quarta-feira, 11 de outubro de 2017

A Mesa do Canto: Farturas e vegetais (com Sedcas)


Pode ser da constipação, que nos zanga com a vida, mas o facto é que me sinto bestialmente farto. Assim de uma maneira geral, estão a ver? 

Farto do disparate hiperfeminista ou megaparvo, como preferirem, a histeria que por aí vai que pega em tudo e mais nos tomates do mudo. Pobre mudo. Agora também implicam com a depilação, como se eu quisesse saber. Por mim, podem andar alegremente a passear farfalhudos montes de Vénus, enacaracolantes buços e densos matagais pelas pernas abaixo, a ver se mimporta. Não tenho é que gostar, certo? Não estou a oprimir ninguém só porque prefiro que as vaginas não me façam lembrar o Artur Jorge, poi'não? Irrita-me que não ser assim, signifique instantaneamente que se é assado.

Farto da voragem progressista, qual Mariana de charro em punho, que parece encontrar sempre um novo limite para ultrapassar. Opá, eu acho muito bem que as pessoas mudem para o sexo que quiserem. Ou que o cortem rente, se preferirem. Até sou da opinião que deviam ser todos gajas, menos eu. Ia ter cá uma saída, nem vos digo, nem vos conto. Para além de que cobraria caríssimo, já se vê. Mas têm a certezinha absoluta que é boa ideia deixar putos de dezasseis decidirem isso em duas penadas? Pá, aos dezasseis é só de uma vez, certo? Para chatear o meu velhote, eu era moço para querer ter duas antenas e escamas. Púrpuras. Se calhar, seria melhor não me facilitarem a vida, não?

Farto de ideias tão felizes como "Francesinha Vegetariana". Não! Se é vegetariana, não pode ser Francesinha. É como se fosse verdade que se pode fazer um bitoque com seitan. Não pode. Arranjem outros nomes, não sejam Tonys.

Farto de gajos alaranjados e seus companheiros de paródias e mais aos seus artefactos rebentadores, que ainda nos mandam desta para uma qualquer, à conta da sua parvoíce. Pilas pequenas, sem dúvida!

Farto que se percam as pessoas em pequenas hipocrisias sem sentido. Foda-se pá, o boçal sou eu e estou alguns trinta mil anos à frente desta gentinha, em matéria de inclusão.

Cada um deve ser e fazer aquilo que muito bem lhe der na gana, em contando que não está a dar cabo da vida ao próximo e que já é moço para ter dois dedos de testa. E se quiserem ser gajas com tranças até ao chão nos pelos do cu, pois sejam. Com umas missangas, ainda vira moda. Se o que apetece mesmo é serem moços, mas vestirem saias e pintarem as beiças, mas com barba à lenhador, acho muito bem. A inclusão está muito próxima do não querer saber. E eu, muito sinceramente, não quero. Espero somente que sejam todos muito, mas mesmo muito, felizes, das maneiras diversas que escolherem. E que me deixem a mim fazer as minhas escolhas. Julgando-me tanto quanto eu os julgo pelas suas.

Não, não gosto de pelos. E não, não me incomodam os seus, cara senhora. Ai, desculpe, senhor. Não reparei. Agora despache-se que diz que isto está para ir pelos ares.

...

Nem de propósito, o gajo faz-me sinal lá da mesa do canto. Grito-lhe:

- Kékéres pá? Algum naco na pedra, em sangue, pode ser?

Ele sorri e vai-se aproximando. Quando pousa os cotovelos no balcão, atiro-lhe:

- Olha lá, porque é que um animal que não rumina, se haveria de abster de comer carne? Meu animal. 

Pensa dez segundos, o tempo suficiente para não me mandar à merda, mas insuficiente para inventar uma resposta que não sinta. Diz-me:

- Somos capazes de viver sem explorar ou condicionar outras espécies.

Acredito que não seja necessário um animal morrer para satisfazer um simples desejo do meu paladar. Não creio que este seja mais importante do que a vida de um ser consciente, inteligente, capaz de sentir dor, medo e expressar sentimentos como o luto ou a perda.


A opção de não comer animais por compaixão, é parte de uma visão do Mundo menos violenta, que não acredita na superioridade de uma espécie e que não crê que uma vida seja mais importante do que a outra, seja ela de outro humano ou animal.

Penso que fazendo este caminho, consigo transmitir à minha filha e aos que me rodeiam sinais de que esta opção tem mais vantagens para o planeta e para todos os seres que directa ou indirectamente condicionamos. Faz-nos ser mais conscientes e, quem sabe, talvez nos ajude a evoluir como pessoas, pois o denominador comum de tudo o que é vida deveria ser a compaixão.

Com Sedcas | Picture this by Sedcas

Este ruminante opta por escrever na ortografia antiga. Boi.
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Ele nunca me tentou convencer a comer apenas erva. Nunca me disse que a opção dele o tornava melhor do que eu. Não falou uma vez em saúde, nem em emagrecimento. Só de compaixão.

Eu continuo a comer grandes postas à Mirandesa, deliciado. Mas há sempre uma opção vegetariana no menu da Tasca. Serve all, love all.

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Soundtrack to these days: A word to the wise...

4 comentários:

  1. Grande Sedcas! Vai uma omelete de atum? Quié?! Atum vem da lata, não é um animal! ��

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    1. Pois claro que não, é um enlatado. Como as salsichas, por exemplo. E o feijão manteiga.

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