lá se vê se é penalty?! Tento na língua, meu menino. Se dizias isso em Francês, já estavas na rua. E era muito bem feito. - Com ar sério.

- Porra Mister, atão não se vê? É saltar já pra cima do quarto árbitro e do bandeirinha e do delegado da Liga e do massagista e da putakuspariu a todos! ´Bora lá! - A caminho do bando de malfeitores.

- Shhh, cala-te, deixa ver a bola. - A agarrar-me por um braço. -Ui, lá vão dois coisinhos desmandados outra vez. Que exibição de gala, foda-se!

Ahhhhh, merda, o redes defendeu. Epá, oh Silva, tem calma, deixa lá as garrafas d'auga em paz, fizeram-te algum mal? Vamos manter a compostura sim? - De mãos na cintura. - Devias estar contente. Zero oportunidades de golo na nossa baliza e ainda lançámos um contra ataque quase perfeito. Viste bem a simplicidade? Três toques, pá. Kais posse, kais merda. É dedo de treinador, hein?

- Mas...mas...foi o Casillas que meteu no Jota! Não conseguimos chegar lá à frente sem ser a ganhar metros como no râguebi...

- Pois, pois foi. Achas que meta o Cássio e puxe o Espanhol para o meio-campo? Ganhávamos criatividade, não te parece? - A olhar para o campo, enquanto cofia a barba.

- Qual Cássio, caralho?! E o gajo fejakilo com as mãos, foda-se. Agora no meio-campo, caralhostafodam! - Fartinho dele.

- Yep, és capaz de ter razão. No meio-campo os senhores árbitros eram moços para marcarem falta. Às vezes não és tão tapado quanto pareces, oh Silva. Ah caraças, outro canto. Agora vai! - Junto à linha, uma mão na anca, o outro braço estendido, a apontar para o infinito.

- Penalty! É penalty! Gatuno do caralho, filhadaputa, cabrão de merda, era apanhar-te numa viela e foder-te essas trombas, paneleiro! Outra vez!

- Oh Silva, mas estás parvo? No meio da molhada há sempre agarrões e puxões, é normal. Comigo não tinham sorte nenhuma: Um metro e noventa e tal e cento e uns quantos quilos de peso. A mim ninguém me derruba, pá. - Soberbo.

- Oh Mister, isto está a darajúltimas. Vamos empatar e entregar o Campeonato?

- Nada disso, Silva. Se empatarmos ficamos a três. Ainda dá. Se perdemos é que estamos fodidos.

- A sério?

- Oh, não me melgues. Só para nuntóbir, vou meter um gajo qualquer lá à frente. - Vira-se para o banco.

- Agora? Já fez as três substituições.

- Aaaaaah, bem me parecia que aquele moço dajórelhas não estava lá de principio. Majeu às vezes baralho-os, sou péssimo a recordar fisionomias. - De olhar perdido no relvado.

- Acabou Mister. Empatámos em casa, com o Feirense! Depois do Setúbal... Como é que vamos explicar isto? Tamos bonitos, tamos...

- Oh, que queres? Com esta arbitragem, era impossível! Gatuno do caralho, filhadaputa, cabrão de merda, era apanhá-lo numa viela e foder-lhe aquelas trombas, paneleiro!

- ...

- Pois, desculpa lá a linguagem, Silva. Vou moderar-me. Mas que a culpa é dele, disso não tenho dúvidas. Agora. mesmo no fim do Campeonato, quando eu já não previa, lá aparece o manto protetor, o colinho, o Polvo. Buuuu, buuu, vergonha.

- Oh Mister, majolhe kistandássim desde... - Interrompido por um gesto de mão.

- Shhh, cala-te, deixóbir os xôres jornalistas.

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O Campeonato NÃO acabou. A única coisa que encontrou o seu final, foi a possibilidade de o FCP o vencer. O que não quer dizer que o 5LB não o perca. 

Ninguém recua! Mesmo que a convicção seja...esta que hoje me acompanha.

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Coisas e acontecimentos, por Charles Fenêtre


Detesto escrever acerca de evidências. A menos que sejam coisas que me pareçam não serem assim tão claras para as outras pessoas.

Pfff, arrogantezito de merda, vem agora ensinar os pobres de espírito, kéjbêr? Oh sim, grande Mestre Silva, derramai em nós a Luz do vosso supremo Conhecimento. Basicamente composto por uma resma de lugares-comuns; duas paletes de estupidez; meia tonelada de doenças mentais, algumas delas desconhecidas - tonelada inteira, pronto; bastas arrobas de boçalidade, muitas das quais preconceituosas; e uma pitada de bom humor, reconheça-se.

E eu derramo. Que sou bem mandado. Procuro é evitar acertar nojolhos, que diz que arde de caraças.

Agora, assuntos que se me apresentam tão imediatamente evidentes até para uma amiba, não sei pá, parece que a mim é uma cena que não me assiste. Aaah, os clássicos...

Por exemplos, assim ao calhas, todas as questões que vão envolvendo - qual lodo - o panorama fintabolistico nacional. Dizer o quê, senão evidências?

Confesso que me deixa de alguma forma confortável, esta possibilidade de poder ser um burro a olhar para um palácio. E perceber lindamente a estrutura arquitetónica do edifício. Há momentos de tão despudorada transparência - de processos, de intenções, de objetivos e meios para os atingir - que até nós, os burros, conseguimos ver a Luz.

Já se evita que ande a pessoa a derramá-la.

...

Perante isto, tentei abordar os indivíduos que julguei mais adequados, no sentido de escreverem uma posta acerca do assunto ou, em preferindo, darem uma entrevista à TascaTV.

