sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Double Cheese, com Cola Zero e batata frita



Está tudo muito estranho. Desconfio que anda Alguém a brincar com o Tempo e essas coisas. Quero dizer, um gajo sai de um sítio são dez e meia da manhã - já com três horas de atraso no bucho, à conta do nevoeiro - e chega a outro sitio umas oito horas depois. Vai a ver, são duajimeia! Não tem mal nenhum, aproveita-se e trabalha-se o meio dia da tarde. Só que, à hora de ir embora, parece que são umas onze da noite. E anda tudo na rua como às sete da tarde.

Enfim, pequenos desencontros com o relógio à parte, mais a diferença de temperaturas assoada numa embalagem de Griponal, cheguei ainda de véspera para o FCP vs. Feirense. Muito a tempo de me automobilizar até ao Dragão, apesar de ainda ter demorado a perceber porque recarga de água haviam de marcar um jogo para ajonziumquarto da noite, num dia de semana. E não é que resultou? A malta gosta é de serões e de ter os putos acordados até tarde, aos berros da birra de sono e assim. Para além de que deve ter apanhado um fim de semana - estaria eu pior do que pensava? - porque aquilo estava cheio. E toda a gente fez como eu: Automobilizou-se. Pelo que tive que aparcar o meu potente bólide por detrás de Santa Cona do Assobio. Pá, agora que penso nisso, será que já era Santo Glúteo do Assobio, nesse caso?

Isso agora não interessa nada. O que realmente importa é que, depois de ter batido o recorde de "Quase Melhor Prenda de Aniversario de Sempre", a minha bicicleta - que é a gaja bem boa residente - superou-se e bateu o recorde de "Quase Melhor Prenda de Natal de Sempre". Incha Bolt. 

Assim, tive que ir estrear a minha cadeira. Quero desde já proclamar que protesto! Acho um disparate não poder entrar com um castiçal; um queimador de incenso; duas jarrinhas de flores; um naperão em crochet, dos compridos; uma moldura em metal com a foto da família, por ocasião de uma romaria em Pigeiros; e uma escalfeta elétrica. Nhanhanha que é a segunda casa, blablabla é o teu lugar, mas depois impedem a pessoa de dar um ar mais caseirinho ao sitio. Sei cá, torná-lo ainda mais aprazível, mais seu. Estúpidos.

Do jogo, o melhor foi o Double Cheese Menu - normal, que não sou nenhum alarve - que embarcou findo o período de compensação. Haviam de ser já umas duajimeia da manhã, pouco maijómenos. Apesar dos relógios marcarem nove. Valeu pela magnífica companhia e pelas gargalhadas. Foi um enorme gosto, minhas senhoras. E meu senhor também, pronto.


... 

Cá pra mim, isto das férias de Natal não fez bem nenhum aos nossos rapazes. Puseram-se a viajar lá para aqueles países estranhos, onde moravam em antes de os salvarmos da escassez - da material e da da Alma, está claro - e vieram todos baralhados do jetlag. De tal maneira, que até o Herrera acertou mais passes do que é hábito e foi um dos melhores dos nossos. Tudo trocado, portanto.

Além do Mr. Hide do Hector, que incluiu uma assistência para golo, tivemos uns pós de Yacine e muito João Carlos Teixeira. A provar, como aqui se disse, que há ali muito Tsubasa à espera de ser libertado. E é mais assertivo e mais intenso a defender do que o original. Curiosamente, dois destes três foram os substituídos. Era o NES atrapalhado com as diferenças horárias, a pensar que o jogo já tinha acabado ao tempo. Aliás, o moço estava tão taralhouco, que achou uma estupenda ideia castigar o Corona com mais minutos, por ter jogado tão pouco. Well, uma miséria de fazer corar de vergonha São Francisco de Assis.

Ainda assim, teria chegado, como quase sempre, não fosse o gajo do apito estudar pela mesma cartilha dos anteriores gajos dos apitos, um deles ele próprio. Quem lhes enfiasse o Burj pelos entrefolhos do cu abaixo é que era homem de serviço. Panado em gravilha, naturalmente. 

A diferença de critérios já não assusta, faz rir. Com ar tresloucado. É isso que se pretende? Um bando de tresloucados às gargalhadas, de punhos cerrados, em direção aos senhores do apito? Demos a carne, a bem da Nação, agora querem levar-nos as tripas à força?

Isso não minora a minha preocupação. É que há coisas que não são literais. Por exemplo, "Natal é quando um homem quiser". Pá, oh Nuno, não! É só uma maneira de dizer que temos o poder de alterar o rumo a nosso favor. De fazer acontecer. Já se sabe que se ficares a dormir sentado em cima do Burj, acabarás por ser empurrado de encontro à ponta, de forma a que o edifício te escorregue pelas nalgas acima. Não vai  aparecer sempre um Pai Natal que te salve. Sobretudo se nem por socorro gritas. Credo, rapaz, que fraquinho.


...

- E então, Xilva? Está melhorxinho do xétlegue?

- Quais jetlag, qual merda, pá. Isso é coisa de mariquinhas! Cházinho das cinco?

- Hã? Machãohoraxdalmocho, Xilva!

- Ah, pois. O prato do dia é scones. E quero pouca bulha!

- Pode xer com arrochichalada? Adoro xecones com arrochichalada...


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Soundtrack to Mr. NES: Playing dead?

domingo, 25 de dezembro de 2016

Natal no Golfo

Olá, sou eu. Como estamos hoje, meu Amor?

Deves saber que foi Natal, está claro. Passamo-lo em fusos horários diferentes, a uma considerável distância, mal encurtada ciberneticamente. 

