domingo, 17 de setembro de 2017

Domingo B, uma pausa e um eargasm

Faz-me lembrar qualquer coisa...

Ontem pude, finalmente, ver o primeiro jogo completo dos meus meninos queridos. Pois claro que tenho, não sou menos do que um lampião qualquer, olha que merda! Isto é, vi o FCP B. Já tinha andado a ver uns pedaços dos outros jogos, mas assim à boss, um jogo inteiro, sem interrupções, ainda não tinha acontecido este ano. Sendo o primeiro, o meu plano era, muito inteligentemente, deixar-me estar caladinho e não desatar a mandar postas de pescada na Tasca. Para plano, não parece estar a correr nada bem...

É que já esta manhã li a conferência de imprensa do Sérgio, nomeadamente este pedaço, e fiquei a pensar que o gajo devia ter começado a frase por "Como disse o Silva, o desequilíbrio do meio-campo...". A seguir explicava porque é que em vez de corrigir aquilo dos avançados e dos alas, tratou de tirar um médio e pronto, estava tudo dito. Só que, de facto, um gajo falar depois de ver as coisas a acontecerem é mais fácil. Mesmo quando eu e o Sérgio pensamos da mesma maneira, e ao contrário de 99% da malta pelos vistos, ele tem que fazê-lo antes. Já eu, posso cagar sentenças depois. Parecendo que não, faz uma diferença do caraças. Sobretudo nas nossas contas bancárias, poor me.

Foi aí que me decidi a falar nos B desde já. Antes que seja tar...depois. A quem é que isso vai fazer diferença, não faço ideia. A ninguém, acho eu. Majolha, melhor isto do que andar metido nas drogas e no gamanço e na malfeitoria de um modo geral.

...

Quando olhei para o nosso onze para o jogo contra o Nacional, pensei o mesmo que os amigos da página oficial do FCP: Fixe, deixou-se do disparate dos três centrais e vamos jogar à bola. Boa altura para isso, porque o Nacional é um dos - nesta Liga não há principais, é tudo em molhos - candidatos à subida. Depois reparei bem na equipa e estava lá o nosso capitão, Rui Moreira. Ora, quando o bom do Rui está no onze, que é sempre, só depois de o jogo começar é que podemos saber qual é o sistema. Voltaremos a este rapaz, mais à frente.

No papel, eu via um meio-campo de muito trabalho e arte maijómenos, com o melhor jogador da Liga em Agosto descaído na esquerda, mas, seguramente, cheio de liberdade para pegar no jogo no meio, beneficiando de um defesa esquerdo que é um extremo e das costas quentes daquele miolo cheio de músculo e capacidade de recuperar bolas. Apesar desta perspetiva de jogo me deixar com uma semi-ereção, depressa o cérebro - que é aquele orgão que serve para passar as cenas de semi a gandapau - me atirou para um duche frio. Estava mal, não devia ser assim, era estúpido! 

O meu entusiasmo, que vocês os quatro conhecem, pela equipa B, deve-se ao facto de pensar que o projeto não serve apenas para potenciar jogadores. Serve também para dar cobertura à malta da A. Isto é, para os substituir sempre que for preciso e se justificar. É uma extensão do nosso plantel e não pode ser olhada de outra maneira. Só que tem sido. Toda a gente parece olhar para a B como se fosse outro escalão. Tipo, é os juniores. Errado! Estes miúdos são profissionais e devem ser tratados como tal. Para o bem e para o mal.

Portanto, na minha opinião, a equipa B deve jogar SEMPRE da mesma maneira do que a equipa principal. Não é quase sempre, é SEMPRE, mesmo! Basta atentar no seguinte tutorial:

"Como meter um B a jogar na equipa A, em 3 tempos"

1º Tempo - Pega-se no cachopo da B com cuidado, para não lhe partir uma perna ou assim

2º Tempo - Põe-se o moço a treinar a semana toda com os A

3º Tempo - Mete-se o B na A. 

Basicamente, é seguir os passos da cópula, sem a parte de pagar jantares e fazer de conta que somos tipos inteligentes e seres sensíveis. Panascas, no fundo.

(Pausa para fazer vénia à Rita e sus muchachas capazes)

Ora bem, apesar de simples, isto implica uma coisinha importante: não ter que se ensinar o rapaz como é que tem que jogar e quais são as especificações da posição que se pretende que ele ocupe.

Foi por isso que o que eu via no papel, antes do jogo, por muito que me parecesse uma gaja bem boa, não me dava tesão. Porque não cumpria um dos objetivos primordiais da B. E uma coisa que faz o contrário da sua essência, tarde ou cedo dá merda. Ou pior do que isso, dá merda nenhuma.

...

E então começou a bola. Quase tudo o que está refletido acima foi com os porcos. Quais 4-3-3? Estava-se mesmo a ver que o Moreira ia jogar a terceiro central. Laterais projetados, dois médios de contenção, o André plantado à frente e Fede e Galeno para que vos queremos. Para ser mesmo, mesmo perfeito - not! - só faltava cagar no talento do Varela e fazer um jogo de esticões e pontapés para a frente. Ou seja, por cima do Fede e à espera que o Wanderson as apanhasse. E não é que apanha a maior parte? Desde que os matulões lá de trás consigam mandar os charutos de forma a que a bola não saia, o bom do Galeno, mais ressalto menos canelada, acaba por ficar com a chicha. Para ideia de jogo, é pobrezinho.

