Até os bonecos animados votam P.I.L.A. |
O período eleitoral é sempre uma festa para mim. Divirto-me que nem um bácoro a rebolar no esterco. Gosto das campanhas, dos comícios, da afonia dos candidatos, dos comentadores de coisa nenhuma, dos programas, das promessas e dos debates.
É como se fosse um imenso festival de comédia, com uma ou outra atuação mais inteligente, mas quase tudo a puxar ao pimba: brejeiro e sem conteúdo, mas muito dançante e bem disposto. Enfim, o ideal para um tipo se enfrascar e andar por aí a rodopiar alegremente com balzaquianas de avental e chinelo.
( PAUSA FASHION, com Yvo Silva Lourenço - YSL
Depois da bota que é uma pantufa da Serra da Estrela, eis que se deu o passo decisivo no que toca à estupidez de meter no pé: o chinelo de quarto de andar na rua. Não sei pá, podem acrescentar-lhe os pompons que quiserem. Mais berloque menos brilhante, continuam a ser chinelos de andar por casa. Fica mal irem todas pintalgadas e arreadas para a noite, com o belo chanato fúcsia de felpo no pé. Parece sempre que vão só ali despejar o lixo, foda-se.)
Mas este ano estou muito triste e desiludido. Quando pensava que a classe política não podia descer mais baixo, fazem-me isto. Não que depositasse alguma esperança na imaginação desta gente, mas já ficava satisfeito com os disparates normais. Nem isso, vamos avançar para Autárquicas que mais parecem a RTP Memória: o tio Isaltino, o primo Narciso, o avô Valentim, só faltava maijum e fazíamos disto uma tira dojirmãos Metralha.
Está bem que há uns cartazes maijómenos catitas, mas boa parte são fakes e ojôtros não ficarão assim tanto para a história. Não lobrigo um Ninja que me faça ficar ligado na campanha e ansioso por ir votar. Caraças pá, nem um Tino de Rans, para não pensarem que exijo ópera em todas as eleições. Bastava-me um Zé Cabra.
Perante um cenário em que a coisa mais relevante é a candidatura da Ágata - será que ela canta nos comícios? E usará chinelo de quarto na rua? Não se sabe, porque ninguém liga nenhuma à campanha da Ágata. Suínos. - não tive outro remédio que não tirar da gaveta um antigo projeto político da Tasca.
Ah poijé bebés, tremei partidos do sistema, chorai movimentos de cidadãos, pensastes kisteratudovosso, agora inchai!
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Senhoras, senhores, trangéneros, intersexuais, andróginos, assexuados e maijukinventem a seguir, tenho a honra de vojapresentar o mais inclusivo movimento político da História da Humanidade:
O Partido do Interior do Litoral e Arredores.
Como se percebe, é um partido que não deixa nada de fora. É uma malta que quando entra, vai de cabeça e dá tudo até ao fim. Uma espécie de martelo pneumático da disputa partidária, que só depois de tudo bem esburacado é que se dá por contente. Enfim, vocês percebem a ideia e já se poupam a mais uma série de metáforas parvas.
Para todos aqueles e todas aquelas (e etcs pelo meio) que estejam a enveredar desde já por uma linha de raciocínio meio estúpida - tipo, ah e coiso, lá vem ele com o machismo besta e retrógrado, a piada fácil e boçal - fica aqui o desafio: organizem-se e apresentem alternativas válidas.
Olha, lancem o Comité Operário Nacional Antimachista, por exemplo. Antevejo épicos confrontos entre ambos.
Hã? De ideias, está claro. Somos contra qualquer tipo de violência, sobretudo da que dói. Credo.
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O P.I.L.A. ora descai mais para a esquerda, ora se inclina para a direita. Não tem um espectro ideológico dogmático, uma vez que o nosso único interesse é a satisfação do Povo. Umas vezes para um lado, outras para o outro, logo se vê qual é a fórmula que mais interessa à cidadã. Digo, cidadania.
O que verdadeiramente define o nosso movimento político, é o conteúdo programático do PILA: nada, zero, bola, não temos. Tudo depende da ocasião, vamos agora estar a fazer planos para quê? Em chegando a vias de facto, logo se define o melhor modo de atuação.
