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segunda-feira, 15 de abril de 2019

Postais da bola: Portimão (com pausa e abaladiças)



Ah, Portimão, com o seu hipermercado Continente, o seu Pavilhão Multiusos, o cheiro a sardinha debaixo da ponte sobre o Arade.

Por acaso, sempre que penso nesta excelsa localidade, para além de me ficar a apetecer pimentos assados e batata cozida com pele, lembro-me da minha prima Beta, infelizmente detida nos calaboiços de um país obscuro do sudeste asiático. É gente que leva muito a peito isso do tráfico, já se sabe.

Ai a Betinha, uma cachopa roliça, feminista radical. De tal maneira que nunca aquela sovaqueira teve vislumbre de uma lâmina. Nem de água e sabão, já que falamos nisso. Já se vê que depois aquilo ressoa e tende a feder. Muito boa moça, a Beta, desde que a uma distância segura para a narina. O que nunca foi obstáculo ao são convívio familiar, pois que para além do pelo intenso, herdou igualmente da família o timbre peixeiro e o berro pronto.

Olha, por falar em intenso, quem esteve há pouco por Portimão, foi o nosso fêcêpê. E se no Vietname o número era 19 (hey, broda Bertocchini), em Portimão é 3...

                                                                    (Pausa para pequena nota do autor

Pequena Nota do Autor:

Tu que percebeste o cameo ali em cima, fica sabendo que é muito provável que já tenhas vivido mais tempo do que aquele que te falta gozar. Sendo uma mera questão de probabilidades, não esmoreças, porque as probabilidades de vez em quando são uma batata (hey, broda Vassalo). Hmmm, cozida com pele. E pimentos assados. 

Fim da pausa para pequena nota do autor)

                                                                                  3 pontos, 3 golos e 3 nomes.

...

1. MAREGA

Diz que o Moussa não marcava desde que a Betty Grafstein entrou na puberdade, maijómenos no tempo em que os mamutes começaram a ver a vida deles a andar para trás; e que tem menos golos na Liga que o legítimo da anterior tem pelos no olho do cu; e que estava bem era a assentar tijolo ou a porteiro de um estabelecimento de diversão noturna na Praia da Rocha.

Faça-se aqui um pequeno desvio para saudar os industriais da noite portimonense, que muito mal passaram entre janeiro e agosto do ano passado, tendo-lhes valido os bandos de bifas semi-desnudas e a manada de trolhas entusiastas do tunning da margem sul. Uma qualquer, pois claro, que aqui não se discriminam margens. Felizmente chegou a bonança e em setembro as contas já estavam de novo equilibradas e a garrafa do Paulinho repousava destacada nas prateleiras VIP. É o que se chama o tempo das vacas gordas. Alimentam-se muito à base do fast food, as bifas.

Ah, sim, isto era do Marega, perdoai. Eu, às primeiras, concordo com quase tudo aquilo. E quando me dizem, ah e tal, olha ele ao lado dos mitos e disparam Falcão, Lisandro, Jackson, o inteiro, Bibota Gomes (curiosamente, muito raro dizerem Jardel), não tenho remédio senão acenar e perder o olhar nesse horizonte nostálgico. Mas depois, embirro de pensar um pedacinho e... epá, espera lá...

Esses todos, sim senhor, majé para o lugar do Tiquinho, poijé? É que nenhum deles podia fazer o que o Moussa faz. Ora, então majisso de escapar pela lateral, até o Hernâni...só que não. O Moussa não é só rápido. É igualmente um bisonte. No melhor sentido de bisonte, está claro. Uma besta que arrasta a bola - e este é o termo certo - e o jogo para onde embicar. Aos solavancos, aos tropeções, como se estivesse a lavrar um hectare de milho. Em dois anos de mister Conceição, já vi muita gente tentar, ainda não vi ninguém conseguir. É eu e o treinador. Não há outro que possa servir, ao mesmo tempo, de saída para uma fraca construção, de alternativa a uma pobre ideia de jogo, de poço de energia para que os outros respirem e de esperança para toda a nação azul e branca que, do nada, apareça um golo. Que ainda por cima os marque, poucos para uns, muitos para outros, é um bónus. Se for com a souplesse  de Portimão, bem, aí já é a gozar com as nossas trombas, malta que gosta é de gente que trata bem a bolinha. O Moussa é o Khal Drogo, a bola é a sua cadela. Umas lamparinas e de quatro, ohfaxabôr! E de repente, dá-lhe para ser fofinho.

Que me digam, oh Silva, mas eu cá aborrece-me essa espécie de piparote na bola. Eu cá gosto é de futebol, é outra coisa. Primeiro, estão errados, porque futebol é isto tudo. Depois, estão certos, porque eu também gosto é de outra coisa. Mas disso, meus lindos meninos, não tem o Moussa culpa nenhuma! Só mesmo a de, contra vocês e eu, conseguir, muitas vezes só por si, fazê-la resultar. 

No fim do dia, estaremos bêbados nos Aliados a comemorar, graças também ao Moussa. Ou confortavelmente alapados nas nossas redes sociais favoritas, a desancar o Marega como se não houvesse amanhã. Ide majé trabalhar, seus lanzeiros!

2. PEPE

A verdade é que estava tudo a correr bem e chegou o Pepe. Pumbas, 7 pontos de avanço cucaralho! Havemos é de convir que não será culpa do Pepe. Aparece  aqui porque me apetece dizer que é o nosso segundo melhor central e que, para mim, ainda bem que cá estará para o ano. Uma vez que o melhor já lá vai. O Pepe é assim a modos que o grão-vizir Iznogoud. Vai ser Califa no lugar do Califa. É melhor que o terceiro melhor em tudo e ainda consegue escorregar menos. Viva o Pepe.

3. BRUNO COSTA

O tipo a quem a aparente afirmação definitiva do puto Bruno mais jeito dá, é o... Sérgio. O que é estranho, porque é o homem que poderia ter proporcionado isto muito antes. Ele lá saberá porque é que agora é que é o tempo. Mas que lhe dá jeito, isso dá. É que o Costa é dos nossos, nado e criado, e a malta tem sempre dificuldade em dizer que espanhóis pequenitos deviam fazer as vezes de tugas igualmente pequenitos.

Que o Bruno é jogador da bola, disso também não tenho dúvidas. No entanto, espero que o treinador não caia no contrassenso de lhe pedir coisas parecidas às que faz Oliver. É que não são, nem lá perto, o mesmo jogador. Não é uma questão de melhor ou pior - sobre isso tenho a minha opinião e ela não é para aqui chamada - é uma questão de diferença. O Costa é como que o André André, mas em bom. E chuta, ainda por cima. 

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Duas abaladiças:

Primeiro, devo clarificar a Conferência de Imprensa de antevisão deste jogo, por parte do nosso treinador. O que ele disse é que esta época ainda tem tudo para ser uma época à Porto. Certo? De certeza que sim. Ganhámos a Supertaça, perdemos nos malditos penalties a Taça da Liga, ainda vamos ser Campeões, levantar o caneco em Oeiras e, com tino e um pedaço de sorte, vai-se a ver e vamos a Madrid buscar a orelhuda. Upa, estaríamos ao nível do Mítico. Podemos! (inserir emoji de braço musculoso)

Acredito que foi esta a intenção, porque ganhar a Supertaça ao Aves, perder a Taça da Liga, ficar em segundo no Campeonato, lerpar no Jamor e nos quartos da Champions, não poderia ser considerada uma época à Porto. Raios, agora lembrei-me do Peseiro, vá lá eu saber porquê...

Finalmentes, quarta-feira, no Dragão, às costas do Marega. É claro que é possível, embora não propriamente provável ;) 

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sábado, 11 de agosto de 2018

Sábado B: De pequenino...

Kié? Apeteceu-me e depois? A espelunca é minha!

Ah, gosto tanto do inicio de época dos B. Porque são equipas completamente novas de dois em dois anos, no máximo. Curiosamente, a primeira coisa que me chama a atenção nos B deste ano, é que há gente demasiado "velha" para cá estar. A única explicação plausível para mantermos Rui Moreira, Rúben Macedo ou até Rui Costa, é toda a estrutura, treinador principal incluído, estarem convictos de que se tratam de verdadeiros backup ao plantel principal. Vocês acreditam? Eu não. Aliás, o único que entraria nesta categoria não foi, propositadamente, referido. Falamos dele a seguir.

Uma equipa à imagem do seu treinador: honesta, simpática, sorridente, ingénua. Montada num sistema que pretende ser o espelho dos A, mas à qual falta gente para isso. De facto, este FCP B devia - e creio que o Rui gostaria - jogar em 4-3-3 e não no "nosso" conceicionista 4-4-2. Sendo certo que a me agrada este jogo de sombras, porque prepara jogadores para serem alternativas "imediatas" em caso de necessidade, não é menos verdade que se correm riscos ao levar demasiado à letra o conceito.