Infelizmente, nem o Donale, indisputado especialista na criação de factos alternativos, que tanto jeito poderiam dar; nem o Prof. Marcelo, cuja omnipresença nos deixaria, por certo, uma visão do interior dos próprios acontecimentos; se mostraram disponíveis para chafurdar nesta lama. Oh well...

Por estes motivos, recorri a um reputado analista independente, de maneira a verificar se, na verdade, o que me parece tão evidente que nem precisa de ser dito, é mesmo como o vejo.

Assim, e com antecipados agradecimentos, aqui vos deixo a visão, enviada por e-mail, de Charles Fenêtre, comentador completamente independente e analista tão isento que chega a meter raiva de coisas e acontecimentos.

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COISAS E ACONTECIMENTOS DO FUTEBOL EM PORTUGAL
Por Charles Fenêtre


1. Suspensão de Brahimi

Apesar de todo o banzé que pretende o "velho Porto" armar em torno do Conselho de Disciplina, e do seu impoluto líder, o xôtor , trata-se de uma decisão perfeitamente justificável e que, quanto muito, peca por branda.

Estamos perante uma das primeiras manifestações de Islamismo radical em Portugal. Nestas coisas, há que cercear o mal logo no inicio, não vá o cancro alastrar. Reparem que, para além de injúrias de tal forma graves que nem se chegam a perceber, há informação cabal de que o quarto árbitro foi perdigotado.

O recurso agressivo a armas químicas encontra-se bem documentado, sendo ainda agora noticia. Mais uma vez, os verdadeiros Portugueses contam apenas consigo próprios, com a sua Paixão e Determinação, para superarem os mais torpes ataques de que continuarão, seguramente, a ser alvo. Rumo a um numero que agora não me lembra.

Alguns factos muito curiosos que convém não ignorarmos, na sequência do cobarde atentado Islâmico em Braga:

a)   A queda de um avião, em Tires

Há relatos de testemunhas oculares, nomeadamente o estuprador de Cascais, que asseguram que o piloto da aeronave estava cheio de perdigotos. Ao contrário de Tiago Antunes, esta vitima do terror não terá sido educada sob o manto protetor desde pequenina, pelo que deveria apresentar fraca resistência ao agente patológico perdigotado.

b) O surto de sarampo que atinge a Pátria. E as Famílias. Vai-se safando, até ver, o Fado. Do Futebol, estamos conversados.

É curioso que esta questão se apresente precisamente nesta altura. Quantos de nós teremos estado já sob ameaça de múltiplos perdigotos, carregadinhos de sarampo? Vamos acreditar em coincidências?

2. As  ridículas comparações 

Trata-se da já esperada fuga para a frente do "velho Porto". Não há nada de comparável com, por exemplo, o suposto caso Luisão. Por dois tipos de razão:

a) Nenhum registo sugere que Luisão tenha perdigotado o árbitro, o que afasta imediatamente qualquer suspeita de ataque bioquímico.

Mais, Luisão nem sequer fuma cigarros eletrónicos, irritantes geringonças que expelem cuspo, muito típicas dos aliados dos radicais Islamitas. Esquecem-se esses separatistas asquerosos que a Pátria também tem aliados

b) Há que atentar ao detalhe dermatológico da questão. Luisão é claramente uma pele normal/seca. Já o enviado do Estado Islâmico será, com a maior benevolência, uma pele de tendência oleosa.

Logo aí se vê onde está a maior probabilidade de provocar asco ao visado. Uma coisa é encostar uma testa sequinha a outra; completamente diferente, é a pessoa sentir o sebo Muçulmano a escorrer-lhe para a pele. A reação alérgica passível de ser provocada por esta via, é muito próxima de um choque anafilático. Não exageraremos se considerarmos tal ato como uma tentativa de homicídio qualificado, por nojo.

É aqui que, muito sabiamente, o Conselho de Disciplina separa o atentado de Braga, do reflexo motor do jogador Samaris. Na verdade, o segundo caso quase não merece punição, tratando-se visivelmente de um gesto mecânico na perseguição da bola. No meio de tanta pretalhada, o mais normal era nunca mais se saber do esférico. Daí que, para este caso, seja necessária a audição de muitas e variadas testemunhas, nomeadamente o senhor Luciano Gonçalves.

Não vamos permitir que se coloque no mesmo saco uma tentativa de assassinato, uma troca de impressões tête-à-tête e um gesto reflexo. Lutaremos com todas as forças da Pátria e com a nossa Determinação inabalável e isso tudo, para que tal não aconteça. Se preciso for, chama-se o Governo. Nem tem que se ir muito longe que costumam estar na tribuna.

3. Pirataria

Para os que possam pensar que se trata da Teoria da Conspiração e que não existe uma célula terrorista em plena laboração na Galiza Portuguesa, o último ato de sabotagem dos mais elevados interesses nacionais, está prestes a ser desmascarado. É nos Tribunais, na Justiça, que é cega mas implacável, que estes traidores da Pátria encontrarão o castigo.

Até porque no campo...está mais difícil do que era suposto, chiça...

...

É-me tão difícil entender que tanta evidência junta resulte em menos que um balde de merda, que me predisponho a tomar por boas as explicações acima. Sei lá pá, vai-se a ver, é isto que a Nação pensa.

Eheheh, agora fiz uma boa piada, hein? A Nação pensa, bahahahahahahahahahahahahahahahaha...

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domingo, 16 de abril de 2017

Ironias dos tempos (Adenda: Silva & Torres)



Ora biba. Long time no see, uh? Como se tivessem alguma coisa a ver com isso, cuscos do catano.

Ah, e Boa Páscoa. Aposto que estão praí a arrotar cabrito e arroz de forno, com essas barrigas mais parece que engoliram um capacete. High five, minha comunidade de alarves, são o orgulho do tio Silva. Burp.

...