Tenho a certeza que houve gargalhadas por lá, como por cá, e demasiada comida, como sempre. A toda a volta, esta falta que partilhamos, cada um por si, cada um pelos outros e todos em Ti. Que és Senhora connosco, na Graça de um Espírito Santo feito rocha, onde as ondas se quebram antes da praia. 

Houve uma flor na areia.

Por falar nisso, amanhã conto ir à praia. Não, patêga, ir mesmo à praia. Como em ir tomar banho e estender a toalha e assim. Não à tua praia.

Eu acho que ias gostar deste Natal entre os 18 e os 28 graus. Exceto pela falta de iluminações. Alguém havia de mandar um autarca Português a estes senhores. É esquisito - de uma forma surpreendente - passear na rua, a aproveitar a aragem da noite, como se fossemos uma família de Indianos desocupados, a atrapalhar o passo dos restantes transeuntes, e não lobrigar um pinheiro verde dependurado de um candeeiro de rua. Caramba, nem um singelo sininho dourado numa ou outra montra. 

Diz que por aqui o nascimento do catraio do Senhor não é nada de transcendente. Nasceu, parabéns aos felizes papás e siga. Até porque há o maior whatever do Mundo para construir e as paredes não se levantam sozinhas. 

É como o advento de hoje ser Domingo e não ser fim de semana. Soa estranho, não é? Para esta malta, o Manic Monday não faz sentido nenhum. Pobres Bangles. Se pensarmos um bocadinho, é fácil perceber: Por estas bandas, o Senhor não descansou ao sétimo dia, pelos vistos. Vai dai, toca majé a bulir!

Já sei que me vais desancar, mas fico na mesma com a sensação de que devia ter trazido toda a gente comigo. Parece sempre que estou a abandonar alguém. Fuck, não somos assim tantos, porque é que não consigo metê-los a todos num autobus e pronto? Yep, tens razão, somos muitos. 

Já se sabe que não era nada disto que te vinha dizer. Queria só partilhar que, ao contrário de mim, Tu estiveste com todos, em vários sítios ao mesmo tempo.   Não duvides! Aliás, a prova, se fosse preciso, foi a primeira conversa que tive com uma senhora com quem nunca tinha falado, a centenas de milhares de quilómetros do sítio onde foi tua vizinha. Disse-me:

- Ah, sim, eu sei que Lá tem familia. Gostava muito dela. Foi uma pessoa de quem gostei imediatamente, desde a primeira vez que a vi.

As minhas palavras ficaram ausentes, mas felizmente alguém acrescentou, sábia como quase - QUASE - sempre:

- Era assim com todos. Toda a gente gostava dela.

Não fiques toda inchada. Eu não gosto assim tanto de ti. Simpatizo ligeiramente contigo, pronto. Ou é gases?

De resto, ainda me estou a acomodar nas nossas novas conversas. É-me estranho contar-te mais do que te pergunto, dizer-te de mim, de nós, em vez de saber de ti. Parece-me que estou a Amar-te de uma maneira toda diferente, que ainda não conheço bem. Como se tivéssemos andado para trás e eu fosse mais menino. 

Não sei explicar, tens que me deixar pensar um bocado mais nisto. Mas hey, nós vamos falando. Até já.

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

O melhor em campo e Informações Úteis

É o de amarelo, está claro.

No futebol, a justiça é uma espécie de príncipe numa tarde de canícula: Um gajo ouve falar nele, mas quando vai a ver, já lá não está. É por isso que frequentemente a vitória não sorri à melhor equipa. 

Ontem, no Dragão - e mais uma vez - a equipa mais constante; a que se manteve focada durante todo o tempo no seu objetivo; a que aplicou de forma mais exemplar os seus princípios de jogo; não ganhou. Aliàs, perdeu! Lá está, é injusto, mas é futebol.

Ainda assim, há que não desesperar. Quem atua a um nível tão alto e com tal consistência, terá seguramente muitas vitórias para comemorar. 

Daqui segue um abraço muito apertado - mas mesmo MUITO - para o Vasco y sus muchachos. Fizeram tudo o que puderam, rapazes. Agora é levantar a cabeça e pensar no próximo jogo. Força.

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Igualmente em bom nível, estiveram os Presuntos de Chaves. Já se sabe que o presunto é a perna do porco, pelo que não admira que estes suínos tenham boas gâmbias.

O Grupo Desportivo "As Florzinhas do Marão", demonstrou em campo como anular o jogo do adversário. Ao mesmo tempo que, com grande sagacidade, tirava partido da exibição de encher o olho - até vários olhos - do Vasco. Para começar, impede-se que haja jogo. Logo aí, o adversário vê-se Grego para jogar.

Os curtos espaços em que a bola não está parada, dividem-se entre o show do Vasco - que as flores muito aplaudiram - e anular a criatividade dos tripas. A segunda pode parecer difícil, mormente no caso de certo, determinado e muito suspeito islamita. Pois aprendam com o Grupo Desportivo Fúcsia: É pendurar um Núbio de dimensões consideráveis do braço do Argelino e já está.

- Pois, marcação em cima, poijé?

Não, estúpido. É literal. Põe-se um grandalhão pendurado no fintabolista, a puxá-lo pelo braço, a agarrá-lo e a dar-lhe uns patarrões de força onde o apanhar, se for preciso. Com o Vasco no seu melhor, 90% das vezes nem falta é. Nos restantes 10%, lá deve dar um amarelito fora de horas, quando já não fizer grande diferença.

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É claro que o jogo não é só feito de magníficos intervenientes, como os supracitados. Há sempre uns ranhosos, como é o caso - neste caso - dos piegas das Antas. 

É uma gente que só faz é choramingar. Por nada! Desde quando é que uma florzinha de estufa, vestida de rosinha, consegue atirar ao chão um homem feito? Ainda por cima Uruguaio? Só se o apanhar com os dois pés no ar e se atirar a ele como se fora um toiro cobridor em pleno cio.

