domingo, 3 de julho de 2016

Resumo da Semana: Happy endings



Toda a gente gosta de finais felizes. Mesmo quando a pessoa saiba que ressuscitar o bastardo morto dá cabo da história toda, acaba por se lixar para isso em favor da possibilidade de um final feliz. É certo que os intelectuais e os especialistas em cinema, por exemplo, valorizam muito os finais trágicos. São mais realistas, dizem eles. E é pena que o Mundo e a Vida nos ensinem isto. O mais normal deviam ser finais a la Cinderela, em que a gaja boa fica com o seu Príncipe - bem feito que há-de ser panasca, todo musculoso e cheio de cabelo e coragem e assim, mariconço; e as gajas más e feiosas, mas jeitosinhas de mamas, ficam pela rua da amargura, a precisarem de consolo. Ou a afogarem a sua maldade invejosa entregando-se à lascívia da turba normalóide. Olé.

Está claro que há finais felizes um tanto dúbios. Quando a pessoa está numa casa de massagens em Banguecoque e a massagista tem metro e oitenta e cinco, por exemplo. É sempre melhor ficar com a marquesa mais perto da porta, por segurança, não vá o happy ending sair-lhe pela culatra. Quer dizer, entrar, o que parece ser bastante pior. Não obstante, temos por aí uma série de grandes especialistas em Pessoa que recordam sempre o mui célebre "primeiro estranha-se, depois entranha-se", a propósito deste tipo de desancontecimento. Já se sabe, o happy end de uns é as hemorróidas de outros.

- Oh, que parvinho, Silva. Sempre com essas brincadeirinhas. Vá por mim, estranha-se as primeiras vezes que se entranha. Mas depois, já a pessoa está apta a ser entranhada a torto e a direito, de quatro e três em pipa. - E pisca-me o olho, sorridente. Credo.


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Quem acredita cada vez menos num final feliz para o filme cujo guião ajudou a escrever, é Mr. Johnson. Ah e tal, não devias andar a brincar com coisas sérias, como o Brexit. Balelas, digam lá se isto não é melhor que o GoT? O tipo andou semanas a mentir ao povo em autocarros, apoiado pelo seu fiel escudeiro. Só que isto é uma guerra de famílias e, portanto, a coisa pode sempre descambar num red wedding.

Mas lá está, não deixa de ser bem feito para aquela espécie de Trump de pacotilha, com sotaque chique. E por isso, de uma enviesada maneira, é uma espécie de final feliz. Incha.

Há um cheiro cada vez mais forte de que isto está apenas no inicio. É um filme que já promete umas quantas sequelas. Para já, apreciemos este "Brexit - A confusão Inicial".

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Ainda nos meandros Europeus, e depois de ter defendido que esta era uma oportunidade para uma Europa coesa e blablabla, só me apetece fechar o paraplégico no canil do Ramsey Bolton. Como o velhote tem mobilidade reduzida, punha-se lá este a empurrar. Ou a levá-lo ao colo, para o paralelismo ser maior.  Foda-se, se não era de lhe ter dado a paralisia na língua em vez das pernas.

No entanto, é curioso reparar que as declarações são sempre prestadas a media Alemães. Numa de: Esses preguiçosos do caralho já vão ver o que os espera, a ver se não abrem a pestanola. Nós somos mauzões e vamos tratar-lhes da saúde até aprenderem a comportar-se como gente. Nada temam, generosos contribuintes de nome Schmidt, não deixaremos os Silvas extorquirem o vosso rico dinheirinho. 

Depois aparecem aqui na Tasca e bebem um tinto do Douro, aparecem no Douro e bebem um Porto, aparecem na Capital e comem uma nata, no Porto e arrotam tripas pela noite da baixa. Vão de mamocas ao léu molhar os pés nas águas tépidas do Sotavento, ficam sem a carteira, mas têm o Zézé para as besuntar de creme de cenoura e assim. E pronto, lá lhes passa isto de serem agarrados à nota. Final feliz. 

Há uns anos, no meio de um Portugal vs Alemanha em shots de tequilla com sal e limão - que nenhum dos intervenientes sabe como acabou - disse ao Hans:

- Epá, tens que compreender. Imagina que trabalhavas naquele prédio mesmo em frente da praia. A partir de abril, a tua vista da janela era a areia branca cheia de gajas bem boas de mamas à mostra. Ficavas lá a trabalhar, kéjbêr? - E ele, um tipo aparentemente normal, com uma namorada com um nome impronunciável - acho que era Schaublaurenz ou assim - respondeu:

- Prrimeirro acabava o trrabalho. Depois ia a correrr parra a prraia. - E eu concluí:

- Lá está, Hans, uns nascem para trabalhar, outros nascem para foder. Porque havemos de complicar e contrariar a natureza? Just keep sending the money. - E brindámos com o tricentésimo  shot que as raparigas, por que milagre não se sabe, tinham conseguido ir buscar ao bar.

