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sexta-feira, 3 de abril de 2020

A Mesa do Canto: O som do silêncio (notas do correspondente em Madrid)





Nota-se logo que estamos à beira da Páscoa. Um tipo não pode abrir o postigo para aviar umas bifanas em take-away que aparece logo um espanhol. Chiça, oh homem, fale de longe que vocês se perdigotam bastante, coño. Olhe, ainda melhor, pegue lá esta resma de papel e escreva aí o que quer que eu depois recolho. Grandes saludos e tudo e tudo.

E ele escreveu.

...

Conseguem ouvir? É o silêncio, o bendito silêncio.

De todos os dramas e tragédias sai sempre algo positivo. silver lining, dizem lá para terras americanas. Nestas últimas semanas, para os que gostam da bola quase tanto como gostam de liberdade, o triunfo tem sido o silêncio. Já não se ouvem aqueles intermináveis zumbidos catatónicos de painelistas e opinion makers, em horas e horas de tertúlias e shows televisivos dedicados ao futebol. As contas dedicadas a espalhar ódios, mentiras e polémicas, a soldo dos clubes ou de interesses turvos, estão caladas. Os ultras, dedicados a perseguir os companheiros de clube que não pensam como eles são agora tumbas. E diz que o Manafá está a ver vídeos do Beckham para melhorar os centros. Pelo menos a bola já não anda a partir as janelas dos vizinhos. 

Na cultura de mediocridade criou-se a sensação que esta gentinha sem escrúpulos, que funciona como sangue-sugas, é parte do jogo, parte fundamental. Eles gostam de acreditar nisso e a muitos têm deveras enganado. Mas os que temos saudades de ver a bola rolar, os que andam a ver jogos antigos, a jogar jogos virtuais e a sonhar com tocar ou ver mexer o esférico, finalmente perceberam que esse esterco não tem lugar no futebol. Que sem eles tudo é mais saudável. Porque tudo isto tem mostrado que nós, os adeptos, os que não lucramos nada com isto do jogo e que até perdemos dinheiro, paciência, anos de vida ou cabelo à custa do stress que ganhamos quando a bola chega aos pés daquele lateral que não sabe centrar, temos descoberto neste vazio que somos quase todos iguais e que é muito mais aquilo que nos une, como adeptos, do que aquilo que nos separa. Ao invés do que uma cultura de ódio sempre quis fazer crer.

Ao contrário do dono desta tasca, sábio a gerir o seu tempo livre, eu perdi muito do meu a ver jogos. O FC Porto é o meu clube desde que tenho memória e, só ao vivo, devo ter visto mais de duzentos jogos, para não falar nos televisionados mas, realmente, essa percentagem é pequena se comparar com os milhares de jogos que vi desde tempos imemoriais até há três semanas atrás. E sabem o que me chama sempre a atenção? Que somos todos iguais. Somos, os adeptos. Ouvimos no estádio cânticos que a claque copia de italianos dos anos 90 (vejam um Fiorentina vs Lazio de 98 e vão entender), todos achamos que nós somos o clube da mística, da raça, de fazer as coisas bem, todos nos sentimos especiais ao abraçar um emblema, umas cores. Todos repetimos o mesmo discurso, porque todos estamos apaixonados e a minha mulher é a mais bonita do mundo e de certeza que é mais do que a tua (que não deixa de ter umas boas coxas, atenção) e fazemos isso desde a crença, desde a positividade. Encontramos, ou encontraram por nós, slogans em que acreditamos a pés juntos, mas repetimos todos o mesmo padrão de comportamentos dentro e fora do estádio. 

Os roubos são sempre CONTRA nós, os árbitros são sempre comprados pelos OUTROS, os meus jogadores são os melhores e quando são maus são os piores. Como assim o teu lateral direito é pior do que o meu? Todos tivemos ídolos que foram os maiores, decepções que foram as piores, transferências recordes porque nós é que valemos ou negócios que falharam, porque nós é que sabemos negociar. A frase é sempre a mesma, muda a cor e nada mais. 

Sentem-se a ver tranquilamente um jogo ao lado de alguém de um clube rival e vejam como são vocês, a cruzar o espelho como a catraia. Não há rivalidade sem futebol e futebol sem rivalidade. É saudável e alimenta a alma. mas vejam The English Game e entendam que até no início havia rivalidade. Mas também união. Há países onde isso se perdeu, outros onde nem tanto, mas essa é a realidade e para interesses próprios foi substituída pela cultura do ódio. 

