quinta-feira, 28 de julho de 2016

Homilia Pré-Epoquis

Oh Josué, baza daí que vai começar o jogo, pá.

Meujirmãos azulesbranquiçados, 

Somos chegados ao dia marcado pelo Espírito Santo, para começarmos a levar a sério a época 2016/17. O terço da Trindade não fez por menos e, terceiro por terceiro, escolheu um protestante de respeitável arcaboiço, turbinado a ácido acetilsalicílico: O Bayer de Leverkusen.

O jogo conta-se depressa, até porque não faltam por aí belas e várias análises - que não as dos media de referência, façam cuidado! - versando os desempenhos, as táticas, o treinador e tudo e tudo. Eu vi uma primeira parte engraçada, a segunda baralhada, problemas na defesa e qualidade a atacar. 

E uma grande novidade: Sabemos contra atacar. Já. Muito bom sinal. Com Julen Lopetegui, isso estava no campo do pecado mortal; com o Zé, era uma espécie de orgia com uma manada de putas sifilíticas, sem camisinha; ontem, pareceu-me sair naturalmente, sem desequilibrar a equipa e sem voltar para trás a meio da correria. 

...

Determina-se pois, uma vez que o clérigo aqui sou eu, que é tempo de abrir o Livro  do Génesis 2016/17. Olhemos para o material com que se criará uma parte importante do nosso Universo dos próximos muitos meses.

Notas da Doutrina

Pressão alta e coordenada. Sem Danilo, é uma porra sempre que o adversário passa a primeira barreira. Dá de caras com um oásis, capaz de preencher os sonhos mais molhados de qualquer beduíno: Água fresca, gajas a menearem ajancas, com as panças a dar a dar. E nem um camelo que os encare e os desvire. 

Quando se opta por baixar a linha de pressão para o meio campo, a coisa já funciona muito razoavelmente. Vislumbra-se a intenção de colocar intensidade na pressão; e pressa em colocar intensamente a bola nas costas dos defesas adiantados. É bem catita de se ver. E há malta para fazer isto bem.

A circulação quer ser mais rápida, sem prescindir da posse. O que implicará que cada um tenha menos bola, para que todos a tenham mais vezes. E quer-me parecer que há uma ordem clara de ir para cima deles, entortar-lhes ojolhos e deixá-los agarrados aos rins. E desatar a correr atrás dos gajos sempre que sair mal. Até lhes sacarmos a chicha de novo.

Como manifesto de intenções, não está mal, não senhor. Ponto para o Herlander e o seu katrodoistrejum.

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A triagem dos Apóstolos

Iker / Sá - O Mourinho era rapaz para arranjar aqui um belo trinta e dois. O que é uma bela notícia para nós. Quer dizer que temos dois excelentes redes. Iker será titular e sabe-o. Mas também sabe o suficiente de baliza para se aperceber que a dormir vai de vela. Aqueles treinos devem ser um regalo.

Varela / Maxi / Layun / Telles - Eheheh, é de propósito que o moço aparece primeiro. Já se sabe que Layun será a primeira alternativa a Maxi. Mas eu até acho uma bela ideia dar tempo ao Silvestre naquele lugar. Vai dar um jeitaço ter dois extremos contra o Tondela. A meu favor, e apesar de ninguém ter reparado, invoco os lances de perigo contra o PSV e o único remate da segunda parte de ontem. 

Felipe / Reyes ou Chidozie / Silva 1 / Silva 2 - A parte que merece explicação aqui é que, entre o Mexicano e o Nigeriano, um poderá ser alternativa a Danilo, em caso de necessidade. Se alguém pagar bem pelo Diego, fica o miúdo da B. Os Silvas, ninguém os conhece ainda, mas devem ser bons. O Felipe tem que exorcizar o Demónio que o habita. Acho que é o Maicon. Sob pena de acabar a revirar a cabeça e, com o tempo, lhe crescerem umas grandes mamas, qual Linda Blair.

Danilo 

Ruben / Herrera / André /  Evandro / Oliveira - Entre os dois últimos, um está a mais. Deixa ver o que rendem as Olimpíadas... Se o feioso sair, temos que repor. É titular, é capitão, faz uma falta do caraças e pára-lhe o cérebro cada vez menos vezes. Assim de repente, caso larguem los millones, só estou a ver um substituto à altura. Diferente, é certo, mas mai'benito. Poijés, Algarvio dum cabreste?

Otávio / Teixeira / Bueno / Corona / Brahimi / Hernâni / Silva 3 - Confirmando-se que os dois últimos, descontando o Silva 3, passam à secção de Bilhar Grande, vai ficar curto. É certo que o Bruno Costa vai estar na B e o Ismael também, espero, mas é insuficiente na mesma. Ando há três anos a pedir o Sisto pelo Verão, mas nem no Natal tenho sorte. Está claro que, continuando o rapaz a jogar na Dinamarca, sou eu que devo estar enganado. Ou então o gajo é mais velho que o Renatinho...

Nota particular para os novos: Quanto custou o Otavinho? Jogue onde jogar, porque jogará, vai ser um regalo. E o Teixeira? Zero? Xinapá. Este moço está incluído no lote dos que contam para o 3  ( 4-2-3-1 ), mas não tenho nenhuma dúvida que poderá complicar as contas do 2. É impressão minha, ou há muito Tsubasa naquele metro e qualquer coisa de gente? 

Hein? Não tínhamos emprestado esse ao Rio Ave? Aaaah, ok, o outro. Gosto. E não, não vou fazer contas de merceeiro. É um valor seguro e proporcionará certamente retorno financeiro. O desportivo fica implícito, está claro. Mas o Sisto... Tá bem, tá bem, já me calei...

SILVA / Aboubakar / Suk - Sim, chega! Não me venham cá com goleadores seguros, como se isso existisse. Não quero um Iker dos avançados que abanque o miúdo. O Silva é a primeira opção e está muito bem assim. Porque é bom, muito bom, e vai ser melhor. Danei-me para o peso da responsabilidade e para o tempo de crescer e o espaço para evoluir e a vagina da irmã da mãe às costas. Fazer isso tudo enquanto se marca uma palete de golos, é ser bom, muito bom. Ele é! Porquê complicar? 

Está claro que se despacharmos o paciente de Freud para o consultório do doutor Confúcio, precisaremos de repor. Não se esqueçam que ainda há um Paciência na despensa. Eu ainda não desisti dele, mas já estive mais convencido...

O rapaz da parte da China que fica na Coreia, por mim, não ia a lado nenhum. Se queremos um avançado diferente, ele aí está. Com um bocadinho de sorte, acertam-lhe bem com a bola e até marca uns golitos. However, se as Olimpíadas lhe acrescentarem milhões à etiqueta da contrafação, godspeed.

