Depois do jogo de quarta-feira, e como sempre, fui lendo as opiniões que considero e, sobretudo, as respetivas caixas de comentários. Enquanto o melão se ia desvanecendo, fui percebendo que há uma certa onda pela qual não me sinto arrastado. Como que se se procurasse bater forte e feio em alguém, por mera catarse da própria frustração. Ora bem, é mesmo para isso que serve a bola.
Só que a mim começam a ficar-me palavras entaladas no gasganete e torna-se basto incómodo, inclusivamente para respirar. Daí que me tire do meu sossego e quebre a rotina da Tasca com dois posts de seguida, quase sem tirar. Com muitas desculpas à vossa paciência, está claro.
Vejamos, eu não sou um apreciador do senhor Santo, Nuno Espírito, naquele sentido em que, por vezes, pessoas nos caem no goto e andamos sempre a ver o lado bom das personagens. Pelo contrário, à partida, desconfio da qualidade deste moço. O que não quer dizer que, como TODOS os Portistas, não lhe deseje o maior sucesso.
E até mais, NES já ganhou o meu respeito por algumas conquistas que lhe reconheço. A qualidade do futebol que praticamos, não é uma delas. Mas isto é uma questão pessoal. Eu não gosto, ponto. Não vou é fazer de conta que o rapaz não tem nada a ver com o facto de estarmos na luta por um Campeonato que poucos esperavam disputar há não muito tempo.
Se eu sei que não gosto do modelo de NES, é porque reconheço que ele existe. O que não é assim tão indiscutível para uma série de gente, que defende que não há modelo nenhum e que é tudo obra e graça de Jesus, o Cristo - que é Deus Convosco na Unidade do, lá está, Espírito Santo! Eu discordo: Há ideia de jogo, eu é que não a gramo. Lá por isso, não me posso pôr a analisá-la à luz do que eu gostaria que fosse. Seria o mesmo que escrevinhar uma crítica ao novo álbum dos Arch Enemy, de acordo com os cânones da Música Barroca. Não vai correr bem.
Portanto, dizer que ontem NES inventou, é um disparate. Jogou como na maior parte dos jogos, sendo que colocou Herrera à direita, em vez de Corona. O que também não foi nenhuma inovação. De resto, se temos jogado com mais de dois mangas no meio do meio-campo, tem-me passado despercebido. O Estoril foi uma exceção. Credo, ainda bem!
Do mesmo modo, parece-me falso que o onze revelasse que estávamos cheios de medo. Pelo contrário, estavam lá os dois avançados, mais Brahimi, mais o poder de arrastar jogo - or so they hope - de Herrera. Quando penso que, na terça-feira, o estado geral era "não te rales, isto não é o nosso campeonato, eles são o bicho papão"; não consigo compreender como é que, na quinta-feira, já é exigível que o FCP tivesse entrado demolidor, dominado a seu belo prazer e arrumado com os Romanos de quinta categoria para os quintos dos Infernos.
Se há gajo que gosta de recordar as nossas grandes vitórias mais recentes, sou eu. Porque, ao contrário do que me acontece com NES, eu cá gostava do Basco. Isso não me impede de ser justo e de me lembrar que contra o Bayern, a primeira parte foi dos Alemães. Marcamos dois golos, mas não dividimos a bola. Na segunda sim, fomos corajosos, fomos uma equipa grande, de grande futebol e fizemos mais um golo. Contra o Chelsea de Mourinho, jogámos com 4 (quatro) médios: Danilo, Ruben, Imbula e André. Vai daí, porque é que a equipa de NES mostrava que estava cheio de medo?
Depois, parece que se tenta branquear que antes da meia hora ficámos com dez. Pá, é que ficámos mesmo! Portanto, todas as balelas sobre a segunda parte no "buraco", não fazem sentido nenhum. Se havia uma diferença entre as equipas, ela não diminuiu depois da expulsão de Alex Telles. E ainda conseguimos criar a nossa única oportunidade de golo em todo o jogo.
Por fim, arrasa-se NES por causa das substituições. Deixa lá ver, é um medroso do caraças, treinador de equipa de segunda divisão, que nos tramou por querer atacar a Juve com 10 gajos. Digam-me que também entendem o contra-senso, vá lá. A única explicação de jeito que li para aquela posição, foi do meu amigo Jorge Vassalo. Defende ele que o homem entrou a medo quando devia ter tido tomates - do que discordo!; e depois deram-lhe os cinco minutos, quando devia ter cautela. Isto é, duplamente tótó (sic).
Compreendo a lógica daquela justificação, mas acho que o caso foi outro. NES achou que, como estavam as coisas, era muito provável que alguém - por exemplo, o Layun - acabasse por fazer porcaria e lá marcava a Juve um golo. E quis ter hipótese de fazer, ele também, o seu. Que nos garantisse uma vitória, seria espetacular; mas que, no mínimo, nos desse o conforto de um empate com golos. Parece-me bem e, sobretudo, parece-me que, para gajo medroso, revelou um par de tomates catita.
Acresce a isto que, por ausência de Herrera do lado do ataque - com a exceção do lance já mencionado - Alex Sandro era um extremo. Que Corona o pudesse impedir de andar tão alegre, era bom; que o Soneca se estivesse a lixar para o Mexicano - como esteve - e ele pudesse aproveitar o corredor, era espetacular. Correu mal. Muito. Mas não é estúpido. Nem sequer tão mau como o jogo em casa contra o Rio Ave. Festejaram esse?
E não, não acabou. Pode até vir a ser ainda pior, mas não acabou!
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No Domingo vamos dar um giro à rotunda. Tirando o preto e o branco, não tem nadica que ver com os Romanos, calma. É nossa obrigação chegar, ganhar e ir dar farturas aos petizes, se por lá houver uma roullote. Mesmo que eu gostasse que o Iuri fosse nosso, não se trata de uma grande equipa, não senhor. Medo de quê?
Pá, tenho posts espetaculares para publicar, não me façam ocupar o espaço com estas coisas. Sim, senhor Branco, Lápis Azul, já sei... :)
Vá, bom fim de semana. Juízo.
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Soundtrack: Em nome do Medo
De qualquer modo não gostei! E quando digo que não gosto é porque não gosto. Porque se gostasse diria que tinha gostado. São estes gostos assim que uns dias fazem com que goste e outros com que não goste. E por falar em gostos o meu velho já teve um Renault 8 amarelo canário! Quando foi parar á sucata foi cá um desgosto!
ResponderEliminarEu também não gosto. Mas a mãezinha sempre me ensinou a comer o que estava no prato, porque amanhã pode não haver mais.
EliminarSó agora aqui cheguei, felizmente já passou até que regresse... Mas confesso que não foi mal visto, não senhor (para variar).
ResponderEliminarWelcome Back. Vai voltar pois. Será uma oportunidade de por as coisas no seu sítio :)
EliminarE na sei que mais diga, não estava preparado para concordares...