O hábito e a falta de tempo, ou a falta de hábito para arranjar tempo para pensar, levam-nos a ignorar o significado profundo das coisas. Ficamo-nos por aquilo que é imediatamente perceptível e a forma como isso influencia, ou não, as nossas vidas. Nos sentidos mais comezinhos (hey, xôr Lima) de vida e de influência.

Olha, a Páscoa, já que aqui estamos. Aposto que a maior parte das pessoas remete lá para os confins da mente o seu significado, fazendo corresponder à data o borrego. Talvez a família, numa espécie de Natal intercalar. Se vivem em pequenas cidades ou - sortudos! - ainda no que resta das aldeias, provavelmente anda um bando de gente atrás de um Padre, de casa em casa, a dar a Cruz a beijar.

Diga-se que é um nojo de hábito, dada a quantidade de pessoas que mete as beiças naquilo em antes de a pessoa lá colar as suas. Quem é que quer beijar na boca, via a Cruz do Senhor, o Toni Vinho Tinto, bêbado de vocação e vomitão inveterado, por causa de um fígado com fraca tolerância ao álcool?

Mas se pensarmos bem, faz todo o sentido. Na verdade, anuncia-se - daí o sino - a Ressurreição de Cristo. Foram ver à tumba e andava o moço na boa-vai-ela, ressuscitado da Silva. Este grupo de pessoas, mais o Padre, vai de porta em porta, cumprindo a tradição de levar a boa-nova ao Povo do Senhor: Hossana, Jesus vive. Pega lá uma beijoca repenicada. O que a gente já te tinha chorado, catraio.

Na minha opinião, um tipo estar vivo depois de morrer é um facto digno de ser anunciado, pelo que não tenho nada contra o hábito do beijo na Cruz. Mesmo que não a beije eu.

E logo aí começa a comezaina, porque a casa recebe a comitiva anunciadora com vinho e folar. Hoje em dia, não falta o croquetezinho, o mini rissol, a batata frita de pacote. E vinho. Com sorte, um gin tónico ou um mojito, que a religião se está a modernizar.

Ou seja, um dia todo de festarola, cujo significado, mesmo quando não pensamos nele, é a vitória sobre a Morte. Que seja a de Jesus, é uma ironia dos tempos.

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O que me parece mal, é ser Cristão, de fato e gravata se for preciso,  ao Domingo, à conta do cabrito e do ar casamenteiro da festa; e, sei lá, Budista ou Hindu, à Sexta Santa, por falta de pachorra para o Calvário.

Para mal da sua sorte, o FCP jogou no Sábado. Nem Sexta, nem Domingo. E não ganhou. Motivo basto para que Cristãos de Domingo, Budistas e Hindus de Sexta e tutti quanti, desanquem forte e feio em tudo o que mexe, desde que não neles próprios.

É uma coisa típica das paixões, a catarse das frustrações que elas implicam pela atribuição da culpa a algo exterior. Nem culpa do apaixonado, nem culpa do objeto da sua paixão, antes de algo - ou alguém - que, interpondo-se entre ambos, lhes provoca angústia e sofrimento.

Por exemplo, a culpa do sofrimento de Cristo antes da Cruz, é do Pecado que cobre o Mundo e do qual ele, apaixonado pelo seu Povo, nos vai libertar não tarda nada. Ergue-se a Cruz e Perdoa-lhes Pai, que Podias muito bem ter mandado uma porra de um raio no cachaço desta gentinha e já me tinhas poupado a uma série de sevícias, dass.

Lá está, a Paixão de Cristo também é culpa de Outro, mesmo que esse seja Eu, na Unidade do Espírito Santo. Que assim se ore, também é uma ironia dos tempos.

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Eu, que andei a bradar que o FCP era bom era com três médios e o André Silva de inicio, não me sinto lá muito Católico se hoje desancar a equipa com que NES entrou em campo, em Braga. Por isso, digo já que aplaudi convictamente a opção e defendo que esteve muito bem o treinador. 

Correu bem? Não, correu mal. Mas isso soube depois, na altura em que, para descarga da minha raiva de não ter vencido, podia muito bem esquecer-me convenientemente do que tinha defendido tão apaixonadamente. Só que não.

O treinador mudou muito cedo na segunda parte e a coisa melhorou bastante. Nem por isso me verão dizer que este sim, é o sistema ideal, é preciso ser muntaburro para não perceber isso. E ainda menos me vou pôr a dizer que o técnico não consegue mudar o jogo. Então mas se mudou, como não consegue?

Creio que roçam o pecado as coisas que tenho lido desde ontem acerca da raça e do querer da equipa. Eu não o posso fazer, até porque se há mérito que há muito concedi a este grupo e ao seu líder, é precisamente a união e o espírito de missão que demonstram. 

Seguramente, os que desde ontem, subitamente, duvidam disso, não puderam ver o abraço de uma estrela internacional, substituída aos dez minutos da segunda parte, ao treinador aquando do empate; e não foram ainda informados da forma como Yacine sofreu os cerca de dez minutos que não jogou. Na verdade, não terão visto o jogo, é o que eu acho.

Da sorte não nos podemos queixar, até porque há postes que valem campeonatos. Mas lá que o Danilo se armou em poste quase no fim do jogo, lá isso armou. Tivemos portanto a nossa oportunidade cantada de ganhar o jogo. O que se diria desta equipa e até deste treinador, se esse lance tivesse o desfecho mais provável? 

O árbitro acertou no penalty de Oliver. Falhou em dois lances na área do Braga e manifestou uma dualidade de critérios tal, que até em Jerusalém se percebe agora porque é que o Pizzi ainda não viu o quinto amarelo. Toca piano como os outros, este Hugo, mas tem a vantagem de ter um colega que fala Francês

Se até aqui defendi que os árbitros têm tido o papel principal neste campeonato, porque iria agora ignorar o Hugo? Para melhor desancar em quem me apetece? Seria estúpido, não? Não? Ai não? Como não? 

