segunda-feira, 20 de março de 2017

A TascaTV entrevista NES

Raisparta o Castro, dass...

Já percebi que todos os clubes têm blogues e redes sociais e comentadores residentes em sites desportivos e assim. Isto é, toda a gente usa a Ciberlândia para a catarse, a invectiva, o elogio bacoco, a dança de acordo com a música, a braçada a favor da corrente e o perfeito inverso disto tudo. E também como depósito de mera estupidez, na maior parte do tempo. O que é muito bom, porque, por uma mera aplicação da lei da probabilidade, deve libertar o Mundo de uma quantidade muito apreciável de energia estúpida. Os posts da Tasca, por exemplo.

Felizmente, e como não podia deixar de ser, o FCP é diferente. Não porque nos falte alguma das coisas referidas acima, que não falta, mas porque lhe acrescentamos. Na Ciberlândia Portista, para além de tudo o que ojôtros têm - mas de melhor qualidade, mais quantidade e em bonito - temos ainda a possibilidade de saber de tudo na primeira pessoa, pela voz dos protagonistas. Ah poijé bebé! E como? Através da TascaTV, está claro.

Ora, depois do desafio do balde de ontem, toda a gente tem um trator - não resisto! - de perguntas para fazer. Mas, na verdade, as únicas que me interessam são as minhas. So fuck it, convoca-se o NES para vir responder. Pois claro que vem, qual é a dúvida?

...

GRANDE ENTREVISTA

Por se querer manter equidistante de todos os media e não gostar de ser visto em locais de má fama, o Herlander insistiu em que isto se fizesse por telefone. A mim mimporta.

- Ora biba, companheiro Nuno. Daqui fala a muralha de aço. Não, não é o Jorge, dass. É prákela coisa da TV do Silva, tajabêrohnão?

- Ah, muito bem. Bom dia, boa tarde ou boa noite, consoante a hora local a que me estiverem a ouvir. A todas e a todos e aos entremeados também.

- Deixa-te de salamaleques que eu cá não tenho chamadas ilimitadas. Por isso, se não timportas, vou mazé despachar isto. Olha lá pá, então o que se passou ontem?

- Nada de extraordinário. Mantivemos o foco no jogo, na nossa ideia, e tivemos um bocadinho de azar.

- Lá isso tivemos. Majolha, qual ideia? É que depois de termos acertado as pontas, voltámos ao jogo do bacalhau: Bola prás coubes que pode ser que alguém acerte uma batata...

- É precisamente o nosso modelo para jogos em casa, contra o Rio Ave.

- Hã? Qual Rio Ave? Tásparvo?!

- Então, não foi contra uns de listas verdes e brancas que vieram de um vilarejo piscatório? É o Rio Ave.

- Aaaaah, pois, estou a ver... Já te tinha dito que isso não era para repetir, não tinha? Que acabava por correr mal?

- E então? Toda a gente sabe que o Silva não vê um boi de bola. É só fazer ao contrário do que tu dizes. Deve correr bem.

- Deve, deve. Portanto, andaste a rotinar a malta naquele 433 híbrido, que até já entusiasmava, com Oliver a assistir, Brahimi com apoio e o ataque a marcar aos sete de cada vez, majentretanto apertas tudo para trás, a ver o que dá. A que propósito?

- Isso não é importante. O importante é manter o foco, acreditar na ideia, o resto é acessório. Ainda para mais, havemos de convir que estava a tornar-se um pedacinho monótono. A maior parte dos jogadores a fazerem aquilo que sabem fazer, sem aprenderem coisas novas, sem testarem os seus limites. Pfff, muito aborrecido. Desde que esteja dentro da ideia e se mantenha o foco, até podemos jogar em 1-10, que dá igual.

- Pois dá, sim senhor. Um igual. Em casa, contra o Setúbal.

- Ai era o Setúbal? Opá, bem me quis parecer que o Castro estava mais anafadito. Caraças, haviam de me ter avisado, passei o tempo todo a chamar Luis ao Zé. Que maçada.

- À conta da distração, continuamos em segundo, com um melão do caraças, ao passo que os postes de iluminação respiram aliviados. Lindo serviço...

- Nenhum problema. Acreditamos desde o primeiro dia, nada mudou, continuamos a depender de nós. Foco, Silva, foco.

- Sim, oh Est...Espírito, mas em vez de ganhares em Carnide para teres quatro de avanço, precisas de lá ganhar para passar para a frente. Há uma diferença, não?

- É maijómenos a mema'coisa. Ainda temos muito Rio Ave pela frente. Por outro lado, se uma das nossas principais armas é a alma, até e melhor assim. Vamos a Lisboa jogar a vida. Isso é que é de homem! É preciso é manter o foco, acreditar na ideia.

- Qual ideia?

- Depende do Rio Ave.

- Oh foda-se pá, já te disse que o Rio Ave é para esquecer. Não repete! Entendido?

- Vindo do Silva, é como se me chateasse ter sido eliminado da Champions. Já aprendi que tu não vês um boi de bola, pá.

