quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Um devaneio medieval a despropósito

- Oh Alarico, encontrei a tua lente de contacto!

A neblina da madrugada vagueia por entre as tendas supostamente brancas, eleva-se e contorna as esparsas fogueiras ainda acesas. Ou já acesas, dependendo do grau de embriaguez dos seus utentes. De longe a longe, um cavalo inquieta-se e enche o acampamento com um relincho angustiado, largando uma bosta no chão enlameado de sangue e mijo, adicionando ao fedor dos corpos dos soldados e das bestas de carga.

A bigorna e o torno do armeiro ecoam continuamente, metal no metal, lâmina sobre lâmina, sem pausa, como se os demónios do Inferno se organizassem em turnos: martelo atrás de martelo, ferro a escorrer derretido na forja, na pele, na carne, no intestino dependurado da pança aberta.

Na Tenda Grande, ponto central da caótica circunferência de farrapos armados, tremeluzem as tochas suspensas sobre a mesa dos mapas. As chamas dançam quando o Segundo em Comando Adjuntenssen entra. Curva a cabeça em reverência, enquanto o Grande Comandante Misteraf lhe faz um sinal com a mão, para que se aproxime, sem nunca tirar os olhos do grande mapa aberto. Os homens olham-se, tocam os ombros, saudando-se, quem sabe despedindo-se, porque todos os dias podem ser o último. O cumprimento é breve, um lacaio enche os copos, das peles sobre as costas do Grande Homem solta-se um enxame de pulgas, uma nuvem de pó, um forte cheiro a podre, quando ele as deixa cair ao chão com um abrir imponente de braços. Não há tempo para subtilezas, só para a guerra, eterna condição, batalha após batalha, ontem e hoje e sempre, que a Paz nunca aproveitou a nenhum povo bárbaro.

...

- Vejamos, o que sabemos destes Germanos dum cabrão? 
- Bom, segundo os batedores, estamos iguais em número... - O Magnífico interrompe, entusiasmado.
- Ótimo, ótimo, isso são excelentes notícias. Vamos empalá-los! - Cerra o punho, em volta do qual se aperta uma pulseira de dentes dos chefes caídos a seus pés. Nenhum merecedor da sua clemência.
- Pois, isso, e as saudades que já temos de empalar... - Sem pensar.
- Hã? - Desconcertado.
- Dizia que são maiores e mais pesados, como que couraçados, assim gigantones, com grandes patachorras e enormes manápulas.
- Ora, levaremos armaduras, a nossa Alma e a nossa Raça! Isso não se mede em centímetros, Adjuntex.
- Tenssen.
- Hã? Isso é o quê, algum artefacto demoníaco dos Germanos? Reduzi-lo-ei a pó, seja o que for. - Passa o braço pelos ombros do outro. - Não temas, Adjuntif, seremos o vento da perdição, correndo selvagens, demolindo todas as infernais máquinas de guerra desses infelizes sob os nossos pés. Iremos descalços, se tiver de ser. - Os olhos faiscam-lhe de convicção, ardor, delírio.
- Se pudéssemos evitar isso do descalço, é que os homens agradeciam, digo eu. De qualquer maneira, os nossos são mais ágeis, mais rápidos no campo de batalha, manejam melhor a espada e o arco... - Interrompido por um murro em cheio nas beiças. A custo, cospe o penúltimo dos seus dentes e limpa o sangue da boca com as costas da mão. Levanta-se, os olhos baixos.
- Mais ágeis? - Berra. - Mais rápidos? - Reberra. - Mas vamos fugir, é? Vamos correr à frente do inimigo? Vamos desviar-nos, é isso que defendes, Adjuntov? - Apenas silêncio. Prossegue. - Pois claro que não vamos! Vamos é esbarrar com eles de frente. E serão eles a cair, pela força da nossa Fé, do nosso Querer, entendes?
- Da nofa Faça, da nofa Auma, fim, fim, então não hafia de entender.
- Credo, não se percebe nada do que tu dizes, rapaz. Nhanhanha o manejo da espada, aiaiai o arco, mas o que é isto? Somos algumas donzelas ocupadas nos seus jogos florais?
- Mas flanquear... - A Estupenda mão levantada é suficiente para o calar. O Grande Comandante fala agora em tom mais baixo, o lábio superior trémulo da emoção e da raiva.
- Não, Adjuntócoiso. Não flanquearemos, não simularemos, não pensaremos sequer. Carregaremos com toda a força dos nossos corações. Levaremos os nossos maiores e mais fortes e encararemos o embate. Olha, vão os Núbios, isso nem se discute, o Azteca também não é nenhum fracote, o Lusitano balofo dá peso e há que não esquecer o pigmeu furioso do Amazonas. Com esse não fazem eles farinha. Depois do primeiro impacto se verá quem resta de pé. Nada de panasquices. Reúne os homens, quero falar-lhes.