O FCP tem que ser extraordinariamente competente e os seus adeptos devem exigir essa competência. O que não podem, é aceitar que joguemos com regras diferentes. Se o FCP for pior do que os outros, ainda assim os penalties a seu favor devem ser marcados. Se não são, somos roubados. Em Braga, mais uma vez, fomos. É simples.

Bradar-se aos quatro ventos, hoje, que o FCP hipotecou o campeonato em Carnide e depois em Braga, é um disparate épico. Como se jogássemos sozinhos. Empatar nos galinheiros não é nenhuma tragédia, mesmo neste momento da época. Muito menos não tendo sido piores que os nossos adversários, até pelo contrário. 

O que tornou esses em jogos de vida ou de morte, foi o empate em pleno Dragão com o Setúbal. Esse sim, O erro! Mas se repararem bem, ao retomarem a calma, notarão que ainda respiramos. E pelo que jogámos em Carnide e no Minho, não vejo - mesmo! - porque não haveríamos de ganhar em Chaves ou no Funchal. 

Que hoje se comemore, como já assinalámos, a ressurreição de Alguém julgado morto, deve ser uma ironia dos tempos.

...

Sabem que nutro por Jorge Nuno Pinto da Costa uma admiração capaz de me enviesar a análise. Mesmo dando esse desconto, não consigo compreender que, precisamente no dia em que deixa o senhor Secretário de Estado e restante pandilha a falarem sozinhos, tanta gente venha, de novo, zurzir no nosso Presidente. Mas serão adeptos dos Arcebispos e ficaram ofendidos?

É muito curioso que tanta gente diga tantas vezes que Pinto da Costa só fala depois de vitórias, esquecendo-se de que eles próprios só falam nele depois de derrotas. Por certo, uma ironia dos tempos. 

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O mais engraçado é que esta malta não precisava de me irritar. Porque tinham coisas para dizer:

O Porto entrou mal e sofreu por isso. Aí está um bom e certeiro argumento. Não pode ser assim.

Talvez se devesse manter Brahimi até ao fim. Afinal, ele carregou a equipa às costas. Olha, outro ponto muito válido e passível de uma boa discussão.

O Presidente lixou-se para a Tribuna onde se festejava a derrota do FCP, mas é falso que tenha ido ver o jogo para ao pé da restante SAD. Quer dizer, a SAD estava lá, mas não era só a SAD, certo? Ou devemos ser informados de alguma alteração no seu elenco? A propósito do que, na melhor das intenções, estás um pedacinho anafado, não estás Alexandre?

Mas já se sabe, requer que pensemos um pouco nas coisas e fica-nos a faltar o momento de alivio em que detétamos todos os males do Mundo - do que nos interessa - e ganhamos condições para, mudando-as, termos um Mundo melhor amanhã. A catarse, enfim. 

Que nada façamos em consequência disso, é só uma ironia dos tempos.

... 

Tudo somado, a luta continua e eu continuarei a apanhar todas as toalhas que os meus atirarem ao chão. O sorriso "ainda vão acabar a apanhar no cu, seus filhosdumagandaputa" de Tiquinho Soares, ao repetir "Não acabou!", na flash interview, aumenta e renova a minha esperança.

Que o meu desejo mais profundo - em coisas da bola - para os próximos tempos, seja que Jergo Juses esteja o mais próximo de ser Campeão Nacional pelo FCP do que estará alguma vez na sua vida, é apenas uma ironia dos tempos.

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Forces of the Northern night, call to arms!

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Silva & Torres

Sempre atento e coerente, o Anónimo, O Verdadeiro, chamou-me a atenção - ver comentários abaixo - para a sua embirrância de estimação com Oliver "Rotundas" Torres e o contrapeso Silva. Maior a primeira do que a segunda, creio.

Sendo eu um acérrimo apreciador das qualidades de ambos, e no espírito deste post, não posso deixar de dizer que Silva & Torres foram uma absoluta nulidade no jogo de Sábado. E isso contribuiu basto para a primeira parte menos conseguida. Não sendo habitual individualizar estas apreciações, neste caso faz-me sentido que aconteça, para que não fique aquela lampiónica sensação de assobio para a atmosfera quando a coisa não me interessa.

Por falar em atmosfera, podia a intervenção do primeiro ter sido bastante mais engraçada, tivesse Soares respeitado o movimento perfeito de segundo avançado do Silva e entregado a bola para golo, em vez de optar por chutar no ar. Oh well, shit happens.  

sábado, 15 de abril de 2017

O xôtor não é polícia



Pela janela sobre o campus, ele aprecia o movimento corriqueiro dos adolescentes de mochila. As roupas a escassearem, comprovam o aumento súbito da temperatura. O que o seu enésimo fato escuro, demasiado largo para a carcaça que envelhece, negaria à primeira vista. Abençoado ar condicionado.

As mãos atrás das costas, no entanto, vincam-lhe a posse. É o seu pesado e meticulosamente organizado gabinete: A sala do senhor Diretor, a casa da ordem e disciplina, vista pelas lentes da eterna armação de massa preta, o Reino. Em contraste com o apartamento frugal, as refeições congeladas com etiquetas do respetivo dia da semana e a absoluta ausência de qualquer contacto não mediato.

A propósito do que, lembra-se, deve estar na altura de ligar à Valdineide e aliviar uma ânsia cada ano mais espaçada. A própria profissional um porto seguro, de hábitos conhecidos e cheiro familiar. Já há uns anos que, por caridade ou à vontade, lhe trata também dos botões das camisas e de um ou outro buraco nas meias. Alguma noite, cansada do frio lá de fora, deixou-se ficar e acordou para ele, sentado na cadeira, pronto para sair, à espera que o corpo estranho lhe desaparecesse do covil. O mais próximo de um amigo que ambos conhecem.

