Opá, o tripeiro volta a dar com a nuca no cotovelo do moço e eu expulso-o! |
Por norma, quando cenas e coisas ficam a remoer entre os meus três neurónios durante muito tempo, é mau sinal. Compreende-se, uma vez que são só três e eu preciso deles em muitas ocasiões. Bastantes, até. Quando são assuntos que metem belas mamas e estupendos rabos, nem me importo assim tanto. Está claro que me farto de deixar cair coisas, o prato do dia fica salgado ou insonso, que não há consulta a que compareça e me esqueço do nome de toda a gente. Menos do teu, queen bee. À conta desse belo rabo e estupendas mamas. Ou será ao contrário? Esqueci-me...
Agora, quando se trata de outro tipo de assunto, só há três possibilidades:
- É uma coisa bera e vou andar com isto às voltas até encontrar uma solução ou me fecundar.
- É trabalho e vou andar com isto às voltas até encontrar uma solução ou alguém fecundo que a descubra.
- É bola e estou fecundado.
Mas quem tem amigos, ou fregueses, está quase sempre safo. Porque é precisamente para estas situações que eles servem: Para nos ajudarem a pensar, a vislumbrar os melhores caminhos, a ter clareza, a perceber os contextos e entender os buracos dos nossos magníficos planos.
Também dão jeito para transportar eletrodomésticos e móveis, em caso de mudança de habitação; pintar paredes; e garantir que passaram a noite com a pessoa, embora não a vejam há dois meses. A utilização da última função implica, as mais das vezes, a necessidade de recurso às restantes. Façam atenção!
Em alguns daqueles aspetos, não tenho sorte nenhuma com os amigos. Em compensação, é malta forte pra xuxu, que alanca com um frigorífico como quem bebe um fino e pinta um teto em menos de um fósforo. Com duas demãos. Uma do Gelson, outra do Ruyz.
Estamos pois entendidos quanto ao tipo de assunto em causa. E o que eu preciso aqui é de um debate de encerramento. Esclarecido e esclarecedor? Nop! Uma gritaria do caraças, com malta a insultar-se e a ameaçar acabar tudo à porrada. Ficamos todos com as opiniões de partida, mas animados com a confusão. À volta de um bom tinto.
...
Uma vez que sou eu que mando nesta conversa, o ponto de partida é as coisas que me fazem espécie. Em relação ao clássico de anteontem, na latrina do Campo Grande.
Olha, assim logo de entrada, faz-me uma comichão danada andar a malta a tentar analisar o jogo. Mas qual jogo? Sinceramente, não entendo. Vejamos, nós eliminamos o Roma beneficiando - ah pois claro! - de condições muito especiais: Três expulsões em dois jogos, para o mesmo lado, não é comum. São todas decisões indiscutíveis e indiscutidas, pelo que algum mérito tivemos. Analisar esses jogos, realçando a nossa péssima entrada no primeiro, o bom inicio do segundo, as falhas e os méritos de jogadores e treinadores, eu percebo. Até porque apesar de jogarmos contra menos gente, não tivemos vida fácil. Assim como, contra onze, tivemos bons momentos. Muito bem.
Mas no Domingo, o que eu vi foi: FCP entra a mandar e marca. O mestre da tática fica às aranhas, mas o Anjo Tiago dá a volta ao resultado. E a seguir, os Calimeros dão a volta ao jogo. Ao que sobrou dele, se alguma coisa. Ou como diz o Vassalo, depois de te assaltarem a casa e te roubarem o carro, estás no momento ideal para perceberes onde está o TEU erro.
Quando o Lobo me tenta convencer que o Juses foi brilhante porque trocou a posição do Ruyz Mãozinha com o César Sarrafada, eu irrito-me. Porque a verdade, verdadinha, é que o segundo já lá não devia estar. À conta de uma entrada assassina, salvo erro ainda a perder. Portanto, não foi o Juses que trocou jogadores, foi o Tiago que trocou um vermelho por...nada! Sim, nada! O que significa, na melhor das hipóteses esverdeadas, que o amarelo que o moço viu mais tarde seria...o segundo. Aos 83 minutos, quando, finalmente e à custa quase só do coração, o FCP estava a encostar os lagartos à sua baliza.
Então explicam-me que a chave não foi nada disso. O problema foi que só jogámos 15 minutos na primeira parte e não existimos na segunda. Uma vergonha de equipa, com um treinador fraco. Veja-se a impecável organização defensiva do Juses, isso sim. Secou completamente o adversário. Tenho muitas vezes a impressão que o meu Inácio transmite jogos diferentes para mim!
