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Esta não é fácil... |
Ah o fim de semana, esse período maravilhoso, a menos que se tenha que andar a encher placas numa obra. À chuva. Nos desertos gelados da Mongólia. Ou pior, muito pior: A carregar o Pedro Guerra às cavalitas de um lado para o outro. A Mongólia tem um encanto todo diferente, quando se colocam assim as coisas. Quer dizer, para mim tem, majeu sofro das cruzes.
Não estando o estimado freguês em nenhum destes casos - e não sendo igualmente obrigado a praticar o sexo por via oral a padres, num vão de escada, em noites chuvosas, por euro e meio, para sustentar uma família de dez - então...
- Opá, foda-se, já percebemos!
Get on with it!
Ok, ok, feitiozinhos de merda, hein? Para não estarem praí só a emborcar
penalties de branco adamado ao desafio, vamos lá fazer um joguinho de salão. Diferenças, pode ser?
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DESCUBRA A DIFERENÇA
O futebol nacional é uma ilha no mar de constrangimentos do país. A seleção é Campeã Europeia; o melhor jogador de todóMundo é Português; os nossos clubes batem sucessivos recordes de vendas, o que é ainda mais relevante se tivermos em conta que boa parte dessas transações são efetuadas com cachopos nados e criados em solo Luso; e mesmo assim, duas equipas Portuguesas disputam os oitavos de final da mais importante competição Mundial, a Champions League - sendo que um deles venceu, muito recentemente, a primeira mão dessa eliminatória, contra um colosso Germânico, partindo em vantagem para o jogo decisivo; os nossos melhores árbitros são estrelas convidadas no Médio Oriente, para promoverem o futebol e ajudarem, com bastos elogios, a formar os juízes locais.
Pudessem outros setores vencer o estranho, e estúpido, preconceito contra o desporto Rei, e aprender com os executivos e agentes da indústria do futebol. Seguramente, teríamos todos muito a ganhar com isso.
Apesar de toda a evidência, há sempre quem tenha a pretensão de chegar ao topo por vias travessas e proteste por tudo e por nada. Agitando polvos surreais, ao invés de apostar no talento e no mérito para atingir os seus desígnios. No fundo, tudo o que fazem é prejudicar o próprio setor do qual vivem. E que, apesar deles, floresce, qual papoila em prado verde.
O futebol nacional é o esgoto onde desemboca toda a porcaria excretada pelos inúmeros constrangimentos do país. É certo que temos uma seleção nacional Campeã Europeia, por obra exclusiva de um predestinado que, naturalmente, cedo saiu de Portugal; se é justo que tal génio seja considerado o melhor jogador de todóMundo, não é por isso menos triste que quando olha para a sua origem, o Universo veja tanto lixo a céu aberto; motivo mais que suficiente para que os melhores valores da formação local aspirem, antes de tudo, a sair tão rápido quanto possível desta autêntica ETAR. Ainda que proporcionem chorudos negócios, já se sabe em que bolsos de que filho acaba boa parte do dinheiro - por justiça, reconheça-se que, ainda assim, existem vermelhas exceções a esta regra; de tal forma que já clubes nacionais estiveram a ponto de serem excluídos da mais importante competição Mundial, a Champions League - não será preciso recordar qual, nem porquê, certo?; os nossos árbitros permanecem eternamente manchados por casos mal resolvidos pela Justiça civil, que impediu que, por uma vez, o futebol Luso mostrasse ao país o caminho da seriedade.
O aumento extraordinário do nível de literacia da população, deveria contribuir para a melhoria deste estado de coisas. Por breves períodos, como os últimos três anos, pode parecer que o estado geral do desporto Rei caminha para melhorias significativas. Apenas para que se perceba, como agora, que tudo não passa de um fugacho e que a rede mafiosa permanece entrincheirada, agarrada qual sarna à pele da estrutura que comanda os destinos futebolísticos. Só alguns, os mesmos de sempre, ganham com isso.