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Irmãos, abri o Livro de Cânticos, página 35. Juntai-vos ao nosso coro de Comedores de Palha, abrilhantado pelos solistas Jornaleiros de Referência e Comentadeiros Encartados.

- Credo Asdrubal, está tudo em estrangeiro.

- Oh, mexe a boca e pronto. Ninguém repara. Xiu, o Senhor Prior já está a olhar para nós, faz atenção. 

Jornaleiro: 
O FCP está faliduuuus
Não tem dinheiruuuu
E anda tutti ao mesmuuuu
Na SAD dos gatunuuuus

Coro
Buuuu, buuu, vergonhuuuus
Estamos entregues aos bichuuuus

Comentadeiro
Ooooooh desgraçuuuus
Não jogam a ponta dum cornuuuu
Estão bem fodiduuuus
Nem lhes vale o Spirito Sanctuuuu

Coro: 
Buuuu, buuu, vergonhuuuus
Venha o Jesuuuus

Jornaleiro: 
Olhai que garbosuuuus
Que estupenduuuus
Os nossos Eusébiuuuus
Que espetáculo com o Torinuuuus

Coro (em lágrimas): 
Oh inveja, oh revolta, oh desvariuuuu
Buuuu, buuu

Comentadeiro: 
E quem será o culpaduuuus?
Tu, Brutuuuus?

Coro (a apontar): 
Oh Pintus da Costae
Vai pró caralhuuuus

E o seguidista sou eu?

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Fixo no livro:

- Está tudo mal, isto. É que não faz sentido nenhum, porra.

A abanar-se com um leque de Sevilhana:

- O quê, Senhor?

- Nada, nada, estou aqui a ver um cântico.

- Senhor, mando uma chuveirada?

- Na, esperamos até o palhacito se estender ao Sol. Prágora, deixa estar assim.

- Que cântico é, Senhor? - Sempre a abanar.

- Nada, não interessa, deixa.

- Nesse caso, vou ali dar um cafunho numa nuvem, a ver se refresco. Com a sua licença, Senhor. - Levanta-se.

- Oh Pedro, ajuda aí: Como é que se diz caralho em latim, pá?

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Soundtrack to new begginings: No stopping!


segunda-feira, 25 de julho de 2016

Cantarolantes amanhãs



Ai os jovens, ai, ai. São o Futuro. De tudo, incluindo da velhice. Claro que também são bastante estúpidos, mas a pessoa vive na esperança que aquilo lhes passe e se tornem em seres humanos. Que andem em duas patas, tenham polegares oponíveis e essas coisas todas. Com o tempo, a esmagadora maioria chega lá. Outros filiam-se numa jota qualquer.

Mas é de canalha que aqui se trata hoje, num muito adiado - e atrasado - post sobre os nossos B, que a Tasca foi acompanhando ao longo da temporada passada. Época que culminou com uma inédita conquista do titulo de Campeão por uma equipa B. Foram os nossos primeiros Campeões de futebol em 2015/16, sendo seguidos, pouco tempo depois, pelos sub-19. Aqueles que não fizeram falta nenhuma no Europeu da sua categoria. Afinal, qualquer Eder trata de resolver essas questões. Ou então não.

As premissas para esta análise dividem-se em duas categorias: A importante; e a metodológica. Na primeira, tem-se em conta que o tasqueiro de serviço não percebe nada de bola. Se percebesse, andava a ganhar guita a sério com isso. No segundo nível, salienta-se que as bacoradas obedecerão a um critério simples:

Olha-se para os jogadores que foram relevantes durante a época e vaticina-se-lhes o futuro, tipo Zandinga. Mas metido a gajo que sabe muito bem o que está a dizer. E no fundo, até sei. O que se segue é a minha convicção, nada mais. 

Igualmente importante, é ter em conta que me estou absolutamente a lixar para qual foi o destino que os diferentes jogadores tiveram. Os que já tiveram. Não tendo esse factor nenhuma influência na análise, é igualmente verdade que o facto de o vaticínio da Tasca ser diferente do caminho escolhido pelo Clube, não implica que se discorde. As variáveis são muitas. E várias. Olha que bem visto.

Assim sendo, se eu é que fosse o senhor que manda, este seria o meu ponto de partida:

Gudiño - Titular absoluto até sair emprestado para o União. A primeira experiência no escalão principal acabou por revelar alguma imaturidade. Para mim, tratou-se apenas de um típico caso de home-sickness. Chegou para jogar, numa equipa aflita, sem tempo para promover a integração do cachopo. É um jogador de excepção na sua posição.

Tendo dois Guarda-Redes na A, mantinha o Raul por perto. Sendo claro que é o ultimo ano em que "cabe" neste patamar. A partir daqui, tem que rodar e provar tudo o que se espera dele. Ou conquistar, qual Baía, o lugar de sonho, assim de repente.

- Acho que ainda se cruzou com o Mexicano na porta do Olival. Tem tanto potencial como Gudiño, mas está no seu País, tem mais traquejo e grande tranquilidade. É mais maduro que o Raul. 

Sobe à A. E não vai fazer número. Pese a incontestada titularidade, Iker vai ter luta.

Victor Garcia - Terceiro ano nestas andanças. Já todos lhe tínhamos tirado a pinta. Tem um pulmão soberbo para fazer piscinas, defende muito razoavelmente, ataca bem e tem que cruzar melhor. Neste nível já não aprende nada, é jogador de Primeira Liga. 

Sobe à A como alternativa a Maxi, porque tem qualidade para singrar no Dragão.

Rodrigo - Tapado na direita, deu umas perninhas na esquerda. Quando teve oportunidade de ter uma sequência interessante de jogos, provou ser regular e muito útil. However, não é jogador para o FCP. Para a B sim. 

Portanto, se for possível ter um ou outro jogador cujo objetivo seja exclusivamente manter o plantel B equilibrado, este moço deve ficar. Por outro lado, surpresas acontecem e já vi alguns camafeus transformarem-se em gajas bem boas. Mas a maior parte só chega a jeitosinha. 

Rafa - Confesso que a viagem até Coimbra serviu, para mim, como um - por fim! - tira teimas. Que tinha muita qualidade e elevado potencial, já toda a gente sabia. Mas eu, rezingão, notava-lhe ali a falta de um danoninho. Uma capacidade de afirmação que me parecia faltar. 

Népias, não faltava nada. Chegou a Coimbra, virou titular de caras e ainda foi dos melhores daquela amostra de equipa. A, já! E Layun não andará a passeio nos treinos. 

Mauricio - É um belo central para o Maritimo. É moço para, com trabalho, chegar a um Braga da vida, tipo André Pinto. That's all folks.