- Pois, foi isso mesmo! Nas trombas do Vasco.

Ah, estava então o tripeiro no ar. Ou seja, não tinha os pés no terreno de jogo. Logo, estava offside.

Quanto ao suposto golo do Silva, é preciso ter lata para reclamar. Então não se nota tão bem, à vista desarmada, que tem o pai-de-todos da mão direita fora de jogo? Epá, não andem com o dedo sempre em riste! Mal educados,

Enfim, deste bando de arruaceiros, o que se pode dizer é que passaram três quartos de hora a apreciar, pasmos, a estupenda performance do Vasco. Depois do intervalo, labregos que são, terraplanaram os de Trás-os-Montes, mais o Vasco, mais o que fosse que lhes atravessasse o caminho. Brutos, pá!

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Mais dois pontos para a nossa contabilidade Ikeriana. Até ao Natal, o total é de: 4 pontos + 1,5 milhões de euros.

Alguém merece festejar nos Aliados. Eu cá, só apareço se convidarem o Vasco. Oh Vasco...oh Vasco...kestamerda?

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Frase do dia: "Parece que o árbitro quer que o Chaves ganhe..." - Puto David


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INFORMAÇÕES ÚTEIS

1. O infame processo Apito Dourado resultou no julgamento do Presidente do FCP. Foi ilibado de todas as acusações. O processo NÃO foi arquivado. Foi a JULGAMENTO e o arguido foi declarado INOCENTE. Em resultado da mesma "investigação", o Rotunda FC amargou as passas do Algarve. Apenas para ser considerado lesado em toda a linha, uns anos depois, como se fosse com o BES.

2. O ex-Presidente do 5LB João Vale e Azevedo, foi julgado e condenado. E PRESO! Um funcionário da mesma agremiação foi condenado por tráfico de estupefacientes, recentemente. 

3. O ex-Vice-Presidente do S.Calimeros P., Paulo Cristovão, foi julgado e CONDENADO. O ex-Presidente da mesma coletividade, Jorge Gonçalves, foi obrigado a por-se ao fresco para Angola, para que não lhe acontecesse o mesmo.

4. O árbitro Jorge Sousa, foi nomeado para um jogo entre os dois grupos supracitados, em 2015. O resultado foi do agrado dos choramingões e desagradou basto aos burgessos. Os burmelhos gritaram "Roubo!" aos quatro ventos. O árbitro Jorge Sousa foi classificado com a nota 2,4. Em dez.

5. O árbitro Jorge Sousa, foi nomeado para outro jogo entre os mesmos mete-nojo, há poucas semanas. O resultado foi ao contrário do ponto anterior. Os esverdeados gritaram "Roubo!" aos quatro ventos. O árbitro Jorge Sousa foi classificado com a nota 8,6. Em dez. O Jorge não precisou que lhe fizessem um desenho, lindo menino.

6. Apito quem? Erros humanos o quê? Campeões com mérito quando? Ide, ide para a puta que vos pariu. Pelo caminho, engoli o caralho que vos foda. Pode ser o Robin.  Agradecido. 

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Soundtrack to Vasco: You're the greatest of them all!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

O pequeno David e Espírito Natalício



Ele é um menino de olhos rasgados e resposta pronta. Se, por falta de informação, lhe falha, desaparece. Para retornar mais tarde, depois de remoer o assunto, e emitir uma sentença qualquer. Nem que seja nhahanha isso és tu e os homens não têm nada cauda! Certo? 

Por sangue de um avô que sofre pela cor errada, o David é lampião. E raisparta se o catraio não merece melhor sorte. Ah, mas os astros, sempre tão desatentos, desta vez não dormiram. A Vida trouxe-o até à nobre, mui leal e sempre inBicta. Mora ali mesmo, paredes meias com o Dragão.

Hoje, creio que pela primeira vez, o puto David entrará no nosso Estádio. É demasiado pequenino para ser considerado um infiltrado, para além de que recebemos bem quem venha por bem. Mas a expetativa é inevitável: A missão é salvá-lo das trevas e trazê-lo para o lado bom da Força. O azul. E branco.

Conto com a ajuda dos de sempre, naqueles minutos de pré-match. Conto com o suor da equipa, para lhe dar muito que pular na bancada. Conto com a sagacidade de NES, para que tudo corra de feição e ele saia cheio de vontade de voltar. 

Mas sabes David, se saíres tão ou mais lampião do que achas que és, também está muito bem. E voltarás sempre que quiseres e for possível. Pelo menos, até ficares suficientemente grande para eu desistir de te evangelizar. E tu perderes a paciência para aturar o velhote.

Porque mais que tudo, o que te ofereço é um jogo de futebol. Aliás, mais do que isso: Quero oferecer-te uma ida à bola, um momento de comunhão, de amigos. Dizer-te que entre tantos grupos a que pertencerás, está aqui um, pronto para te receber de braços abertos. Com os que hoje vais conhecer ou outros quaisquer que, a seu tempo, escolherás. Ou te escolherão.

No strings attached. Pela tua Alma imortal, é claro que te desejo que entres puto David e saias pequeno Dragão. O mais importante é que saibas como se vive naquela casa, para que possas decidir se a queres fazer tua. Se for preciso, damos-te um empurrãozinho.

É por este tipo de coisa que eu é que devia mandar na ONU e em todas as Religiões. Era um Mundo melhor. E Natal mais vezes.

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Disclaimer

Menores, ouvidos sensíveis, pessoas mentalmente bastante sãs, whimps and posers, please leave the room. Agora, andor! Não digam que não avisei.

