domingo, 6 de março de 2016

Domingo B, uma insignificância e uma espada pelo cu acima.



Ontem jogaram os B. E não ganharam. De novo.

Postados perante um grupo de moços altos e largos, os nossos cachopos passaram noventa minutos a tentar escapar com as pernas inteiras. As poucas pernas que lhes vão sobrando por esta altura do campeonato. Do Algarve veio uma pressão intensa, pitões bastante à mostra e uma vontade férrea de impedir que houvesse alguma coisa parecida com futebol. Resultou.

Em muitos momentos do jogo de ontem, revivi jogos do FCP de Lopetegui. 74% de posse de bola, nenhuma verdadeira oportunidade. O que é normal, porque os B, este ano, jogam o jogo de Julen Lopetegui. O que é curioso, quando pensamos em todos os que os bajularam ao mesmo tempo que pediam a cabeça do basco. 

O facto é que esta deliciosa equipa B prefere jogar contra quem quer jogar. Se o físico está excelente e a mente brilhante, consegue dobrar os que só querem que não haja jogo. Caso contrário, não ganha. Por estes dias, não há físico que aguente a sequência de jogos, a necessária pouca profundidade do plantel, aumentada por lesões, transferências e promoções. E ainda assim, líderes. Por quanto tempo, não sabemos. Oxalá seja até ao fim. 

Ao fim de um campeonato que tem outro B na zona de despromoção. E se o 5LB descesse de divisão? Ach'engraçade.

Do jogo contra os armários de Olhão, poucos destaques:

Chico - Está pronto. Repito-me. E tenho a certeza disto sobretudo nestes jogos. Aqueles em que não está ao seu nível e, ainda assim, acima de todos os outros.

Omar - Não engana. É o 6 de uma grande equipa. Não sei se será o nosso, porque não sei quando seremos uma grande equipa. Para o Barça ou para o Bayern, está quase tão pronto quanto o Chico.

André - Tenho saudades tuas miúdo. Aparece um dia destes, ok?

Ismael - Uns ameaços de regresso. Mais do que nos últimos tempos se tem visto. Se volta, teremos uma ponta final forte. É o nosso mini - Hulk.

Quarta-feira há mais. Mais posse, mais circulação e, espera-se, mais oportunidades, mais espaço, mais futebol.  E golos. Pensar que andam os adultos a gastar tempo e energias em queixumes sobre o número de jogos. Credo.


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À noite decorreu o mais importante, maior e melhor derby do Universo conhecido. E de várias partes do desconhecido também. Está claro que só é assim porque o 5LB o ganhou. Outro resultado e seria mais um jogo, três pontos como os outros, muito caminho pela frente.

Estava tão interessado neste jogo que desopilei para uma serra, para medir forças com uma vitela Arouquesa em forno de lenha. Ganhei. Não que tenha sido fácil, como se comprova pelo facto de ainda agora estar a arrotar ao quarto traseiro da bicha. Salvo seja. 

Mas com trabalho, dedicação e persistência, tudo se consegue. Ah, e com a companhia certa, o vinho adequado e muito arroz de forno.

Ainda a meio de uma morcela de estalo que fazia de entrada, reparei que estava a dar o jogo da Capital do Império. Concentrei-me na vitela e fui deixando ojolhos pousarem no ecrã de vez em quando. Maijómenos o mesmo número de vezes em que o prodígio encarnado, o menino de oiro negro, fez faltas durante a primeira parte. Ou seja, não mais de quinhentas e cinquenta e sete.

Fiquei triste ao descobrir que vendemos o ABUMba aos calimeros. Os ares de Lisboa estão a deixar o rapaz bastante pálido. E muito feliz pela incomensurável dor de corno do mestre da tática pragmática. Ouvi-lo falar de vitória de quem joga como equipa pequena, reconcilia-me com o Karma. Que é uma cabra.

Espera! LEMBER??!! Ele disse LEMBER??

De resto, tudo normal. Ou vocês não se riram?


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Mais logo joga o FCP. Contra os Gue-ver-rei-ros de Braga - é assim que se lê, certo? Dizem-se maravilhas da equipa do Fonseca. Eu compreendo, uma vez que o Fonseca faz parte do grupo dos que foram muito maus, mas entretanto se renderam à luz e se tornaram muito bons. Basta deixarem de ser azuis e brancos e terem uma certa dose de ressabianço. O Fonseca, o Vitinho, o Zé a sério. Enfim, um conjunto de gente que não valia nadinha e, não mais que de repente, passou a ser a nata do tuga treinadorismo.

Não vai ser um jogo fácil, como nunca são os jogos em Braga. Mas daí a um monstro de sete cabeças, vai maijómenos a distância entre o critério do Soares Dias, ontem, e o do gajo que apitou o FCP contra o Clube da Rotunda o ano passado. 

Sim, sim, o grande Braga, essa equipa que está a fazer um campeonato abaixo do que fez o ano passado. Está na final da Taça, é verdade. Como esteve o ano passado, naquele jogo que conseguiu perder contra 10 quando ganhava por dois. Um feito que, aliás, já repetiu este ano. Contra a mesma esverdeada gosma. O demolidor Braga que não passou do meio campo no Dragão. O espalhafatoso Braga que passou um grupo cheio de monstros sagrados do futebol Europeu: O Sloven Liberec, o Groningen. E que eliminou o poderoso quarto classificado do brilhante campeonato Suiço.