Por exemplo, nem quero pensar no que estaremos a fazer ao bom do Luizão se o obrigarem a jogar uma época inteira a ala direito. Não só o moço não tem características para isso, como a equipa perde muito com a sua ausência no meio. Em termos defensivos e ofensivos. Por outro lado, é o rapaz com mais possibilidades de dar uma perninha na A, porque já por lá andou e porque tem pernas e pés para isso. Quem sabe esta nova posição não visa prepará-lo para poder tapar um qualquer buraco na direita do nosso meio campo A. Pessoalmente, acho que não vai resultar. Mas hey, eu também achava que o André Pereira não sabia jogar o suficiente à bola para ser jogador do Porto. E ainda acho, mas ele é!

Outro rapaz que tem que estar pronto, até ver, para responsabilidades mais elevadas, é o Oleg. Apenas porque não há alternativa para Alex Telles, uma vez que não me parece que este catraio louro esteja preparado. Dará para o gasto? Que remédio tem ele. Veremos no decurso da época.

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Vamos lá à malta que jogou o primeiro jogo da II Liga:

Baye - Banco assim que chegar o Diogo Costa. Mas não é pela baliza que as coisas correrão mal.

Musa - Eish, época difícil que vai ser. É que ser ala direito no 3-4-3 do Folha é totalmente diferente de ter que ser lateral direito agora. E tu Musa, não és.

Justiniano - Rápido, inteligente, frio (não, não fez um penalty, mesmo que tenha sido apitado). Gosto.

Bidi - É grande. É bruto. É grande e bruto. Está emprestado pelo Lusitano de Vila Real. Tudo dito?

 Oleg - Veremos...

Rui Moreira - Já o conhecemos, fará o que sempre faz, desta vez com a grande novidade de jogar no seu lugar de origem. Não será A e só pode ainda aqui estar porque precisamos de um capitão. Devia estar a tratar da sua vida, porque pode ser um belo jogador de uma boa equipa.

Kelechi - Forte, bom de bola, chuta bem, o jogo da equipa anda todo à volta dele. Falamos daqui a uns jogos.

Luizão - Tudo explicado lá em cima. Não é à direita que se pode fazer jogador a sério.

Macedo - Outro que podia muito bem estar a ganhar cartaz numa equipa qualquer que lhe permitisse ter uma carreira a sério nisto da bola. E o Varzim precisava tanto dele.

Irala - Titular porque temos que jogar com dois avançados. Não devia. Até porque era suposto este lugar ser do Maleck. Kédele?

Rui Costa - Se era para ter um Rui, podia ser o outro, não? O que ninguém sabe onde pára, por exemplo. O Costa é bom, nada de confusões. Mas o outro é melhor...

Baró - Como - mas oh Deus, como? - é que este petiz não joga assim de caretas? É olharem para o que foi a bola desde que ele entrou. Sobretudo nas partes em que não estava obrigado a ir defender...à direita. Que pancada, dass!

Cassamá - O problema é como é que te arranjas para caber no lugar do...de cima. Mas juntos, é um regalo. E foi, por 15 minutos. Problema: sofremos mais um golo e não marcámos nenhum. Oh well...

Madi - Olha, aqui está um tipo que podia jogar à direita em vez de médios centro! No entanto, até acho que este lugar de avançado móvel lhe assenta melhor. É que assim não tem que cruzar tanto e...nota-se menos *wink* Se - SE! - evoluir muito - MUITO! - bem, pode ser uma história muito engraçada. Como muitos outros, right? Right.

Rui Barros - Eish, credo, que confusão que para aí vai, Ruizito. Aparece por aqui um dia destes, para uns abafadinhos, e cumbersamos os dois, tá? Combinado.

A minha equipa, neste momento: Baye; Musa, Justiniano, Bidi, Oleg; Luizao, Kelechi, Baró; Macedo, Costa, Queta
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O adversário de hoje está muito bem nesta divisão, onde há pouca gente a ver os jogos e, assim, podem dispensar-se bancadas em risco de ruir. Ganharam, mas era muito bem feito que tivessem perdido. Inchem!

De qualquer maneira, apesar da embirração, obrigadinho pá, por nos terem torcido o pepino logo de inicio. De pequeninos.

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E agora, alça este belo rabito para Vagos \m/. Tomem conta do Dragão e peçam desculpa à equipa pela minha ausência. Ao Sérgio não precisa que ele sente-se aliviado.



 


domingo, 7 de janeiro de 2018

O 1º contra o 10º


Ontem jogaram os B. Pelo ruído  que se vai fazendo à volta do jogo, fiquei com a impressão que tinha percebido tudo mal e se tratara de uma partida importante e de um resultado soberbo. Fui confirmar: de facto, o primeiro, nós, recebeu o décimo. Digamos que foi assim um FCP vs Tondela. Ganhámos trêzum, o que é saboroso, porque todas as vitórias o são. Mas não extraordinário.

Bem sei que eram os lampiões e que são sempre jogos mimimimimimimi, fuck it. A diferença de valor, e de valores, entre as duas equipas é o que a classificação espelha. A grande novidade, é a mesma que acontece em 4 jogos por época - mais a final da International League - a esta equipa: a malta pôs-se atenta. Isso é bom, como a vitória e o facto de sermos líderes também nesta competição. Daí a pensarmos que o Folha já é o maior treinador do Universo conhecido ou que o Dalot devia sacar o lugar ao Ricardo ou ao Alex - ou a ambos, porque o miúdo sozinho faz as duas laterais e não é preciso mais ninguém - vai uma certa distância. Sosseguem lá as passarinhas um bocadinho. Pirilaus para dentro, vá.

Já que do jogo em si não há muito a retirar, dada a naturalidade do domínio, e sua materialização, da melhor equipa, foquemo-nos no que é verdadeiramente relevante neste escalão: os putos e o seu percurso até à A. E, se tiverem paciência, uma ou outra lateralidade. Esperai, abre-se um Mula Velha, pagam vocês, um queijinho de cabra e o salpicão alentejano em azeite que sobrou do Natal. O entretenimento para os dentes é por conta da casa.

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Toda a gente, e não só por cá, saliva pelo Diogo. Eu até pluralizava e dizia os Diogos. Porque são dois - na verdade três, mas trataremos disso noutra altura - pois é claro que o Costa não é um jogador mediano. Defender o penalty de ontem, valerá alguma atenção ao nosso jovem Baía. Sendo que não foi aí que ganhou o estatuto de especialista nestes lances, isso vem de trás. Podia assumir a baliza da A? Sim, podia. Mas não é preciso. Se fosse, como aconteceu com o Vítor, estou certo que não seria pelo Diogo que perderíamos o que quer que fosse. É um grande redes, vai ser um fabuloso redes. De equipa grande. Vou até mais longe: no dia em que este miúdo discutir o lugar com José Sá e João Costa, e não está longe, será uma questão de tempo até ser ele o titular. A menos que continuemos a comprar guarda-redes...

O Dalot, pois claro, o Dalot. Ele assiste com o esquerdo, marca com o direito, corre o jogo todo com os dois, corta de cabeça e empurra com os braços. É óbvio que não engana e parece - parece! - senhor de uma maturidade que lhe permitirá lidar com os pinguinhos que vai provocando em múltiplas cuecas. Já faz parte do plantel A, embora jogue na B. Como no caso anterior, não precisamos de saltar nenhuma etapa. As laterais da equipa principal estão preenchidas e bem entregues. Não fosse esse o caso, ou saia alguém, não podíamos estar mais tranquilos. Pessoalmente, preferiria que não acontecesse. Porque tenho receio - bastante até! - que não víssemos o Diogo a entrar, sorriso de puto estampado, no Dragão, na festa de apresentação da equipa. Na próxima época, não jogará na B.

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Ontem mesmo, enviei uma mensagem da categoria "Herege, quem te enfiasse uma chapada nesses dentzékera", para os restantes Cavanis: "Quase que valia a pena trocar de treinador da A, só para aproveitar este tipo". Era o Fede.

Vinde, vinde comigo até à primeira vez que me lembro de se ter falado deste catraio na Tasca. Janeiro de 2016. Como se vê, não foi nenhum caso de amor à primeira vista. Foi mais um caso de belatrancaketumandas, sim senhor. Aposto que abres a boca e estragas tudo. E a partir da época seguinte à que analisávamos então, o moço começou a botar faladura. Podemos ficar erectos a pensar nas vitórias que o Dalot nos vai dar e nas que o Costa nos vai guardar, mas o Fede é um orgasmo inteiro. Muitas outras vezes voltou o moço à Tasca e tenho a certeza de que a minha opinião acerca dele é mais do que conhecida pelos frequentadores. E por malta que tem tempo para ouvir podcasts também. Oh vidinhas sociais tristes, hein?