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Para além do mais, o Natal é uma espécie de arauto de um Ano Novo. Ainda a pessoa está a flatular o farrapo velho e pumbas, mudou o ano. Por isso, por esta altura, estou sempre a olhar para o que está para acontecer a seguir. 

Devo dizer-vos que a onda revivalista não vai amainar. Depois de termos tido os gerontes todos a atuar por cá, incluindo o Eltón João, credo!, e discos novos dos Rolling Stones e do Sting - oh sim, eles vivem! - 2017 promete mais coisas novas de gente usada. Olha, logo em março, ainda antes da Primavera, atuam na Lusitânia os Cock Robin

Eu protesto! É uma falta de respeito estes tipos virem estragar a imagem de recuperação que andamos, a quanto custo, a construir. Portugal, tájaber Schmidt, aquele país da treta onde toca a banda com o nome mais estúpido do Universo. Epá, não!

O que passará pela cabeça de um gajo para lhe parecer boa ideia chamar Cock Robin à sua banda? Mesmo que o Robin seja ele? Well, tudo bem, pode funcionar às mil maravilhas lá no ermo onde ele vive, mas há que se manter afastado de Portugal. Porque senão, vem de lá uma besta e começa a dizer disparates. Olha, não é tarde nem é cedo, é já!

Portanto, o Caralho Robin vai estar nos Coliseus do Porto e de Lisboa. Epá, deixem-se de tretas, é isto mesmo! É um nome que não lembra a ninguém. Porque recarga de água andam a botar nome ao pénis e a fazer disso um assunto de toda a gente, não consigo entender. Tipo, ah, olá, eu sou o Zé Manel. Este é o meu caralho, o Robin. 

Ainda por cima, toda a gente sabe que Robin é um péssimo nome para marsápio. Quê? O que anda de colants pela mata, à cata de musculosos guardas reais? Ou o amigo do morcego, que mesmo que tenha marsápio, não lhe encontra utilidade alguma? PelamordeDeus, é como se estivesse a pessoa na Reunião da Turma de 80 do Colégio de Piços. Diz um piço para outro piço:

- Ui, caralho Zé Bastos, olha ali. Aquele não é o Robin? 

- É pois, caralho Tó Nabo. Se não é, é muito parecido. Espera aí que vou perguntar à cona Felisbela. Acho que andaram juntos. Oh Felisbela, aquele não é o caralho Robin?

- Hum, acho que sim, deixa lá ver melhor. É, de certeza. Não me esquecia daquela cabeça. Vou é pirar-me daqui, que o tipo é um chato do caraças. Sempre com a lengalenga das promessas que lhe fiz e rebéubéu rebéubéu. Fartinha até aos grandes lábios, dass...


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Enfim, é Natal e até parvos como eu acabam por merecer uma certa complacência por parte das pessoas normais. É por isso que me arrisco a deixar uma sugestão à Junta de Freguesia de São Bento de Ana Loura, concelho de Estremoz, e aos seus cinquenta habitantes:

Promovam o Turismo! Se São Martinho do Porto acha uma bela ideia espetar no meio da baía uma árvore de Natal - única na Europa! - vocês também podem fazer qualquer coisinha. Deixem-se de pieguices. Ah e tal, somos a freguesia mais pequena do país e com menos população da Europa. Tretas. 

A quantidade de gente de todóMundo que se dirige, neste preciso momento, para São Martinho do Porto, só para ver um pinheiro feito de luzes de palco que sobraram da última atuação da Ágata nas festas do Concelho, é a prova viva de que o Turismo é que é.

Olha, por exemplo, pespeguem um grande cartaz na autoestrada mais próxima. A dizer:

SÃO BENTO DE ANA LOURA, o Harlem Gospel Choir nunca cantou aqui!

Pumbas, aí está uma unic selling proposition! Seriam a única freguesia no País a poder dizer isto. Está feito pá, não têm nada que agradecer.

Não, senhor Presidente da Junta, não dá para fazer com os Xutos & Pontapés. Pooooiiiis, isso mesmo, na festa de aniversário do Ti Zé da Marreca. Vê que se lembra? Apesar do tinto. 

A minha favorita foi a "Contentores". Mas tocaram pouquinho tempo, lá isso tocaram...


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Quem adora o Natal quase tanto como eu, é o Orelhas. E deixou uma mensagem da época super fofinha. Um doce de traficante de pneus, este rapaz.

Chamo a vossa atenção para o tom açucarado do texto. Reparem lá bem, " para seu inimigo (...) para um amigo, seu coração (...) etc". Huuuummm, alguém sabe onde anda a Fernandinha, carai...? Ops, Robin, digo.


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Soundtrack to my brain: As madness took me...

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Das cinzas, fogo?

Há um ser que me habita. É um louco, creio. Digo-o porque o sinto a esbarrar contra as paredes, de cabeça, amiúde. Em dias certos fá-lo com violência. E sangra, de dentes e punhos cerrados, e pula tão alto que esmaga o topo do crânio no teto de betão. No concreto, para ser totalmente verdadeiro.

Acaba-se exausto na poça do seu próprio sangue, sem remédio, confinado ao espaço reduzido que lhe sou. Sossega então, umas vezes como um menino angelical adormecido; outras num estranho estado catatónico, do qual não se espera remissão. Se voltar, será sedento e esfomeado, de braços tão abertos que o Mundo todo é apenas um abraço.

Durante muito tempo invejei-o. Soltei-o em centenas de folhas ingénuas, quase sempre virgens incautas, embevecidas por aquele fulgor selvagem, desconhecedoras da doçura que só os anos conferem, intrinsecamente ignorantes do verdadeiro talento. A força do treino, a minha vergonha alheia e os olhos sempre muito abertos, talvez o tenham melhorado em alguma parte de alguma arte. Se tanto.