Há uma diferença. Eu posso sentir rivalidade com um clube, querer que perca para que o meu ganhe (ou para que perca, simplesmente) mas isso não significa que os odeie ou que sofra se cumprirem os seus sonhos. Há que amar e empatizar com o próximo (namasté). Mas esse ruído sujo e lamacento que agora, curiosamente, não se ouve, tem-vos dito que aquele presidente é um malandro, que aquele treinador é uma besta, que aqueles adeptos são TODOS – sejam 5 ou 5 milhoes – uns animais e que tens de carregar no botão do ódio e ir vomitar para as redes ou para as bancadas esse peso. E não tem que ser assim. Estas semanas demonstram-no bem. Tenho visto, admirado e invejado, no bom sentido, como existe em outros clubes que não o meu uma bonita cultura de clube, gente com projetos bem estruturados, independentes, dos adeptos, que estão a matar este imenso tempo livre com amor ao clube. Não a vomitar ódio ou dissidência, mas a criar comunidade, seja entre os seus, seja entre os que gostam de bola. E é bonito, seja qual for o clube de cada um. 

Mas depois faço introspeção e olho para casa. E vejo quase só silêncio. O mesmo silêncio do início, desse esterco ambulante que contaminou o ambiente durante anos e que não existe se não há ódio, confrontação e luta. E penso nas contas de redes sociais caladinhas e quase todas são da minha cor. E vejo que noutros clubes há muita gente que polemiza que agora se está a dedicar a falar do jogo, da comunidade e olho para o mundo azul e branco e vejo pouco e ouço pouco. Não há praticamente projetos que façam clube, comunidade entre os meus. Não há quem recupere a história para que ninguém esqueça que sempre fomos um clube maravilhoso, mesmo antes de 1978. Não vejo canais de YouTube ativos, raramente há podcasts que debatam o clube e a quantidade de contas tão ativas a denunciar polvos e padres e dramas, andam caladas quando podiam estar a falar do Hernâni, do Bibota ou do Alenitchev. E chego à conclusão de que se calhar há clubes que nunca perderam a noção de quem eram e outros que abraçaram tanto a cultura do ódio, do confronto e da luta que em tempos de paz não sabem atuar. 

Foi-lhes dito que só se olha para o presente e para a frente e muitos idolos saíram sem o seu merecido aplauso. Apagou-se uma enorme parte da historia do clube porque não encaixava na narrativa da neolíngua e agora as pessoas esqueceram. A mordaça que rodeia grande parte do clube atontou os adeptos que são incapazes de se organizar e mexer, sem que tenham de passar pelo filtro de nós contra todos. É comê-los, carago! E tudo isso importado de outros lados porque aqui ninguém inventou nada. 

Numa época em que todos estamos a perceber que valemos uma merda, que a nossa vida e a dos nossos pode voar sem se dar por isso, é ainda mais doloroso lembrar que quando se marca um golo no Dragão ainda há quem se lembre primeiro de um rival e depois de si próprio. Se esta crise humana brutal nos está a ensinar algo, é a colocar tudo no seu devido sitio e o ódio e a falta de empatia e amor deviam ficar definitivamente à porta, sobretudo de um estádio de futebol. Mas, se calhar, é por estar rodeado de pessoas a morrer e não a tomar um café na marginal de Gaia que me dá para pensar nestas coisas. Se calhar. Bota lá mais uma que nesta tasca até o silêncio é diferente.



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segunda-feira, 27 de agosto de 2018

A Mesa do Canto: O seu a seu dono, contra a discriminação (com O Fafe do AB6)





Um gajo quando é apanhado tem sempre múltiplas hipóteses de lidar com a situação. Pode sempre optar pelo mui batido "epááááá, 'tava a brincar, era uma piada, atão não se via logo, parece que não me conheces"; simular um ataque cardíaco e deixar quem o desmascarou cheio de remorsos, ainda por cima; e mais uma infinita miríade de possibilidades que seria fastidioso aqui enumerar, pelo que saltemos já para a minha favorita que é "Eu não tenho a culpa!" Hã?

Claro que depois há os tipos geniais. Por exemplo, o xôr Louis CK que à conta de ser tantas vezes apanhado a puxar lustro ao golfinho, achou melhor transformar isso numa série de piadas antológicas e ser um dos melhores comediantes do seu tempo.

Isto a propósito de me ter posto aqui há atrasado a louvar o camurso do Évora - fulano de quem tenho um centímetro bem medido de inveja, no máximo!! - pela sua vitória no Campeonato da Europa. Pumbas, nem bem tinha acabado de dizer a boçalidade, já a um até então pacato freguês desta casa de pasto lhe saltava a tampa. Com toda a razão, diga-se.

Agarrado assim desprevenido, com as calças na mão como o bom do Louis, não tive sequer presença de espírito para um "aaaahhhhh, não, não era bem isso que eu estava a dizer, era mais uma graçola, vá, aiiii que parece que sinto uma picada aqui no peito que estou a ficar todo apanhadinho duma perna, para além de que não tenho culpa nenhuma." Nada, nem piei. Limitei-me a sentir as bochechas a ficarem muito vermelhuscas, a baixar os olhos e a pensar ora fuoda-se, que ganda calinada, credo! 