Vejamos, se nos estamos a danar para a articulação com a equipa A - é o que me parece, até melhor opinião - os resultados passam a ser importantes. É que essa treta da "formação" e da adaptação a um escalão diferente e rebéubéu pardais ao ninho, era interessante se Garcia, Rafa, Galeno, Fede, Omar, Mikel ou Rui Pedro tivessem servido para alguma coisa. Which they didn't. Há dois que brilham na B e já leio muito Portista de rede social a pedir o seu empréstimo em janeiro. Para crescerem, dizem eles. Como o Rafa e o Mikel, certo?

Nesse caso, Folha apresenta, nesta altura, um futebol de treta, mas bons resultados. Aliás, muito bons! Claro que ontem podíamos muito bem ter perdido o jogo na primeira parte. Íamos para intervalo a levar uns trêjum e ninguém se podia admirar. Mas também ninguém se pode queixar de termos ganho, depois de uma segunda parte muito melhor. E porquê muito melhor? Porque a bola passou mais tempo nos pés da nossa gente do meio-campo do que no ar. Numa direção qualquer. Até aparecer o Galeno, vindo da outra ponta do campo, e ficar com ela.

No entanto, um gajo olha para os jogos, vê os erros dos miúdos, as qualidades de tantos deles, e encontra muito por onde pegar. Há muito mérito de Folha nisso, porque mesmo sem a tal - e fundamental, foda-se! - articulação, consegue ir desenvolvendo valências dos jogadores que poderão ser muito úteis. Assim alguém esteja atento. Confio que estará, mas por mera fé, que sinais disso, até ao momento, são zero. 

A começar pela constituição do plantel. O tal que é curto e não tem soluções para o cansaço de Soares na quarta-feira. Ou para Danilo. Ou então estão na Rotunda da Boavista e na Bélgica.

Deixemos de lado Fede Varela. Primeiro porque vocês sabem - pois sabem? - que, muito antes das serenatas que lhe cantam agora, eu disse que era um fora de série. Onde chegará, não sei. O que sim sei, é que não cabe no modo como a equipa A joga. A menos que...espera lá, a menos que seja o ala que dá o equilíbrio ao meio-campo. Aquilo de que se queixava o trei...foda-se, olha que bem visto xôr Folha. Ou foi mero acaso?

Esqueçamos o melhor jogador da Liga II, porque há mais de quem possamos falar.

...

PAULINHO MOREIRA

O Moreira pode jogar em qualquer posição, o que, na minha opinião, o vai ajudar muito. Porque não será um 8, sua posição de raiz, de exceção, mas pode vir a ser um belo upgrade do Paulinho Santos. 

O Paulinho jogava a trinco, a defesa esquerdo, a defesa direito, a guarda-redes se fosse preciso, a extremo, a dar porrada no João Pinto, name it sirs. O Rui já foi seis, oito, central, lateral esquerdo e aposto que, pedindo com jeitinho, também vai à baliza. 

Para o nosso eterno - e que gosto é vê-lo no banco, ao lado destes cachopos - Paulinho, a grande diferença do Rui é ter um pé esquerdo de eleição. Útil, muito útil, tipo canivete Suiço.


MOUSSA GALENO

O moço tem menos - oh, muito menos - caparro que o Moussa, mas joga mais à bola. Oh, qualquer coisa mais. Também é um pedaço trapalhão, mas ainda vai muito a tempo de aprender. De resto, por muito que vos custe a acreditar, faz o mesmo que Marega: estica o jogo, porque a equipa está muito distendida, vai atrás da bola e chateia os defesas, ganha-lhes metros e metros e faz golos. E cai menos vezes. Folha está a fazer dele um segundo avançado, sem perder de vista que vem da ala. Coincidência?


JORGE "BICHO" FERNANDES

O ai Jesus dos Portistas é Diogo Dalot. E eu percebo porquê. Se for a central, para não estranharem muito o nome, é o Diogo Leite. Estão, naturalmente, enganados. Não que o Diogo não prometa, que promete e muito, mas antes dele, acima dele, está Jorge Fernandes. 

Não sei se olham para ele como o tal quarto central que falta à A. Desconfio bem que não, sobretudo porque estão a ensiná-lo a jogar num esquema de três centrais - caga lá nisso António, credo! - mas deviam. Porque é um centralão e, se não o ignorarem, vai ser um grande jogador. Foi ele que deu a casa - a mansão! - que nos deixou a perder. Foi ele que empatou o jogo. E chorou a comemorar. Foda-se, vai Bicho!

...

Enfim, tempo de me concentrar no que é mesmo importante hoje. Por deferência de um labrego, terei oportunidade de estar em Vila do Conde e tenho a certeza que virei de lá feliz e contente. Já estou a ficar ansioso pelo primeiro dos cinco golos que vamos marcar. Vai ser do Oliver, carago!

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EARGASM: ALL SAINTS!
(e é do FCP, carago!)

6 comentários:

  1. Danilo encostado aos centrais, Ricardo e Teles projectados.
    Já se viu a gaja em qualquer lado. :)

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    1. Em alguns momentos dos jogos, sim, mas não me parece que seja esse o esquema.

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  2. Também acho que não. Nem me parece que algum treinador português tenha esse esquema bem trabalhado.

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  3. "na minha opinião, a equipa B deve jogar SEMPRE da mesma maneira do que a equipa principal. Não é quase sempre, é SEMPRE, mesmo!" Xô Silva dixit e eu concordo plenamente.
    1 abç

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    1. Sim, acho mesmo isto. Mas...ontem um amigo perguntou-me: então isso quer dizer que sempre que contratarmos um treinador para a A, temos que contratar um para a B e despedir quem lá estiver? E eu fiquei a pensar que ele tem razão. Como impor ao Folha um modelo em que ele, imaginemos, não acredita? Não se pode. Dilema hein?
      Abraço.

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