Diogo Verdasca - Ui, o alarido que já se fez por este cachopo: É melhor que o Marcano e que o Indi e que o Reyes e que eles todos espalmados e feitos num Transformer. Errado, não é nada. Mas vai ser. É rijo, bravo e posiciona-se bem para a idade. Não se atrapalha com a bola e conseguiu liderar a defesa sem problemas. 

É o patrão em 2016/17. Tem um futuro brilhante pela frente, mas também um caminho a percorrer ainda.

Palmer-Brown - Se viram a Copa América, repararam no banzé que andavam a fazer com um central Americano, o Brooks. Pá, esqueçam. Este miúdo vai ser o grande problema do Verdasca, porque vai haver uma altura em que só haverá espaço na primeira equipa, eventualmente, para um deles. Eu acho que vai ser o Erik. 

Vejam-no na nossa B este ano. Muito bom!

Chidozie - Está na A. O mérito é dele e pode dar um jogador muito interessante. Not just yet. Tem a vantagem, grande, de poder ser trinco com qualidade, para além de central. Ou vice-versa. Castro adaptou-o com sucesso ao centro da defesa e esteve em bom plano na B. 

Penso que se baterá com Reyes pela permanência no plantel principal, até por essa qualidade de se constituírem como alternativas a Danilo, se for preciso.

Pité - Opá, aquele pé esquerdo chega a ser sexy. O problema é que, desde Aveiro, é uma gaja boa que não sabe o que fazer com os atributos. Castro lembrou-se de o obrigar a correr e a defender e saiu-se bem. Mas está na hora de provar que a aprendizagem o tornou no jogador que toda a gente sabe que pode ser, mas mais à frente. Um desperdício se não passar de um razoável lateral, porque pode ser um grande médio. 

Espero que não vá tarde. A emprestar à primeira liga.

Rui Moreira - Não tem a qualidade de Pité, mas é mais consistente. Safou-se a tapar buracos à esquerda da defesa. 

Este ano tem que ter oportunidade no seu lugar: no meio do meio-campo. A ver.

Tomás - Já todos conhecemos este rapaz e sabemos que está ali um belo projeto de jogador. Só me falta descobrir se explode ou estagna. Teve um pequeno contratempo de origem Mexicana que o impediu de ser imprescindível na sua posição. Remendou o centro da defesa com tranquilidade, o que lhe dá pontos extra. 

Deve sair para rodar no escalão máximo. 

A minha expetativa é que se assuma titular de uma equipa de primeira e acabe por regressar, para jogar. Não tem a mesma qualidade de passe do Ruben - ou o potencial - mas defende e posiciona-se melhor. Se é para ser trinco...

Omar Govea - É o problema do Tomás. Mais uns centímetros e já poderia ser uma estrela. De qualquer maneira, compensa em garra e capacidade de trabalho. Melhor ainda, sabe ter a bola, sabe passá-la, marca bolas paradas, tem chegada à area, ufa, uma canseira de bom jogador. 

Deve ser BEM emprestado, porque precisa de uma equipa que queira, e saiba, jogar à bola. Isto se o plantel da A mantiver a inflação de médios...

Francisco Ramos - Blablablabla... A. E nem importa quantos médios lá estão. Ah, e ginásio! 

A e ginásio. Só isso.

Graça - Que estupendo ano deste miúdo. Aí está um caso de dar a mão à palmatória: Sempre achei que não passava de Castro. Durante a época, houve alturas em que foi quase Deco. Um regalo de técnica, acutilância e... reação à perda e ajuda defensiva. Se evoluir o danoninho que falta, será um caso muito sério. Formou com os anteriores um meio-campo de dar água na boca. 

Por mim, ficava na B, só mais meio aninho, a ver como se portam os tipos que lhe estão a ocupar o lugar acima. Depois, ou subia ou saía para onde pudesse fazer a diferença. 

Em janeiro já se saberá quem é que precisa de gente que saiba jogar melhor do que sabe bater em tudo o que mexe.

Fede Varela - Gostava tanto que este moço desse certo. Nota-se que há ali jogador a querer sair, mas... A próxima época é o fim do tempo do "mas". Ou racha, ou vai. Pela sombrinha. 

Eu fico a torcer por ti, Varela. E pelo Fede também - merda de nome, dass.

Sérgio Ribeiro - Sem espaço, dado o desempenho estratosférico da concorrência. Tem pela frente o ano de afirmação. Desconfio que será o pêndulo da equipa e dele dependerá, em boa parte, a produção do nosso meio-campo. A qualidade nota-se, resta saber se a intensidade a acompanha.

Zitouni - Veio emprestado pelo VSC, para conhecer a Capital do Norte. Espero que tenha gostado. Godspeed.

Gleison - Se conseguir fazer às defesas da Liga o que fez às da segunda, é um caso muito sério. Foi contratado e deve rodar. 

Pessoalmente, acho que vai partir tudo onde estiver, muitas vezes. A questão é se conseguirá fazê-lo as vezes suficientes para ser notado. E o que acontecerá quando desligar, o que lhe acontece. E tem que deixar de acontecer. 

Se tiver sucesso, é um reforço para 2017/18. Sem espinhas.

Ismael - Claro que eu também babo perante todo o potencial deste moço. A extremo ou a avançado centro. Tem uma potência incrível, salvo seja, a lembrar um mini-Hulk. 

Eu cá não emprestava a ninguém. Ficava com ele na B, porque precisa de mais um ano de aprendizagem. Por perto, de olho na Taça dos Correios, por exemplo.

Cláudio - Como o Rodrigo, é muito útil. Nunca vai chegar à equipa principal. Se o orçamento da B permite ter jogadores de quem já sabemos isto, mas que podem dar consistência à equipa, então deve ficar. 

Chegará, mais tarde ou mais cedo, a uma equipa interessante da Liga.

Ruben Macedo - Vai aprender a dosear a velocidade e a ser um pouquinho menos sôfrego, porque vai ser titular indiscutível numa das alas. Aposto que será um dos destaques da equipa, porque continuará a ser supersónico, a ter técnica qb e a conseguir fazer golos. Decisivos.

Está a fazer o seu caminho e promete muito. No final deste ano, perceberemos definitivamente se é mais que Vieirinha. Eu aposto que sim.

Leonardo - Confirmou o que se esperava desde os juniores. É um ponta de lança oportuno, eficaz e suficientemente rápido. Esta época, o lugar é dele. 

No fim do ano, perceberemos até onde pode ir. Quer dizer, por acaso não :)

É isto. Aceitam-se reclamações.

PS. Não, não me esqueci de André Silva. Mas não é justo misturar o Ayrton Senna da Silva - tanto Silva espetacular! Só nesta frase estão três, obrigadinho. Pena os Chouriços (hey, grande Vila Pouca) -  com os jovens lobos da Fórmula 3000 que aspiram a um lugar no Grande Circo. Enough said.


