Resumo de semanas: Ain't my bitch!

Eu tenho pensado em vocês. Não daquela maneira muito paternalista, e bastante imodesta, do "epá, coitados, devem estar a desesperar por um bitaite. Tenho que lhes pedir desculpa." Como se o simples facto de nos sentirmos obrigados a pedir desculpa pela nossa ausência não fosse, em si mesmo e essencialmente, uma grande manifestação de cagança: Desculpem lá ter-vos abandonado, sem o vislumbre da minha inspiradora presença. Só espero que tenham sobrevivido. 

Oh well, a mim irrita-me esse tipo de coisas. Mas já se sabe, eu sou meio bitch, por parte de um lado feminino bitchy. Mas com belas mamas.

O que tem acontecido é eu pensar, algumas vezes, "caraças, devia mesmo dizer isto à malta. O que será que eles pensam disto e daquilo?" Ou seja, ao fim deste tempo, parece que me fazem falta. Ao mesmo tempo que reconhecer que a vossa opinião me é relevante, confere uma centelha de significado às vossas vidas. Aí têm, sem necessidade de agradecimentos. Poijé, a malta da Tasca existe e é bom voltar a tomar um copo convosco. 

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Estamos naquela altura do ano em que compreendo, finalmente, o SPM das gajas. As férias chegam ao fim e não há quem me ature, por causa que estou a antecipar o regresso ao trabalho. Todas as minhas hormonas preguiçosas se rebelam diante desta perspetiva, enquanto que os neurónios - todos os três - ainda em calção de banho, entram em brain storm acerca de motivos plausíveis para não irmos, eu e eles, trabalhar. Sinto dentro de mim a capacidade para ficar de férias mais uns déjanos. Está claro que fico impossivel de se aturar.

Tentei espairecer, fazendo uma ronda pelo Facebook, o que me costuma deixar com uma bela disposição. E, de facto, foi muito interessante descobrir como tinham sido as minhas férias, à conta da propriedade de identificação desta rede social. Lá estou eu em todos os locais em que estive, com belos sorrisos à matador, em espetaculares paisagens e rodeado de soberbas pessoas. É certo que eu não postei porra de foto nenhuma. Ainda assim, a minha cronologia parece a montra da Halcon Viagens de Santa Cruz da Marinhoa.

Até que dou com a estupenda foto que ilustra este post. Aaaah, a cascata! Bem catita que era. A água acastanhada, uma vez que era um dia chuvoso, pelo que o arrastar das lamas conferia aquela tonalidade à queda de água. Lindo. 

Ou então, temos esta foto porque nesta trampa deste dia não podíamos fazer o que, de facto, tinhamos ido fazer para aquele lugar: Torrar ao Sol numa praia de areia impecavelmente branca e água turquesa, à espera que a Brooke Shields, com menos 36 anos, estendesse a toalha ali mesmo ao ladinho. É que estava a chover, foda-se. E um vento do caraças.

Parti então à procura de outras provas de que o Facebook é uma mera versão do Total Recall, sem a parte em que corre tudo mal. 

Foi com grande facilidade que encontrei um breathtaking pôr-do-Sol em Armação de Pêra. Olhem tão lindo o Sol em tons encarniçados, a prometer calor para amanhã, em mais um belo dia de pés descalços na areia. Isto se conseguir acordar às cinco da manhã, para ir espetar o guarda-sol e estender as toalhas da maralha, antes que o vizinho do décimo direito bloqueie o elevador para poder chegar à padaria antes dojôtros e ficar com o pão em condições. Com sorte, até pode ser que saia da praia à hora de almoço, contando que não tenha sido espezinhado durante a manhã por um bando de quatrocentos cachopos a tentarem jogar à bola num centímetro quadrado de areia. O que vale é que alguém os topa e estende logo mais umas trinta toalhas. Já ficam para amanhã.

Por falar em almoço, muito fofas as fotos da família toda na varanda do apartamento em Quarteira. Umas quatro gerações todas sorridentes, excepto a adolescente mal educada, já se sabe. E a avó, por causa dos dentes. A chatice é caberem os cento e cinquenta num T1, mas com jeitinho todos se encaixam. Olha, os primos encaixam em todas as oportunidades. Só se chateiam com a velhota, que veio de férias para acordar cedo e começar a tratar do cozido para o almoço. E não sai à rua desde que chegou, para adiantar a chispalhada do jantar. Por consequência, está sempre alapada em casa a empatar as fodas. Irra.

É a maravilhosa capacidade que temos de encontrar nenúfares no imenso lago de filha de putice que é a vida das pessoas. Umas vezes somos graciosos Barishnykovs pulando de uns para os outros, outras, de repente, a meio de um salto, damos por nós um desajeitado Taarabt. E lá nos afundamos num mar de merda.   

Aqui que ninguém nojoube, é evidente que é muito fixe rever as fotos e os locais e as pessoas. E ler o piquinho de inveja de uns quantos "Gosto". Assim como é enternecedor ver a alegria genuína de tantos outros. Fico contente pela fúria identificadora das gajas cá de casa. Mas moita carrasco, não lhes digo nada! Redes sociais, pff, que coisa reles. 

Good ol'days in the Sun...

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Por falar em água, um Francês teve a peregrina ideia de se armar em consultor de moda balnear. É tudo estúpido nesta atitude, não se aproveita nadinha. Nada como impedir uma Muçulmana de ir à praia para fomentar a integração, hein? 