...

A pé, ao nível de todos os que se dispõem a morrer, como ele próprio, posta-se diante das filas do seu exército. Sem bandeiras, sem trombetas, um homem simples, de palavras simples, um irmão, um soldado!
- E o xeito que dafa um Xenerau... - Já se calava, o Segundo em Comando. Não tem por que se meter nas falas do Narrador. Depois admira-se de apanhar nas trombas. Silêncio! O Magnífico ergue agora a voz:

- Juntos! Não importa se vivos ou mortos. Sempre juntos! No meu coração há lugar para todos os que entreguem a Vida pela Causa. Só para esses. Só eles serão dignos de se banhar na luz da Eternidade, no mel da Vitória. Vencer é o nosso Destino! - A maralha urra em concordância, erguendo as armas aos Céus. - Aqueles que desejem acompanhar-me em mais uma batalha, aqueles que estão prontos para a Glória, os que apenas deixarão este dia em Vitória ou Morte, dêem um passo em frente.

Sem exceção, os soldados avançam um passo. Um convicto, firme, irrefletido passo. Um sorriso aflora-lhe os lábios, uma lágrima de orgulho contorna-lhe as bochechas. Aqueles os seus, a sua Alma, a Raça, a Atitude, a Força  Bruta. Olha melhor. Acrescenta:
- Hey, tu aí, o Ibero enfezado, lá pra trás, ohfaxabôr. Isto é só pra homens.

Com um sinal de cabeça, indica a Adjuntenssen que o acompanhe, enquanto volta à Tenda Grande e aos mapas da batalha. Os lacaios abrem os alforges de vinho e trazem os grandes caldeirões de comida. Cada homem se refastelará até não poder mais, na esperança de que esta não venha a ser a última refeição.

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terça-feira, 11 de setembro de 2018

A TascaTV entrevista o senhor Presidente da Câmara



Opá, oh Silva, isto era suposto vir cá só para uns canecos. Bebíamos uma garrafinha de 3 Marias fresquinha e tal e pronto, eu ia à minha vidinha e você ficava praí a discutir a bola com ujôtros bêbados. Ficava toda a gente feliz e já escusava eu de ter de botar este pó-de arroz. Isto é para quê, Silva? É só prágente ficar envergonhado na televisão, poijé?

- Na. É por causa do brilho da penca e assim.

Tem mesmo de ser, não é? Eu havia de aprender a ficar caladinho, a mãezinha sempre me disse.

- Isso é que era serviço!

Desculpe, como disse?

- Olhe, já está a dar.

...

- Viva, muito boa noite a quem sabe as moradas fiscais dos munícipes todos. E então, on fire?

- Está tudo bem, obrigadinho. Sempre ao serviço da população de Pedrogão.

- É capaz. Olhe lá, oh Valdemar, então diz que essa história dos fundos de reconstrução foi cá uma cóboiada e pêras. 