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Soundtrack to learning times: Young'n'old.


domingo, 24 de julho de 2016

A intervenção d'Aquele Senhor e uma conversa de homens

São bem boas as francesinhas do "Bolero". Mas proporcionam noites agitadas, digo eu. Ou então é das canecas traçadas, preta e branca, aviadas como copos de água. Ou da mania de venderem caipirinhas em copo de galão, com pouca treta e muita cachaça, a trêjeurojimeio. Ainda acho que é qualquer coisa que botam no molho. Depois, a pessoa não se afunda no sono profundo e deixa a mente disparatar. Gravemente.

Vá que me lembro de ter adormecido, apesar da gritaria de um sleep over da mais nova. Porque é que é sempre cá em casa, é um mistério ainda por desvendar. E "Oh!" não é uma boa resposta. Menos mal que a coisa começou bem.

Aliás, começou maravilhosamente, com o estádio em festa e o momento mágico em que o Otavinho recuperou a bola em esforço - na garra - e ela sobrou para o homem certo, no rodopianço bailarino sobre o adversário, que lhe abriu os horizontes da defesa desposicionada. Por altura do passe perfeito desse Teixeira para o carril do TGV Silva, por entre os centrais, já eu estava de pé em cima da cadeira. O chapéu milimétrico ao redes em pânico foi apenas o toque de génio. Arrogante, descarado, matador, nosso desde pequenino. Onde irás parar agora? 

A bancada explodiu num salto estranhamente coordenado. A Champions é nossa! Lembrem-se dos mártires de Arnhem! Contemplem o pote de ouro no fim deste longo arco-íris! E o meu cérebro a martelar: Foda-se, se te dão mais alguma coisa que comemorar este ano, apanhas uma cirrose. A trêjeurojimeio, nem sai assim tão caro.

Quando os pés voltam a tocar o solo, já não há estádio. Só flashes de máquinas fotográficas e luzinhas vermelhas em câmaras de filmar. E eu ordeiramente sentado, na fila da frente da conferência de imprensa d'Aquele Senhor. Em rodapé do Universo - coisa estranha! - passa a noticia do Jonas.

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"Olá a todos. 

Eu é que sou Aquele Senhor que estava muito descansado da vida, a sacudir o pó dos sapatos depois de uma visita à Sagrada Família, quando sou abordado inopinadamente por um fulano com ligações ao Barcelona. Que me diz:

- Uera mira, se non es Aquele Señor. Epiá, necesitava mismo de te hablar una cosita. 

Y qué cosita es? O magano queria que eu conspirasse da maneira que melhor aprouvesse, para cumprir o desiderato - quais Manuel Machado, quais carapuça - de trasladar a Tasca do Silva para Barcelona. Enfim, transformá-la num blogue catalão, mesmo que tivesse um sotaque esquisito e tal. E acrescentou:

- Coño, la Tasca es lo que nos fialtya para sermos los más mejores buenos. Si quieren, mandamos por ahi el Messi y el caracias.

Estava eu a ponto de lhe dar uma nega, à conta do profundo amor que o tasqueiro nutre pelo blaublanco, quando se postam atrás do desgraçado dois calmeirões de aspeto Saxónico. Um dá-lhe um calduço, enquanto o outro explica:

- C´mon old chap, do not monopolizate Aquele Senhor for yourself. We need to speak the true 

( A mente é uma cabra com a mania que é engraçada. Juro que o Vitinho estava pendurado de um improvável trapézio suspenso do teto da sala. ) 

with him. So, bazate. Or you are here, you are eating.

Eram latagões Ingleses, com ligações ao Unaite e ao Ibrahimovic ou Abraão ou lá como se chama o Russo dojiates que nos levou o Zé. E o André."

- Que acabada parvoíce, pá. - Diz-me o gato, esparremejado no sofá.

- Hã?

- É parvo, pronto.

- Dass, como é que consegues falar com a cabeça para baixo?

...

Sabes gato, temos que nos unir, eu e tu. Ainda mais. Olha bem à volta, é só gajas pá. Até o cão é gaja, raisparta. Somos uma espécie de Winterfell rodeado de Boltons por todos os lados. Mesmo a outra, que ainda era maijómenos híbrida, já é uma gaja completa. Cresceu à nossa revelia, contra a nossa vontade. Não que acreditássemos que desta vez pudesse ser diferente, mas porra, parece que foi outra vez demasiado depressa.

Ainda ontem, se cá viesse a melhor amiga - esta vai ser para a Vida, não engana - seriam apenas horas e horas de berreiro ininteligível. E correrias despropositadas. Tu punhas-te a milhas durante uns tempos - espertalhão - e eu e a patroa voltávamos a fazer juras eternas:

- Mas nunca mais mesmo, combinado? Que vá ela para casa dojôtros, sim? - E os gritos sobem ainda um tom. - Amei-te, meu doce. Fomos felizes, enquanto mantivemos a sanidade. Deixa-me dizer-te isto uma última vez, antes que só me reste a baba a escorrer dos cantos da boca. Também sentes o cérebro a liquefazer-se?

Agora, fazem piadas. E têm graça. Como pessoas normais. E querem provar a caipirinha e contam segredos que eu não ia entender. A gritaria mantém-se, mas hoje faz sentido. Correm parvamente, mas a saberem para onde vão. Uma ao pé da outra, nota-se como está crescida a nossa. Enorrrme, como a pila do papá, que parece um iuefante. Quem teria ensinado este disparate à menina? Credo.

Por isso, gato, somos nós os gajos. Se vier por aí a carga da brigada ligeira dos meliantes, é a nós dois que cabe a defesa do mulherio. Tu esgatanhas-lhes as trombas, enquanto eu procuro um lugar seguro para as esconder. Força aí, amigão.

Se os amigos do senhor Alheio, que pelos vistos só se dá com ladrões, nos vierem visitar, somos nós que lhes trataremos da saúde. Mais aquele alarme novo que vamos comprar, que avisa a Policia, a Central de Segurança, os Bombeiros, o plantel do Canelas e a Sogra. Estamos safos, pobres vilões. 

E no entanto, tu és um gato cada vez mais mariconço, desculpa a frontalidade. Desde logo, mias, o que não é propriamente uma coisa de macho. Uh, espera que vou dar o meu miado do Ipiranga: nhaurr! Ainda por cima, de nós dois, só um tem tomates. E não és tu, jovem.

Portanto, fica estabelecido que quem manda nesta merda toda sou eu, tájaberohnão? I call the shots e tu limitas-te a obedecer. 

Não penses que isso dos biscoitos é quando tu queres; desengana-te amigo, as turrinhas não me amolecem; ainda menos esses olhares panascas, como se eu é que fosse o bicho amestrado; nem vale a pena pores-te de patas para o ar, pareces uma gaja desesperada. 

