quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Legislativas 2015: Votos?! Quais votos?!

Porreiro pá! Isso dos votos é pa meninos!

Eu não percebo. As virgens ofendidas arrepanham os cabelos e desdobram-se em comentários. Ai que vem por aí o gulag e alguns garantem mesmo já terem visto o cão de Trotsky a rondar os caixotes do lixo de São Bento. É evidente que é Constitucional, legal e mais que visto por essa Europa fora, a começar na Grécia, essa coisa de formar Governo quem não ganhou as Eleições. É uma autêntica perda de tempo estarem a gastar latim com o que, seguramente - ops!, não é a questão. A legalidade não é para aqui chamada. A PàF deve formar um Governo, submeter o seu programa à Assembleia, ser chumbado e cair. Depois - e só depois! - deve o Presidente da República procurar alternativas dentro do quadro parlamentar. Simples.

Eu não percebo. Porque é que ainda há quem se espante com o triste circo armado pelo Senhor Costa. Este faz de conta que vou negociar com estes só para entreter. Amiguinhos, a alternativa para o xôr Costa era a completa irrelevância política. O fim, game over, kaput, adio adieu. Veja-se que o distinto mayor da Capital tomou o seu próprio partido de assalto. Porquê? Porque tinham ganho umas eleições. Mas por poucos. Vai dai, veio ele e... perdeu as eleições para uns tipos para quem mais ninguém poderia alguma vez, em tempo algum, perder. A seguir, perfilam-se mais eleições. As hipóteses de o xôr Costa sair vencedor dessas são, nesta altura, tão pequenas que nem ele acredita nelas.

Qual é a única maneira de o Costinha não se tornar num mero peido no panorama político? Ser Primeiro-Ministro. Independentemente de ter sido preterido nas urnas em relação ao que cá está ainda. Não é política, é sobrevivência. Para sobreviver, o rato enfrenta qualquer perigo e bate-se contra qualquer predador. Na cabeça do António, um Governo minoritário com suporte em acordos de incidência - esqueçam lá isso de uma coligação de esquerda - parlamentar é uma espécie de all-in. É claro que teremos eleições em 2016. 2017 o mais tardar. Nessa altura, o Costa implode ou ganha com maioria. Pela qualidade que tem demonstrado, e pelas companhias que vai escolher e o escolheram a ele, vai implodir.

Digamos que está a ver se entra em processo de Cavaquistização, mas para lá chegar tem que arranjar uns capangas que lhe mirem as esquinas. Um deles dá-lhe uma bordoada um dia destes. Ai dá, dá.

Eu não percebo. Porque anda a esquerda em pré-orgasmo com isto tudo? Como é que se argumenta, de modo tão - mas oh tanto! - despudorado, com os votos do Zé Povinho. Basta uma ronda aqui pela Tasca:

- Eu votei no PCP. Porque quero Portugal fora do Euro, a nacionalização de toda a banca e a reestruturação imediata da divida.

- Eu cá votei no Bloco. Porque quero o fim dessa coisa da CEE e não quero ouvir mais uma palavra sobre poupança nas pensões e assim. Ah, e não quero pagar divida nenhuma.

- Eu votei no PS. Porque acredito que há um caminho diferente, mas sempre no estrito cumprimento das nossas obrigações Europeias.

- Eu votei na PàF. Porque temo que as propostas Socialistas nos tragam outra vez a troika e ainda mais austeridade, a médio prazo.

- Eu votei no PAN. Porque gosto do meu cão. E do leão Cecil também gostava, pobrezinho.

Eu não percebo como é que o Governo que lá vem corresponde a qualquer destes anseios. São só uns tipos a fazer pela vida. Deles. Olha, como dizia o Tio Leon, o fim pode justificar os meios, desde que alguma coisa justifique o fim. Enfim, porque é que não falam com o Garcia?

...

O repto da Tasca é que se reclinem nos vossos sofás e, nos intervalos de coisas realmente importantes como a bola, tentem imaginar o fartote que será ver o Jerónimo a votar a favor da venda do Novo Banco; a Catarina a abster-se no congelamento das pensões; e o xôr Costa a acusar o Pedro e o Paulo de não proporcionarem entendimentos alargados que nos fortaleçam perante os mercados e os credores internacionais.

Eleições antecipadas, diz o senhor que acha que me deve qualquer coisa. Oh Marcelo, a mim não tens que pagar nada. Só os finos. Deixa-te estar sossegado. Ou estás à espera que te agradeça muito o incómodo todo que estás para ter? Por acaso, inventais pouco, inventais...

Ou vocês acham que a Frente Patriótica da Esquerda Revolucionária - incha Garcia! Fui eu que inventei esta! - se aguenta 4 anos? A sério? Não percebo...

...

- Oh Silva, você não percebe nada. É burro até dizer chega! O homem já disse que isto não é o Syriza! - E rimos com gosto os dois...


...

 Soundtrack to ignorance: DOGS!

10 comentários:

  1. Bateu-me ao sprint no assunto... não há mesas para limpar aí na Tasca? Em todo o caso, lá irei.

    Eu também gosto do meu cão. E gostava do Cecil, coitadinho.

    Quanto ao resto, era alinhá-los todos frente a um pelotão de fuzilamento e POUS!
    Não sem antes lhes dar uns valentes PAFs, obviamente. Para que confessassem todos os BPNs.

    Tema musical? Uma adaptação de James Brown: Living in Siberia!

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    1. Cais Siberia cais nada! Isto lá pró Verão está tudo na Escola Primária a votar outra vez. Para estrear os discursos pós eleitorais do Marcelo :)

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  2. Esta tive o desplante de partilhar.
    Abraço, P.Torres

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    1. Ora, está o meu amigo perfeitamente à vontade. Veja lá é se depois não o acham politicamente incorreto...
      Abraço

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  3. eu votei em branco com uma caneta azul. ficou lindo, o boletim.
    coisa mas'linda o azul e branco, car@go!

    abr@ço forte
    Miguel | Tomo III

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    1. Pintinho ao poder já! A ver se esta malta num andava direitinha!
      Abraço amigo.
      PS. Macabbi? Ou vais-te armar em nazi? :)

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  4. @ Silva

    «nazi»?! «nazi»?! «nazi»?!
    mas eu, por um mero acaso, tenho andares estúpidos?! :D
    (tenho esta série completa. do melhor do humor britânico)

    ps:
    mais a sério, talvez no jogo ante os gverreiros, talvez. ainda está a ser "negociado" lá em casa ;)

    abr@ço
    Miguel | Tomo III

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    1. Do melhor? Na! O melhor! Eterno!
      Ok amigo, o que é importante é importante. A gente acaba por se cruzar. Abração.

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  5. Goste-se ou não, para o bem e para o mal é a Democracia (actual) a funcionar.
    O mais triste no meio disto tudo é ter uma merda de políticos de um lado e outra do outro como alternativa...
    Por muito que se escolha... terá mau cheiro!
    abraço

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    1. Disso é que não há dúvida. Mas são os que temos e algum terá que ser. Mas com respeitinho pelo voto do transeunte, oh faxabor.
      Abraço

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