A voz metalizada quebra-lhe o olhar perdido:

- Senhor diretor, está aqui o senhor doutor.

Ele suspira. Preferiria evitar uma conversa que sabe inútil, mas o convicto sentido do dever impede-o. Os ombros descaem-lhe ao responder no seu tom grave:

- Mande-o entrar por favor, Maria Clara.- Senta-se na cadeira de couro castanho, apoiando as mãos nos braços coçados.

...

- Viva, senhor diretor. Espero que não seja nada muito demorado, tenho um dia deveras preenchido. - Anuncia, sentando-se, com o à vontade da alta patente que está em casa em todo o lado.

- Muito obrigado por ter vindo, senhor doutor. Tenho pena que nos encontremos quase sempre em infelizes circunstâncias e por motivos tão recorrentes.

- Homem, não me vem com mais queixinhas, pois não?

O diretor sente as bochechas aquecerem, perante a despreocupada arrogância do outro. Diz:

- Bom, a verdade é que continuamos... - O senhor doutor interrompe:

- Escute lá, você nem imagina a quantidade de insultos que eu tenho para multar, homem. Por isso, vá direto ao assunto, se me fizer o favor. - Agita-se na cadeira, impaciente.

- Pois seja. Os seus cachopos voltaram a arranjar chatices. Estou certo que o senhor doutor lhes dá uma esmerada educação em casa, o que só aumenta a minha preocupação com os petizes. Talvez o facto de não merecerem castigo lhes passe a mensagem errada, digo eu.

- Ora, ora, não sejamos pieguinhas. De que se queixam agora os seus alunos florzinhas? Alguém lhes chamou lampiões ou assim? Cálculo que não, pelo que não vejo o que possa ser assiiiim tão grave.

- Não, senhor doutor. Mas o seu Luisinho atacou selvaticamente o tendão de Aquiles de um coleguinha. Capaz de o deixar manco pra o resto da vida.

- E é isso? - De olhos muito abertos.

- Na verdade, não. O outro, o que fala de uma maneira esquisita, enfiou uma murraça noutro menino. Um pretinho.

- Aaaah, agora a escola discrimina positivamente pela raça, é? Se for branco e falar estranho, é mau. Se for preto, ai coitadinho que não se lhe pode tocar?

- Nada disso, senhor doutor, isso é um argumento um bocado parvo, desculpe a frontalidade.

- É como quiser. Detesto queixinhas e não tenho tempo nenhum para estes disparates. Diga lá o que quer, a ver se me deixa ir trabalhar. Sabe por acaso da importância da minha posição?

- Claro que sim, senhor doutor. Mas... - O doutor levanta-se, exasperado. Interrompe, com os nós dos dedos no tampo da secretária de mogno:

- Oiça, diga lá o que espera de mim e deixe-se de tretas.

- Quero apenas saber o que pretende fazer quanto a estas agressões, senhor doutor.

- Eu?! Nada, pois claro. Eu cá não sou polícia!

...

E nem videoárbitro, senhor doutor Meirim. Já cá se sabia.




sábado, 8 de abril de 2017

O (não) post sobre a cartilha (inclui resumo da semana e limpezas de Primavera)

Isto é que é uma cartilha a sério


Eu tinha um post bem catita acerca da "cartilha" para partilhar convosco. Estava até bastante estruturado dentro da minha cabeça, o que é uma coisa praticamente do domínio do fenómeno do Entroncamento. Seria relativamente rápido passá-lo para esta tela e acrescentar-lhe duas ou três piadas de mau gosto. Só que...not!

Há uns tempos, repeti vezes suficientes que a malta que tem blogues e, por essa via, dissemina a sua opinião - valha ela o que valer - tem a responsabilidade, sem comprometer a sua liberdade, de perceber que qualquer um os pode ler. E fazer com o que lê o que bem entender.

Prexemplos, uma vez publiquei uma foto minha de corpo inteiro. Na mesma altura, houve uma afluência significativa de moças a visitarem as urgências do SNS, à conta de estiramentos e mialgias de esforço no dedo médio. Coincidência, naturalmente, majémelhor ter tento.

- Oh, eu lembro-me, Silva. Ainda hoje estou para saber como é que fui cair em cima de um nabo, com rama, nesse dia. Que descuidado, valha-me São Calado. - Diz-me ele, entre dois pequenos golos no seu licor de genipapo. Credo.

Ou seja, vou guardar a minha opinião para mim, juntamente com a caterfa de coisas, provavelmente parvas, que a rodeariam e lhe dariam corpo. Porque prefiro não ser eu a oferecer argumentos a um lampião incauto que por aqui passe. Claro que fico todo roído e cheio de urticária. Azar meu.

Gostaria apenas de esclarecer os menos atentos às coisas da História, que o inefável Joseph Goebbels morreu no bunker do Führer, sob a desfeita Berlim, esperançosa e quase seguramente com o seu líder. E com ele levou mulher e filhos, como derradeira prova de lealdade à causa. Quer dizer, não entrou no Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães por uma Janela, quando se fecharam outras portas. E já que estamos com a mão na trampa, aproveite-se para lembrar que esta pandilha resolvia com destreza e relativa facilidade a questão de eventuais traições: Não sabendo quem é o traidor, fuzilam-se todos os envolvidos e está despachado. Olhá bela sugestão à borla, oh Orelhas.

Um segundo alerta para o facto de andar discutir "cartilhas" não dever desviar atenções de Fábios e Tiagos. Se a gaja insiste em mandar-vos fotos apenas, e só!, do rabo, em diferentes e provocadoras poses, é porque alguma coisa se passa com aquelas mamas. Ah poijé.

