terça-feira, 30 de agosto de 2016

Closure! A bem do trio de neurónios do Silva.

Opá, o tripeiro volta a dar com a nuca no cotovelo do moço e eu expulso-o!

Por norma, quando cenas e coisas ficam a remoer entre os meus três neurónios durante muito tempo, é mau sinal. Compreende-se, uma vez que são só três e eu preciso deles em muitas ocasiões. Bastantes, até. Quando são assuntos que metem belas mamas e estupendos rabos, nem me importo assim tanto. Está claro que me farto de deixar cair coisas, o prato do dia fica salgado ou insonso, que não há consulta a que compareça e me esqueço do nome de toda a gente. Menos do teu, queen bee. À conta desse belo rabo e estupendas mamas. Ou será ao contrário? Esqueci-me...

Agora, quando se trata de outro tipo de assunto, só há três possibilidades:

  • É uma coisa bera e vou andar com isto às voltas até encontrar uma solução ou me fecundar.
  • É trabalho e vou andar com isto às voltas até encontrar uma solução ou alguém fecundo que a descubra.
  • É bola e estou fecundado.

Mas quem tem amigos, ou fregueses, está quase sempre safo. Porque é precisamente para estas situações que eles servem: Para nos ajudarem a pensar, a vislumbrar os melhores caminhos, a ter clareza, a perceber os contextos e entender os buracos dos nossos magníficos planos. 

Também dão jeito para transportar eletrodomésticos e móveis, em caso de mudança de habitação; pintar paredes; e garantir que passaram a noite com a pessoa, embora não a vejam há dois meses. A utilização da última função implica, as mais das vezes, a necessidade de recurso às restantes. Façam atenção!

Em alguns daqueles aspetos, não tenho sorte nenhuma com os amigos. Em compensação, é malta forte pra xuxu, que alanca com um frigorífico como quem bebe um fino e pinta um teto em menos de um fósforo. Com duas demãos. Uma do Gelson, outra do Ruyz.

Estamos pois entendidos quanto ao tipo de assunto em causa. E o que eu preciso aqui é de um debate de encerramento. Esclarecido e esclarecedor? Nop! Uma gritaria do caraças, com malta a insultar-se e a ameaçar acabar tudo à porrada. Ficamos todos com as opiniões de partida, mas animados com a confusão. À volta de um bom tinto.

...

Uma vez que sou eu que mando nesta conversa, o ponto de partida é as coisas que me fazem espécie. Em relação ao clássico de anteontem, na latrina do Campo Grande.

Olha, assim logo de entrada, faz-me uma comichão danada andar a malta a tentar analisar o jogo. Mas qual jogo? Sinceramente, não entendo. Vejamos, nós eliminamos o Roma beneficiando - ah pois claro! - de condições muito especiais: Três expulsões em dois jogos, para o mesmo lado, não é comum. São todas decisões indiscutíveis e indiscutidas, pelo que algum mérito tivemos. Analisar esses jogos, realçando a nossa péssima entrada no primeiro, o bom inicio do segundo, as falhas e os méritos de jogadores e treinadores, eu percebo. Até porque apesar de jogarmos contra menos gente, não tivemos vida fácil. Assim como, contra onze, tivemos bons momentos. Muito bem.

Mas no Domingo, o que eu vi foi: FCP entra a mandar e marca. O mestre da tática fica às aranhas, mas o Anjo Tiago dá a volta ao resultado. E a seguir, os Calimeros dão a volta ao jogo. Ao que sobrou dele, se alguma coisa. Ou como diz o Vassalo, depois de te assaltarem a casa e te roubarem o carro, estás no momento ideal para perceberes onde está o TEU erro. 

Quando o Lobo me tenta convencer que o Juses foi brilhante porque trocou a posição do Ruyz Mãozinha com o César Sarrafada, eu irrito-me. Porque a verdade, verdadinha, é que o segundo já lá não devia estar. À conta de uma entrada assassina, salvo erro ainda a perder. Portanto, não foi o Juses que trocou jogadores, foi o Tiago que trocou um vermelho por...nada! Sim, nada! O que significa, na melhor das hipóteses esverdeadas, que o amarelo que o moço viu mais tarde seria...o segundo. Aos 83 minutos, quando, finalmente e à custa quase só do coração, o FCP estava a encostar os lagartos à sua baliza. 