Uma equipa do Juses vive, antes de mais, da intensidade que consegue colocar na luta do meio-campo. Porque, normalmente, tem menos gente por lá. Quando a intensidade não resulta, como no primeiro quarto de hora de Domingo, passa-se à bordoada. O que resulta em espetaculares campanhas Europeias, por exemplo. E contra o FCP não foi diferente. Mas se Adrien está contrariado e William anda devagar, nada como acrescentar um Tiago à receita.
E assim foi, o Tiago elevou exponencialmente a intensidade do meio campo lagarto. Culpa de quem? Do André que é pequenino e do Herrera que é feio e do Danilo que é, sei lá, preto, pronto. E do NES que os juntou. E do Presidente que não fez uma conferência de imprensa sobre este assunto. De todos, mais do gajo da Tasca, menos do Tiago. Como muito bem defende a sua Associação Profissional.
E assim foi, o Tiago elevou exponencialmente a intensidade do meio campo lagarto. Culpa de quem? Do André que é pequenino e do Herrera que é feio e do Danilo que é, sei lá, preto, pronto. E do NES que os juntou. E do Presidente que não fez uma conferência de imprensa sobre este assunto. De todos, mais do gajo da Tasca, menos do Tiago. Como muito bem defende a sua Associação Profissional.
Um, mais tranquilo, relembra que criámos pouco perigo. Perdido entre patadas, estaladas e cotoveladas, distraí-me das jogadas. Faço um esforço de memória. O golo, a bola do André, duas meias oportunidades perdidas nos pés do Adrian, já em desespero. Pois, de facto, quase o mesmo que os lagartos, apenas. Os que jogaram em casa e estão juntos há cinquenta anos, um deles com o mais bom treinador que o Universo já pariu.
Mas espera, logo acrescentam que tudo o que fizemos foi tentar explorar as costas da defesa dos outros. É pouco, é curto, é de equipa pequena. O treinador não sabe mais.
É bem lembrado, sim senhor! Daí as duas escapadas do Silva, uma muito bem interceptada pelo Latagão Semedo e outra, infelizmente, culminada com um remate frouxo. Ah, e a outra! A mais perigosa, porque já ninguém o acompanharia naqueles passos solitários para a baliza. A que a equipa do Tiago cortou impecavelmente, depois de uma brilhante assistência daquele jogador - pareceu-me - que não devia ter jogado. Porque os grandes jogadores ficam no banco para não ferir susceptibilidades de outros, mais fracos e mais antigos.
Tenho que dar a mão à palmatória, a organização defensiva do Juses é extraordinária. De facto, nem todos podem igualar as armas de que ele lançou mão neste jogo. Sempre quero ver se contra o 5LB tem os mesmo "defesas" à disposição. O mercado é tramado.
...
Como terão reparado, é difícil perceber quais os argumentos contra-FCP que são dos media e quais são retirados de crónicas e comentários espalhados pela Ciberlândia. Isso é, para mim, muito significativo. E preocupante. Servem, de igual modo, embora com diferente intenção, o propósito branqueador. Nem Omo lavaria mais branco.
Sou o primeiro a reconhecer o mérito de quem aponta as falhas, no sentido de as colmatar e melhorar o que estiver mal. Eu prefiro dizer menos bem. Porque é dos meus que se trata. Mas que se gaste a mesma, ou superior, energia, espaço e tempo, nisso, do que aqueles que se gasta a bater em quem nos quer, faz e deseja tanto mal, não compreendo. Devo ser mesmo fanático. Ou seguidista. Ou estúpido, tout court.
Tanto, que continuo a preferir uma exposição ao CD com as múltiplas agressões de Domingo, a um berreiro desalmado de um Presidente a rasgar as vestes. É que, no mínimo, aí estaria o motivo para a Direção se atirar aos senhores. No máximo, ficavam os lagartos sem uns quantos durante algum tempo. Irónico seria virem de lá os lampiões fazer queixa por nós. Credo!
Mas isto era suposto ser o preâmbulo de uma conversa, à moda de determinada aldeia Gaulesa que não se rende nunca ao opressor. Venham de lá esses gritos e essas lambadas. Eu devolvo na mesma intensidade, mas sem entrar de sola. Aqui, violência bruta dá vermelho. Desculpa lá o mau jeito, oh Tiago.
Depois, avancemos. Capítulo encerrado. Creio que se seguem dias brilhantes.
...
Soundtrack to closure: End of this chapter.