- Completamente falso. Não foi reconstruída nenhuma casa que não tivesse sido afetada pelo fogo.

- Nem a do cunhado do presidente de uma junta, o Manel Jaquim? Segundo consta, o único fogo que por lá se viu foi no fogareiro, até pegarem as brasas para uma sardinhada. Sardinha de Peniche, contam-nos.

- E kéjbêr que isso não é fogo. Você aqui deve assar tiras da barriga com um isqueiro. Ou então mete-as no congelador. Isso é que hão de ficar tostadinhas, com o couro todo ele em torresmo, sim senhor. E depois, eu até fui contra o casamento da irmã do senhor presidente de junta com esse trolha. Logo por aí se vê que sou inocente. A sério, Silva, estava um dótôr enrabichadinho por ela e vai a besta e pumbas, com o Manel Jaquim, Deus me valha. Agora, se o fogo impiedoso lhes deu cabo da morada fiscal, não há outro remédio senão libertar o respetivo dólar. Parece-me evidente.

- É tudo inventado, certo?

- Naturalmente. Pode haver um ou outro caso de dúvida, se quisermos ser muito picuinhas. Mas para não me sarnarem mais a moleirinha, já mandei tudo para averiguações. Um assunto que não interessa para nada, arre. 

- Porque só o fez depois de a comunicação social ter levantado a lebre?

- Oh Silva, essa pergunta é tão parva que tinha mesmo que vir de si. Então se não aparece nos jornais e nas televisões, ajassério, não é esta vergonha, como é que a pessoa há de saber? Irra que é burro. Mas para sua informação, até já assinei uma petição e tudo.

- Verdade. Uma petição contra as alegadas fraudes.

- Ai ele é isso? Então não era para acabar com as touradas em Barrancos? Ora foda-se, agora é que você me está a dar uma bela novidade. Eu a pensar que era para proteger os bois e vai-se a ver... Bem, mas o que importa é que está assinada e é de certeza uma bela causa, porque é promovida pelos dissidentes da oposição. Tudo gente de gabarito.

- Oposição atual que o senhor liderou no mandato passado. É curioso que concorra sempre pelo partido que está no poder em Lisboa, não?

- Epá, mas isso tem algum interesse para o caso? Foque-se mazé em coisas importantes, deixe-se de ninharias.

- Por exemplo?

- O apito dourado! - Bate as palmas. - Disso ninguém fala, tudo abafadinho. Frutinha, hein? Cafézinho com leite, hein? Isso não analisam vocês. Agora fogos, ui, vamos já perguntar coisas ao Valdemar. Tragam cá o Valdemar que a gente saca-lhe tudo. E o Pinto da Costa? Esse nunca tem a culpa de nada, poi'não?

- Hã?

- Agora desconverse.

- ... - A babar.

Entra o genérico.

...

- Que tal, Silva? Eu acho que correu muito bem, não lhe parece?

- Estou sem palavras. - Afundado na cadeira.

- Pois claro, sou muitíssimo eloquente. Estou aqui a reparar, você havia era de fazer uma marquise. Uma coisa assim estilo avançado, toda ela em caixilharia de alumínio, com um vidrinho martelado aí até um metro. Olhe que ficava bem catita e tinha esplanada o ano todo. Por acaso, e sorte sua, conheço o sobrinho de um presidente de junta que tem uma serralharia. Posso dar-lhe uma palavrinha.

- Pois, não sei, acho que não. E depois há o dinheiro para a obra, as licenças e essa trapalhada... - Interrompe:

- Estou a ver, seu malandreco. Sempre me saiu cá um vivaço maijómenos, você. - Dá-me uma cotovelada cúmplice.

- Hã?

- Quer que lhe chegue fogo a uma mesinha das de lá de fora, poijé?

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domingo, 9 de setembro de 2018

Crónica futurística: a despromoção do Benfica e o país em 2022

Cruzes, canhoto!

