Um gajo quando é apanhado tem sempre múltiplas hipóteses de lidar com a situação. Pode sempre optar pelo mui batido "epááááá, 'tava a brincar, era uma piada, atão não se via logo, parece que não me conheces"; simular um ataque cardíaco e deixar quem o desmascarou cheio de remorsos, ainda por cima; e mais uma infinita miríade de possibilidades que seria fastidioso aqui enumerar, pelo que saltemos já para a minha favorita que é "Eu não tenho a culpa!" Hã?
Claro que depois há os tipos geniais. Por exemplo, o xôr Louis CK que à conta de ser tantas vezes apanhado a puxar lustro ao golfinho, achou melhor transformar isso numa série de piadas antológicas e ser um dos melhores comediantes do seu tempo.
Isto a propósito de me ter posto aqui há atrasado a louvar o camurso do Évora - fulano de quem tenho um centímetro bem medido de inveja, no máximo!! - pela sua vitória no Campeonato da Europa. Pumbas, nem bem tinha acabado de dizer a boçalidade, já a um até então pacato freguês desta casa de pasto lhe saltava a tampa. Com toda a razão, diga-se.
Agarrado assim desprevenido, com as calças na mão como o bom do Louis, não tive sequer presença de espírito para um "aaaahhhhh, não, não era bem isso que eu estava a dizer, era mais uma graçola, vá, aiiii que parece que sinto uma picada aqui no peito que estou a ficar todo apanhadinho duma perna, para além de que não tenho culpa nenhuma." Nada, nem piei. Limitei-me a sentir as bochechas a ficarem muito vermelhuscas, a baixar os olhos e a pensar ora fuoda-se, que ganda calinada, credo!
Como não há ninguém melhor do que quem sabe para corrigir um erro, hoje senta-se na Mesa do Canto, com direito a garrafa especial e tudo, o O Fafe do AB6, que fez o favor de aceitar o meu pedido para esclarecer quem é O Melhor Atleta da História de Portugal. Até hoje, uma vez que eu ainda não decidi se enveredo ou não pelo desporto profissional. Depois aviso.
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É
inacreditável e indesculpável como o País político, o País mediático e o FC
Porto nunca reconheceram, devidamente – com a justiça e mérito inatacáveis – o
invejável e inigualável currículo desportivo de FERNANDA RIBEIRO, que é, sem
sombra de dúvida, o maior “monstro” do desporto português e que não tem
qualquer paralelo na história lusitana.
Ela é O
maior atleta português de todos os tempos e de todos os desportos.
Porquê, a
ela, nunca foi dada a devida fama nem atribuído o devido proveito?
É a
rosinha da foz, “menina do regime” e ”menina do polvo vermelho” – não porque tenha
sido – ou não – sua atleta, mas porque a este sempre interessa diminuir e
rebaixar tudo o que possa engrandecer o nome do FC Porto – que goza da fama e
do proveito, convidada para todas as cerimónias desportivas e público-políticas
e cantada como referência da juventude, com direito a substituir, com seu nome,
o quase septuagenário Palácio Cristal.
Não
interessa saber se a “ rosinha, menina do regime” é portista pelo coração, ou
não. É um “carisma” pré-fabricado, levado pela “onda” do regime e usurpado
pelos nossos raivosos detractores, que não suportam a aura vitoriosa da família
“azul-e-branca”.
São assim,
no meu país, as mordomias e os “altares públicos” para os “meninos do regime” e
para os anti FC Porto. O “polvo vermelho” é muito mais do que abrangente, é o
poder absoluto corruptor – se moral ou material, compete às respectivas
instâncias determinar – em todas as áreas desportivas e políticas.
A “menina
do regime” nunca passou de uma mediana atleta de pista, quase sempre
superiorizada pela nossa Aurora Cunha, nas provas de 10000, 5000, 10 kms
Estrada e Corta-mato.
A
“rosinha, menina do regime” apenas foi grande na Maratona, quando a Maratona
ainda não era uma prova para especialistas, mas apenas para os reformados da
pista.