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Uma vez que ficámos sem assunto, podíamos resumir a semana. Mas estou com a sensação que é chover no molhado:

Um doido gamou um camião e atropelou pessoas, quatro morreram; uma fábrica de explosivos explodiu e matou oito; um cabotino fez o que todos da sua laia fazem, quando precisam de atenção: Explode qualquer coisa. Nada como uma boa guerra para unir a Nação, hein?; e a cartilha, pois claro. Olha, devia haver uma cartilha repetida ad nauseam que impedisse malta parva de eleger Presidentes estúpidos. Then again, se calhar sobravam poucos Presidentes. Foda-se, metam-se num wc público, às escuras, e enrabem-se unjaojôtros. E deixem-nos em PAZ!

Tudo muito visto, portanto. Parece uma reposição na RTP Memória.

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Vai daí, decidi aproveitar para fazer a limpeza de Primavera na Tasca. Que é como quem diz, tirar o cotão dos cantos, o pó da parte de trás dojarmários e, mais que tudo, encontrar cenas que permaneciam perdidas há décadas. No caso de um blogue, informação a que vocês, caros leitores, não têm acesso. E nem interesse nenhum em conhecer. Majolha, já que aqui estão...

Antes de mais, um muito obrigado - sentido! - aos Três Mosqueteiros da Tasca, por ordem de chegada:

Miguel Lima, O Primeiro

Gabriela Maia, Her Royal Highness, Our Queen

Carrela, The Third Follower

Marco Monteiro, O D'Artagnan

Eu não sei o que diz de vós serem "seguidores" disto, majé bom a pessoa não se sentir desacompanhada na sua loucura. Não é que eu não saiba de maijunsquantos que por cá passam tanto tempo, ou porventura mais!, que vocês. Mas terem-se dado ao trabalho de clicarem no botão e tornarem-se oficialmente Mosqueteiros da Tasca, torna-vos, sei lá, diferentes. Ainda por cima, vai-se a ver, isso pode aparecer em redes sociais e essas coisas todas. Coitados, pá...

Depois, é uma alegria verificar que o post mais visto de sempre, não é essencialmente sobre bola! Só porque essa é a essência disto: Ser TAMBÉM sobre bola. Fiquei igualmente feliz por reparar que é um texto que prevê a vitória da Seleção no Europeu, ANTES de ela acontecer. Incha Freitas Lobo! É ainda curioso verificar a coincidência de temas para... hoje. Caralho pá, será que podemos descer do carrossel? Fartinho dandaràsvoltas. 

Agradeço aos meus amigos Estado Unidenses, por serem os gajos que mais frequentam a Tasca. Oh yeah, abençoados bots em sites pornográficos. A pensar em vocês, continuaremos a bater no Donale, a falar de explosões e de gajas com mamas grandes. E de soccer.

Por fim, as setenta gajas espetacularmente boas, privadas de sexo há cerca de déjanos, todas com clara tendência bissexual, até mais para o homo - foda-se, são setenta, vai dar jeito o descanso! - vão para o tipo que mais visita a Tasca: PARABÉNS, caro... Silva.

Informo que recusei este prémio, apesar da simpatia de mim para comigo. Porque há mulheres bonitas que valem todas as gajas boas. That's why, love.

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Só uma coisinha mais: As natas comem-se à meia dúzia. Poijé, NES?

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A cena imperdível da semana: This is it! 

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Chafurdating

Tira, tira, que quero fazer cocó

Há pais que falam pior dos filhos do que dos múltiplos eventuais amantes das suas amantíssimas - por maioria de razão! - esposas. Para lhes formar o caráter, dizem; porque a exigência extrema os prepara para a vida; e a completa ausência de reforço positivo - aka elogio - evita que se tornem moles e delicados, como o panasca do sétimo frente. Que lhes anda a comer a mulher najorasvagas. Em alternância com o senhor do café.

Tasca! Eu tenho uma tasca, não um café. Entendido?

Pá, não sei, assim ao estilo de algum Portismo da exigência absoluta, quando a coisa não corre maravilhosamente, que depressa bota um cachecol e remói a azia pelos Aliados acima e abaixo. Em festa, como nós. 

Continuarão a destilar os seus venenos, prontos a usar à primeira oportunidade. E disfarçam: É assim que nos tornaremos melhores, mais fortes, mais capazes. Olha, como o meu cachopo. Havias de ver o latagão que dali vai sair. E engraçado que é, ter a penca do tipo do sétimo frente. Até costumamos brincar com isso, quando nos encontramos no elevador.

Eu NÃO moro num prédio. Eishhh pessoas chatas, hein?!

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Já se vê que me irritam um bocado algumas reações ao jogo de sábado passado. Não as desiludidas, menos ainda as coerentes, mas as nitidamente satisfeitas. Por encontrarem, apesar da sua própria dor, um metro quadrado de terreno arável para plantarem os seus odiozinhos de estimação.

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Dadas as circunstâncias, é factual que temos que fazer mais um ponto que o 5LB até ao fim do campeonato. Preferencialmente dois, para facilitar a contabilidade. E é nesta altura que se ouvem os lugares comuns de sempre. Sobretudo, o estafado "os jogos entre os grandes não decidem campeonatos".

É espantoso isto vir a propósito de uma competição que pode ser decidida num Lagartos vs Lampiões. Ou não, caso em que se provaria a tese, certo? Sim, mas só porque é aqui que vivemos. Os confrontos diretos não decidem porque isto é Portugal. 

Demorem-se um pouco comigo, olhemos para os jogos entre os três primeiros:

Lagartos vs FCP

Perdemos no Campo Grande. 
Lances duvidosos: Duas mãos que antecedem os dois golos dos esverdeados.