O Fede está fora daquele bloco dos Diogos, porque ao pensar na mensagem ali de cima, descobri que estou errado. Não, não é nada frequente, mas lá acontece. Aliás, posso estar errado, é mais isso. Ufa. Vai-se a ver, o Fede cabe no FCP de Sérgio Conceição. Como? Como alternativa a Brahimi.

Tenho-vos dito várias vezes que uma das nuances de que mais gosto no futebol dos A, é quando o bom do Yacine se solta da ala e vem para o meio. E para a outra ala. E para dentro da área. A la Messi. Aqui há atrasado, desconfiei do que andava o Folha a fazer ao Varela. Agora, já não tenho dúvida nenhuma: uma das lacunas do nosso plantel está resolvida. Quando não puder, e só quando NÃO PUDER, haver Brahimi, temos Varela. Sem um pingo de receio, sem uma hesitação. Com a equipa tão confiante, tão segura de si, tão oleada, o miúdo faz o lugar de cadeirinha. Haja tomates.

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Algumas reações ao jogo de ontem, deixaram-me triste. Porque detesto ver nos meus a hipocrisia que condeno nos outros. Um lampião foi (bem!) expulso e saiu do campo fazendo um 4 para a bancada: Assobiem à vontade, eu sou tetra. Pode ser treta, dá igual. O que pensaríamos nós se um dos nossos o fizesse no Seixal, cinco dedos esticados para a bancada? Nesse caso, porque fazemos de conta que o miúdo não merece o ar que respira?

Que foi? Irrita-me que venham com argumentos parvos, do tipo: ah, é assim que querem a pacificação blablablabla. Foda-se, que tem isso a ver? Nada! E vocês sabem, porque eu sei que vocês sabem. Sejamos melhores do que os outros, sim? Para os podermos criticar descansados.

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domingo, 17 de setembro de 2017

Domingo B, uma pausa e um eargasm

Faz-me lembrar qualquer coisa...

Ontem pude, finalmente, ver o primeiro jogo completo dos meus meninos queridos. Pois claro que tenho, não sou menos do que um lampião qualquer, olha que merda! Isto é, vi o FCP B. Já tinha andado a ver uns pedaços dos outros jogos, mas assim à boss, um jogo inteiro, sem interrupções, ainda não tinha acontecido este ano. Sendo o primeiro, o meu plano era, muito inteligentemente, deixar-me estar caladinho e não desatar a mandar postas de pescada na Tasca. Para plano, não parece estar a correr nada bem...

É que já esta manhã li a conferência de imprensa do Sérgio, nomeadamente este pedaço, e fiquei a pensar que o gajo devia ter começado a frase por "Como disse o Silva, o desequilíbrio do meio-campo...". A seguir explicava porque é que em vez de corrigir aquilo dos avançados e dos alas, tratou de tirar um médio e pronto, estava tudo dito. Só que, de facto, um gajo falar depois de ver as coisas a acontecerem é mais fácil. Mesmo quando eu e o Sérgio pensamos da mesma maneira, e ao contrário de 99% da malta pelos vistos, ele tem que fazê-lo antes. Já eu, posso cagar sentenças depois. Parecendo que não, faz uma diferença do caraças. Sobretudo nas nossas contas bancárias, poor me.

Foi aí que me decidi a falar nos B desde já. Antes que seja tar...depois. A quem é que isso vai fazer diferença, não faço ideia. A ninguém, acho eu. Majolha, melhor isto do que andar metido nas drogas e no gamanço e na malfeitoria de um modo geral.

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Quando olhei para o nosso onze para o jogo contra o Nacional, pensei o mesmo que os amigos da página oficial do FCP: Fixe, deixou-se do disparate dos três centrais e vamos jogar à bola. Boa altura para isso, porque o Nacional é um dos - nesta Liga não há principais, é tudo em molhos - candidatos à subida. Depois reparei bem na equipa e estava lá o nosso capitão, Rui Moreira. Ora, quando o bom do Rui está no onze, que é sempre, só depois de o jogo começar é que podemos saber qual é o sistema. Voltaremos a este rapaz, mais à frente.

No papel, eu via um meio-campo de muito trabalho e arte maijómenos, com o melhor jogador da Liga em Agosto descaído na esquerda, mas, seguramente, cheio de liberdade para pegar no jogo no meio, beneficiando de um defesa esquerdo que é um extremo e das costas quentes daquele miolo cheio de músculo e capacidade de recuperar bolas. Apesar desta perspetiva de jogo me deixar com uma semi-ereção, depressa o cérebro - que é aquele orgão que serve para passar as cenas de semi a gandapau - me atirou para um duche frio. Estava mal, não devia ser assim, era estúpido! 

O meu entusiasmo, que vocês os quatro conhecem, pela equipa B, deve-se ao facto de pensar que o projeto não serve apenas para potenciar jogadores. Serve também para dar cobertura à malta da A. Isto é, para os substituir sempre que for preciso e se justificar. É uma extensão do nosso plantel e não pode ser olhada de outra maneira. Só que tem sido. Toda a gente parece olhar para a B como se fosse outro escalão. Tipo, é os juniores. Errado! Estes miúdos são profissionais e devem ser tratados como tal. Para o bem e para o mal.

Portanto, na minha opinião, a equipa B deve jogar SEMPRE da mesma maneira do que a equipa principal. Não é quase sempre, é SEMPRE, mesmo! Basta atentar no seguinte tutorial:

"Como meter um B a jogar na equipa A, em 3 tempos"

1º Tempo - Pega-se no cachopo da B com cuidado, para não lhe partir uma perna ou assim

2º Tempo - Põe-se o moço a treinar a semana toda com os A

3º Tempo - Mete-se o B na A. 

Basicamente, é seguir os passos da cópula, sem a parte de pagar jantares e fazer de conta que somos tipos inteligentes e seres sensíveis. Panascas, no fundo.

(Pausa para fazer vénia à Rita e sus muchachas capazes)

Ora bem, apesar de simples, isto implica uma coisinha importante: não ter que se ensinar o rapaz como é que tem que jogar e quais são as especificações da posição que se pretende que ele ocupe.

Foi por isso que o que eu via no papel, antes do jogo, por muito que me parecesse uma gaja bem boa, não me dava tesão. Porque não cumpria um dos objetivos primordiais da B. E uma coisa que faz o contrário da sua essência, tarde ou cedo dá merda. Ou pior do que isso, dá merda nenhuma.

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E então começou a bola. Quase tudo o que está refletido acima foi com os porcos. Quais 4-3-3? Estava-se mesmo a ver que o Moreira ia jogar a terceiro central. Laterais projetados, dois médios de contenção, o André plantado à frente e Fede e Galeno para que vos queremos. Para ser mesmo, mesmo perfeito - not! - só faltava cagar no talento do Varela e fazer um jogo de esticões e pontapés para a frente. Ou seja, por cima do Fede e à espera que o Wanderson as apanhasse. E não é que apanha a maior parte? Desde que os matulões lá de trás consigam mandar os charutos de forma a que a bola não saia, o bom do Galeno, mais ressalto menos canelada, acaba por ficar com a chicha. Para ideia de jogo, é pobrezinho.

Vejamos, se nos estamos a danar para a articulação com a equipa A - é o que me parece, até melhor opinião - os resultados passam a ser importantes. É que essa treta da "formação" e da adaptação a um escalão diferente e rebéubéu pardais ao ninho, era interessante se Garcia, Rafa, Galeno, Fede, Omar, Mikel ou Rui Pedro tivessem servido para alguma coisa. Which they didn't. Há dois que brilham na B e já leio muito Portista de rede social a pedir o seu empréstimo em janeiro. Para crescerem, dizem eles. Como o Rafa e o Mikel, certo?

Nesse caso, Folha apresenta, nesta altura, um futebol de treta, mas bons resultados. Aliás, muito bons! Claro que ontem podíamos muito bem ter perdido o jogo na primeira parte. Íamos para intervalo a levar uns trêjum e ninguém se podia admirar. Mas também ninguém se pode queixar de termos ganho, depois de uma segunda parte muito melhor. E porquê muito melhor? Porque a bola passou mais tempo nos pés da nossa gente do meio-campo do que no ar. Numa direção qualquer. Até aparecer o Galeno, vindo da outra ponta do campo, e ficar com ela.

