sexta-feira, 9 de março de 2018

hiperligação | 92º shooter: opus VI - Dia Internacional da Mulher




"we'd rather starve quick than starve slow."

Fevereiro de 1909.
os relatos da época dão conta de uma marcha, no frio de uma gélida Nova Iorque em início de século, de cerca de 30 mil manifestantes, na sua maioria mulheres. lutaram por direitos que actualmente damos por garantidos, à nossa nascença, como sejam melhores condições de vida (a Fome era um dos flagelos sociais), de trabalho (com uma necessária redução do número de horas de labuta), ou até o direito ao voto (nos EUA, só aconteceria em 1919; em Portugal e sem qualquer discriminação e/ou restrição, somente em 1968). a citação acima refere-se ao slogan proferido na marcha reivindicativa, no último Domingo daquele mês.
mais de cem anos depois, os propósitos do 08 de março e da persistente luta contra as desigualdades de género, não só a nível salarial como no acesso ao trabalho mantêm-se válidos. em Portugal, aqueles são ainda mais apropriados graças aos dislates diários das #inCapazes… adiante.


transportando esta efeméride para o Futebol e naquele que deveria ser um momento recordado diariamente por qualquer bom chefe de família que se preze, mesmo pelos que entretanto terão sido constituídos arguidos, e não num singelo dia de Inverno, a cada ano que passa, e assim que chega a casa e antes de alapar o traseiro no sofá para ver a bola (excepção para o Felisberto, graças às ‘herreras’ de um certo Hector…), neste texto quero homenagear as adeptas portistas naquela que, para mim, é a figura maior do nosso Clube, no Feminino e sem qualquer menosprezo para as demais.
trata-se de alguém que invoco a cada ida ao estádio e antes que a ‘chichinha’ comece a rolar; de alguém que me provoca arrepios na pele e até lágrimas de comoção e de uma esfusiante Alegria; de alguém que me faz gritar o nome do Clube a plenos pulmões; de alguém que faz parte integrante dos símbolos do FC Porto e que, por isso mesmo, será Imortal; de alguém que é muito nossa, não só do Clube, mas também da cidade Invicta.
refiro-me a quem empresta a voz ao hino (e à marcha) do FC Porto, Maria Amélia Canossa de seu nome de baptismo.

sinceramente acho que mais palavras minhas serão desnecessárias, neste momento, porque a pessoa da D. Maria Amélia é sempre superior a qualquer tratado que possa elaborar. e porque só a lembrança do hino do Clube, enquanto redijo estas linhas, faz com que não tenha o tão necessário discernimento para continuar a escrever. assim sendo, espero estar na plenitude das minhas forças já ao final da noite deste Domingo, naquela que será certamente mais uma dura Batalha rumo ao objectivo que tod@s nós ambicionamos e deixámos bem expresso em Liverpool. assim seja!

“disse!“

Miguel Lima | 92º minuto

(este espaço será sempre escrito de acordo com a antiga ortografia. limices.)



3 comentários:

  1. Miguel, daqui do meu sofá novo comprado em 3ª mão (ou 3º cú?)a uns gajos que andam para aí a Remar, digo-te sem qualquer ponta de ironia que a Maria Amélia Canossa mete bem no bolso todas as Sobrais e sobranceiras cantoras deste país.
    E em homenagem ás mulheres, sobretudo ás portistas que são da geração da minha mãe, o enorme amor pelo FC PORTO ao terem que ficar nos carros a fazer tricot, enquanto os respectivos maridos marchavam ás Antas. E há custa do azul-e-branco muita obra-de-arte foi bordada! Claro que os respectivos machões as compensavam com idas ao Mucaba, Central da Cerveja (onde hoje é o condominio Galiza) ou á Regaleira, afim das suas beldades ficarem cada vez mais... redondinhas ;)

    Um abraço para ti e um cachaço pró Silva...

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