Mas o melhor de tudo é, como sempre, a reação da populaça. Então os que vieram defender aquela coisa do "bem feito! Se estão cá, fazem como nós e mainada!", fazem-me ir às lágrimas de vergonha alheia. 

Sejamos, pois, o EI, para mostrar a esses radicais com quantos paus se faz uma canoa. Não tenho palavras para descrever a enormidade do disparate. A parte que sugere que há uma guerra entre Islão e o resto é só a cereja. Não, malta de Cannes, não estamos em guerra contra o Islão. Só contra alguns energúmenos que o usam a bem dos seus interesses. 

Bastava darem uma voltinha pelo Dubai Mall para perceberem o que é tolerância. Pois queres enfiar-te dentro de uma espécie de saco de batatas que nem ojolhos deixa destapados? Knock yourself out! Pois o que te está a dar é usar uns micro-calções até ao decote que te chega ao umbigo? Be my guest!

Eu cá também acho que o Mundo seria um melhor local se pudessemos aferir da qualidade do desenvolvimento mamário de todas as gajas, sem exceção. Mas se a algumas não lhes assiste mostrar, que posso eu fazer? Obrigá-las? Ora aí está uma bela atitude de proteção dos direitos da mulher. Ai ca burros!

O argumento da laicidade é outra pérola. A menos que proíbam os Zézés Camarinha da vida de exibirem os seus notáveis cordões de ouro. E respetivos crucifixos. Pá, oh Zézé, queres ir customates comprimidos ao ponto do rebentamento dentro dessas trusses de lycra, tájabontadinha. Já o crucifixo, não vai dar. E livra-te de pensares em levar uma touca de banho. Esse cabelinho à mostra, ohfaxabôr!

Assustador mesmo, foi reparar na quantidade de gente com altas responsabilidades, começando no Primeiro-Ministro Francês, que viram com simpatia este vómito. Para quando a obrigação de bordar um Crescente amarelo na roupa de todos os Muçulmanos? Issékera, hein Monsieur Valls?

Aparentemente, foram precisos mais de quinze dias para alguém vir dizer o óbvio. E proibir a proibição. Eu aposto que a cumbersa, por estúpida que seja, não fica por aqui.

Se a questão é a integração e o respeito pelo uso e costume da terra de acolhimento, podiam aprender com a periferia. Não lhes bastou o Euro 2016?

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É que por Lusitanas praias andaram uns moços à batatada. Pelos vistos, as autoridades estão-se bem a lixar para a qualidade dos intervenientes e querem tratar toda a gente à luz da Lei Nacional. E isso está muito bem. 

O verdadeiro significado de "Em Roma, sê Romano" é este. É obedecer ás leis de Roma. Não é usar a toga e ir para orgias e vomitar em baldes. Isso só faz quem quiser.

Nem estou nada preocupado se no fim da história o agredido aceita um acordo qualquer, ou quem teve a culpa de quê, ou se não se levanta imunidade alguma e se piram todos para o Iraque. O que conta é o sinal. E esse foi o melhor possível. Sem obrigar a malta a usar fato de campino, deixar crescer o bigode e comer mão de vaca com grão. Get it?

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Goooooloooo da Argentina

Assim como as férias, também os Jogos Olímpicos se finaram. Bolt blabla, Phelps blablabla, Africanos nas corridas de fundo blablablabla. Tudo muito visto, incluindo as belas imagens de fio dental nas praias de Copacabana. 

No entanto, e como sempre, este ajuntamento de atletas e desportos e camisas de Vénus multicolores, deixa sempre uma espécie de nostalgia quando termina. E traz sempre algo de novo. Este ano, descobri que sou um grande fã de Hóquei em Campo. Aliás, uma histórica modalidade no meu FCP. Sendo que só gramo da variedade feminina. Pá, gostos.

Assim, apesar de terem caído nos quartos de final - frente à muito jeitosa, e finalista, Holanda - considero que a melhor noticia destas Olimpíadas foi a Seleção Argentina de Hóquei em Campo.

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Mas a minha praia é mesmo a bola. E, estranhamente, tenho poucas coisas para dizer sobre este tema: 

1. As entradas sobre Maxi e Corona, em Roma, valem um amarelo, se tanto, em Alvalade. Não tenham nenhuma dúvida. Afinal, já vimos estrangulamentos em pleno jogo no WC do Campo Grande...

2. O Presidente cavalgou uma vitória estrondosa e partiu a loiça toda, para gáudio de uns e azia de outros. Afinal, o homem está bem vivo e atento. E alguém lhe lê os blogues e as redes sociais. Se não lhe apetece fazer o mesmo nas derrotas, acho que está no seu pleno direito. O estatuto não lhe foi conferido por nascimento, conquistou-o a proporcionar-nos - e a proporcionar-se - 30 anos de alegrias. Mas alguém deve fazê-lo. 

3. Oliver e Jota são adições criteriosas ao plantel. Muito bem. Quanto às cláusulas de compra, é conversa para boi dormir. Oliver vale bem os 20 milhões. Quanto ao Jota, é ótimo que exista uma cláusula. We'll always have Casemiro... Falta um central.

4. Depois do sorteio da Champions, continuo na mesma: Imbecil. :)

De resto, meus caros, a menos que o ex-badocha consiga enforcar a nossa equipa toda antes do jogo de amanhã, tenho a sensação que sai de lá enfiado num burkini. De vergonha. Aliás, no caso dele, é mais burrkini. Cincazero, já se sabe. 

Majum a zero também não fazia mal nenhum.

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Soundtrack to Mr. Silva: Believer!