sim, é verdade: ainda não esqueci.
aliás, como esquecer uma noite de pesadelo quando
diariamente ainda me custa a sentar? fui sodomizado, à bruta, por um bando de
lenhadores bretões, sem apelo nem agravo, nem direito a um carinho e muito
menos um banho de rosas, no final de um acto que se repetiu por mais quatro vezes.
ao invés, ganhei um andar novo para os próximos tempos e que mo fazem questão
de recordar – não só na leitura diária de alguns pasquins, como na rede social
que frequento, e invariavelmente no trabalho…
“estás diferente, Miguel! cortaste o
cabelo? ah, não, não é isso! estás de saco cheio, não é? deixa lá… olha, dá cá
um 'high five' qu'isso passa!“… ou “ó Lima, já leste o último conto da Enid
Blyton, 'Os Cinco no Dragão'? muita bom, pá! tão ou melhor do que o 'white
album' dos The Beatles!"… ou “ó Mane, levaste cinco na pá que nem podes
sair do quarto para a Salah. vais demorar a ficar Firmino!“… e riem-se, as
bestas. era quem lhes arrebentasse as ventas com os tijolos do Marega, que eu,
agora, não posso nem com uma Corona… adiante.
nos dias a seguir à hecatombe foi muito
complicado arranjar Espírito – não só para suportar aquelas provocações
baratas, próprias de quem só segue a Champions
pela tv e se baba somente com os desaires do único competidor português na mais
prestigiada competição mundial de clubes, mas principalmente para escrever.
assim se justifica esta ausência, com o correspondente pedido de desculpas, não
só a ti, mas também ao dono deste salutar estaminé – por que é um bálsamo em
dias de tormentosa crise.
nos momentos a seguir ao apito final, a
raiva era imensa e amandei com uns quantos tweets para a ‘timeline’ da coisa, a
ver se passava. debalde. a fúria era muita mas não compensava o desgosto (bem
superior à natural frustração que se seguiu). recordei-me do desastre de
Munique, em 2015 e dos humilhantes 6-1. e dos 5-0, em Londres, em 2010, ante um
Arsenal que fez de nós Fuciles num dia péssimo. e de uns 4-0, em Manchester, em
1997, com muitas Costas largas. curiosamente três resultados fora do nosso
reduto… é que no Dragão como, em tempos, nas Antas, é suposto sermos nós a
mandar. infelizmente não foi o que aconteceu, como sabemos e por tudo o que
entretanto já foi escalpelizado por quem de direito nestas andanças.
a minha concentração para o quotidiano
azul-e-branco só regressou ao final da manhã de Domingo quando o pikachu lá de
casa perguntou quando é que jogava o FC Porto, se eu ia ao Dragão e se o
poderia levar também. respondi-lhe que jogávamos perto de casa dos Avós
maternos, pelo que teríamos que ver o jogo pela tv. então, no alto dos seus
seis anos, ele disse que antes queria ver o Cartoon Network… há-de chegar o dia
em que o seu foco, em dia de jogo, será outro. não me iludo, nem me preocupo.
numa partida de sentido único, foi
gratificante perceber que, com esta Equipa Técnica e com o plantel à sua
disposição, ainda há pergaminhos que se fazem por honrar e que, a seguir a uma
derrota, o adversário que se segue é quem terá que efectivamente “pagar a
factura“. desta feita, calhou ao Rio Ave “do“ Spalletti do Ave passar uns
momentos desagradáveis…
o retomar da liderança do campeonato não
apaga a dor (igualmente física) da passada Quarta-feira mas, por um outro lado
da questão, recentra a nossa concentração para o objectivo mais importante
desta época: a conquista do campeonato.
e é por essa razão que o jogo de mais logo,
na Amoreira e se a bancada entretanto não ceder, é o desafio mais importante
deste ano – não porque e como diz o “chavão do futebolês“ seja o imediatamente
a seguir ao anterior, mas porque se trata de uma partida de duas partes de
22'30" cada, sem direito a intervalo e em que entraremos literalmente a
perder por 1-0.
afigura-se uma tarefa muito complicada,
para uma equipa a denotar algum desgaste físico e que invariavelmente tem que
lutar com muitos adversários, em cada jogo – e não me refiro só aos jogadores
da outra equipa, os quais certamente que estão muito “motivados“ #alegadamente
com o que os Césares do nosso comezinho futebolzinho tuga transportam nas suas
malas Louis Vuitton, diz que carregadas de muita esperançosa Boaventura…
aliás e se dúvidas houvessem do que se
afirma, os instantes finais do jogo de ontem, em tondela, comprovam que, se viermos a conquistar o tão
desejado e ambicionado título de Campeão Nacional, este será um feito que
superará, não só as nossas melhores expectativas, mas também muitos opositores –
a começar pelas forças da Segunda Circular e de todo um Centralismo serôdio,
atávico e a tresandar a mofo (e já para não mencionar o ultraje que é a
continuação desta partida que foi interrompida, por ordens superiores, do
Comandante da Protecção Civil presente no Estádio, em Janeiro último, devido a «questões de segurança»…).
portanto e em suma:
será bom para a Nação Portista que o
“focus“ se mantenha no Importante e que nos alheemos do Acessório – isto é, que
esqueçamos, nem que seja por momentos, a dor de Liverpool e concentremos todos
os nossos esforços no apoio à Equipa para a obtenção do ceptro de Campeão.
é um pouco como a imagem ali em cima:
podemos não reparar na superfície frontal que se desloca para o Golfo do México, se nos concentrarmos somente nas outras superfícies. é que depois, chegados
lá, só com roupinha de Verão e sem um agasalho, não saberemos onde é que fica a
Feira de Custóias mais próxima, o que poderá ser traumático… é que pode dar-se
o caso de virmos a acordar na banheira de um hostel rasca, suturados porcamente
na zona do abdómen e com esse 'plus' de um andar novo… sim, outro andar novo.
Miguel Lima | 92º minuto
(este espaço será sempre escrito de acordo com a antiga ortografia. limices.)
Não me canso de ver este video!
ResponderEliminarPodiam usá-lo em todos os posts...
O castigo foi sem a roupa...
EliminarEra: o casting!! Até o corretor tem a mania que é engraçadinho, dass!
EliminarQuando vi o video a primeira vez, pensei que ela fosse ficando gradualmente sem roupa...
EliminarNo entanto, acho que assim como está se torna mais hipnotizante.
Agora chama-lhe hipnotizante...
Eliminar
Eliminara jovem chama-se Yanet Garcia e diz que é mexicana.
"imBestigue-se!" ;)
abr@ços a «ambos os dois» :D
Miguel | 92º minuto