Um de nós tem que ser o durão por aqui. Sou eu! Para além de que havia de mandar em alguém cá em casa, foda-se.

...

Agora expliquem-me:

Um gajo lembra-se perfeitamente de estar a adormecer. Como raios é que acaba na cozinha, a dar guloseimas ao gato? E a fazer-lhe festas no lombo, Deusmalivre!

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Soundtrack to delusion: Qué cosita es? 

sexta-feira, 22 de julho de 2016

O romance e o strap-on



Três secos na pá! Quando um gajo diz de Silva para com Silva "três secos na pá", está a transmitir-se a sensação, mesmo que desconhecida, de um trio de objetos fálicos a escarafuncharem-lhe orifícios de, supostamente, sentido único. Contrário. E é aí que percebe que não tem queda para ser sodomizado. Pá, há coisas que nascem com a pessoa, não vale a pena contrariar a Natureza.

Sempre que o FCP leva três, sinto este desconforto. Claro que se há altura para isto, é agora. A pré-época, os jogos que são para treinar, a feijões, que antigamente nem víamos. Às vezes, só sabíamos deles no dia seguinte ou uns tempos depois. Pouco relevantes, portanto. 

Mas agora estes jogos existem - abençoado Inácio - e o festim informativo não se compadece com alturas do ano. E, sejamos claros, a minha alma Portista também não. Fico logo com vontade, instantânea e momentânea, de me juntar ao coro do bota-abaixo. São estes os escassos minutos em que os compreendo ligeiramente. O FCP perdeu. FDP.

..,

Ah, mas a razão sobrevem. Silva explica a Silva que este tempo é de tentativa e muito erro; que Libras Boas errou tudo por esta altura e depois só acertou; que é importante falhar para corrigir; e que não se pode esquecer todos os aspetos positivos. 

Antes de isto tudo fazer efeito, ainda há um Silva que reage:

- Uh, pois claro. Acenderam umas velas, queimaram um incenso, besuntaram-se de óleo de massagem com cheiro a mentol - oxalá não te ardam os tomates - e ela enterrou-te o dildo no rabo. Uma coisa pequenita, nada de exageros, pois claro. E até era fininho, mal deste por ela, tanto mentol te escorria pelo rego. Yep, isso é romance, não é levar no cu. É de homem, sim senhor. Next step: Strap-on! Woohoo!

Vejamos, nada contra. Se este tipo de coisas aumenta a coesão do casal, lhe proporciona uma maior abertura, um sentido de partilha quase transcendente. A cada dois, seus gostinhos. Acho bilindamente. Uma vez por cada um, nada de confusões.

- Bem, lá que a abertura fica maior, dicho pareche não rextarem dúvidaj, oh Xilva.

...

Já se sabe que eu acredito convictamente que escaparemos a esses artefactos do demo. Coisas que imitam as naturezas masculinas, com cintos e assim. Pendurezas, vá. Não que tenha visto algum, mas contaram-me que existem mesmo. Eu não sou acusa-Cristos e não vou dizer quem foi, mas foi o Jorge B.

Como ainda vamos a meio do aquecimento, não vou desatar a falar de jogadores e táticas e essas coisas todas. Teremos muito tempo para isso. Até porque esta fase só acaba a 6 de agosto e o mercado ainda durará 25 dias depois disso.

Quero apenas destacar alguns aspetos muito positivos do encavanço de ontem, contra o Campeão Holandês:

1. Muito bem NES na flash depois do jogo. A dizer, sem tretas, que os resultados contam e que quer ganhar, mesmo a feijões. E, muito inteligentemente, a atirar a data de cobrança para a frente: Leverkusen, Villarreal. Mas o melhor foi o que não é possível racionalizar, nem ensaiar: O ar fodido do moço por ter sido enrabado. Pois Herlander, eu compreendo-te. Tamojunto broda.

2. A pré-época da bancada está a correr muito bem. A perder ou a ganhar, eles continuam a lá estar. E não são outros, são nossos. Oxalá os titulares do Dragão estejam à sua altura nos jogos a sério. Valeu, malta!

3. A espetacularmente rápida adaptação do Felipe à defesa do FCP. No primeiro jogo, ainda estava um pouco desfasado. Mas neste, já acertou o passo com o resto do pessoal. Credo.

...

É impressão minha ou a cambada que passou o ano a crucificar o Indi, está indignada por estarem a... ostracizar o Indi? Brincamos? Ou sabem coisas que eu não sei? Tipo, o que é um strap-on.

terça-feira, 19 de julho de 2016

São as relações interpessoais, Pikachu. (Inclui resumo da semana, sem querer.)



As relações interpessoais são coisas basto complicadas. Requerem tempo, uma paciência de Jó, compromisso, negociação, cedência e, acima de tudo, doses industriais de atenção. Deve a pessoa estar sempre de orelha levantada, atenta ao que se passa, para ter assunto, uma palavra amiga de conforto, um highfive no momento certo. Enfim, essas panasquices.

É por isso que eu considero as relações interpessoais no âmbito da família restrita muito mais tranquilas. Desde logo, tendem os membros deste grupo a viver na mesma casa, o que facilita, pois claro que facilita. Resolve-se um terço das questões à lambada, outro porque não e o último através de orgasmos múltiplos.

O problema é que este núcleo restrito de indivíduos não chega para constituir todo o Universo da pessoa. Precisamos, intrinsecamente, de nos relacionar com mais uma série de fulanos e beltranos e um ou outro sicrano. Às tantas, um gajo sente-se o Costa metido na geringonça. Sem o jogo de cintura do moço. Já se sabe, a espinha atrapalha.

(Note-se o uso exclusivo do masculino, acima. Ou seja, nada de fulanas, beltranas e, muito menos, sicranas. É um bocado amaricado, pois claro que é, mas ajuda bastante na parte dos orgasmos múltiplos. E mútuos. Caso tenham mesmo que se amigar do sexo oposto, convém privilegiar a obesidade mórbida, as gengivas salientes, a falta de dentição e a falta asseio. O que se perde em glamour, ganha-se em sossego. No caso de elementos de sexo assim mas também, esta questão não se encontra documentada. Pelo que parto do princípio que pode ser uma ganda rebaldaria. 

- Ai , Jubaida, Jubaidinha...

- Hã?

- Nada, Xilva. Engaxguei-me com a côdea do cachequeiro.)

...

Confesso que me distraí. E isso foi chato no campo da interação com a malta da Tasca que é mais bola. Andei a dar em golpes e contragolpes e reviragolpes de Estado - ora agora golpeias tu, ora agora decreto a pena de morte que te fodes - estive atento ao revivalismo espistolar - a carta da administração demissionária para o Ministro que escreve à comissão sancionadora, à espera de resposta na volta do correio - pus-me a pensar se há subvenções vitalícias associadas às Ordens de Mérito - fazem o favor de parar de gozar com o homem e voltarem a perder Campeonatos? Arre, que feitiozinho! - e acabei por perder o fio à meada da bola. 