No entanto, um gajo olha para os jogos, vê os erros dos miúdos, as qualidades de tantos deles, e encontra muito por onde pegar. Há muito mérito de Folha nisso, porque mesmo sem a tal - e fundamental, foda-se! - articulação, consegue ir desenvolvendo valências dos jogadores que poderão ser muito úteis. Assim alguém esteja atento. Confio que estará, mas por mera fé, que sinais disso, até ao momento, são zero. 

A começar pela constituição do plantel. O tal que é curto e não tem soluções para o cansaço de Soares na quarta-feira. Ou para Danilo. Ou então estão na Rotunda da Boavista e na Bélgica.

Deixemos de lado Fede Varela. Primeiro porque vocês sabem - pois sabem? - que, muito antes das serenatas que lhe cantam agora, eu disse que era um fora de série. Onde chegará, não sei. O que sim sei, é que não cabe no modo como a equipa A joga. A menos que...espera lá, a menos que seja o ala que dá o equilíbrio ao meio-campo. Aquilo de que se queixava o trei...foda-se, olha que bem visto xôr Folha. Ou foi mero acaso?

Esqueçamos o melhor jogador da Liga II, porque há mais de quem possamos falar.

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PAULINHO MOREIRA

O Moreira pode jogar em qualquer posição, o que, na minha opinião, o vai ajudar muito. Porque não será um 8, sua posição de raiz, de exceção, mas pode vir a ser um belo upgrade do Paulinho Santos. 

O Paulinho jogava a trinco, a defesa esquerdo, a defesa direito, a guarda-redes se fosse preciso, a extremo, a dar porrada no João Pinto, name it sirs. O Rui já foi seis, oito, central, lateral esquerdo e aposto que, pedindo com jeitinho, também vai à baliza. 

Para o nosso eterno - e que gosto é vê-lo no banco, ao lado destes cachopos - Paulinho, a grande diferença do Rui é ter um pé esquerdo de eleição. Útil, muito útil, tipo canivete Suiço.


MOUSSA GALENO

O moço tem menos - oh, muito menos - caparro que o Moussa, mas joga mais à bola. Oh, qualquer coisa mais. Também é um pedaço trapalhão, mas ainda vai muito a tempo de aprender. De resto, por muito que vos custe a acreditar, faz o mesmo que Marega: estica o jogo, porque a equipa está muito distendida, vai atrás da bola e chateia os defesas, ganha-lhes metros e metros e faz golos. E cai menos vezes. Folha está a fazer dele um segundo avançado, sem perder de vista que vem da ala. Coincidência?


JORGE "BICHO" FERNANDES

O ai Jesus dos Portistas é Diogo Dalot. E eu percebo porquê. Se for a central, para não estranharem muito o nome, é o Diogo Leite. Estão, naturalmente, enganados. Não que o Diogo não prometa, que promete e muito, mas antes dele, acima dele, está Jorge Fernandes. 

Não sei se olham para ele como o tal quarto central que falta à A. Desconfio bem que não, sobretudo porque estão a ensiná-lo a jogar num esquema de três centrais - caga lá nisso António, credo! - mas deviam. Porque é um centralão e, se não o ignorarem, vai ser um grande jogador. Foi ele que deu a casa - a mansão! - que nos deixou a perder. Foi ele que empatou o jogo. E chorou a comemorar. Foda-se, vai Bicho!

...

Enfim, tempo de me concentrar no que é mesmo importante hoje. Por deferência de um labrego, terei oportunidade de estar em Vila do Conde e tenho a certeza que virei de lá feliz e contente. Já estou a ficar ansioso pelo primeiro dos cinco golos que vamos marcar. Vai ser do Oliver, carago!

...

EARGASM: ALL SAINTS!
(e é do FCP, carago!)

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Verdade e aspirina para o louco na montanha

Foto: publicdomainq.net

Para a malta que, como eu, viveu pelo menos uma parte da nossa Golden Age em Lisboa, este discurso do "todos lhejábrem as pernas, é uma aflição", tem aquele piquinho a lampião que provoca urticária. No fim do dia, quero lá saber se os pastéis se deixam comer e se apressam, eles próprios, a cobrirem-se de canela para terem um gostinho mais exótico, a fazer lembrar as naus que partiam ali mesmo em frente. Se queremos acreditar que o Domingos pactua com o jeitinho aos lampiões, tudo bem. Naturalmente, espero que estejam errados, porque de outra forma o futebol não teria interesse nenhum.

Mas por favor não me venham com o estafado "lutar com as mesmas armas". Isso não! Se estas são as armas dos outros - o Vitória fez o jeito aos lagartos? - a última coisa que quero é vencer por utilizá-las melhor do que eles. Sorry, count me out.

Pieguinhas por pieguinhas, vou mais pelo nosso Machado: O fosso é provavelmente maior. E nota-se mais nesta fase, onde os bons jogadores conseguem disfarçar qualquer coisa da natural falta de ritmo e mecanização dos sistemas. Creio que se continuará a notar pelo Campeonato fora, porque há equipas mesmo fraquinhas. Olha, o Tondela é uma. Mesmo que não tenha levado cincazero. Pois.

Já se sabe, ontem estava calor. E o adversário não deu pica. Quando estiver o campo bastante enlameado e jogarmos contra o Real Madrid é que vai ser bom. No fundo, estamos apenas a auto-justificar o facto de, aparentemente, os outros terem entretido os seus deprimentes apaniguados melhor do que os nossos a nós. Pá, lixem-se para isso, contamos nove pontinhos que era o minimo exigível. Também era o máximo, pois que mais pontos não poderíamos somar neste momento. Só não vale a pena andar à volta das questões: Há um Mar Azul e há uma confiança renovada e bem precisávamos de ambos. Sustentam-se no excelente futebol da equipa? Nop! Talvez tenham raiz no que se vislumbra ser o potencial, a intenção, o ponto de chegada. E isso não tem nada de mal, porque é mesmo no inicio que estamos. Não vamos é fazer de conta. O treinador, por exemplo, parece que não faz. E não tem gostado assim muito do que tem visto. O que não é possível é esquecer quem é que treina. Olha, eu não sou, fica a pista.

De resto, 3 jogos e nenhum golo sofrido - mas aquela dupla de centrais ainda não está ao nível do ano passado, let alone o trabalho defensivo do meio-campo. 3 jogos e 8 golos marcados - mas precisamos de elevar muito o grau de eficácia, já para não falar na última decisão. Isto é, coisas a melhorar, como seria expectável nesta fase, mas está tudo a correr bem, de momento. O que contrasta claramente com os estados de espírito somojusmelhoresdoMundo e deixalárranjarumadesculpakejáfomos.

Os adversários estão tão fortes, um, e mais fortes, outro, pelo que se vê deste inicio de campeonato. E nós também não estamos nada mal e, pelos sinais, vamos ficar melhores. Porque haveríamos de estar desde já a subir cabisbaixos a um cadafalso, enquanto murmuramos que não tivemos reforços, ai se a cavalaria tem chegado a tempo, pobre de mim, pobres de nós, pobre do Sérgio que não faz milagres.

Isto depois de termos todos achado lindamente que se olhasse para o que cá estava e de muitos terem, inclusivamente, dado hossanas pela uefeira troika, que nos poria no bom caminho. Poijé, ninguém está mesmo disposto a perder a Vida para salvar o Mundo, que é como quem diz, ninguém está pronto para ficar mais um ano à seca. Eu cá não estou! Em minha defesa o facto de nunca me terem agradado castigos, de nunca ter defendido - e o que já levei na cabeça por isso - equipas "da formação", anos sabáticos, passos atrás e mais uma série de balelas que caem por terra aos primeiros cincazero. Dojôtros.

Pode ser impressão minha, mas noto os narizes a começarem a torcer-se um bocadinho e acho que é muito cedo para isso. Como era demasiado cedo para os hácanoskenãoviaoPuortassim. Não é agora que até os comemos, carago. Foi sempre! É para isso que cá estamos, para mais nada.

...

Portanto, com os pés fincados na areia do deserto, que a branca e fina já se me esvaiu num fuso horário outro, é que devemos olhar para o que mais nos importa: Nós.

Se ficou claro desde o primeiro pontapé que Sérgio Conceição decidiu preparar uma equipa para atacar o Campeonato, dando muitos minutos aos mesmos e poucos aos outros, é natural que sobrem algumas dúvidas quanto às alternativas. Porque as vimos ainda muito pouco, pré-época incluída. Com esta reserva mental presente, não me é, ainda assim, possível escapar a algumas preocupações:

O que acontece quando Oliver não jogar? O mesmo que acontece ao nosso jogo quando não é ele que constrói? Credo, seria uma desgraça. Temos uma verdadeira opção ao nosso 10, que é 8 - vénia ao grande Jorge Vassalo - faz as vezes de 6 de vez em quando, recupera bolas à frente como se fosse avançado e dá uma perninha nas alas? O Lucas Lima da vez continua referenciado, certo?