- Portanto, o estúpido sou eu, certo? E a culpa de termos empatado ontem, por não ouvires o que te digo, também há-de ser minha, não?

- Não. Nesse caso, é do Lápis. Ele é que me está sempre a dizer que o Silva...

- Sim, sim, já sei, não vê um boi blablabla. E agora?

- Agora é manter o foco, já se sabe.

- E se meteres o foco no cu e puseres a equipa a jogar como já percebemos que consegues?

- Fico um pirilampo e somos Campeões.

Cai a ligação, entra o genérico.
... 

Eu penso: Podíamos ter ganho ontem. Bastava muito pouco mais e um árbitro sem medo. A segunda, seria pedir demais ao Oliveira, valham-nos 12 minutos de desconto; a primeira, seria pedir demais à sorte, depois dos quatro ao Rio Ave. 

Mas o murro no estômago dos adeptos, esta desesperança que nos perpassa depois de tão alta expetativa, não se reproduz nos jogadores e na equipa. Se há coisa que Nuno Est...Espírito Santo já provou, é que consegue manter o grupo... focado! E crente. Nenhum reparo à entrega e à alma, mesmo jogando a ponta de um corno, como ontem. Sim, na primeira parte também.

Portanto, parece-me evidente que para quem mais conta - eles! - não seriamos Campeões por ganhar ontem. Como não seremos só por ganhar em Carnide. De igual modo, não perdemos ontem o campeonato e não o perderemos - seja qual for o resultado - no dia 1 de abril. Acreditarão até ao fim, desconfiarão até à última. Isso é mérito - e não é pouco - de NES. Que, aliás, já lhe foi concedido por mais que uma vez, aqui na Tasca.

Assim como não é por ser uma besta que acredito que vamos mesmo ser Campeões. É porque desde o Bessa que vejo um FCP que é, de facto, melhor que os adversários. Muito melhor. E os melhores estão mais perto de vencer. Porque andamos ontem para trás? Não encontro nenhuma explicação, para além das que ficaram em cima: Porque sim, para não ser sempre o mesmo, porque deu a travadinha a alguém, para lixar o juízo ao Silva. Tem que ser uma destas. Ou então o Jesualdo ligou a pedir o sistema de volta.

Por faltar o André é que não foi! Estava o Herrera no banco, o Otávio também, e o Teixeira na bancada. Não foi por falta de médios, foi por acreditar na ideia. Não oiças o Lápis, oh Est...Espírito, ele dijaquilo majé a brincar. Vai por mim, a ideia é má. Até preferia que te esquecesses do belo jogo que fizemos contra os lampiões - foda-se, lá se vai a multa! - na primeira volta. Afasta-te da tentação, Santinho.

Se podíamos antes, podemos agora! A onda azul não vai esmorecer. Até porque não há Bascos na costa. Ops, sorry, sou um fraco...
    

20 comentários:

  1. O foco é que goleamos no apoio. Isso é o mais importante para alguns.
    Em futebol jogado é que estivemos quase como em Turim, com a agravante de André Silva, Layun e Oliver terem sido excluídos ainda na 1ª parte e ficarmos cedo a jogar com 8.
    Em modo Rio Ave a coisa fica muito difícil.

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    1. SIm, mas é preciso ter lata para se atirar aos jogadores. Pelo menos, ao Oli, que, com Brahimi, ainda foi dos que conseguiu mostrar algum futebol no meio da confusão.
      O apoio é importante e não pode esmorecer. Mas a bancada só ajuda, sozinha, não ganha jogos...

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  2. lol "vilarejo piscatório"!? Acho que há uma pessoa que vai ter aí um quadrado entre a ponte de Vila do Conde e o Metro da Póvoa onde não vai poder passar com o seu carroço....lolol

    Mas o que interessa é que os pós match são sempre excelentes.

    Abraçom e siga!

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    1. Pá, eu limito-me a transcrever o caspessoas dizem. Tá mal implicarem com o carroço do mensageriro :)
      Sempre excelentes! Sempre!
      Abração.

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  3. Se o apoio ganhasse jogos, já éramos campeões antecipados há várias jornadas.
    A confusão é real. Mas por muitas ordens que hajam para descair para as faixas ou para o criativo se juntar ao trinco, a dinâmica é proporcionada pelos jogadores. Se têm inteligência para se defenderem de qualquer critica com esse encosto ao guarda-costas, inviabilizando linhas de passe e progressão pelo centro, também a deveriam ter para ler o jogo e por si só alterar posicionamentos e dinâmicas, acho eu.

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    1. Eishhh, olhe que os outros também apoiam bastante.
      Já quanto ao seu Costa Monteiro, é injusto, apenas. Não só o moço não tem alternativa senão recuar, sob pena de deixar o Danilo tomar conta de três ou quatro mânfios sozinho, como é o único que abre linhas de passe onde quer que seja. Porque é cultural. Mas faz mais, é o único que consegue passar a bola em boas condições. O que ainda não consegue, e nisso tem você toda a razão, é passar a si mesmo e assistir-se para golo. Fraquinho :)

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  4. O Danilo toma bem conta de três ou 4, não tem necessidade que o estorvem. :)
    Ontem, até nem foi o caso. Os gajos estavam mais tempo no chão que a correr e se passaram a linha de meio campo meia dúzia de vezes, foi muito. Numa delas o Felipe escorregou e como o Layun estava uma vez mais a postar em directo no facebook, deu carapau.
    Passar para trás e para o lado já todos sabemos o resultado de há 3 anos a esta parte. Dá a impressão que ainda há jogadores que só treinam com as "torres no centro do terreno", ainda não se aperceberam que há balizas e que o objectivo é enfiar a bola lá dentro.