Para quem
tem memória curta ou “fingido alzheimer” – com muito respeito pelos verdadeiros
doentes – a seguir relembro o palmarés da enormíssima Fernanda Ribeiro. Leiam e
interpretem com atenção, pois, até, muitos portistas há que não têm em devida
conta a magnificência do seu sucesso global:
MEDALHAS
de OURO
Jogos
Olímpicos 1996 (10000 mts) - Atlanta
Campeonato
do Mundo 1995 (10000 mts) - Gotemburgo
Campeonato
da Europa 1994 (10000 mts) - Helsínquia
Europeus
de Pista Coberta 1994 (3000 mts) - Paris
Europeus
de Pista Coberta 1996 (3000 mts) - Estocolmo
Europeus de Juniores 1987 (3000 mts) -
Birmingham
Campeonatos Ibero-americanos 2000 (5000 mts)
- Rio de Janeiro
Campeonatos Ibero-americanos 2004 (5000 mts)
- Huelva
RECORDE OLÍMPICO
1996 - 10000 mts em 31:01.63 - Atlanta
MEDALHAS de PRATA
Campeonato do Mundo
1995 (5000 mts) - Gotemburgo
Campeonato do Mundo
1997 (10000 mts) - Atenas
Campeonato da Europa
1998 (10000 mts) - Budapeste
Europeus de Pista
Coberta 1998 (3000 mts) - Valência
Mundiais de Juniores 1988
(3000 mts) - Sudbury
MEDALHAS de BRONZE
Jogos Olímpicos 2000
(10000 mts) - Sydney
Campeonato do Mundo
1997 (5000 mts) - Atenas
Europeus de Pista
Coberta 1997 (3000 mts) - Paris
Campeonatos
Ibero-americanos 1990 -) 3000 metros - Manaus
CAMPEONATOS de PORTUGAL
5 x Campeã Nacional
1500 mts (1989, 1990, 1995, 1998, 1999)
4 x Campeã Nacional
5000 mts (2000, 2002, 2004)
3 x Campeã Nacional
10000 mts (1992, 1996, 2008)
Campeã Nacional
Maratona (2009)
Campeã Nacional Corta-mato
(2003)
Note-se
que nos Mundiais de Gotemburgo, em 1995, conquistou as medalhas de Prata e
Ouro, nos 5000 e 10000 mts, respectivamente e que, nos Mundiais de Atenas,em
1997, conquistou as medalhas de Bronze e Prata, nos 5000 e 10000 mts,
respectivamente.
Fernanda
Ribeiro foi medalhada com Ouro, Prata e Bronze, em Jogos Olímpicos, Mundiais,
Europeus e Europeus de Pinta Coberta, em 3 disciplinas diferentes: 10000, 5000
e 3000 metros.
O
MAIOR ATLETA PORTUGUÊS de TODOS os TEMPOS e de TODAS AS MODALIDADES.
O
seu invejável e inigualável currículo desportivo nunca deveria permitir que a
“rosinha, menina do regime” e outros “meninos do regime, que tais”, lhe
usurpassem o mais alto “trono público” e os correspondentes proveitos, que são
seus por direito e por grande mérito.
Enquanto
atleta da universalidade lusitana, sem dúvida que Fernanda Ribeiro deveria ser
sempre a embaixatriz oficial em toda e qualquer cerimónia desportiva e em
qualquer cerimónia público-política-desportiva – ela é o maior ícone da
vitória, em representação da esfera-armilar e das quinas.
Enquanto
portista e expoente máximo em representação do emblema azul-e-branco, merece
uma festa azul-e-branca universal e, não uma estátua, não uma estrela no
passeio da fama, mas um grande mural em azulejo, junto ao símbolo do Dragão, no
nosso estádio, com a Fernanda Ribeiro a cortar a meta em Atlanta, ladeado por
placas em latão com a totalidade do seu currículo desportivo.
Por O Fafe do AB6 | @O_Fafe_do_AB6
Este Fafe opta por escrever na ortografia antiga,. Fafeiro!
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