Depois, fiz dele um protótipo. O arquétipo apenas, o que não precisa de se cumprir, mas orienta o caminho. Dei-lhe voz em longos monólogos, por vezes em frente a outros, sem que me interessasse particularmente pelo que pensavam. Ou sequer se ouviam. E divertia-me e sonhava e vivia - oh sim, Vivia! - nas delícias das cornucópias de palavras e de gestos desmedidos. De uma Paixão que eram muitas, que eram todas e nenhuma em particular. Cada guinada de dor ou de felicidade, uma mera acha para essa fogueira imensa que deveria iluminar o Universo. Para ele, esteve sempre demasiado escuro.

Um dia acordei a detestá-lo, porque a Vida me reclamava a tranquilidade que ele diligentemente me roubava. À minha espécie de cansaço, respondia com mais uma viagem, uma nova montanha ou uma descida alucinante a toda a brida. Se tentasse fugir em sentido contrário, ele detinha-se. Pois que o seu objetivo era que não me deixasse estar parado, apena. Mesmo quando lhe explicava que era tempo de ver a paisagem, de apreciar a obra, de beber a palavra plantada. Fecunda. A tudo me respondia da mesma forma: Está sentido, está morto, está feito.

Aprendi a tê-lo por uma trela. Mas só com muita ajuda, à força de muita força de braços vários, me foi permitido não andar a correr atrás dele. Como um animal, libertei-o com frequência em espaços abertos. De mão na mão de quem, por determinação e - talvez, só talvez - algum Amor, vinha brincar connosco nos momentos de soltura, passou a ser possível desfrutá-lo.

Rebelou-se sempre. Porque escolher os momentos para Ser é negar a essência de quem É. Permitir-lhe a Vida em pedaços, como a Felicidade, é decretar-lhe a Morte em todas as horas fora desses torrões de tempo marcado.

Até uma noite em que nos postamos de frente, de novo avaliando a dimensão da destruição em redor e em nós, e ele não encolheu os ombros às minhas lágrimas. Pois era eu, e comigo ele, que se perdia. Por fim. 

Então resignou-se a sobreviver faminto da reciprocidade. Um fogo eterno que se alimenta do fogo que lhe devolverem. Atiçando-o. Fazendo-se cinza enquanto o tédio enche de penumbra o cubículo da nossa existência.

Hoje disse-lhe: Não espero que me morras, pois serei eu o cadáver desse fenecimento. E é cedo e chove. Sobretudo, não é agosto, aquele agosto em que nos consumiremos gloriosos, na expetativa da contabilidade dos prantos e das vestes que se rasgarão por nós. Por ti e por mim. Ainda que me doas nos teus acessos de loucura, estou em Paz contigo. Como com poucas coisas na Vida.

Acho que sorriu. Lgeiramente. Não disse nada. Eu sim: Tenho saudades tuas, muitas vezes. E, hoje, sei que preciso que te acordem para te ver. Também sei que há tantas coisas importantes para tanta gente fazer, que só por uma incrível coincidência a mão necessária te tocaria. Mas sabe que me conforta que estejas aí, a espaços mais espaçados a bater com a cabeça nas paredes. Inconformado deste abandono. Porque para todo o nosso sempre, tu és eu.

Ele apagou a luz e deixou-se escorregar para o chão frio. Doíam-lhe as costas.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

A TascaTV: (Yet another) Entrevista ao Presidente

"Foi giro, mas vou andando. É que tenho cenas combinadas com o Silva"
Gamado ao JN, pois claro.

- Oh Silva, usa o filme do JN, que eu estou fartinho de botar faladura. Penso eu de que. - Diz ele, com o sorriso que lhe conheço das televisões e que lhe antevejo na voz das rádios. 

- Nanana, meu menino, aqui é a sério. Nada de repetições ou meias palavras. Aqui diz só, mas diz mesmo, o que lhe vai na alma. E o que a malta precisa sempre de umas palavrinhas claras, bem explicadinhas e sem tretas? Ui.

- E há sopa de peixe a seguir?

- Pois claro!

- Então anda lá, oh murcom.

...

Grande Entrevista

- Boa noite, Senhor Presidente. E seja muito bem revindo à TascaTV.

- Sim, sim, está muito bem. E a sopinha?

- Já vai. Olhe lá, isto agora parece que anda, hein? Fomos dos lenços brancos aos cincazero em menos de um fósforo.

- Eu cá não vi lenços brancos nenhuns.

- A sério?

- Está claro. Mas bem, já se sabe que eu de branco só vejo as listas da nossa camisola. O resto parece-me tudo meio acinzentado. Estamos quase no topo, pá. Viemos lá do fundo a toda a bisga, mais pareciamos um foguete, cumcamandro.

- Um pedacinho exagerado isso, não? Estamos fora da Taça, estamos atrás dos lampiões no campeonato...

- Olha, meu filhinho, a Taça está mais entregue que a Maria Madalena enfiada numa pensão com o Jesus. Não pá, o a sério! Não viste a roubalheira kakilo foi? Credo. Mais depressa o gajo do Arouca acredita que o vapor é um líquido, do que o Capela nos deixava ganhar em Chaves.

- É verdade. Mas se tivéssemos marcado os nossos penalties, era complicado arranjarem maneira de perdermos. Para além de que sabíamos da Capelada e ninguém nos ouve a barafustar em antes. Porquê?

- Tens mais perguntas ou já estamos só a aparvalhar mesmo? É que eu estou a ficar com um ratinho...

- Entendido. Gostou de ouvir o Dragão a cantar Pinto da Costa allez, novamente?

- Não cantaram sempre?

- Não. Há uns tempos valentes que não.

- Porque são parvos. Não vejo outra explicação. Tu também não cantavas?