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    1. Acho que apaguei uma parte do seu comentário...aha! achei! "...mas não são aqueles que, tendo que iniciar a construção do ataque, conseguem receber a bola na área do adversário e assistir para o único golo."
      Estamos de acordo, sim senhor. E sobre o Brahimi também :)

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  5. Não censurou nada, que não é dessas coisas.
    Poderá o sr. Silva achar que a assistência foi milimétrica com todo o peso, conta e medida e que Corona fez o mais fácil. Outros acharão que foi mais um balão para a molhada e que Corona com uma execução fabulosa, fez quase o impossível. De qualquer forma, foi das poucas coisas boas que o jogo teve, além das tentativas do Brahimi. O resto foi muita "gadelha" do Soares, do André Silva, sem qualquer consequência.
    Mas tem razão, era isso que eu esperava sempre do Oliver, construir, assistir, na zona onde o deve fazer. O sr. Silva acha que o tem feito as vezes suficientes, eu nem por isso.

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    1. Nanananana, nem uma para a caixa!
      1) A execução do Corona è fantástica.
      2) Balão para a molhada não apanha um gajo sozinho ao segundo poste.
      3) Olha, afinal acertou uma: pobres Forrest, tanto os obrigam a correr.
      4) Não acho não. Pelo contrário, acho que joga muito menos vezes do que devia no sitio em que pode fazer isso tudo. Quando acontece...faz!

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  6. kkkkk eu também não percebo nada disto. Se acertei uma, já são quase tantas como as que o Oliver acerta. :)
    1 - O Corona de quando em vez tem dessas coisas.
    2 - Apanha, se os sarrafeiros estiverem a marcar os marmanjos e se esquecerem do pequenote.
    3 - O Forrest corria, corria, mas sabia mesmo para onde corria?
    4 - Certo, então que se chegue à frente, pegue na batuta e dirija a orquestra.

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    1. Vê que concordamos? Só não podemos pedir ao maestro que também toque três bombos...

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    2. Très bombos!?! O Bill Ward desta equipa é o Danilo e ainda querem que ele também seja um executante de excelência de harpa?
      Entendo que o maestro tem é de dirigir, conduzir os restantes músicos, reger compassos, acordes e harmonizar a orquestra.

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    3. É como lhe digo, de acordo outra vez!

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  7. Oli tem de fazer por isso.
    E estaremos de acordo com toda a certeza, que logo que o ENO faça efeito, iremos ao salão de festas, comme d'habitude, para os cincoazero da ordem.:)

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  8. Como se já não bastasse jogar mal e/ou desperdiçar pontos, ainda falta levar com aquele discurso e aquela postura que me deixa os nervos em franja.

    De facto, colocando os dois lado-a-lado, às vezes duvido sobre quem perceberá menos de bola. Mas rezo para que seja o Silva. Rezo muito.

    E se ele ouvisse o que eu lhe digo, já há muito que estava a fazer-se ao mar numa qualquer vila piscatória. Ou a pescar bacalhau na Noruega. Meses a fio.

    (pausa para instrosp... seleção).

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  9. Ainda estou fodido, nada de TV, jornais e Ciberlândia apenas de raspão...

    Ainda apetece bater em NES, nos nossos jogadores, no árbitro, no treinador do Setúbal, no presidente do Setúbal, nos jogadores do Setúbal, sim, mesmo estando todos aleijados... GF'sDP!

    NES mudou e tb acho que não devia, mas carago, não criamos N situações CLARAS de golo?
    Termos ganho por 2 ou 3 era o mínimo para o que se produziu.
    E se o tivessemos feito, alguém queria saber do sistema?
    Infelizmente voltamos a ser azelhas na finalização, voltamos a demonstrar níveis de ansiedade incompatíveis com o objectivo maior, e isso foi do sistema? Não acredito...
    Como não acredito que seja o sistema de jogo a cegar os carneiros dos árbitros...
    Foi o que foi, um valente murro no estômago.
    Se ganhar-mos no salão de festas, em 451, 442, 433, 424 ou outra coisa qualquer, alguém quer saber?
    Eu não!

    Abraço

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    1. Meu muito caro 3rd follower, remeto para o post acerca do jogo com o Rio Ave. Sim, quero saber, porque quanto pior jogarmos, mais perto estamos de levar com o Couceiro. E em Carnide, igual. Somos melhores? Sim! Podemos? Claro! Na minha opinião, quanto menos jogarmos o jogo deles (de há anos e anos!!) mais perto de o demonstrarmos estaremo. É por isso que quero saber...
      Abraço. Chin up!

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