A diferença entre um Brahimi ao pé coxinho e Brahimi nenhum é a que vai da primeira para a segunda parte de ontem? Credo!

Quando um Ricardo se constipa, temos mesmo que jogar com 10 mais o Jesus? Ou o Hernâni? O pior é que eu ontem vi o Tottenham e eles precisam tanto de um defesa direito... Já Álvaro de Campos se zangava com a vida, à conta das constipações. Especulo, pois claro. Nada que não se resolva com verdade e aspirina.

Se o Rui não serve sequer para aquecer o banco, porque não o deixam jogar na B? Ou é ele que não quer? Percebo que o Pedro não pode fazer o que se pede a um Marega - o Moussa merece estar cá! - ou a Abou e Soares. E isso é o que o treinador quer dos seus avançados, pelo que este não cabe. Admito que, na ausência, preocupante, de um modelo alternativo, Sérgio Conceição prefira meter o Otávio a segundo avançado. Admito, não concordo e tenho dificuldade em compreender. Mas o que, enquanto sócio desta coisa do FCP, gostava de saber, é qual é a ideia para o catraio? Empréstimo com opção de compra de 15 milhões? Naaa, isso não aconteceria. Ai, espera...

São questões até ver sem resposta. Há tempo para que tudo fique claro e se encaixe, oxalá que na perfeição. A partir do próximo jogo, caros todos, contam comigo na bancada. Só por aí já será uma melhoria muito significativa, está claro. Quero lá saber que achem que sou meio maluco.

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Descobri, correndo riscos vários, que os Jorges planearam para hoje uma conversinha intima, a dois. Diz que mete velas e espumante de qualidade duvidosa e morangos mergulhados em chocolate e isso tudo. Pá, se mete espumante, também quero! Isso da qualidade passa-me lá para a décima quinta flute. Vai-se a ver, ainda lhes estrago o arranjinho e lá fica a baderna do costume. Threesome, portanto. Mas o que importa mesmo, mesmo, mesmo, é que, a dois ou a três, hoje teremos um novo A Culpa é do Cavani. Oh yeah!

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Calou-se a gargalhada das gargalhadas. Morreu o homem que nunca se esqueceu que não era mais que um bobo. E por isso foi melhor que tantos outros. Obrigado por tantas tardes felizes. Smorgasbord.

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Soundtrack to fools: Hills.

sexta-feira, 16 de junho de 2017

O dedo no cu



Andam a correr aí pela bluegosfera uns rumores estranhos: Ah e tal, parece que o Bertocchini (lê-se Bertoquini. Quão panasca se pode ser, não é?) e mais o Vassalo (lê-se Vassalo, como se escreve. Não é por isso que é menos panasca) fizeram um podcast.

Por si só, isto não era uma coisa que merecesse um minuto de atenção. São bons moços e assim, mas convenhamos que estar a ouvi-los não tem lá muito interesse.

Maspera!!!

Os espertalhões, sabedores daquele facto simples, arranjaram uma bela batota para vos pôr a todos a ouvi-los falar durante algumas trêjoras, ou lá quanto tempo tem aquela gaita: Convidaram-me - coitados! - para abrilhantar o seu novo projeto, com o glamour natural que só um taberneiro pode conferir ao que quer que seja. É por causa da gordura dos fritos. Fica uma pessoa a escorrer tanto sebo que até brilha.

E pronto, é isto: 



Os Jorges - parece que vêm aos pares, como as mamas, mas em feio - explicam nas suas postas de apresentação do que se trata e quais os defeitos que lhe encontraram. Nem vou perder tempo com isso, até porque está muito claro que os únicos defeitos que pode ter é os pedaços - felizmente muito poucos! - em que eu estou calado.

Catraios e cachopas, é quase hora e meia de diversão garantida. E há mais de quinze em quinze dias.

Ora, de nada. Sabem que estou sempre a pensar na alegria da freguesia.

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Agora (quase) a sério:

Obrigado, primeiro, ao Bertocchini. Sei lá a que propósito, achou boa ideia desafiar-me para isto. Well, oxalá não se desiluda depressa.

Depois, obrigado ao Vassalo, meu compagnon de route e de hamburguesas e tertúlias antes e depois da bola. O que o facto de ainda estar disposto a aturar-me mais vezes diz do seu estado mental...bem, nem vamos comentar.

Ai de vocês que não oiçam. Claro que depois podem dizer o que vos aprouver. Desde que seja bem, já se sabe.

O objetivo mais importante está atingido: Divertimo-nos como uns bácoros a chafurdar na lama.

Have fun you too. Ou então não. A mim que me importa...

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Soundtrack to ACèdC: Turn it up, bring the noise!

sexta-feira, 19 de maio de 2017

O Porto é Campeão! ou A época B



Wow, lá se arranjou um título para comemorar. Prestigiante, diga-se, mas não oficial. O que não lhe retira o gosto, nem a importância e muito menos o significado. Sobretudo porque é ganho pela mesma equipa que venceu um Campeonato bastante oficial - e competitivo - ainda a época passada.

É pois uma bela altura para concluir e publicar as notas da Tasca, acerca da temporada da nossa B. Bora lá!

...

Do contexto

Esta deveria ser a época de reconstrução da equipa. É para isso que ela serve: Completar a formação, em ciclos curtos de 2 anos, e recomeçar com gente nova. A aferição pelos resultados só se faz no segundo ano do ciclo. Pelos vistos, o ano que produz Campeões!

Entre bastos azares - lesões de Omar, Tomás, Xico Ramos, Andorinha e Ismael; uma indefinição na liderança - Castro sai, Castro não sai,  Castro sai sim senhor; e algum mistério- há uma história por contar em relação a Leonardo Ruiz? E Idrisa Sambu?; o facto é que... aconteceu tudo ao contrário.

Acabámos com uma equipa "velha", a disputar com pouca chama - compreensivelmente - o mesmo Campeonato. Tipo, já matei o Boss deste nível e agora volto ao princípio do mesmo nível? Gandamerda de jogo, dass!

Este 11 era perfeitamente exequível no FCP B 2016/17: Gudiño, Rodrigo, Chidozie, Verdasca, Gajo Novo; Omar, Xico, Graça; Ismael, Gajo Novo, Kayembe. Isto é, 8 titulares "fora do prazo", uma vez que Verdasca cumpriria o seu segundo ano a sério na equipa.

Em si, o cenário não seria errado, numa perspetiva de alargamento das opções do plantel A. Os B ficariam em casa, com vista para a equipa principal, numa ligação estreita entre os diversos níveis da nossa formação. 

Ok, podem parar de rir. Eu também fiquei com a sensação que foi apenas por acaso. Provavelmente, uma das cabeças que deveria pensar a estratégia, esteve ocupada a ver alojamentos na China. A outra... sei lá, estaria a ensaiar os "Parabéns " ao espelho ou assim.

O mau começo seria normal, até porque, aí sim, tínhamos um número apreciável de novidades. Depois fomos "envelhecendo", sem que os resultados melhorassem substancialmente. Pelo meio, uma troca de treinadores que não ajudou. Até que chegou Folha.

Sustentado na competitividade que conseguiu incutir à magnífica, mas desfasada, equipa de Campeões do ano anterior, Folha liderou a recuperação e culminou a época com o único título que o FCP comemorará este ano, em Futebol. No processo, a equipa Bicampeã de juniores A, implodiu. Isto dito, tenham lá calma com o Folha, tábem? Para começo, não está mal. Mas é COMEÇO, entendido?

Nada disto me parece bom sinal. Dos negócios precoces, ao fraco planeamento que provoca estagnação em promissores ativos. Tenho esperança que tal seja resultado das múltiplas alterações da estrutura. Há prioridades e não teriam ainda chegado à B. Entretanto, já houve tempo para se alinharem. Só falta saber quem será o interlocutor de Folha no escalão acima. Certo? Certo!

No fim do dia, mais do que tudo, o que se espera da B é que anuncie potenciais reforços para a A. Que conclua a formação, acrescente maturidade e adapte quem necessitar de ser adaptado. As condições logísticas são impecáveis, a estrutura, mesmo quando está distraída, é profissional, os putos só têm que jogar à bola e provar quem é capaz. A esse nível, há boas notícias. E outras menos agradáveis, está claro.

...

Do mais importante

Não tenho pachorra para análises exaustivas, jogador a jogador. Por isso, defina-se um critério simples: Destacar-se-ão os miúdos que ganharam o lugar aos "legítimos donos". Aqueles que, dado o contexto acima, não admirava que estivessem no banco e acabaram a ser do melhor que vimos. Siga!