Quando dei por ela, tratei imediatamente de me colocar em dia. Pelos media de referência, fiquei a saber que o 5LB é o maior; os jogadores do Bayern masturbam-se cinco vezes ao dia - há ocasiões em que o fazem em conjunto - perante a perspetiva de tomarem banho com o Renatinho; o Vitória é quase tão bom como o Jergo Juses, quando tinha tino e não era boçal e usava um fatréno encarnado; os de Lisboa estão fartos de contratar estupendos fintabolistas; o Universo conhecido sabe que PdC é mentiroso e aguarda ainda o final do Apito Dourado. Claro que não acabou, por quem sois?! Só acaba, quando acabar bem. Para eles.

Ora, isto já se sabia em antes, pensei eu. E o meu FCP? Lá tive que ir aos meandros obscuros da deep web, sentir o pulsar da Nação mais forte. E descobri:

O Presidente é mentiroso. Desde o Apito Dourado que é esta vergonha; o treinador começou agora a treinar mas é muito mau. Se ao menos fosse o Juses. Ou o Vitória; a formação está a ser desbaratada, emprestada a eito, destruída. Como é que se explica que não haja aqui um Sanches, um Bernardo, um Cavaleiro, um Gomes titular da Seleção, um Adriano com sotaque avec, um Super Mário bem passado?; precisamos muito, muito, muito de um avançado. É uma vergonha meterem um puto da formação naquele lugar. Assim, nem em terceiro ficamos; o Telles não é necessário, mesmo que seja bom, ainda que custe 6 e venha a valer 20. Porque não meteram lá um puto da formação, tão bom que é o cachopo. E mai'novo; o central é fraco, temos que comprar mais quatro ou cinco; o Teixeira veio para fazer a Comunhão, pela mão do Padrinho. Para além de que pega na bola e chuta à baliza e finta adversários e não tem medo. Pior ainda, se perde a chicha, vai a correr atrás dela ou trata de recuperar a posição. Sem precisar de entrar só quando a bancada está a gritar por ele, a equipa a ganhar dezazero, para ter minutos, ganhar calo - coitadinh'tãnovinho - ser acarinhado, mimado, estragado. Isto assim não presta, não é Ser Porto; deram na TV um jogo que não servia para nada, a não ser treinar, e foi uma grande vergonha. Se ainda conseguíssemos, era de rasgar os cartões. Perdemos cincazero, apesar de termos ganho doizum. Praticamente a meio do Campeonato, ou assim, e é isto que jogamos? Está lindo, está. A ver se não descemos de divisão; é prioritário vender toda a gente que cá está; é prioritário comprar toda a gente que cá não está; encontrar reforços é muito fácil, faz-se já aqui uma lista de quinhentos. É só instalar aquela coisa do Pokémon e desatam a aparecer soberbos jogadores de futebol na cozinha e no WC e por todólado. Faz cuidado, não te apareça um Mewtwo por trás quando te pões a fazer flexões no soalho.

Credo!

...

Prontinho, agora que já estou a par de tudo, posso dar-vos a minha opinião. É de borla, está claro, porque, como bem diz o Lápis, eu não vejo um boi de bola. Tenho é dificuldade em ficar calado.

Eu acho que precisamos, com muita urgência, de contratar muita gente. Para a bancada. Podem ser Irlandeses, Islandeses, amarelos de Dortmund, whatever. Alguém que, pela Paz do meu Espírito, não me deixe a roer ajunhas de cada vez que imagino um passe transviado no jogo de apresentação.

É verdade que para além do Sisto eu não conheço mais nenhum jogador. Também é quase certo que não entendo nada de tática. É seguro que ninguém na bancada vai marcar golos ou perder jogos. Mas serão determinantes, mais uma vez. Aliás, ainda mais! Desta vez.

Escolham o vosso lado. Fiquem dentro dos ecrãs dos vossos gadgets, se vos passar pela cabeça irem para a nossa bancada cheios de vontade de terem razão. Contra o FCP! 

Nesse caso, não se incomodem, façam como os Pokémons: Go! Mas pela sombrinha e para longe da equipa que era suposto apoiarem.

...

Enfim, o grande drama das relações interpessoais é que se fazem inimigos com grande facilidade. E amigos com muito cuidado.


...

- Não te mexas, Pedro! - Ecoa como um trovão. Ora, é mesmo um trovão.

- Ai, Senhor, não me assuste. Que se passa? - Borrado de medo.

- Não te mexas, já disse. Está um Arceus dependurado das tuas barbas...

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Soundtrack to silly season: Gotta catch'em all!

sexta-feira, 15 de julho de 2016

O Pai Natal e as abelhas ou a idade dos porquês


A mais nova atravessa uma fase engraçada: Acumula informação maijómenos inútil. Não completamente, porque está a ficar com um arsenal de desbloqueadores de conversa muito apreciável. Por exemplo:

- Oh pai - sim, porque de momento serei progenitor com minúscula, teen oblige. - sabes que os golfinhos são os únicos animais, para além dos humanos - todos eles com minúscula, se acima dos 16 - que matam e violam por prazer? Eu é que não quero nadar com eles!

Aprende-se bastante com a parvoíce dos cachopos. Eu, por exemplo, aprendi, mas não muito depressa, que não vale a pena a pessoa ir investigar e perceber se isto é literalmente assim. Pela altura em que tenha informação suficiente para debater o assunto, o máximo que pode esperar do outro lado será:

- Hã? Quais golfinhos? São tão fooooofos! Podemos ir nadar com golfinhos um dia?

O célebre psicólogo Dr. Pimenta "da mula russa" Machado, tem aqui substância para repensar o seu postulado. Digamos que o que hoje é verdade, amanhã não tem interesse nenhum. Desde que sejam poucos a lembrarem-se do que dissemos. Ou velhos. Também dá se forem velhos. Toda a gente sabe que os velhos estão sempre a fazer confusão.

São fases. Tipo a idade dos porquês:

- Oh mãe, quando tu e o pai me fizeram, tinhas uma t-shirt vestida? 

- Sim, filha, tinha. - Exasperada à tricentésima décima sétima pergunta sobre o assunto. Grande mentirosa, tss, tss.

Pelo sim, pelo não, eu cá já decidi que não vou nadar com golfinho nenhum.

- Tem medo que o matem, poiché Xilva?

- Não.

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Se me ponho a pensar nisto, chego sempre à conclusão que ainda não entrei na puberdade. Não só nunca menstruei, como me mantenho firmemente na idade dos porquês. É muito irritante, mas não consigo evitar.