Agora que penso nisso, será que o gajo se chamava Hans? Ou seria Wolfgang? Nop, era mais novo que isso e parecia saber andar...


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Por cá, o sentimento é contraditório. Por um lado, temos o nosso amigo Centeno - eleito o Ministro com ar mais pascácio da História - a desconfiar do final feliz que andou a anunciar ao Mundo. Vai-se a ver, meus caros, e feitajascontas, isto não vai bater lá muito certo. Depois admiram-se que venham os Wolfgangs desancar a malta.

Por sorte, o nosso vendedor de flores favorito veio logo colocar os pingos nos is. Ah ganda Tó! É isso mesmo, meu mariola. Agora acreditar em previsões, em fantasias, em disparates. Nada disso, a realidade é que dita as regras. A menos que a realidade não sirva  muito bem os nossos propósitos. Altura em que lançaremos mão de uma resma de previsões. 

Desde que acabe bem para o António, o Costa está contente. Pois.


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Nuestros hermanos provaram que têm mais piada que nós. Não só deixaram tudo maijómenos na mesma à segunda, como ainda arranjaram maneira de botar a malta a rir-se à descarada nas trombas do moço de rabo de cavalo. Não sei quem é que me fez lembrar. Ai espera, sei pois!

No fim do dia, com tanta volta e reviravolta, ainda vão acabar os castelhanos com a megageringonça expectável desde dezembro de 2015. Se tiverem o jogo de cintura do nosso Primeiro e aquilo funcionar, revezando a liderança, arriscam-se os Espanhóis a ter estabilidade não por quatro, mas por quarenta anos. Resta saber se isso será um final feliz.

De todo o modo, é engraçado descobrir que há países em que é preciso ganhar as eleições para se governar. Modernices.


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Olha, por exemplo na Áustria. Aparentemente, o tipo da extrema direita radical vai ter uma nova oportunidade de chegar ao poleiro. Sabemos que isso são péssimas noticias quando a amiga da Catarina fica contente com o sucedido. Pronto, está bem, talvez não sejam amigas do peito, mas não se importavam nada de ver as sequelas do "Brexit - A confusão Inicial" juntas.

Pior que isso, é que todos nos lembramos do que sucedeu da última vez que os proletários votaram em massa num tipo de direita radical, com um cabelo à mete nojo. Pois lembramos? Não tem um final feliz, este tipo de história.


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Em Istambul e em Bagdade o Mundo continuou a explodir na promessa vã de setenta virgens. É certo que levamos isso menos a sério do que se for Paris ou Londres. Bem, Londres agora parece que é mais longe. 

Um atentado em Bagdade não é uma grande novidade e Istambul... Istambul já é quase lá em Bumpólis ou Rebentólândia ou lá onde fica isso das Arábias.

Mas o que diz de nós que 130 almas nos doam menos se estiverem em Bagdade do que em Paris? Que somos os primeiros a comprovar a tese radical de que somos infiéis nada preocupados com a sorte dos escolhidos de Deus? 

Não quero ser hipócrita e por-me aqui a berrar que para mim a dor é igual. Não é! E sinto uma certa vergonha por isso. Por esse triste final me fazer chorar mais ou menos, consoante a sua geografia. E vocês?

A propósito disto, o Lápis ensaiou uma explicação. Faz-me sentido, mas... não chega para apagar o meu desconforto. E lembro-me do ágape do mr.fighter. Estou tão longe.


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Por falar em Paris, andam por lá piores que estragados à custa dos Portugueses. E não é das porteiras. Eu cá acho uma delicia. Nada melhor que um bando de Franceses chauvinistas à beira de uma embolia à nossa conta. Sim, porque mete nojo ganhar à Croácia aos 117 minutos, com um paio descomunal. De homem é ganhar à Albânia e à Roménia nos últimos cinco minutos, empatar com a potência Suiça e andar a tremer contra a incrível Irlanda. Diabos me carreguem se não sou, pela segunda vez neste campeonato, Islandês.  

Já acho mais estranho que por cá o discurso não seja muito diferente. Os nossos sempre brilhantes analistas, não sentem propriamente nojo da Seleção - não vá a malta limpar aquilo e eles ficarem fora da festa - mas do que gostaram mesmo, mesmo, mesmo, foi do esplendorosótástico Alemanha vs Itália. Que maravilhoso espetáculo tático. Já o Portugal vs Croácia, meh, fraquinho. Se aquilo é o melhor do Mundo, vou ali e já venho.

O que se sabe é que faltam dois episódios para isto acabar e, dê lá por onde der, já ninguém pode dizer que foi um flop. E eu cá estou convencido que vai ser um happy end à grande e à Francesa. Tooomaaa! 