- Oh, eu, já se sabe, sempre caladinho, o jogo todo. - Ele olha-me de lado. - Mas cantarolava baixinho, está claro. Assim para dentro e tal.

- Ah, bem me parecia. Olha, as claques cantaram muito afinadinhas, muito bem acompanhadas pelos verdadeiros Portistas.

- Epá, mas eu estava lá e posso afiançar que nem todo o estádio cantou. Aliás, devo dizer... - Cala-me com um gesto largo da mão.

- Foi o que eu disse. Os verdadeiros, cantaram.

- O Senhor Presidente não pode agora distinguir os Portistas entre bons, que somos os que o gramam, e maus, que são os que o querem ver pelas costas...

- O caraças é que não posso. Espera lá que não posso. Então andam há que tempos a malhar aqui no velho, porque acabou, morreu, tem que dar o lugar aos novos, quer é tacho, está a dar cabo de tudo, buuuu, buuu; e eu não podia desancar nesses filhasdaputa?

- Oh Presidente, são Portistas como nós.

- Pois bem, serão. São uns filhasdaputa duns Portistas, pronto. Era o que me faltava, andar a servr de saco de porrada dos meninos e não lhes dar troco. Nem pensar. Eles que se ponham a escrever em blogues e nessas coisas modernaças, que eu cá vou antes às Assembleias Gerais e concorro a eleições e isso tudo. Inchem. A mim aturam-me enquanto a maioria quiser. Aliás, a julgar pela cambada de cobardolas que por aí pululam, aturam-me enquanto EU quiser. Vá que eles não se chegam à frente. Chega a hora certa e hibernam. Gandajursos pá!

- Se a chicha continuar a entrar, vai ver que toda a gente canta. E aí?

- Aí já são Portistas como deve de ser, está claro. Até te digo mais, ainda vamos ver muitos deles a carregarem o NES em ombros. A mim não carregam que eu não sou nenhuma cruz.

- Ui, acredita mesmo nisso?

- Opá, desde que eu próprio tive que aturar o Vitinho na varanda do Dragão, acredito em tudo. E a malta muda mais depressa de opinião que um central do Feirense se faz expulsar.

- Era sermos Campeões, Presidente...

- Pois. Deixa ver se o Fontelas está para aí virado.

- Não parece que esteja...

- Não, não parece. Mas lá que começaram a marcar penalties a nosso favor, lá isso... E digo-te, sem roubalheiras, com uma das melhores duplas de centrais dojúltimos montes de tempo; mais doijavançados com mais potencial pró golo que a Linda Lovelace prá mamada, ninguém nojagarra!

- Foda-se Presidente, até os comemos, carago!

- Nem mais! E à sopinha de peixe também, poijé?!

- Se um se lesiona é que é o caraças...

- Ora, mete-se o Dieguito Adrián e o mau da história do João e o Pé de Feijão; ou aquele moço que tem nome de snack pouco saudável, o bolycao, acho que é isso; e tándari! - Rimos até à tosse, enquanto damos palmadas nojoelhos. Ficam ojóculos todojembaciados.

- O Presidente não pode dizer isso de jogadores do clube. Contenha-se. - A tentar travar outra gargalhada. 

- Jovem, já te disse antes, mas tu és um bocadito desmentalizado: Antes do resto, sou um adepto. A bem dizer, sou O adepto. Com esta idade, posso dizer o que me der na tola, estou-me bem a ralar...

- E o Alexandre?

- Está bem, obrigado. Olha que simpático da tua parte perguntares. E a família, espetáculo também?

- Não, não era isso. Então mas precisamos de empresários para agarrar miúdos de 14 anos?

- Népia. Mas vou contar-te uma história: A Glória adorava chegar a casa, tomar banho e pespegar-se toda nua à janela. A mãe dizia-lhe sempre: Ai Glorinha, que te constipas, minha rica filha. Ela nunca, mas nunca, se constipou. Um dia, balançava as estupendas mamas ao vento, quando espirrou. Pimbas, constipou-se. 

- Well... Mas é preocupante não podermos despachar Rolandos sem ajuda, certo?

- Opá, eu também acho que Colombianas e Brasileiras deviam conviver harmoniosamente no mesmo leito. De preferência, o meu. Diz lá que não era uma linda aliança latina transatlântica. Acontece que há sempre uma que é o Rolando e tem que se arranjar alguém quem lhe mostre o caminho. Da rua. 

Calo-me bem caladinho. Entra o genérico. 

...

Enquanto a sopa apura mais dois minutinhos, sem levantar fervura.

- Sabe, Presidente, estou fartinho de entrevistas. Parece que virou mania.

- Nem me digas, pá. E o mal que aquelas horas sentado me tem feito à lombar? Mas diz que tenho que falar. E como temos ganho de carreirinha, não tenho outro remédio.

- Podia falar quando perdemos.

- Sim. E também podia fazer uma lobotomia e ser um espinafre.

- Olhe, o que eu gostava era que nos dissesse quais foram os erros que detetou quando "batemos no fundo"; e o que estamos a fazer para os corrigir. Enfim, que nos mostrasse um pouco do plano. Para sabermos que há plano, tá a ver? Em vez de nos pormos blogueiramente a conjeturar.

- Já eu, gostava era que tivesse muitos mexilhões.

- Hã?

- Adoro cricas na sopa de peixe, pá.

...

- Oh Pedro. - Grita.

- Estou mesmo aqui, Senhor, não precisa elevar o tom.

- Ah, pois, isso. Olha lá, pá, isto não é discurso que se tolere a um tipo nesta posição. Vamos exonerar o gajo!

- Hã? Olhe que isto da bola está a tornar-se um vício, com todo o respeito. Agora já Intervimos no dirigismo? Para além de que, onde Foi buscar esse canal? Não faz parte do nosso pacote Super 4G Sumpimpa Multitask, ou lá o que nos impingiram.

