domingo, 14 de janeiro de 2018

Uma questão de identidade


Tem havido pouca bola na Tasca, lá isso é verdade. Em boa parte, a culpa é do Cavani. Ao ritmo frenético a que a nossa equipa tem jogado, têm sido gravadas, editadas e publicadas jornadas do mais melhor bom podcast do Mundo, de entre aqueles  em que eu participo. No meio de muito disparate e da mais completa baderna, quase tudo o que tenho para dizer acerca da bola fica por lá.

Confesso que me tem dado um gozo imenso, este estado de coisas. Não só porque gosto genuinamente de me pôr na palhaçada com os Jorges, mas também porque isso me tem permitido ir investindo algum tempo em "projetos" como The SEDCAS Experiment. No fundo, o tipo de coisas para que "A Tasca" nasceu.  

Só que quase não é tudo. E esta manhã, ao ler o desportivo, uma declaração do à partida derrotado Abel Ferreira juntou-se a um dos temas do último Cavani e pensei: olha, dava um post. Resisti até agora, ao final do Liverpool x City e a uma volta pelas reações da minha malta naquela coisa do pássaro azul. Pumbas, uma posta de pescada eu ainda aguento calada, agora duas? No can do.

Ao fim ao cabo, a identidade da Tasca é também bola, certo? E mandar vir, de uma maneira geral...

...

O bom do Abel parece que, num intervalo entre lamber o cu ao Sonso e fazer-se a um lugar no 5LB, disse qualquer coisa como: Quando uma equipa tem identidade, todos sabem o que vai fazer. O homem estava a justificar o facto de o 5LB ter, supostamente, conseguido anular a sua equipa. Ainda ontem tinha estado à conversa com os Jorges acerca da beleza da versatilidade do FCP de Conceição. Beleza fui eu que lhe chamei. E ao ler o tal do Abel, pensei: Ai ca burro, identidade não tem nada a ver com previsibilidade.

E não tem! Admito que toda a gente saiba pouco maijómenos como é que vai jogar uma equipa de Guardiola. Por norma, os jogadores são tão bons que, ainda assim, é complicado impedi-los de ganhar. O FCP de Lopetegui, por exemplo, aplicava sempre o mesmo sistema, qualquer que fosse o jogo, o campo ou o adversário. Podem ser equipas com identidade. Ou não. O que eu acho é que a identidade da equipa não se define pela forma como joga sempre igual ou dentro do mesmo principio. Em meu socorro, o FCP de Sérgio Conceição.

Ninguém pode dizer que a nossa equipa joga sempre da mesma forma. Já fomos do pontapé para o quintal ao controlo em posse ao contra ataque puro e de volta ao chuto para a couve. No mesmo jogo, conseguimos andar às costas da técnica sobrenatural de Brahimi e às costas de Marega. Literalmente, no segundo caso. Mais ainda, conseguimos esta variação sem mudar de jogadores. Ou mudando muito poucos. Até porque não temos mais. O principio básico de chegar à baliza e terminar cada jogada com um remate, está lá, mas o método...

Os nossos adversários podem supor como vamos abordar determinado desafio, mas desconfio que terão sempre a pulga atrás da orelha. Porque pode muito bem ser como eles pensam ou então não. E então não, não espantaria que fosse o exato contrário. Altura em que podem meter o plano de jogo no real entrefolho do olho do cu e desatar a rezar aos Santinhos da sua devoção.

Quer isto dizer que o FCP é uma equipa sem identidade? Na minha opinião, nem lá perto. Pelo contrário, é uma equipa cheia de identidade e com uma personalidade alicerçada nos valores tradicionais do "Ser Mesmo Porto". Sem desenhos. A característica camaleónica é uma parte dessa identidade. Somos raça, espírito de superação, fé, ambição e capacidade de adaptação. Faz parte do que somos que não saibam como vamos ser. Aprende, oh Abel.

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Pela Velha Albion, uns vermelhos estavam a ganhar cátrum a uns azuis. Só por isso, já devia desagradar ao Universo portista inteiro. Dá-se o caso de serem os próximos vermelhos que temos que encavar. Ui, o apocalípse, o drama, a tragédia. Vamos ser violados sem misericórdia pelos trezentos de Termópilas com as suas espadas ensanguentadas. Ai os nossos ricos rabiosques.