O que raio leva um gajo, qualquer que seja o seu grau de fanatismo, a pegar num camião e avançar aos tiros pelo meio de uma multidão de desconhecidos? Porque haveria alguém de achar boa ideia terraplanar seres semelhantes? Em nome de quê, de quem? Porquê?

Ao mesmo tempo, tenho até medo da explicação. Porque desconfio que se entrarmos na contabilidade do sofrimento, nunca mais temos as contas feitas. E porque não pode alguém com autoridade mandar parar? Pá, uma mão de fogo nos Céus, um punho de gelo a emergir dos Infernos, o Pinto da Costa, eu sei lá, qualquer coisa que os faça ter tino. A todos. A mim também, pode ser. Porque tem a natureza humana que ser tão golfinha? 

E só nesta parva ingenuidade impossível, só no estúpido conforto de uma utopia deveras infantil, encontro uma bucha de Paz. Um shot de Esperança. Sempre toldadas pela consciência da minha própria adjetivação: Utópica, Irrealizável. Foda-se.

Porque não haverão de me provar que pode mesmo ser? Pelos que começam a perguntar porquê tudo e qualquer coisa, pelos  que desatam a guardar informação ao calhas. Esses ainda não fizeram mal a ninguém. Os que tiveram a sorte de não precisar ou de não ser obrigados. 

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Depois, inevitável e muito felizmente, a vida prossegue. Ou persegue-nos. E mesmo nesta impotência, ou talvez seja por ela, perante questões tão grandes e prementes, dou comigo reconcentrado nas minudências que me enchem os dias.

Porque é que emprestar o Francisco Ramos está muito bem, mas se for o Rafa Soares, é porque a SAD está podre?

- Porque o Presidente mentiu.

Mentiu? Porque dizem que mentiu?

- Porque disse que o Rafa ia fazer parte do plantel. Do outro não tinha dito.

E não fez?

- Não. Começou a época, fez treinos e assim e depois trataram de emprestá-lo.

Então fez parte do plantel, como disse o Presidente, e o senhor que este ano manda na equipa decidiu que ele não devia ficar. O senhor que treina, não o que preside. Foi isto?

- Não. 

Porquê?

- Porque não! É por causa do Jorge Mendes. Qualquer dia estão a chorar porque não temos ninguém da formação para vender. Olha bem para os calimeros e para os lampiões e aprende o que é ter formação. E rentabilizá-la!

Podíamos vender o Ruben, boa?

- Não! Isso nunca. Para quê ter formação se depois os vendemos? O que vai acontecer aos meninos da B? É isto que temos. Buuu, buu. E um Presidente mentiroso.

Ai, não estou a perceber. Vendemos ou não vendemos? E afinal o homem mentiu porquê?

- Se não vendemos, está mal. Se vendermos, está bastante pior. E sim, mentiu. Se fosse um tipo de palavra, obrigava o treinador a ficar com o Rafa.

E com o Josué, poijé?

- Não, com o Josué não é preciso.

Ah. Porquê?

- Coiso. Chato do caraças, chiça, penico! Está lá o Otávio, já paga o Josué. O Rafa é que não podia ser. Eu se fosse da B, ia já para Lisboa.

Como se fosse o ponto de fuga, o escape da pressão dentro da panela, uma cabeçada na parede, vá. A coisa que nos resgata do desespero de não saber o que fazer, como fazer, para onde fugir. O sorriso no meio dos escombros que me ensina, de novo, o meu lugar no Mundo.

A bola tem destas coisas. Por vezes, no seu detalhe pequeno e mesquinho de ser sem importância, tira-me de uma Nice qualquer, são e salvo, e devolve-me a uma colmeia.


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É sempre a primeira coisa que me ocorre: Porquê? Mesmo que tu aches que é mentira, porque pensas que a minha palavra primordial é não. Verás que o tempo te dará outra perspetiva. Crescerás e passarás a ter Pai, em vez de pai.

Eu continuarei a pensar: Porquê? Por que grande benfeitoria, ou por que bondoso Deus, terei sido abençoado, ou iluminado, com esta possibilidade de te ver crescer? Toda potência. Porque alguém salvará o Mundo, pois salvará? Tu. Porque não?

Ou tu? Meio perdida no fuso de um horário que já não encerra tanta aventura. Todos os caminhos têm troços de muito pó, a descoberto das árvores, no pico do calor. Não é por isso que não haverá um pedaço de bosque, ali, depois daquela curva, com um regato manso de água fresca. Ou um oásis que dê sentido ao deserto.

Há um pote de ouro no fim do arco-íris. Mas que importa isso, quando se pode caminhar ao longo do arco-íris?


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E tu aí, leve no teu vestido florido, feliz no quilograma a menos que te assenta tão bem como dois a mais, porquê?

Porque te vejo sempre linda e confiante e positiva? Não, não, espera, porque dúvidas 
a
                                                                                                         espaços
que és tão linda e podes tanto e toda a Vida te sorri quando passas? Sou eu?

Porque desconheces esta certeza de pés descalços, duas cadeiras de baloiço em madeira gasta, um alpendre aberto sobre um campo de flores amarelas? E chapéus de palha. 

Porque não poderia, então, ver-te igual a agora? No teu vestido florido a voar pelos ombros, no teu sorriso gemido no interior da coxa, nessa confiança de dedos cravados nas minhas costas. Ou na nuca.

Sabes, informaram-me que somos, na realidade, cinco vezes mais feios do que aquilo que nos vemos. Quer dizer que somos apenas bastante bonitos. Os dois. Mas tu és mais.

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Ontem, um querido amigo perguntou-me se eu acreditava no Pai Natal. Hoje respondo-lhe que sim, acredito. Enquanto houver abelhas.

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- Pfff, mão de fogo, mão de fogo, deve pensar que isto é o Tocha Humana, este. Tá bem tá. Oh Pedro, anda cá. - Grita.

- Diga, Senhor. - Curvado.

- Olha lá, hás-de ver se o Nicolau anda a aparecer aos putos fora de época. Às vezes dá-lhe a travadinha...

- A sério, Senhor? Mas porquê?

- Coisa minhas. Faz o que te digo e deixa-te de porquês, rapaz.


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Soundtrack to darkness and light: I believe in miracles.

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Ena, por sorte e extraordinária coincidência, está mêmagora a dar um estupendo documentário, na TascaTV, que vem a calhar para esclarecimento de algumas duvidas entretanto surgidas a pessoal amante do tinto. Mas aparentemente reticente quanto ao estupro. Preferências...