No entanto, o cerne do projeto é sólido e a nossa convicção profunda. A essência do partido está plasmada na nossa PU - Promessa Única:
Em ganhando, não governaremos.
Pá, é que a nossa vida não é isto. A gente não gosta lá muito de andar a viajar a convite de empresas e assim. Nem temos pachorra nenhuma para aturar os outros políticos, Deusmalivre.
O PILA limitar-se-á a selecionar e empossar os profissionais que melhor saibam gerir as diversas áreas de intervenção. Isto é, pôr o gajo ou a gaja (ou um etc, tanto faz) certos no lugar certo. Depois, aplica-se-lhe uma avaliação de desempenho anual, como a qualquer funcionário público. Só que a sério. Se estiver a fazer porcaria, vai para o olho da rua na hora, tipo precário. Puta que o pariu, não vamos andar a encher o cu a quem não faz nada de jeito.
Ou seja, o PILA não será mais do que uma empresa de recrutamento e trabalho temporário.
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Queremos genuinamente ajudar, criar condições para que todos tenham vidas melhores, a começar por nós, está claro. Olha não, andávamos aqui nesta parvoeira e não ganhávamos nada com isso kéjbêr? A diferença é que o PILA se compromete a divulgar todo o income.
Desde logo estabelecendo claramente quanto é que nos toca, em sede de Orçamento de Estado, e jurando solenemente que declararemos todas as gorjas que aceitarmos ao Tribunal Constitucional. Sem lérias.
Quem está já a pensar em suborno, está cheio de razão. Bastante até. Já quem está a pensar em vir a subornar, brevemente estarão disponíveis as linhas dedicadas e o contacto de e-mail que devem utilizar.
A grande mudança para o que agora temos, é que o PILA tornará público o seu CES - Caderno de Encargos de Subornos. As regras serão claras e todos os cidadãos poderão saber em que condições metemos guita ao bolso. That easy.
Para terem uma ideia da linha orientadora, está já definido que no âmbito dajobras Publicas será escolhida SEMPRE a proposta que mais beneficie o munícipe, o cidadão, o Povo, consoante aquilo em que estivermos a mandar. No caso de empate entre dois concorrentes, em vez de irmos analisar tudótravez, ganha o que fizer um donativo maior ao PILA. Sendo que 10% desse valor reverterá para a ASA - Associação dos Silvas Abandonados.
No fim do dia, a força motriz do projeto é o Bem Comum: melhorar a vida das gentes, enquanto eu fico podre de rico. Lá está, comum.
Quanto a vocês não sei, majeu cá acho que é um projeto com grande potencial de crescimento. É dar-lhe carinho, digo eu. Quanto mais carinho lhe derem, mais o PILA cresce. Tão certo como o Fábio Veríssimo ser nomeado para VAR de um jogo dos lampiões.
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INFORMAÇÃO AOS PILÕES (ké a malta que quer votar no P.I.L.A.)
É natural que não encontrem os candidatos PILA nos vossos Boletins de Voto, uma vez que ainda não fazemos ideia de quem possam ser. Majisso é uma fraca desculpa para votarem nos palhaços do costume. Basta desenharem o logótipo do partido no boletim. Em todo o boletim mesmo, para não restarem dúvidas.
Protesta, insurge-te, rebela-te! Vota duro, Vota P.I.L.A.!
O Partido Interior do Litoral e Arredores com YSL, o Comité Operário Nacional Antimachista com o bacalhau, são propostas que se o Major o ler, não hesitará em fazer uma... de Tony Carreira.:)
ResponderEliminarDificil seria para o Prof. Marcelo tirar umas selfies. Entre a esquerda e a direita, teria de ter muito cuidado com a boca, logo ele que tem muita dificuldade em a manter fechada.
Mais uma grande malha. :))
:))) o seu comentário é melhor que o post. Obrigado.
EliminarLOLOL
ResponderEliminarOlha a Primeira Dama 😁
EliminarTrêsazero...mas calma que jogamos em casa. :)))
ResponderEliminarCincazero ficam para a Alemanha.
Parabéns rapaziada.
Cincazero foram na Suiça.
ResponderEliminarTambém está bem. :)))))
Está ótimo!
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