Então explicam-me que a chave não foi nada disso. O problema foi que só jogámos 15 minutos na primeira parte e não existimos na segunda. Uma vergonha de equipa, com um treinador fraco. Veja-se a impecável organização defensiva do Juses, isso sim. Secou completamente o adversário. Tenho muitas vezes a impressão que o meu Inácio transmite jogos diferentes para mim!

Uma equipa do Juses vive, antes de mais, da intensidade que consegue colocar na luta do meio-campo. Porque, normalmente, tem menos gente por lá. Quando a intensidade não resulta, como no primeiro quarto de hora de Domingo, passa-se à bordoada. O que resulta em espetaculares campanhas Europeias, por exemplo. E contra o FCP  não foi diferente. Mas se Adrien está contrariado e William anda devagar, nada como acrescentar um Tiago à receita. 

E assim foi, o Tiago elevou exponencialmente a intensidade do meio campo lagarto. Culpa de quem? Do André que é pequenino e do Herrera que é feio e do Danilo que é, sei lá, preto, pronto. E do NES que os juntou. E do Presidente que não fez uma conferência de imprensa sobre este assunto. De todos, mais do gajo da Tasca, menos do Tiago. Como muito bem defende a sua Associação Profissional.

Um, mais tranquilo, relembra que criámos pouco perigo. Perdido entre patadas, estaladas e cotoveladas, distraí-me das jogadas. Faço um esforço de memória. O golo, a bola do André, duas meias oportunidades perdidas nos pés do Adrian, já em desespero. Pois, de facto, quase o mesmo que os lagartos, apenas. Os que jogaram em casa e estão juntos há cinquenta anos, um deles com o mais bom treinador que o Universo já pariu.

Mas espera, logo acrescentam que tudo o que fizemos foi tentar explorar as costas da defesa dos outros. É pouco, é curto, é de equipa pequena. O treinador não sabe mais. 

É bem lembrado, sim senhor! Daí as duas escapadas do Silva, uma muito bem interceptada pelo Latagão Semedo e outra, infelizmente, culminada com um remate frouxo. Ah, e a outra! A mais perigosa, porque já ninguém o acompanharia naqueles passos solitários para a baliza. A que a equipa do Tiago cortou impecavelmente, depois de uma brilhante assistência daquele jogador - pareceu-me - que não devia ter jogado. Porque os grandes jogadores ficam no banco para não ferir susceptibilidades de outros, mais fracos e mais antigos. 

Tenho que dar a mão à palmatória, a organização defensiva do Juses é extraordinária. De facto, nem todos podem igualar as armas de que ele lançou mão neste jogo. Sempre quero ver se contra o 5LB tem os mesmo "defesas" à disposição. O mercado é tramado.

...

Como terão reparado, é difícil perceber quais os argumentos contra-FCP que são dos media e quais são retirados de crónicas e comentários espalhados pela Ciberlândia. Isso é, para mim, muito significativo. E preocupante. Servem, de igual modo, embora com diferente intenção, o propósito branqueador. Nem Omo lavaria mais branco.

Sou o primeiro a reconhecer o mérito de quem aponta as falhas, no sentido de as colmatar e melhorar o que estiver mal. Eu prefiro dizer menos bem. Porque é dos meus que se trata. Mas que se gaste a mesma, ou superior, energia, espaço e tempo, nisso, do que aqueles que se gasta a bater em quem nos quer, faz e deseja tanto mal, não compreendo. Devo ser mesmo fanático. Ou seguidista. Ou estúpido, tout court.

Tanto, que continuo a preferir uma exposição ao CD com as múltiplas agressões de Domingo, a um berreiro desalmado de um Presidente a rasgar as vestes. É que, no mínimo, aí estaria o motivo para a Direção se atirar aos senhores. No máximo, ficavam os lagartos sem uns quantos durante algum tempo. Irónico seria virem de lá os lampiões fazer queixa por nós. Credo!

Mas isto era suposto ser o preâmbulo de uma conversa, à moda de determinada aldeia Gaulesa que não se rende nunca ao opressor. Venham de lá esses gritos e essas lambadas. Eu devolvo na mesma intensidade, mas sem entrar de sola. Aqui, violência bruta dá vermelho. Desculpa lá o mau jeito, oh Tiago.

Depois, avancemos. Capítulo encerrado. Creio que se seguem dias brilhantes.

...

Soundtrack to closure: End of this chapter. 