TASCA GEOGRAPHIC: Os Golfinhos

Pouco credível? Como pouco credível? Olhem que não é do CM...

segunda-feira, 11 de julho de 2016

ICU (Com atualização da convocatória de sub-19)



E pronto, cá estamos, refastelados no tempo em que todos os soberbos comentadores que disseram da Seleção o que Cristo não disse de pregos ferrugentos, percebem que, afinal, sempre acreditaram e ajudaram a fazer crescer a onda verde e vermelha. Com um bocadinho de amarelo lá pelo meio. Acho que é o Danilo, com o novo equipamento alternativo.

Acredito que não poderíamos ganhar de outra maneira. Desde logo reconhecendo que só aspiraríamos a altos vôos, partindo da plena consciência de que voamos baixinho. Ou seja, transformando altos vôos em longos planares. Et voilá, o Campeão Europeu é a equipa que mais minutos de jogo disputou no torneio. Só por aí, já seria justo. A terra a quem a trabalha.

Mas o melhor de tudo, a ginja a boiar no licor, foi a forma como ganhámos. Há toda uma revanche servida fria, qual vichyssoise - mas à laia de gaspacho - que é digna de um Stephen King, de um Carpenter bem disposto em dia sim, de um Philip K. Dick em modo "ironia extrema". Rocky Balboa encostado às cordas, a rir-se, por saber que vai aparecer aquele momento em que a memória do filho, ou a visão da mulher, o catapulta para o supremo sopapo da vitória. Mesmo com as fuças feitas num oito. Afinal, ele conhece o guião de antemão.

Limpámos a Taça a rir à gargalhada nas trombas de um bando de chauvinistas. Alguns eram Franceses. À puto ranhoso mesmo:

- Quê?! Para vocês? Opá, para vocês nem precisamos do Cristiano. E ainda metemos o badocha à frente, em vez de ir à baliza. A ver se não vos marca um golo. Fraquinhos. Se isto fosse pingue-pongue, jogava só com a mão esquerda. E levavam capote.

A vitória é, antes de mais e acima de todos, do xôringenheiro. Não pelos disparates que toda a gente repete: Ai que ele sempre acreditou, mêrricofilho; ele bem disse que só voltava com a taça; foi teimoso e levou a sua avante.

Nada disso, meus caros. Fernando Santos é o grande vencedor por ter percebido, como ninguém até hoje, a dinâmica da Seleção. E isso criou um grupo e uma boa equipa, envolvidos na desconfiança dos lusogénios da bola- ou serão alucinogénios? - mas sempre protegidos pela "boa imprensa". Quero dizer, suficientemente independente para gerar a desconfiança que une o grupo, mas sem perder aquele um pouco mais de vermelho que mantém o Povo na rua.

Sejamos claros, a última coisa que o homem fez foi ser teimoso. Mudou frequentemente, e com grande sucesso, de ideias, de jogadores, de sistema e de tática. 

Fugir aos factos é algo que aprendemos a fazer desde o berço. Oh, pode ser que não seja cócó, deixa-me continuar é a mamar, depois logo se vê. Lá por isso, não fica a fralda limpa. E o facto é que o xôringinheiro convocou apenas um ponta de lança. Porque ia para jogar sem nenhum, pelo que podia dar-se ao luxo de premiar o espírito de equipa que ia construindo, usando esse mérito como critério de seleção. Ederzito é um nome incontornável neste momento histórico. Mas nem por isso ficou melhor jogador. Ou pior.

Assim como é factual que as arrancadas pelo meio do nosso meio-campo ameaçaram um desfecho diferente do que hoje festejamos. Um golo do meio da rua não contabilizará uma assistência, mas é curioso verificar(em) a partir de que altura a coisa mais se equilibrou. Quando passou a haver critério no adormecimento do jogo e na saída para o ataque. Ou quando é que metro e meio de gente ganhou uma bola dividida e proporcionou um lance genial ao, agora, lindo cisne.

Outro vencedor é, sem dúvida, Fernando Gomes. Não apenas por ter sido o primeiro Presidente da FPF a ser campeão sénior, mas igualmente por ter apostado num treinador que passaria boa parte da qualificação fora do banco. E as apostas pagam-se. A dele rendeu. Parabéns.

Entre os jogadores, destaque para Pepe e Patricio, que fizeram um fantástico torneio; assim como Raphael, embora prejudicado pela condição fisica; Cristiano, pela vontade e pela liderança, fundamentais; e Nani, que esteve acima do que é hábito e foi importante em alturas cruciais. Ah, e para o Poste Direito, sempre discreto, sempre decisivo. De resto, parece-me que todos deram tudo o que podiam e que a maior parte esteve ao seu melhor nível. Que é médio. Justo e merecido o reconhecimento que tiverem.

No fim do dia, ganhámos todos: Os mais cépticos e os mais ingénuos. Partilhamos todos da mesma qualidade dos relógios avariados: Mantendo a posição, alguma vez havemos de estar certos. Apesar de, pessoalmente, ter ficado do lado "bom" da força, sou menos efusivo no festejo do que os múltiplos Guardiolas do comentário. Porque também seria menos cáustico na derrota. Ainda que suficientemente feliz por este feito até hoje único dos nossos rapazes, não é como se o FCP tivesse sido Campeão Europeu ou assim.

Mas isto é mera honestidade. Uma bem diferente daquela que desde ontem me martela ojóvidos, repetindo a cada cinco minutos que aqui não há clubes. Se assim é, porque será necessário relembrá-lo tantas vezes na rádio, na TV e disco? A engolir o almoço, ouço na TV a frase que encerra este assunto: Lisboa saiu à rua para ver a sua Seleção.

Dá-se o caso de estarem enganados. Os Campeões são os de Portugal. Todos. Desculpem lá o mau jeito, senhores jornalistas (?). Parabéns a nós. Era isto.


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Acabado este, inicia-se hoje outro Europeu. Agora na categoria sub-19. Nesta categoria, há uma equipa que é Bicampeã Nacional. Na convocatória final , outra tem o dobro dos jogadores. Sendo muito divertido reparar que essa outra ficou em sexto lugar no seu campeonato.

Pode ser que, em ano de Jogos Olímpicos, alguns jogadores tenham ficado reservados para escalões superiores. Só que...não.

Oh well, tragam outro caneco, mas não será por isso que, no meio do festejo, deixaremos de ter ojolhos abertos. I see you!

PS. Esqueçam a convocatória que encontram no link da FPF. Está errada. A festa é ainda mai'rija, já que os nossos Fernando Fonseca, Bruno Costa e Jorge Fernandes NÃO fazem parte dos eleitos de Emilio Peixe. Vão direitinhos para o Brasil, aposto. Ou para Valência, no estágio da B... As contas finais são: Dois convocados do FCP, bicampeão de Portugal. Ambos sub-17. Ach'engraçade.


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Soundtrack to victory: Mr.Balboa's on steroids...