- Errrr...é uma aplicação que me ofereceu o Inácio. Já sabes, sempre com oferendas aquele cachopo.

- O da bola?

- Não, o padre. Majolha, qual bola, qual carapuça? Então este não é o Papa? Não é meu empregado, kéjbêr?

- Aaaaah não, Senhor. Este é outro. Isso é só alcunha.

- Ai o impostor! Eu estava a estranhar o gajo não vir com aquele barrete pontiagudo. Aquele assim. - Faz um triângulo com as mãos, sobre a cabeça. - Sabes, Pedro? Aquele, pá, que fica a pessoa parece uma caneta de tinta permanente.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

A odisseia de Astérix


Ufa, foi o cabo dos trabalhos, mas está feito. Oitavos de final da Champions, aqui vamos nós. E vamos cheios de mérito, depois de termos ultrapassado adversários e dúvidas. Enfim, depois de ganharmos, sobretudo, a nós próprios.



Então, antes de tudo, tivemos que colocar o Império em sentido, vergando aquele que terá sido o mais forte adversário que encontrámos na competição. Já se sabe que houve factores que nos ajudaram, a começar pela estupidez natural de uns quantos Romanos que se fizeram expulsar. E nós com isso? Fizemos a nossa parte e, para a posteridade, fica um score de quatradois. Depois de um comprometedor empate a um no Dragão. Roma borda fora. Siga!




O Grupo que nos tocou não era apenas relativamente fácil - era sim! - mas igualmente talhado à nossa pele de resistentes, ainda e sempre, ao todo poderoso centralismo Imperial. Por cada adversário, mais uma história genial dos senhores Goscinny e Uderzo.


A coisa tinha tudo para começar bem. Mas acabámos tolhidos por um estranho temor a uns Dinamarquecos altos e fortes. Porque estranhas razões ainda estamos para perceber, a verdade é que nem um joguinho ganhámos aos Normandos. E lá seguem eles para a Liga Europa, sem saberem muito bem o que é ter medo. O único vislumbre disso que tiveram, foi a nossa segunda parte em Copenhaga. Muito competente, muito ineficaz.






A coisa só se compôs à conta de uns Belgas simpáticos. Aliás, tudo o que fizeram foi espalhar simpatia por todo o lado, perdendo de formas e feitios variados. Mas perdendo sempre. Ainda assim, para a nossa história desta época, ficará um penalty, já nos descontos que nos manteve nesta luta. Marcado pelo nosso Astérix, na frieza dos seus vinte anos. Que craque! 







A única derrota, registámo-la na Bretanha. Ainda assim, injusta. Da desforra estarão todos bem lembrados. E os que não estiverem, podem dar uma voltinha pelos tascos listados aqui ao lado - em "Bons Vinhos e Petiscos" - e já ficam a saber tudo o que aconteceu. Digo-vos apenas que não foi muito, foi apenas a demonstração cabal da diferença que existe entre nós e os outros. Numa palavra, CINCAZERIX. Foda-se!

Vamos em frente, sem medo de quem se atravessar. Não sei porquê, mas tenho a sensação que voltaremos a Albion. Just a feeling, dear.


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Duas notas apenas acerca do jogo de anteontem, porque não as encontrei plasmadas em nenhuma das crónicas que fui lendo.

1) Os jogadores que, supostamente, o Lester, Laister, Coiso, deixou em casa a beber chá, até podiam ter elevado o nível da equipa. Mas creio que não o suficiente para colocar em causa a nossa superioridade. Sobretudo, creio que não mudariam um aspeto essencial: A intensidade.

Se uma equipa como esta deixa o jogo correr na intensidade em que estes deixaram, levando a decisão para o plano técnico, está mesmo a pedir para ser valentemente encavada. E foi. Cinco vezes!

Fomos competentes, finalmente eficazes e não passámos com oito pontos, à conta de uma derrota do adversário direto. E garanto que o Loster, Lexer, Coiso, que jogou no Dragão é melhor que o Légia. Aqueles que mandaram a calimeragem para a Taça CTT.

2) O segundo golo do FCP é do NES: Bola parada a propósito já não sei de quê. NES chama Danilo, conversam junto à linha. Danilo volta e manda Marcano ficar no meio, no lugar onde ele próprio costuma encaixar entre os centrais. A nossa saída de bola é de Marcano para Danilo. Em vez do passe de volta, ou para o lateral uns metros à frente, que Marcano costuma fazer, Danilo ganha metros com bola. Telles adianta-se. Na esquerda do nosso ataque, concentram-se Telles, Brahimi, Oliver e Danilo. Cria-se uma oportunidade de golo, das poucas que falhámos. Da sequência do lance, Telles ganha a linha de fundo, cruza e Corona levanta o estádio. 

Pode ter sido coincidência? Pode, até porque não voltou a acontecer. Para mim, foi dedo de treinador. E fico contente que seja. Mesmo.

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Três vitórias, três, e estaremos lançados para uma época em cheio. Menos na Taça de Portugal. Há sinais claros de crescimento da equipa, mas carecem da confirmação dos resultados. Mais que tudo, é agora que poderemos avaliar se temos estofo. E sem estofo, não há Campeão. 

Tendo em conta que destes três jogos, o mais difícil, em teoria, é o de Santa Maria da Feira, parece claro que temos tudo nas mãos. A equipa e o treinador de quarta-feira não os deixarão fugir. Com a confiança em alta e os pés colados à relva. Keep calm, do not embadeirate in arch!

Quinzazero, está claro! 

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Soundtrack to Champions: London is calling...