Oito de setembro de 2022. Cumpre-se hoje a 4ª jornada do Campeonato de Portugal e o Benfica joga em Pinhal Novo. São esperados os habituais 500 adeptos organizados, pelo que todo o concelho de Palmela vive um clima mais próximo do estado de guerra do que da festa do futebol. O comércio local está encerrado, as montras entaipadas. Aprenderam rapidamente que o aumento do fluxo de potenciais clientes é insuficiente para pagar o prejuízo dos estragos causados pela inexistente claque dos de Lisboa. As forças de segurança patrulham as ruas e espera-se que no final da operação não se registe nenhuma vítima mortal. Cruzam-se os dedos. O presidente da FPF encolhe os ombros, resignado, perante a acusação de não ter impedido a inscrição, no já distante verão de 2019, do Benfica no Campeonato de Portugal. Estão definitivamente goradas as expetativas quanto ao prometido impacto positivo na competição. Ainda há duas semanas, quando na 2ª jornada foi o Benfica jogar ao campo do Moura, nem os mais de 220 quilómetros que distam entre Lisboa e a pacata cidade alentejana impediram que, uma vez mais, crianças e mulheres fossem agredidas em plena Praça Sacadura Cabral. Isto apesar da expressiva vitória dos encarnados e do regresso de Jonas, sustentado na ausência de controlo anti-doping nos jogos deste escalão.

"O Benfica trará maiores benefícios ao Campeonato de Portugal do que aqueles que o Mónaco empresta ao campeonato francês ou mesmo dos que os clubes de Israel emprestam às competições organizadas pela UEFA", disse na altura o presidente da FPF. Toda a gente o levou a sério, num coro de ganância mal contida. Mas logo na primeira época que o Benfica jogou no campeonato tendencialmente amador, as suspeitas sobre as estranhas arbitragens e os desempenhos de alguns emblemas contra os de Carnide fizeram disparar alarmes. Os estádios cobriram-se de vermelho, como as ruas à passagem dos GOA. A CMTV disparou as audiências, com cobertura em direto e ao minuto dos inúmeros desacatos. É certo que a cotação dos jogadores do Benfica é muito superior à dos seus adversários, algo inatingível na Liga profissional sem a intervenção de Mendes.

A economia portuguesa é que tem sofrido um bocado com este estado de coisas. A cada segunda-feira, mais uma vila ou pequena cidade do interior se vê em processo de reconstrução, enquanto os velhos multiplicam apoplexias nos tascos, debatendo os consecutivos roubos aos clubes das suas terras. O impacto desta situação nos escalões acima já é um caso sociológico: a competição é renhida, mas saudável. Os estádios aumentaram a sua lotação média, porque as famílias passaram a gostar de apoiar os clubes do lugar; as televisões passaram a transmitir nas suas noites uma programação variada, na qual o futebol continua a ocupar lugar privilegiado, mas agora sem os palhaços amestrados de outros tempos. A imprensa adaptou-se: os jornais "A Bola" e "Record", dedicam as suas primeiras páginas ao emocionante campeonato nacional de sub-23, ao passo que "O Jogo" publica fascículos especiais acerca da vida e obra de Otávio e Sérgio Oliveira, para ocupar as páginas antes dedicadas ao clube da Luz. A águia Vitória foi libertada do seu cativeiro e consta que já contribuiu com duas ninhadas para a perpetuação da espécie. Hoje, no Seixal, joga o filho da Madonna e a estrela da pop é visita assídua dos relvados da Academia, onde desponta uma geração que, espera-se, terá aprendido que não vale tudo para ganhar. Muito mais do que um clube, o Benfica foi um cancro social. Incha.

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De nada, Leonor.

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sábado, 1 de setembro de 2018

hiperligação | 92º shooter: opus XII - fuck it!