5LB vs Calimeros

Ganham os encarnados. 
Lances duvidosos: Duas mãos na área lampiónica.

FCP vs Postes de Iluminação Publica

Empate com guacamole. 
Lances duvidosos: Golo anulado aos de azul, por mão na bola.

FCP vs Campo Grandense

Ganham os bons e, que me lembre, não há casos. 
Força nos comentários, se me estiver a dar o Alzheimer.

Lampiões vs FCP

Empate com verruga. 
Ainda estarão frescos os lances, por isso poupo-me as linhas.

Apitaram estes jogos Tiago Martins, Jorge Sousa, Artur Soares Dias, Hugo Miguel e Carlos Xistra. Todos diferentes, todos iguais.

Não vamos discutir os lances em si, combinado? Vamos partir do princípio que todos seriam de difícil análise, uma coisa tão na moda, e que qualquer decisão seria aceitável. Reparemos apenas no desfecho:

TODOS os lances são decididos a favor de uma das equipas, independentemente do seu adversário de ocasião. 

De igual modo, TODOS são decididos em prejuízo de outra agremiação, seja contra quem for que jogue. 

É uma anormalidade estatística, ponto.

Os confrontos entre os grandes não decidem campeonatos? O caralho é que não decidem. É fazer as contas.

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Gritam na zona de fumadores:

- Senhor Presidente, se você cala, chafurdamos nós!

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Soundtrack to Justice: Seeking no truth, winning is all!

segunda-feira, 3 de abril de 2017

Apelos vários + um

Gamada ao Jorge

Apelo às forças vivas do País - e, já agora, às falecidas também, desde que não tenham sido ainda notificadas oficialmente do infeliz desfecho das suas vidas - que se unam na indignação. Assim, é impossível. Não há quem possa ter mão nisto, não há quem consiga conduzir-nos rumo aos prados verdes da Felicidade, onde pequenos póneis de olhos brilhantes e caudas encaracoladas, saltam livres e despreocupados, enquanto minúsculos humanos de olhos grandes - que mais parecem anões a quem deceparam os pés - os contemplam em Paz e Alegria, com os seus largos sorrisos permanentemente colados nos rostos cilíndricos. Ai, espera, isto era a canalha a brincar com os Pinypons e os My Little Pony.

De qualquer maneira, é mesmo uma brincadeira! Então um gajo apresenta o menor défice da história da Democracia; vai a caminho de ter de rever em alta o crescimento; consegue ser o único País do Mundo que mantém um Governo que vai de Trotsky a Olof Palme, passando por Estaline - nananana, meus meninos, nada de revisionismos - com direito a receber dois contos e tudo, à conta do trabalho árduo de uma equipa unida; e ainda assim, continua todos os dias a trabalhar, incluindo aos fins de semana - vide a foto acima - para manter o PIB a crescer; e vem um Urugaio, para mais verruguento, e fode esta merda toda? Assim não! Já ia o crescimento em alguns três dígitos, para isto? Pá, se fosse Chileno, ainda se compreendia: Alguma reminiscência Pinochetiana. Agora, Uruguaio? É muito preocupante, este revivalismo da direita fascizóide militarista a que assistimos na América Latina. Muito preocupante...

Avante camaradas Costa e seu fiel escudeiro Centeno, eles serão os seis milhões de aço. Afinal, sessenta por cento deve dar para ganhar eleições. Aí está uma cena que seria uma nova experiência hein?

E é tudo o que tenho para transmitir ao senhor Rio e à sua evidente aspiração a estabelecer residência na Capital. Ma che fare, né Ruizinho?

...  

No âmbito de coisas menos importantes - e igualmente menos escandalosas, mesmo que ocupem mais espaço - apelo aos meus correligionários para que mantenham a honestidade intelectual. E apelo apenas a vós, porque é absolutamente necessário possuir um intelecto para que haja a hipótese de o corromper com desonestidade. É por isso que não concordo quando me dizem que há comentadores que são intelectualmente desonestos. E afetos ao 5LB.

Vejamos, da mesma forma que a onda do "são favas contadas ganhar à beira do Colombo", era um imenso disparate; concluir que isto acabou porque empatámos em casa dos postes de iluminação, é um balde de bullshit. Eu percebo a frustração de quem queria ganhar, mas o falhanço mais rotundo é dos burmelhos: Aí estava a chance de matarem o Campeonato, em casa, e falharam! Há que continuar em sofrimento, uma coisa a que estão pouco - mas mesmo muito pouco! - habituados.

De igual modo, é preciso ser um pinheiro sem olhos - não, estúpidos, o Depoitre tem olhos! - para sequer vislumbrar alguma semelhança entre o suposto domínio lampião de sábado e o banho de bola da primeira volta, no Dragão. Nem lá perto, fofuras. Bem sei que a última imagem prevalece e que a primeira impressão conta muito. Em ambos os casos, não ficámos lá muito bem na fotografia. Mas que caralho, no resto do jogo, na maioria! do jogo, não fomos nada inferiores e em nacos bastos fomos até superiores. Não, pelo futebol, não merecemos mais do que tivemos. Nem menos.

FACTO: O melhor jogador do FCP na recepção aos coisos, NÃO FOI IKER CASILLAS. Nem o mais decisivo.

Quanto às virgens que arrepanham os cabelos por terem visto alguma comemoração - honestamente, não vi nenhuma euforia - dos nossos no final, espero que tragam cuequinhas rendadas, de fio dental ou não, para a festa de maio na Alameda do Dragão. Acho mai'bonito quando a pessoa se faz enrabar trajando lingerie sexy. Porque dar o rabo é tudo o que poderão fazer, quando pensarem qual a importância deste empate em solo inimigo para o armistício vitorioso que estarão a comemorar. Sim, suas bestas, ganhar era melhor, mas manter a curtíssima distância é decisivo. É por isso que eles carpem hoje a sua incapacidade para...decidir.