8 comentários:

  1. A terceira, sem dúvida, "É bola e estamos fodidos!"

    Porque, não vejo mudanças significativas, e nem sei mais o que esperar de quem permitiu, calado, o campeonato do #colinho e todos os assaltos dos clubes de Lisboa!

    "exposição ao CD com as múltiplas agressões de Domingo"?
    Pode ser, seja o que for, mesmo que resulte em nada!
    É preciso é manter vivo os factos!

    Somos sujeitos a um tratamento tão reles, que a sensação de injustiça vai muito além do que se passou no jogo e do seu resultado!

    Eu sou dos que acreditam que é possível vencer, mesmo nestas condições.
    Já lá vão 3 anos sem ganhar o campeonato e não se notam progressos nenhuns, está tudo feito para uma luta a dois, entre os protegidos de Lisboa!
    Haja justiça na CL, porque no resto... Já se sabe, ser melhor pode não chegar...

    Abraço

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O que também não se pode é exigir ao cachalote um comportamento de golfinho... Quando tiver tempo desenvolvo isto :) E se uma queixinha lamechas resultar em nada, então sim, está aberta via para fazer um escarcéu tremendo!
      E pois claro que ganhamos! Cincazero, caraças!
      Abraço.

      Eliminar
  2. Recomendo vivamente a série "Fringe". Em resumo, universos paralelos que coincidem.

    Negar a nossa incapacidade para jogar durante uns 40 minutos é QUASE tão grave como ignorar a influência da ladroagem do apito sobre o desfecho do jogo. Nenhum dos factos se exclui, coincidem.

    Quanto ao epíteto, nem seguidista, nem fanático e muito menos estúpido. Apenas Portista e talvez... mais papista que o Papa?

    Abraço e vamos em frente, que é preciso muito mais para nos derrubar. Fez mossa, mas os carros amolgados também andam. E bem.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Nunca vi. Em compensação, sou o único fã vivo do Sense8! Deve ser por isso que nunca mais há nova temporada :)
      Eu não acho que os factos se excluam. O que penso é que a incapacidade derivou, em boa parte, da ladroagem. É um facto: enquanto não nos foram ao bolso, para ser simpático, jogámos bem. Melhor que os outros.
      Se calhar até sou papista já sem papa, mas que queres, irrita-me ver tão bom Portismo desperdiçado a atirar contra o Porto. Porque queiram ou não, e quiseram!, está é a NOSSA Direção.
      Enquanto não chegarem ao motor, têm que nos aturar. E o motor está na bancada! Inalcançavel, portanto.
      Abraço.

      Eliminar
  3. Silva, o problema esta nos sinais dados. Podemos fazer como a avestruz, mas prefiro ser dragao.

    Senao, ve la:

    - pre-epoca de 5 meses, 3 reforços vêm/virão na ultima semana. Dir-me-ás: foi tatica! Eu duvido.
    - dos campeonatos do colinho, nem uma palavra da direçao.
    - este vai pelo mesmo caminho e do mesmo sitio: nada.
    - ganha-se uma eliminatoria europeia, aqui del rei que ja se vai a zona mista mandar bitaites
    - é-se gamado, perde-se um jogo e nada.

    Eu nem quero que a direçao caia. Quero é que mude de rumo. Quero que contrate um otavio para fazer barulho quando se justifica. Quero uma comunicaçao eficaz. Defesa do clube que nao tem sido feita (podes desmentir com factos) sem ser por umas publicaçoes fraquinhas no facebook e numa newsletter inocua.

    Bem sei que se fossem os outros a fazer uma publicacao no facebook, ate o primeiro ministro viria a terreiro, mas porra, ha que fazer mais.

    -temos um canal proprio. Este poderia e deveria fazer muito mais pelo clube.

    So espero que nao se va contratar outro qq tipo a braga. Ai era o fim da picada.

    Somos vitimas do centralismo, mas ha outros clubes assim, por esse mundo fora e nao se deixam comer desta maneira. Abr

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Artur, há um motivo para eu ser contra a gritaria. E não é doerem-me ojóvidos. Faltam, neste momento, 45 minutos para poder elaborar sobre esse ponto.
      Se a mesma direção pode ou não mudar de rumo, não sei...
      Concordo que isso de ser vítimas e nos sentarmos a chorar não faz sentido nenhum. Demos a volta a isso e passámos a ser superiores. Veremos se temos que mudar. E, tendo, se ainda o sabemos fazer.
      Amanhã conversamos sobre isto de novo.
      Abraço.

      Eliminar