¬ Pai, vais ao Dragão, não vais?
¬ vou, Pi.
¬ eu acho que o FC Porto, desta vez, não vai ganhar. o adversário é muito forte. acho até que vai perder. acho até que vai perder o jogo! – reforçou convictamente no alto dos seus seis anitos (quase sete) e de quem nunca tinha ouvido falar do Vitória SC, até àquela Sexta-feira à noite, no seguimento de uma notícia sobre a partida de ontem, no Dragão.

a garganta secou. fiquei gélido. as palmas das mãos incompreensivelmente começaram a suar. o coração passou a bater descompassadamente. e, como é óbvio nestas situações, neguei tal possibilidade. mas, desde aquele momento, desde aquele veredicto, que efectivamente aconteceu (porque há mais quem a tenha ouvido e possa aferir da sua veracidade), desde aquela sentença que ficou cravada no meu ser, não mais a esqueci. e foi ela que dissipou a Alegria que, até então, tinha por (finalmente!) ir regressar a casa, num jogo oficial do clube do nosso coração.

não sou muito dado a superstições mas, por exemplo, gosto sempre de entrar com o pé direito. e, sim!, tenho o meu cachecol da Sorte – entre outras igualmente tolas e que V. Exas. considerarão fruto de um qualquer devaneio meu, porque nenhum adepto se comporta dessa forma em dias de jogo. assim e pelo exposto (que ainda não esqueci), até a “simples” escolha da pele que deveria vestir revelou-se uma tarefa hercúlea. quando soube que ia ao nosso teatro de sonhos azuis-e-brancos e que a nossa equipa de ciclismo iria ser devidamente homenageada pelos seus feitos na última Volta a Portugal, ponderei levar o terceiro equipamento da época 2016/2016, com o cachecol dobrado a azul e a amarelo a fazer ‘pendant’. contudo, aquele juízo final veio alterar t-u-d-o. e, no momento da escolha e mesmo em cima da hora para sair de casa com a devida antecedência que um jogo de casa cheia impõe, hesitei:
¬ talvez seja melhor levar o da constelação [daquela mesma época]. ou o habitual. mas quero que o primeiro jogo seja especial, porra! ir sempre com a mesma pele… carago para isto! FUCK IT! vou ‘mazé’ levar o amarelo que foi o que decidi primeiro!

e assim foi. e assim aconteceu. e assim se pode explicar, em parte, o descalabro do passado Domingo, já devidamente dissecado por quem de direito – na Bluegosfera, inclusive a twitteira e a dos Cavanis – mas cujo resultado final ainda me custa a digerir e ainda me causa perturbações no sono.
obviamente que não estou a assacar quaisquer responsabilidades pela nossa derrota ao prognóstico certeiro do meu pikachu – era o mais que faltava! nesta estória e como a Fama já vem de longe, tal como o Constantino, o «pé frio» sou eu e mais ninguém. acima de tudo, não deveria ter vacilado àquele ponto de não saber que pele levar vestida. isso é que é algo inadmissível!
[também conviria à Equipa jogar um pouco mais do que fez e não desperdiçar, pela segunda vez consecutiva, uma vantagem de dois golos face a um adversário que já se sabia que “viria com tudo” porque nada teria a perder, somente a ganhar – nem que fosse um empate… mas isso, agora, não interessa para nhaga, porque são contas de um rosário que já não vale para este totobola.]


em suma:
Domingo lá estarei, no nosso teatro de sonhos azuis-e-brancos, se Deus quiser (e a esposa deixar – porque, à data e hora destas linhas, ainda não sabe de nada).
e o “manto sagrado” já está escolhido e será o tradicional. porque há “peles” que convém não mexer muito, para não azarar…

post scriptum:
prosa que começou a ser redigida ao início da tarde de Domingo (26-08) e só conseguiu ser concluída às 19h de Quarta-feira (29-08), tamanha é a dificuldade em digerir um resultado onde foram quebrados vários recordes.

“disse!“

Miguel Lima | 92º minuto


(este espaço é sempre escrito de acordo com a antiga ortografia. limices.)