Com Tomás no plantel - raio de azar miúdo! - e Omar a voltar em alguma altura; com Rui Moreira a reclamar tempo para crescer na sua posição; o terceiro médio seria, naturalmente, João Graça. Ele e Omar estariam, pensava eu, de olho em minutos na A. Assim, Sérgio Ribeiro e Fede passariam, de novo, bastante tempo no banco. Tinha pena pelo Fede que, apesar de o(s) nome(s) não ajudar(em), me entusiasmava há uns dois anos. Sem conseguir dizer que conseguiria subir de nível, o suficiente para ser mesmo jogador da bola.

Pois bem, entre as luzes da ribalta de Galeno e Kayembe, posso assegurar que o melhor é... Fede. A mim não engana mais! Soberbo. Ainda mais importante, necessário.

É um 10, pelo que o seu futuro no FCP dependerá muito de quem é o treinador. Aparentemente, o foco está apontado aos extremos e ninguém quer saber do moço, o que seria um erro épico. Como se mandássemos o Deco para o Alverca, estão a ver o estilo?

Varela finta, avança com bola, faz passes de rutura, assiste e marca golos. E faz isto tudo muito consistentemente. Como em: Toda a época. É o filho que Otávio e Oliver ainda vão ter. O que significa que servirá de pouco a NES...

Na modesta opinião da Tasca, é a Estrela da Companhia. O melhor. E acho que é do Xaninho. Ui!


Ninguém estava mais descansado do que eu, quanto ao defesa direito, no jogo na Madeira. Talvez Rui Jorge estivesse na mesma. Talvez.  Sim, podia ter assistido o Silva para golo e isso tinha-nos
mantido na luta. Mas até essa "falha" revela o jogador que ali está. Sem tremer, sem acusar pressão, a tentar fazer golo, porque a posição era ótima. Mesmo de pé esquerdo.

É um lateral completo, embora ataque ainda melhor do que defende. Tendo em conta em que equipa queremos que jogue, está tudo certo. Tem o pulmão do Maxi há 20 anos e é muito melhor que Victor Garcia. Que já de si é bem bom, se já aprendeu a cruzar para dentro do campo.

Se Ricardo Pereira pode render os milhões que nos permitem segurar, sei lá, um Danilo, então é despachá-lo. Temos o Fonseca e, creiam, não ficamos a perder nada. 

Bem sei que o ai Jesus da lateral direita é Dalot. Mas o Fernando está à frente. Um ano à frente. O Diogo vem já a seguir.

Pois, não sei... Digamos que estou num André Silva state of mind. Eu explico: O Silva denotava uma série de qualidades, mas eu não tinha a certeza, longe disso, de que iria ser capaz de se fazer homem. E jogar ao mais alto nível. Já se sabe que o tipo tratou de me esfregar a sua imensa qualidade nas trombas, tornando-se no meu avançado favorito.

O estilo meio desengonçado - está melhor, haviam de ver no início da época - o físico franzino, não pareciam potenciar a única qualidade que lhe detetei de imediato: A velocidade. Mas isso o Ntsunda também tinha. E o Rúben Macedo tem. Sendo que, pela lógica, aquele lugar deveria ser deste.

Castro parecia apostar em Galeno. Tavares também e Folha idem. E não é que o moço somava golos e assistências? Com o decorrer da época, tornou-se mesmo um hábito. Golo de Galeno, passe de Galeno, foda-se, lá vai o Galeno, nunca mais o apanham. Ainda por cima, já não parece que vai cair a qualquer momento.

Para terem uma ideia, acreditava mais no Gleison do que neste tipo. Pela força dos números, agora já não. Sobretudo porque uma bola metida entre o lateral e o central, é meio golo do Galeno. E isso não podemos dizer de Brahimi, nem de Corona, nem de Jota. Tem é que ser pelo chão, o que, vai-se a ver, não se adequa ao modelo NES. Ops, sorry, à ideia de jogo.


Supostamente, este moço deveria passar a época a aprender com o Chidozie e a admirar o Verdasca, uma vez que algum iluminado decidiu recambiar o Palmer-Brown. Que era melhor que os outros dois! Se calhar, foi alguém que conhecia o Fernandes melhor do que eu. Oxalá.

O facto é que este B de primeiro ano sentou o Verdasca. De tal maneira, que até para o Rui Moreira, que é médio, o pobre Diogo já perde o lugar. Em estando o Jorge impedido.

É grande, é calmo, é duro, é inteligente. É tenrinho também. Faz uma grande dupla com Chidozie, mas parece ser capaz de liderar a defesa sem problemas. Claramente o melhor projeto de central, depois de...Palmer-Brown.

Partindo do princípio que no próximo ano a equipa B será pensada e, por isso, Chidozie não fica - precisa de outro nível - este rapaz será o patrão da defesa. Sim, é preciso esperar mais um ano, mas o prognóstico é francamente surpreendente. Pela positiva.

...

Da estagnação

Já discorremos sobre os motivos, mas o facto é que muita gente não melhorou. 

Alguns mantiveram o nível alto que já lhes conhecíamos: Omar, Xico, Chidozie, Kayembe. Mas precisaram de ser abanados, porque estavam naturalmente desiludidos com a puta da vida. Para esclarecer, na minha opinião, Kayembe é tão bom jogador hoje como há um ano.  Assim, a chance que, aparentemente, terá na A, não surpreende, mas também não tem nada a ver com um melhor desempenho.

Outros regrediram: Verdasca perdeu espaço; Graça não deu o salto que precisa de dar; Tomás continua cheio de azar e perde mais um ano. Em todo o caso, apenas Verdasca ainda tem "tempo" para ser B na próxima temporada. E pode igualmente dar-se o milagre de alguém deixar o Rui Moreira jogar no seu lugar. Juro que gramava de saber se temos ali jogador.

Uma nota final para Rui Pedro, que devia ter sido o homem golo desta equipa. E foi, enquanto o deixaram. Foi preciso que jogasse na A? Pois ótimo, é também para isso que existe B. Agora, pelos juniores? E a seguir, A de novo? E volta aos juniores? Treina na B? Alguém se decide? É apenas estúpido, senhores.

Eu ajudo: Se o moço é para ser útil na A, mas nem sempre, então é na B que deve estar. Em exclusivo! Mandá-lo marcar golos abaixo disso é completamente despropositado. Assim, desculpa lá André Pereira, és bom moço, mas o primeiro cativo da B 2017/18 é o 9: Rui!

...

A pergunta de 1 milhão é: Quem pode chegar ao plantel principal?

Já, talvez Fede, dependendo do estilo do novo treinador. Porque teremos um novo, certo? 

Talvez Galeno, se não se ressentir da mudança ou for capaz de manter a assinalável progressão que teve este ano. Caso em que seria um caso... muito sério.

Seguramente, Omar Govea e Fernando Fonseca. A menos que tenhamos planos para Victor Garcia, que tem um ano de rodagem na Liga de avanço. Ou que não se consigam os milhões suficientes por Ricardo Pereira e... Hector Herrera.

Outros manifestam o potencial de lá chegarem. Um dia. Xico, está claro, em primeiro lugar. Também Chidozie e Inácio. Mas têm que ir dar uma voltinha antes.

No fim da lista, Graça, Tomás, Ismael todos desaparecidos durante um ano, pelos mais diversos motivos. Que são promissores - mais Ismael e Tomás do que o João - não há dúvida. Precisam de encontrar um espaço - que até pode ser na II Liga, mas não no FCP B - para jogarem regularmente e provarem, fora da zona de conforto, que podem aspirar a mais do que serem bons jogadores. Exemplos de sucesso nestas condições, temos mais que muitos. Na verdade, quase todos, não é senhores Carvalho, Costa, Couto, Barros?

Já para Gudiño, tem a palavra El Santo. Te quedas hombre?

Ou seja, isso de construir um plantel à volta destes meninos, não existe. Os que acham isso boa ideia, estariam a pedir as cabeças da estrutura inteira em 5 meses. Mas que é possível, com tempo e em tempo, ter muitos na equipa, isso é. Depende é da definição de "muitos" de cada um.


...

Como diria o Lápis, o tasqueiro não percebe um boi de bola. O que significa que há que confiar nos técnicos da estrutura - menos nesse! - na difícil tarefa de avaliar jogadores e lhes traçar o futuro. Mas no que concerne à articulação dos escalões e ao planeamento, malta, oiçam bem: Assim não! 


quarta-feira, 17 de maio de 2017

Carta aberta



Exmo. Senhor Presidente,

Era minha intenção enviar-lhe esta missiva após o jogo em Moreira de Cónegos...