É esse Braga que se interpõe entre nós e uma ponta final de campeonato ao rubro. Nos tais últimos dez jogos de que falava certo Basco. 

Sabes Zé, vou dizer-te como lidar com os Fonsequinhas: Uma espada pelo cu acima. Nem mais, nem menos. É muito ar em muita redação de terceira categoria. Não mais do que isso. Avia-os!


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Motivation song for Mr. Peseiro: Power and Dominion are taken by the Will!

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Epá, oh pascácios, era no cu deles! Não no nosso. Ai ca burros...

4 comentários:

  1. Amigo Silva

    Esta noite não vai ser diferente de muitas já passadas nos últimos tempos, azia e mais azia (tenho que ir fazer uma endoscopia, para tratar isto) ou então ver um filme do David Lynch para me alhear da realidade.
    Quando disse que tinha sido um erro despedir JL, foi porque suspeitava que isso era mais um sintoma de que o caminho que estávamos a seguir era errado. Tudo aquilo que eu aprendi que não se devia fazer, através do exemplo dos nossos rivais, estou a ver a acontecer no nosso clube. Contas manhosas; distanciamento da essência da razão da existência do clube, os adeptos; casos de indisciplina mal resolvidos (caso Rolando); mudança de paradigma nas contratações, não avaliando todos os componentes envolvidos (como era hábito), físico, psicológico, familiar, disciplinar, objectivos de carreira, etc.
    Tivemos em tempos uma estrutura semi-amadora, que fazia dos objectivos desportivos a sua principal recompensa, que era competente em todas as vertentes do clube, dentro e fora das quatro linhas. Temos hoje uma estrutura totalmente profissional, bem remunerada e que tem falhado em toda a linha. Falha na gestão desportiva, com contratações a dar ideia de pertencerem a uma agenda, mais do que às reais necessidades, desaproveitamento do enorme investimento em futebol jovem, com contratações verdadeiramente milionárias para a 2ª equipa que nunca chegam à 1ª, os jovens talentos que pontualmente têm aparecido na equipa principal, têm sido sempre fruto de circunstâncias adversas em que Ruben Neves é o maior exemplo, só aparecendo com a lesão de Mikel Agu. Contratação de jogadores ou em final de carreira, já com pouca ambição (Ismaylov, Pablo Osvaldo, Casillas) ou não identificados com a nossa equipa e o nosso futebol (Tello, Adrian Lopez, Campaña, Opare) ou caprichos de novo-rico à lá lampiões noutros tempos (Imbulla).
    Acresce a isto a falta de condições, essencialmente em termos de protecção, dada aos últimos treinadores que têm passado por cá, dando normalmente sozinhos, o corpo ao manifesto, perante a evidente falta de peso que temos em termos de apito e que permite todo o tipo de afrontas e maldades sem que ninguém com peso institucional intervenha.
    Perante isto, o que fazer, se as pessoas que comandam são as mesmas que já nos deram tantas provas de competência e superação de dificuldades?
    Só consigo vislumbrar uma possibilidade, mudanças mantendo a continuidade.
    Os tempos mudaram, as circunstâncias mudaram, os adeptos são outros, os jogadores são outros, a industria é outra, portanto há que ir buscar pessoas competentes para estes novos tempos (a comunicação é fundamental), tempos houve em que um simples blackout, poderia mudar o rumo de um campeonato, hoje as técnicas têm que ser diferentes, logo tem que se recrutar os melhores nesta área, bem como noutras que parecendo pouco importantes, podem fazer a diferença, área física, psicológica, planeamento a médio/longo prazo, rentabilização de todo investimento na formação e por fim pessoas que saibam fazer contas e sejam honestas.
    Certamente que os actuais dirigentes têm muitas destas qualidades, com o presidente à cabeça, mas como ele disse um dia, “ o segredo do sucesso é rodear-me dos melhores em todas as áreas”, espero que como pessoa inteligente que é, perceba que neste momento não está rodeado dos melhores em várias áreas, e alguns, se não são, parecem desonestos.
    Voto de confiança a quem tantas e tantas alegrias me deu, mas não confiança ilimitada.
    O próximo verão deverá trazer mais luz sobre para onde caminhamos, independentemente da classificação no final do campeonato.

    P.S. Peço desculpa pela extensa missiva, mas é melhor do que tomar Gaviscon.
    P.P.S. The future ain't what it used to be
    https://www.youtube.com/watch?v=3HJz2Crg3E0

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    1. Fico muito contente com as suas missivas, curtas ou compridas. A casa é sua.
      E é mesmo isso que faz futuro do porvir: ser outro. Se fosse igual, seria passado. We shall prevail!

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  2. O Braga tinha e tem uma boa equipa.
    Mas está longe de ser o que se apregoa.
    Ou seja, partilho da mesma opinião que o Silva.

    E não é por ter-mos perdido que muda.

    Se no Dragão, com Lopetegui, foram uma equipa pequeníssima a jogar. No domingo, na primeira parte voltaram a ser. xitra ajudou e muito a equilibrar a diferença!
    Na segunda parte, ficamos muito aquém do desejado, ainda assim, foi mais uma vez, um dos nossos a oferecer o golo que decide o jogo...
    E é isto...
    Ai se não ganhámos a taça a esta equipa... PQP!

    Abraço

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    1. Acho uma equipa interessante com um treinador adequado.
      Acho que é ilegal não ganharmos a Taça. Se não é, devia ser! :)
      Abraço.

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