Apesar de todas as reuniões bem intencionadas que se convoquem, é inútil apostar no talento e no mérito para atingir os desígnios a que se propõem os honestos. Mais vale dedicarem-se à pesca. Do cefalópode. Porque o futebol está podre.
A pista é:
ESTA
Divirtam-se meninos.
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Quem não estiver virado para as diferenças, pode assistir ao nosso
workshop "O que é um empurrão", com o formador Desernesto Josefino Anão.
- Oh Fino, Desernesto é um nome estranho, hein?
- Foi o paizinho. Detestava o nome Ernesto. Então, assim que eu nasci, aproveitou para o negar.
- Hã?
- Negou o Ernesto. Fiquei Desernesto. Anão ficou-me do meu tio Rui, com quem partilho a filiação clubística. Por acaso, o meu tio Rui também é Silva, oh Silva. Achengraçade.
Gritam lá do fundo: ... pois,
isso!
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JOGO DO EMPURRA
com Desernesto Josefino Anão, lampião
Então vejamos, a questão que se coloca é: Afinal, o que é um empurrão?
- Oh xôr Fino, e um puxão, o que é?
O amigo, se não se importa, inscreve-se no próximo workshop "O que é um puxão". Hoje, trataremos apenas dojempurrões. Prossigamos.
Apesar de podermos dissertar longamente acerca da questão, talvez possamos simplificar, recorrendo a algum material audiovisual.
Assim, podemos dizer que
ISTO é um empurrão. Aliás, um daqueles que devemos apelidar de violentos e mal intencionados. Não se trata de um vulgar chegapralá. Uso até este exemplo mais extremo, para que tenham noção da gravidade que o ato pode atingir. Oh para os meus pelos do braço, até se eriçam. Estou todo arrepiado, credo.
Mas se, perante ajimagens, ficamos a saber que o empurrão é uma coisa que, de facto, existe e até aleija, não devem restar dúvidas de que o seu contrário é igualmente verdadeiro. A questão passa a ser: Qual o contrário de empurrar?
- É puxar! Poijé, oh Finório?
Já disse que hoje é só empurrões. E para vos mostrar o oposto de empurrar que, ao contrário do que pensam certos iluminados, não é puxar, recorro a
ESTAS IMAGENS.
Ora cá está, como puderam ver, o contrário de empurrar é estar de costas para a coisa supostamente empurrada e atirar-se para cima dela. Digamos que isto é desempurrar, pronto. Negue-se o empurrão.
Portanto, o primeiro é empurrão, o segundo é uma vergonha que não lembra. Entendido? Para empurrar, tem que se estar de frente e usar os braços e essa coisada toda. É muito simples.
- Tipo, pôrlhasmãos no peito e mandá-lo de cangalhas e
ASSIM?
Não! Nesse caso em que está a pensar, não! Definitivamente, não! - Bate o pé no chão e fica muito vermelho. Quer dizer, mais vermelho - É apenas outra vergonha! Percebeu bem? Percebeu?
- Não se enerve, oh Fininho. Isso é de estar de pé tanto tempo. Descem-lhe ojaçucares, credo. Olhe, empurro-lhe uma cadeira e você senta-se um pedacinho, hein? Ou prefere puxá-la?
...
Nota: Desculpem, mas analisar um jogo em que o segundo classificado passa a PRIMEIRO, por via de trucidar o ÚLTIMO, não me assiste. Acho surreal. Foram quatro, podiam ter sido dez. Sem sermos brilhantes. É isto.
O mais relevante da noite de ontem, foi ver uma bancada que já assobiou a equipa quando ela passou para primeiro - oh sim, eu lembro-me! - a festejar efusivamente o mesmo exato feito. E assim é que deve ser! Empurrá-los para as vitórias, puxá-los para cima, nunca o contrário.
Por outro lado, acho tão maijengraçade assistir ao banzé dos borrados...
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