- Oh amigo, desculpe lá, isto é sobre o quê?

- É eu a dizer-lhe coisas, senhor Presidente.

- Poooooiiiisss, não vai dar. Não leve a mal, mas compreenderá que se me ponho a ouvir cada um dos sócios, é uma desgraça, não faço mais nada. Porque não diz coisas ao senhor Provedor do Sócio?

- Bem, acho que não é bem o âmbito... Mas percebo. Tentarei, nesse caso. Muito obrigado.

...

Exmo. Senhor Provedor do Sócio,

Era minha intenção enviar esta missiva ao Exmo. Senhor Presidente do Futebol Clube do Porto após o jogo em Moreira...

- Oh sócio, desculpe lá, isto é sobre o quê?

- É eu a dizer-lhe coisas, senhor Provedor, para depois me fazer o obséquio de transmitir ao senhor Presidente.

- Poooooiiiisss, não vai dar. Não leve a mal, mas compreenderá que se me ponho a fazer de moço de recados, é uma desgraça, não faço mais nada. Para além de que não me parece que as coisas que vai dizer sejam bem do meu âmbito. Porque não vai a uma bilheteira?

- Hã?

- Então, já não dá o tempo por perdido e compra uma entradinha, paga uma quota adiantada...

- Bem, acho que não tem nada a ver... Mas estou a perceber. Tentarei, nesse caso. Muito obrigado.

...

Exmo. Senhor Funcionário da Bilheteira do Cogumelo,

Era minha intenção enviar esta missiva ao Exmo. Senhor Presidente do Futebol Clube do Porto, por intermédio do Exmo. Senhor Provedor do Sócio, após o jogo em Moreira de Cónegos.

Decidi antecipar, porque ontem, no programa Universo Porto - Da Bancada, o meu sentido de urgência foi espicaçado. O Exmo. Senhor Diretor de Comunicação afirmou que, em comparação com este Campeonato da Liga NOS, o "colinho" de há dois anos foi uma "brincadeira de crianças".

Uma vez cumprido o aparente dever de parabenizar o adversário, creio que se inicia a vaga comunicacional tendente a explicar, como se fosse possível, a continuidade no cargo do atual treinador da nossa equipa principal de futebol. Na verdade, ele ganhou o Campeonato da Liga NOS. Os maus, a quem deu os parabéns, é que o roubaram.

Concluí pois que seria urgente fazer chegar estas linhas, antes de estar definitivamente - e espero que ainda seja tempo - tomada a decisão de me roubar qualquer esperança no Futuro próximo do nosso Clube. Se dramatizo, é apenas porque este é o pior momento que vivo enquanto adepto do FCP. O fundo não foi o final da época passada, o fundo é agora. Tem que ser agora! Elenco seguidamente as razões que me levam a esta conclusão:

a) O falhanço Lopetegui

Depois da transição mal gerida da época dourada Villas Boas, o Exmo. Senhor Presidente, sem o dizer, apresentou o que me pareceu um plano a médio prazo. Contratou por três anos um treinador com experiência em camadas jovens e entregou-lhe um poder nunca visto para um técnico do FCP. Para mim, ficou clara a aposta e que este seria o homem do Presidente, que contaria com o seu total e absoluto respaldo, em qualquer circunstância. Porque era isso que faria sentido, dada a opção.

Pelo contrário, a um plano que parecia caminhar, como prova o alinhamento do estilo de jogo com a equipa B, por exemplo, a sua direção ofereceu nada. Deixou um treinador ser cozinhado em lume brando pelos media e pelos próprios adeptos. Abandonou a equipa à sorte de um Campeonato com campos inclinados e, por consequência, perdeu.

Pensei que se havia arrependido e mudara de ideias em relação ao treinador, mas estava enganado. Julen Lopetegui continuou e nada mudou. Nem em termos de apoio, nem em termos de comunicação, como se esperássemos, todos, pacientemente que a doença detetada se encarregasse de matar o fulano. Sem nunca o termos visto, a si, empenhado em encontrar uma cura.

E disse-nos que batêramos no fundo. Que desse momento em diante, seria sempre a subir.

b) O falhanço NES

O facto é que conseguimos verificar muitas mudanças nesta época de 2016/17. A estrutura mudou, a comunicação mudou, temos um FCP mais combativo e menos "inglês". Antero saiu, Luís Gonçalves chegou, Francisco Marques fez o seu caminho e assumiu um novo protagonismo.

Tarde! Sempre fora de horas. O responsável pelo futebol chega com o plantel montado e o técnico escolhido. O que significa que não foi planeado, limitou-se a acontecer e o senhor Presidente reagiu, em vez de agir.

Por outro lado, temos a comunicação que a maioria desejou. E nada ficou por denunciar, por evidenciar. Curiosamente, fizemo-lo exatamente quando entregámos a liderança das nossas tropas, no campo, a um General polido, politicamente correto e incapaz de alinhar no discurso guerreiro.

Tudo o que podemos concluir, senhor Presidente, é que andámos aos tombos, sem nunca conseguirmos encontrar o fio à meada. A fazer as coisas de forma desgarrada, a escolher pessoas sem olhar para contextos. Só podia correr mal.

c) O (des)Norte

Em consequência desta forma de caminhar, qual barata tonta, conseguimos, numa só época, destruir equipas em vários escalões. Dando de barato que a A é uma questão pessoal - eu não gosto de NES! - veja bem o que fizemos a outras:

Luís Castro ia sair para a China. Luís Castro não saiu para a China.

O ano de transição da equipa B, Campeã Nacional, deveria ser gasto na construção de uma equipa nova. Que mais esperar de gente que levava dois ou três anos neste patamar e que tinha ganho o titulo? Era hora de saltarem para outro nível, obviamente. No fim do dia, o que verificámos foi que mantivemos os "velhos". Não podia correr bem. E a culpa não é dos jogadores.

Luís Castro saiu para o Rio Ave. Entra José Tavares. A caminhada trágica dos B agrava-se.

Sobe-se, em desespero, António Folha, Bicampeão Nacional de Juniores. No processo, destruímos a equipa júnior. Que andou a penar a fase final inteira.

Não contesto sequer as escolhas. Eu teria feito diferente, mas eu sou ninguém. O que não posso relevar, é o evidente desnorte. Nenhum plano, nenhuma estratégia, tudo porque sim ou porque não, as mais das vezes a parecer só por acaso. No processo, duas equipas à deriva. Uma ainda foi a tempo de ser remendada e - força miúdos! - ainda nos vai dar hoje o ÚNICO título que comemoraremos.

Raios, se não me arrependo do que gozei com os meus amigos lampiões, de cada vez que ganharam aquele torneio de pré-época que organizavam no Luxemburgo.

Deixarei para ocasião mais oportuna a questão Rui Pedro. Porque acho que é só minha. Mas aproveito para lhe perguntar se ainda veremos o nosso promissor avançado a fazer uma perninha no Andebol. O play off está tremido...

d) Santas Alianças

Sabe, senhor Presidente, no dia em que estiver de acordo com MST acerca da bola, é porque o FCP não está nada bem. Esse dia é hoje.

Deixe-me começar por dizer que não tenho nada a obstar a conversas com qualquer clube. E acrescentar que acho muito bem que procuremos consensos, na defesa de interesses que sejam comuns. Posto isto, é deplorável o conteúdo do comunicado que anuncia o reatamento de relações com o Sporting. Não, senhor Presidente, não me sinto capaz de lhes chamar qualquer outra coisa. Nem Sportém, nem Calimeros, nem o que seja. Sporting Clube de Portugal, por vossa vontade.

Está tudo mal, tudo! Do video-árbitro aos Campeonatos de Portugal, da reunião "secreta" à assinatura do Diretor de Comunicação. Nada faz sentido, nada é parte de uma estratégia, tudo é casuístico. Porque sim, por acaso.

O senhor Presidente absteve-se - e bem, quanto a mim! - de comentar o "Caso Vouchers", para agora encontrarmos múltiplos, e bem menores, pontos de vista comuns? Eu gozo indecentemente com o senhor Bruno de Carvalho - sim, Presidente, agora não troco nomes a mais ninguém - a propósito de querer ser tetra numa época só, para agora estarmos disponíveis para fazer disso um caso tão importante que exige estudos de entidades independentes? Estamos, chegaria o dia, de acordo com o senhor jornalista - já disse que não troco - Rui Santos quanto ao papel salvador do video-árbitro? E, por favor senhor Presidente, não informe o nosso Benni McCarthy de que pugnaremos pelo regresso dos "Sumaríssimos". Vamos tentar adivinhar a quem serão instaurados os primeiros, provavelmente únicos, processos sumaríssimos?