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Mantendo o principio da honestidade do intelecto, apelo a todos os que passaram tanto tempo a desancar forte e feio em quem teve a ideia peregrina de trazer Iker para o Porto, para que venham manifestar-se. Não, não chega permanecerem calados acerca do assunto, até que um qualquer deslize vos faça emergir novamente. É necessário que mostrem, vocês também, as G-String rendadas. Ou que expliquem a manutenção da vossa opinião, assim como de todas as acusações que lançaram sobre o jogador, a Administração e o treinador da época.

A tag Iker não se criou sozinha. Foi fundada para avaliar da influência que eu defendi, desde sempre, que o nosso guarda-redes tem para a equipa. Isto é, foi parida para vocês e aguarda o contraditório.

Assim, na nossa contabilidade Ikeriana, vamos em 7 pontos + 1,5 milhões de Euros. Já veremos - parece que estou meio Espanhol, não parece? Que coisa... - que peso terão no desfecho do Campeonato.

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Apelo a NES para que obtenha o meu número de telefone e me ligue sempre que precisar. Em vez de falar com o adjunto. Agradecido.

Teríamos entrado com o Silva de inicio, ao contrário da opinião de 99% da Nação Azul e Branca. Que, por maioria de razão, não pode contestar o 11 inicial. Teríamos pois Jesus Corona pronto a jogar depois de Silva & Soares terem dado cabo da cabeça ao Eliseu e aos centrais. Se calhar, já estávamos a perder por algunjoito, mas eu creio que não.

Teríamos substituído André André - muito bom jogo! - por Ruben, antes dos vinte minutos finais. Teríamos dado Jota a Corona nos últimos 10 minutos, sem ponta de lança. Porque eu acho - e agora posso achar o que me der na telha - que estaríamos a ganhar.

O que não posso é considerar que NES teve medo. Ou que inventou. Acho que não ajudou tanto como deveria a equipa, isso sim. Porque é uma limitação que mantém, muito provavelmente. Como consequência, sempre que a equipa se sente apertada e se "atemoriza" - notem-se, e notem-se bem!, as aspas - do banco não vem remédio. Nem no Colombo, nem em casa contra o Campo Grandense, para nos ficarmos pelo Campeonato. 

E o adversário cresce e o gajo não me liga. Fala com o adjunto.

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Lanço um sentido apelo a todos, para que guardem bem a Xistralhada. A todos mesmo: Aos que defenderam que era uma nomeação adequada; aos que tiveram esperança ou convicção de que assistiríamos a uma arbitragem isenta; aos que acham que não foi pelo árbitro; e até a quem, em pleno transe psicadélico, lhe parecer que o FCP foi beneficiado.

Deixo de fora todos os lances sobejamente analisados em todo o lado. Acrescento que, sem repetições, o penalty assinalado me pareceu...penalty a assinalar. Defenderia isto sem nenhuma dúvida, fosse o lance na outra área, motivo pelo qual não me vou agora pôr a dizer o contrário. Foi falta para grande penalidade? Não! Tinhas marcado, Silva? Sim!

Só que, meus lindinhos, a imaculada beleza - de caráter quase venal, se não Santo até - da exibição do senhor Xistra, merece estar nos compêndios. Aliás, é bem capaz de estar nos livros de formação dos nossos árbitros, desde o senhor Carlos Valente. A suposta avalanche - ai que medo! - burmelha na segunda parte da segunda parte da contenda, esteve alicerçada quase inteiramente neste outro Carlos. Quase, porque não se pode retirar mérito a NES, que mudou o trio do ataque, ignorando o abafa do seu miolo.

Ora vai um tripeiro a sair para o contra ataque? Então estamos em 1984, no Campeonato Inglês, em que uma falta assinalada deve envolver pelo menos uma arma de fogo. De calibre apreciável. Tipo, este momento de "alguma tensão (??!!!)".

Ah, não, pelo contrário, vem aí uma garbosa papoila aos tropeções nas suas próprias raízes? Nesse caso, trata-se de um jogo de mini-basquetebol feminino. Pelo que há que marcar falta ao menor contacto, não vá a cachopa tocar nalguma mama da coleguinha e apreciar o momento. Credo.

O que isto fez ao jogo, sempre que necessário, é muito mais relevante que o Palhaço Jonas e até que o fora de jogo a pedido sacado ao isolado Jota. Não deixemos pois que continuem a pensar que somos lorpas e vamos atrás do foguetório que lançam, para nos despistar. E enervar. E enervam. Dass, ca nervos, filhasdaputa pá!

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Por fim, mas nunca por menos, apelo a mim mesmo com todas as minhas forças, para que possa sempre lembrar-me do jogo de sábado, visto entre lagartos e lampiões, com vantagem final para os últimos, pareceu-me. Pessoas, obrigado por mais um motivo para escapar ao Alzheimer.

O cuidado, não sei se propositado, com que não se manifestaram, como não tiraram partido da vossa superioridade numérica - e foi bom para vocês, porque vos fodia os cornos a todos, já se sabe - para me atazanarem o pouco juízo, tocou-me não muito fundo, mas, no mínimo, de raspão. Não esquecer que sois infiéis na mesma, nada de mariquices e confraternizações.

No fim do dia, o único "marca penalty outra vez, seu ganda filho duma ganda puta!", foi meu. Nem assim os pais encarnados aproveitaram as suas crias espantadas para me moerem a paciência. Fuck, valem a pena, vocês poucos, apesar dos cachecóis manhosos...  

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Só mais um singelo apelo: A todos os que se sentirem tentados a demonstrar qualquer tipo de complacência, ou a encontrar alguma justificação, perante ISTO... just DON'T!