sexta-feira, 26 de setembro de 2014
Obrigado Bruno!
Fica-te bem o verde. Esse verde meio desmaiado, como se estivesses eternamente enjoado, com a bílis a escorrer-te para o estômago vazio, a azia a destilar, o vómito a encher-te o esófago, a subir até te ser impossivel manter a boca fechada. Fica-te tão bem esse verde inveja. Quero que mantenhas o tom por todos os dias da tua vida. Não será dificil. E piora com a indiferença a que te votam. Oh sim, compraste os teus próprios microfones e tens os palhaços do costume a encherem-te o circo, a darem-te pancadinhas nas costas. Vê bem que trazem os bolsos cheios: são facas. Para ti!
Mas não me faças de parvo. Guarda isso para os teus. São eles que preguiçam ao Sol, à espera que as caudas voltem a crescer. Eu lembro-me Bruno. Eu vi. Eu vi um dos teus a oferecer o rabo a um colombiano negro grandalhão. Que linda a camisola que vestia o sul americano, não é? Eu sei que concordas, que também lhe admiras a beleza, o sentido estético apurado das listas verticais, azuis e brancas como se fossem uma só cor. E são! A mais bonita das cores.
Eu vi um dos anões do teu circo em fora-de-jogo antes do golo que te deu a vitória. Uma vitória, ainda assim. E vi a tua alegria com tudo isso. Percebo-te, és apenas humano, certo? Errado Bruno! És abaixo da média humana. Desculpa a frontalidade, mas acalma-me este pensamento de não pertencer exatamente à mesma espécie que tu. Não quero. Tu és um pré-humanoide, eu sou sapiens sapiens.
Não vale a pena, está aqui! O advento da tecnologia não é apenas áudio, não é apenas para escutar a qualquer custo aqueles de quem não gostamos. É também imagem. E é legal.
Bruno, meu pequeno bagaceiro com ar de menino privilegiado, visconde rebelde, eu vi! Eu vi-te aparecer rodeado de promessas de dinheiro russo, indignado pela desconfiança com que os teus retribuiram a tua disponibilidade. Sim, esses mesmo que agora chafurdam na sua endógena estupidez e se masturbam com as palavras que vomitas a despropósito. Eu ouvi-te defender o investimento externo como a salvação da agremiação do Campo Grande. E oiço-te agora bradar contra tudo isso, porque descobriste depressa que ninguém investe em ti se puder investir em outros melhores. Chama-se "Mercado", estúpido. Assisti em lágrimas de riso enquanto rasgavas, com pompa e circunstância, os contratos que livremente foram assinados. A memória é curta. Menos a das pessoas como eu, que vivem sob o estigma do Alzheimer. Nós mimamos a memória, fazemos-lhe festinhas, despedimo-nos dela com frequência e, por isso, lembramo-nos. Lembro-me do João Vale e Azevedo a rasgar contratos. Lembro-me de quantas vitórias festejou e onde acabou, depois de ter dito que o Diabo do Norte devia ser preso ASAP. Olho para a frente e vejo-te nos mesmos sítios que ele. E gosto Bruno, gosto tanto. Oxalá não me decepciones.
Repara que te escrevo antes do jogo de mais logo. Porque tenho barba mas sou mais bonito que tu, e mais alto, e mais sexy, e aposto que a tua mulher preferia passar 10 minutos na minha cama do que o resto da vida contigo, e, sobretudo Bruno, porque quero que tenhas a oportunidade de me dizer: incha porco, chupa, és excremento por entre nádegas. É justo que tenhas essa prerrogativa. Um dia explico-te o conceito de justiça. Devagar, para tu entenderes um pedacinho.
Ah, sejamos honestos! Não é SÓ por isso. É ainda mais pela esperança de que aconteça. Sim, quero que alimentes essa esperança, quero que passes o dia à espera do momento em que me farás engolir os insultos. Quero que visualizes esse triunfo, que antecipes o sabor que terá. É isso que eu quero Bruno. Quero que passes o resto do dia semi-erecto (consegues?) pela possibilidade de me humilhar ao fim da noite. Porque nesse momento a minha vitória será retumbante? Também! Mas antes de tudo, porque a tua derrota será inesquecivel! E eu preciso que aprendas a não esquecer as derrotas que te inflingimos. Serão muitas, Bruno. Muitas!
E não, não és bem-vindo à Tasca. Cuspirei em toda a comida que encomendares e mijarei em qualquer liquido que tenha que te servir. Sim, sou um nojo de pessoa para tipos como tu. Obrigado por existires, alivia-me...
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ResponderEliminar@ Silva
fenomenalmente b-r-u-t-a-l
desconhecia, até hoje, este texto sublime. o Amanhã será diferente depois de o ter lido.
abr@ço forte
Miguel | Tomo III
É cuspir-lhe na sopa! :D
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