Cheira tudo a tanto amadorismo, senhor Presidente, mas tanto, que não posso acreditar que tenha partido de si. O que é muito grave, porque foi em si que votei. Pelo que é em si que confio para este tipo de assunto tão relevante. A assinatura do nosso Diretor de Comunicação obriga a SAD, mas a mim não me diz nada.

Sendo que esta é a única espécie de aliança a que estamos presos, certo senhor Presidente? É que me custa ler que o senhor abandona - e tão contente fiquei! - a tribuna em Braga, para assistir ao resto do jogo ao lado da sua SAD. Mas aquilo não era a SAD. Eu votei em si, o que significa que lhe confio as escolhas. Mas escolha! Como se dizia na minha rua de infância: Quem está fora, não racha lenha. Quem não tem cargo, não tem voz. NÃO TEM, pois não, senhor Presidente?

e) As coisas bem feitas estão podres?

Como lhe disse lá muito acima, houve coisas bem feitas. A comunicação está melhor, a estrutura do futebol parece encaixar, a equipa esteve comprometida com o objetivo. No entanto, este penoso final de época está a deixar-me preocupado. Como se as maçãs fossem tão vermelhas e apetitosas, que parece que alguém lhes vai injetar bicho, só para ser desmancha prazeres.

A semana passada, matámos a Liga Salazar, legitimando o Campeão. Antes, enterráramos a "Cartilha", permitindo que o Francisco fosse apanhado a encontrar-se às escondidas, num hotel, com o Nuno. Well, que cavalos de batalha nos restaram? Vamos pensar no futuro que é melhor, certo?

Acontece que também isso é preocupante, a partir de ontem. O motivo de antecipar o envio desta minha cartinha não é despiciendo. Juro-lhe que toda a narrativa da "brincadeira de crianças" me soa a "nananananana, brilhante o NES! Bri-lhan-te! Pena a roubalheira. Como nós e os nossos aliados não vamos deixar que se repita, o próximo está no papo. Do NES!" Como se não bastasse a censura dentro de nossa casa e os Parabéns a você do nosso treinador, que limparam a Liga Salazar; arranjámos maneira de legitimar - na mesma semana! - a Liga do Colinho. Afinal, foi uma brincadeira de crianças, não é para levar a sério.

Não perceba mal, eu estarei na bancada. Estarei sempre, seja qual for o treinador. Entenda que isso não me torna um abrunho sem cérebro. É paixão e é para a vida. Pelo FCP, senhor Presidente. Exclusivamente pelo FCP.

Em conclusão, escrevo-lhe para lhe dizer que este é que é o fundo. Nunca antes vislumbrara tantos sinais de desorientação, tão recorrentes e tão encadeados. Urge pois sair daqui, depressa, se possível, mas sustentadamente. Faltam três anos para que termine o seu mandato, é o tempo que resta para nos devolver à glória.

Defendo que os mandatos se cumprem até ao fim. Acredito que o senhor Presidente possa corrigir o que está - profundamente! - errado. Pronunciar-me-ei acerca das pessoas que decidir escolher e manter, porque é um direito que jamais alienarei. Da mesma forma, entendo que é seu direito inalienável traçar o rumo e decidir com quem percorrer o caminho.

É isso mesmo que lhe exijo: Um rumo! Esse que hoje não temos.

E isso, senhor Presidente, será revolucionário!

Assina este, com estima e admiração.




terça-feira, 21 de março de 2017

Silva, Hulk e Moutinho, por NES, e uma Nação falhada





Do Silva


Parece que, foi-se a ver, o grande erro de NES não foi a tática. O problema foi ter jogado o Silva. Porque o Silva não presta, o Silva não marca, o Silva trabalha mas não está no sítio certo, o Silva cheira mal.

É um conjunto de balelas sem jeito nenhum que, pelo lampiónico método da repetição exaustiva, vai ficando no ouvido. Tipo, uma canção do Emanuel. Sim, pode ser essa que estais a cantarolar agora mesmo dentro das vossas cabeças. Ou essa.

O advento Soares, anunciado em plena Tasca, trouxe o melhor período do FCP neste campeonato. Coincidentemente, ao mesmo tempo do que uma modificação tática, através da introdução de um terceiro médio. Por consequência, o Silva, que passara meio campeonato a ter que correr por todo o lado, foi desviado para a direita. Mantendo, no entanto, a presença azul e branca na área, pois não é um extremo, mas sim um avançado centro.

Por curiosidade, no Domingo, o nosso Soares, que é quase tão fixe como o Silva, passou boa parte do jogo a descair para a esquerda. Pela primeira vez desde que chegou, não fez um golo em jogo de campeonato. Coincidências.

O que o Silva dá à equipa, não há Corona que dê. Naturalmente, o que Corona traz, o Silva não tem. É uma questão de avaliação do custo/benefício. Eu escolho começar com mais gente capaz de disputar lances aéreos na área dos outros, com maior capacidade de sacrifício e um coração que não dá uma bola por perdida. E tantas que se atiram lá de longe para a mata. Corre Silva, corre.

Colocaria, however, o moço no banco, se pudesse lá meter...o Hulk.

Por outro lado, não compreendo como é que se considera que o Silva é um flop, que não tem ainda estaleca, que fica a anos-luz do Soares - um fixe. 

Uma vez, não empatámos em casa e ficámos mesmo em primeiro. Não foi focados em ser primeiros, éramos mesmo os líderes. E o Dragão assobiou, porque o Silva não entrou. À época, o Silva era um fenómeno, o nosso menino, a última crica antes da impotência. Agora, pelos vistos, flopou. Etegui.

Vejamos, na altura, o Silva fez 41 jogos pela equipa B. E 9 golos. Hoje, leva 37 jogos pela A. E 20 (VINTE) golos. Ora, vão dar banho ao cão, mais os vossos disparates, sim?

Mais importante que tudo isto, há dois momentos mais inolvidáveis que todos os momentos inolvidáveis que passamos no nosso estádio:

1) Quando anunciam a equipa e dizem " com o numAro 10, Andrééé..."
2) Quando o miúdo faz golo e o speaker grita "Andrééé..."

É como se o Dragão, concluindo as frases, cumprisse - afinal - a sua essência.

Por isso, vamos lá ter tino, sim?

Do terrorismo de Estado

Marafonas há muitos, já se sabe. Aliás, quase todos trazem um Marafona dentro deles. Os de Setúbal exageraram? Sim!

Porque ficou claro que não se tratou de um subterfúgio, de uma manha. Mas antes de um plano de jogo. De anti-jogo. Trabalhado à semana, com funções específicas para cada um, lances de laboratório e substituições planificadas.

Ou seja, não foi uma célula terrorista que se alojou junto ao Sado. Foi o Estado que fez do terrorismo a sua política externa. 

Um aviso aos patrícios de Bocage: Todo o terrorismo de Estado provém de Nações falhadas. Exceto o económico. Mas os Estados com capacidade para exercerem alguma espécie de terrorismo económico, não vivem do abono de família. Pagam-no. A Nações falhadas.

Para este jogo, Couceiro tirou a farda de treinador e colocou o boné de encenador. E que bem ensaiadinhos que estavam os meninos.

O FCP não foi competente que bastasse para impedir que estes senhores tivessem a sorte que não mereceram. E o senhor Oliveira não quis deixar que lhes escapasse. Uma pena.

Do NES

Não teria uma palavra a dizer acerca do 442, ou 424, de NES, se ele se tivesse mantido sempre fiel. Aliás, sabe quem pode que estava perfeitamente resignado. Jogaríamos assim e eu esperava que conseguíssemos ser perfeitos no sistema e ganhar sempre.

Mas NES fez evoluir o desenho - e se desenha bem, o cachopo - para um 433 meio híbrido, à conta do Silva. E vimos melhor futebol. E vimos a mesma consistência defensiva. E vimos mais golos. E vimos a porta aberta para o primeiro lugar. Altura em que voltámos ao esquema que deixáramos de praticar. E correu mal, pois claro.

Porque o fez NES? Naturalmente, porque acreditou que seria o mais indicado e o melhor para a equipa. Oh Herlander, tenho notícias para ti, pá: Não foi!

Acho importante que o nosso treinador perceba que não tem nada a provar. Aquele 433 é todo teu, Nuno. De autor. Ninguém te vai roubar o mérito, não tens que demonstrar que tinhas razão. Só tens que escolher a melhor maneira de ganhar. Era um bom princípio veres os nossos jogos...

Talvez descobrisses que o Moutinho que te deixaria jogar como gostavas, não está cá. Nem o Yaya. Nem o Pogba. Se tens mesmo que criar um 8, tenta com o Rúben e deixa o Oli em paz. Por ti, rapaz, por ti.