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O Maicon devia pedir desculpa ao Professor Jesualdo Ferreira. DU-VI-DE-Ó-DÓ que o homem tenha metade da culpa da bela bosta em que te tornaste, moço. Triste fim.


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Se pensar bem nas coisas, consigo entender porque é que uma pessoa não pode competir com um espertófone ou um PC. Somos muito mais desinteressantes. Passam-se menos coisas na pessoa do que no Facebook.

O resultado é que as pessoas se estão a perder, de algumas formas. E há estudos que já demonstram que os putos estão a deixar de ter certas competências sociais. Como por exemplo, a capacidade de entender a linguagem corporal ou o tom do discurso do seu interlocutor. Quando postos face a face.

Mas mesmo giro, é quando se ofendem os sociais redistas. Veja-se o Rui Sinel de Cordes, que é um tipo que, como calculam, admiro basto. É, aliás, dos meus humoristas preferidos. O "Gente da minha terra" é das melhores coisinhas que se produziram para TV. Por tuta e meia.

Acontece que o Ruizinho é moço para brincar com atentados, deficientes, gostos sexuais, raça, enfim, com tudo, de uma maneira muito crua. Com palavrões e tal, quando lhe dá. Não sei quem me parece... 

Como é que um gajo destes amua e faz birrinha e escreve isto, é para mim um autêntico mistério. Para mais, com aquele finalzinho ressabiado do "Oh, fiquem praí, seus montes de merda. De qualquer maneira, não me merecem". Oh Ruizinho, quem vai à guerra, dá e leva, rapaz.

- É como ir às machagenjabanguecoijo, poijé Xilva? 

Mas vamos adaptar-nos e vai acabar bem. Ou então não...


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Soudtrack to happy endings: #yourlife

6 comentários:

  1. Li o texto desse piadista e nao achei graça nenhuma. Deve ser mesmo fraco. Eu ca acho que costumo ter bastante graça, as pessoas riem-se e nao parece ser por pena, e optei sempre por nao fazer bullying com as graças ou por nao gozar com algo que as pessoas nao consigam mudar. Por ser piada facil, basica, sem dificuldade. Estes humuristas que dia apos dia apenas gracejam as minorias, sejam elas quais forem, metem dó. Porque essas minorias sao esteriotipadas, esteriotopaveis com facilidade e quase indefesas. Que graça tem isso? Loosers.

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    1. A piada está, as mais das vezes, precisamente no estereótipo. Por norma está tão longe da realidade que tem graça. Para além disso, pessoalmente, creio que uma atitude de paternalista condescendência é uma poderosa forma de discriminação. E, como escrito, acho o Rui um dos melhores na sua arte.
      Agooooora, não se pode é ser desbragado e negro à segunda; e uma florzinhas de estufa ofendida à quarta. Sob pena de se ser precisamente o que se condena e goza.
      De resto, todos fazemos parte de alguma minoria. O Artur e eu, por exemplo, fazemos parte dessa maravilhosa minoria de Portistas em Portugal. Abraço.

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  2. Entrei de soslaio, oubi (óvi em alfacinha) os germânicos AC/DC, perdão, Kissin Dynamite e tal como nas alfândegas deste mundo cheio e repleto, superlotado e abarrotar de fronteiras, nada tenho a declarar.

    P.S. Não concordo absolutamente nada com essa de sermos uma minoria!!!!
    Minoria o quê???
    Somos uma maioria, apenas e só e talvez, silenciosa!!!

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    1. Na, são mais Mötley Crue on steroids que AC/DC :)
      Claro que somos uma minoria! Se fossemos uma maioria, ainda que silenciosa, seriamos lampiões. Credo! Xô!

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  3. 1Km, ou mais, de constantes inícios e finais felizes!

    O Facebook tem o fantástico potencial da aproximação de distantes amigos/conhecidos, mas por outro lado, torna-se insuportável, quando chegamos à conclusão que a malta que conhecemos (e nós próprios) afinal é estúpida... É precisamente por isso, que à muito deixei o face...

    Quanto ao RSC, é claramente, dos melhores humoristas que conheço, aliás, era o único humorista que seguia no face.
    Fiquei a saber desta situação, agora, aqui na tasca.
    A sua reacção é estranha, como diz o Silva, mas dada a dimensão da coisa...

    Quanto à nossa Selecção, a que nos diz pouco, mas mal a bola começa a rolar, estamos lá para apoiar, está nas meias! O resto é conversa!
    Não acredito em mais um empate, mas se acontecer e der acesso à final! Venha ele!
    Se é para incomodar invejosos, quanto mais melhor!

    Abraço

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    1. É que estão mesmo incomodados! E desconfio que vão ficar ainda mais :)
      Há muitas coisas boas nas redes sociais. E ainda mais na tecnologia de um modo geral. E tudo o que vou criticando e toda a trampa que vou encontrando, ainda não chegam para mudar de opinião: o saldo é positivo!
      Abraço.

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