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

O antiblogue e gajas altas



A propósito do número de comentários em determinados posts, ele disse-me: Sabes o que isso quer dizer? Quer dizer que os teus textos são uma seca!

E eu pensei: Foda-se, aqui está um gajo lúcido. Não "ouvia" nada tão acertado desde que publiquei um comentário - precisamente - assim: Isto é escrito a partir de um manicómio?

Um blogue deve ter um tema claro. De modo a que a pessoa o visite em busca de informação, ou opinião, acerca desse assunto. Este não tem.

Os posts querem-se maijómenos curtos e focados. Sobretudo, é importante que sejam facilmente compreensíveis, sem grandes divagações, nem muito espaço para interpretações dúbias. Exatamente o que acontece por aqui, majaocontrário.

As redes sociais desempenham um papel importante, enquanto geradoras de tráfego e promotoras da discussão sobre cada entrada do blogue. Este não existe para além de si próprio.

Ou seja, a Tasca é o verdadeiro manual do que não fazer a um blogue. É o antiblogue. Oh yeah!

Lanço-me o desafio: Conseguiria fazer um post blogueiro? Já veremos.

...

O FCP ganhou. O mau disto é que é notícia. Mas ganhou bem e muito merecidamente, num ambiente de grande empatia entre adeptos e equipa. Porque ganhou, está claro. Caso contrário, seriam mosquitos por cordas.

Para ganhar, foi muito diferente do que vinha sendo? Não, para começar.

Dominou desde o início, revelando a solidez e os problemas habituais. E, como habitualmente, poderia ter ido para intervalo confortavelmente instalado na frente do marcador. Jota, Oliver, Silva, um poste e a vaca do guarda-redes adversário, impediram que acontecesse.

Os Super Dragões tiveram que desatar a rebentar petardos (30 vezes Parabéns, rapazes) pela meia hora, para garantir que Iker não adormecia. É que estava a ressonar alto.

- Eeeeeeh, lá vai ele! Olha o tema, olha o foco, olha o número de caracteres, olha a paciência das pessoas.

Pois, sorry. Na segunda parte, não foi bem o mesmo que temos visto. Porque eles tinham 10, mas sobretudo porque nós tivemos Brahimi. Que não deslumbrou.

Só que Brahimi oferece uma alternativa, que foi bem aproveitada. Quando lemos em todos os blogues - ojasério - que tentámos tudo, pelas alas e pelo meio, é verdade. E não é comum. 

Tínhamos alas para tentar. Duas. Com o adversário com 10, pudemos igualmente manter os números no meio: Dois avançados e dois médios centro.

Podíamos ter feito o mesmo com Varela, certo? Errado. 

Ouviram o Presidente dizer que mantivemos a bola no chão e não recorremos ao chuveirinho? E assim chegámos a uma decisiva vitória? É que foi mesmo como ele disse. Porque circulámos e recirculámos, suportados na omnipresença de Danilo e na classe de Oliver - depois Herrera. Sem falhar passes e com mais chegada à área - para deixar Brahimi em 1x1 com o lateral. Ou Corona e Maxi em igualdade no outro flanco. Majojolhos da equipa procuraram sempre, e em primeiro, o Argelino. E houve 52 minutos de perigo constante.

Até ganharmos numa jogada que não teve nada a ver com isto. Foi mera liberdade atacante de Jota, uma ilha num mar vermelho, com a bola a pinchar e a fugir-lhe. O resto já todos vimos uma centena de vezes. E creiam, não é surpreendente. Apenas Rui a fazer o que Rui faz. Nem foi dos mais complicados.

Depois dos abraços ao senhor Fernando Pinto - muito obrigado pela agradável, ainda que esporádica, companhia - e das caralhadas...

- Eeeeeeeh, palavrões é que se dispensam, meu menino.

                               ...aos minhotos, mesmo por cima da minha bancada de ocasião, dei comigo a pensar: Circula até  ao Brahimi, falha golo, circula pelo outro lado, falha golo, circula de volta a Brahimi, começa do princípio. E o Braga, treinado pelo nosso anterior técnico, enfiado na área, a segurar um zero que lhe cai do céu a cada ataque. Onde é que eu já vi isto?

- Eeeeeeh, deixa lá os mortos, pá! Não é bonito estares a provocar a freguesia. 

Eu devia pensar em vocês, mas prefiro antes dizer o que me vem à tola. Aquela segunda parte, elogiada por todos, foi à Lopetegui. 

Mas a vitória, essa é inteirinha de NES. Primeiro, porque foi a liberdade - que vários jogadores já referiram - que proporcionou o lance da vitória. Algo que estaria no plano do sacrilégio para o Basco. Depois, E MAIS QUE TUDO, porque a equipa está com ele. Sem margem para dúvidas. O empenho, a garra, o sacrifício, mais que os festejos, provam à saciedade que o exército segue o General designado. Curvo-me humildemente: É seu o momento, senhor Santo.

- Eeeeeh, deixa-te lá de liberdades poéticas e trata de acabar isto, que já vai demasiado longo. Para variar.

Ninguém peça a cabeça de um líder que é seguido. Ninguém. Eu não.

...

Pois, devia ter sido mais curto. De resto, acho que cumpre. Nem falei da Áustria - incha, Nazi de um cabrão - nem da Itália - calma, é sempre assim com estes malucos - nem do que acho de gajajaltas.

- Eeeeeh, nada de misturar... Hã, gajas altas? Diz lá, diz lá.

Acho que ficam catitas no título. Incha!

...

Acho, igualmente, que o trecho anterior foi a parte deste texto em que mais me diverti. E, sinceramente, estou muito mais interessado no que isto tem de divertido e catártico para mim, do que naquilo que V.Exas. pensam. Com todo o respeito, está claro.

Não volta a acontecer.

- És um caso perdido! Credo, ca burro!