Depois, foi-se a ver, aquilo ficou quatro a três, pelo que se não fosse um disparate muito jeitoso de um ex-lampião, teria acabado empatado. Em casa dos vermelhos, que são uma bela equipa, cheia de grandes jogadores, e que marca golos tão depressa como os sofre.

Os que já passaram aqui algum tempo ao balcão, sabem que N-U-N-C-A me sinto derrotado antes de jogar. Ora, na verdade, a maior parte das vezes em que o FCP perde eu não me sinto derrotado. Some you win, some you learn. Portanto, não meujamiguinhos, não aceito que tenham medo de ser humilhados em Anfield. Ainda menos aceito que dêem por garantido que isso acontecerá. 

Pensarem que isto são favas contadas para o lado dos vermelhos, é não terem - ainda! - percebido patavina da identidade da vossa equipa. Parecem o Abel, foda-se!

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Agora façam-me um favor - podem tirar o som, se vos for insuportável - e VEJAM ISTO. All are one! Se não se emocionam com isto, é muito possível que estejam, de alguma maneira, mortos...
Há esperança!

6 comentários:

  1. Adorei o vídeo e achei a música fantástica, o que quer dizer que estou bem vivo! E, ainda por cima,fiquei a conhecer um nova banda graças ao seu bom gosto.

    Muito obrigado.
    P.S. Gostaria de, um dia o cumprimentar pessoalmente, será possivel?

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  2. Olá Carlos, é bom saber que há malta viva desse lado :))
    Quanto ao cumprimento, nada mais fácil. Por norma, encontra um grupo de tolos entre as portas 3 e 4 do Dragão em dia de jogo. No meu caso, por motivos assim assim, creio bem que infelizmente só acontecerá lá para o FCP vs 5LB de Braga, no inicio de fevereiro. É só chegar lá e gritar bem alto: Oh Silva, está aqui o Carlos e trago o fino! ;)
    Mais a sério, terei muito gosto. Até lá.

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  3. Viva!

    A identidade deste blog está no nome. Tasca. E é em toda a nobreza que essa palavra acarreta. O lugar onde a diversidade é maior e onde a democracia se pratica: Tasca. O sítio onde todos os temas se encontram.

    E para gáudio meu, para além de tasca era (e é) Portista e de um Portismo como sempre o conheci, o tal dos "cincazero", muito mais confiante que arrogante e muito mais alegre que soberbo.

    Tudo isto para dizer que gostaria de assinar por baixo este teu ( perdoa a confiança) texto.

    Na conferência de imprensa que se seguiu ao jogo do Moreirense, que ouvi pela rádio, "vi" o SC quase de joelhos a suplicar por reforços, deu-me pena e pensei: " pôssa, que mais é que ele pode dizer!"
    Quem seguiu hoje a CI, viu a resposta. Se vierem, veem. Se não vierem, encontraremos as soluções dentro de nós mesmos ( e siga para bingo, acrescento eu). E como isso combina tão bem com este teu texto!

    Um abraço e, mais uma vez, muito obrigado ( que se estende a toda a bluegosfera).

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    1. Viva Paulo. Antes de mais, obrigado pela preferência enpelas simpáticas palavras. Temos encontrado as soluções. Aconteceu com Soares e levantou-se Marega. Aconteceu com Marega e continuámos a ganhar. Hoje é Brahimi. E como seria possível ter um reforço capaz de substituir o Yacine? Messi? O FCP pode perder. Pode perder feio até. O que não pode é perder antes de jogar. Nunca! Isso é para os Juses da vida, que só “escolhem” as competições que acham que podem vencer. É por isso que o FCP está sempre mais perto de ganhar do que eles. E se der medo, vai com medo mesmo! Mas vai! :) Abraço

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  4. Numa de ciumeira elevada ao cubo, eu, um ateu descendente de... judeus, direi que já vi esta música em qualquer lado:)))

    E já que estamos numa de sinceridade e não de Caim (um gajo sincero) contra Abel Ferreira (uma florzinha delicada) eis:

    https://www.youtube.com/watch?v=OhhOU5FUPBE

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    1. É uma bela malha, sim senhor. Mas parecida? Naaaa.Mas percebo o ponto. Já quanto ao Abel...o Caim é que o conhecia ;)

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