Como não há ninguém melhor do que quem sabe para corrigir um erro, hoje senta-se na Mesa do Canto, com direito a garrafa especial e tudo, o O Fafe do AB6, que fez o favor de aceitar o meu pedido para esclarecer quem é O Melhor Atleta da História de Portugal. Até hoje, uma vez que eu ainda não decidi se enveredo ou não pelo desporto profissional. Depois aviso.

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É inacreditável e indesculpável como o País político, o País mediático e o FC Porto nunca reconheceram, devidamente – com a justiça e mérito inatacáveis – o invejável e inigualável currículo desportivo de FERNANDA RIBEIRO, que é, sem sombra de dúvida, o maior “monstro” do desporto português e que não tem qualquer paralelo na história lusitana.

Ela é O maior atleta português de todos os tempos e de todos os desportos.

Porquê, a ela, nunca foi dada a devida fama nem atribuído o devido proveito?

É a rosinha da foz, “menina do regime” e ”menina do polvo vermelho” – não porque tenha sido – ou não – sua atleta, mas porque a este sempre interessa diminuir e rebaixar tudo o que possa engrandecer o nome do FC Porto – que goza da fama e do proveito, convidada para todas as cerimónias desportivas e público-políticas e cantada como referência da juventude, com direito a substituir, com seu nome, o quase septuagenário Palácio Cristal.

Não interessa saber se a “ rosinha, menina do regime” é portista pelo coração, ou não. É um “carisma” pré-fabricado, levado pela “onda” do regime e usurpado pelos nossos raivosos detractores, que não suportam a aura vitoriosa da família “azul-e-branca”.

São assim, no meu país, as mordomias e os “altares públicos” para os “meninos do regime” e para os anti FC Porto. O “polvo vermelho” é muito mais do que abrangente, é o poder absoluto corruptor – se moral ou material, compete às respectivas instâncias determinar – em todas as áreas desportivas e políticas.

A “menina do regime” nunca passou de uma mediana atleta de pista, quase sempre superiorizada pela nossa Aurora Cunha, nas provas de 10000, 5000, 10 kms Estrada e Corta-mato.

A “rosinha, menina do regime” apenas foi grande na Maratona, quando a Maratona ainda não era uma prova para especialistas, mas apenas para os reformados da pista.

Para quem tem memória curta ou “fingido alzheimer” – com muito respeito pelos verdadeiros doentes – a seguir relembro o palmarés da enormíssima Fernanda Ribeiro. Leiam e interpretem com atenção, pois, até, muitos portistas há que não têm em devida conta a magnificência do seu sucesso global:

MEDALHAS de OURO

Jogos Olímpicos 1996 (10000 mts) - Atlanta
Campeonato do Mundo 1995 (10000 mts) - Gotemburgo
Campeonato da Europa 1994 (10000 mts) - Helsínquia
Europeus de Pista Coberta 1994 (3000 mts) - Paris
Europeus de Pista Coberta 1996 (3000 mts) - Estocolmo
Europeus de Juniores 1987 (3000 mts) - Birmingham
Campeonatos Ibero-americanos 2000 (5000 mts) - Rio de Janeiro
Campeonatos Ibero-americanos 2004 (5000 mts) - Huelva

RECORDE OLÍMPICO

1996 - 10000 mts em 31:01.63 - Atlanta

MEDALHAS de PRATA

Campeonato do Mundo 1995 (5000 mts) - Gotemburgo
Campeonato do Mundo 1997 (10000 mts) - Atenas
Campeonato da Europa 1998 (10000 mts) - Budapeste
Europeus de Pista Coberta 1998 (3000 mts) - Valência
Mundiais de Juniores 1988 (3000 mts) - Sudbury

MEDALHAS de BRONZE

Jogos Olímpicos 2000 (10000 mts) - Sydney
Campeonato do Mundo 1997 (5000 mts) - Atenas
Europeus de Pista Coberta 1997 (3000 mts) - Paris
Campeonatos Ibero-americanos 1990 -) 3000 metros - Manaus

CAMPEONATOS de PORTUGAL

5 x Campeã Nacional 1500 mts (1989, 1990, 1995, 1998, 1999)
4 x Campeã Nacional 5000 mts (2000, 2002, 2004)
3 x Campeã Nacional 10000 mts (1992, 1996, 2008)
Campeã Nacional Maratona (2009)
Campeã Nacional Corta-mato (2003)

Note-se que nos Mundiais de Gotemburgo, em 1995, conquistou as medalhas de Prata e Ouro, nos 5000 e 10000 mts, respectivamente e que, nos Mundiais de Atenas,em 1997, conquistou as medalhas de Bronze e Prata, nos 5000 e 10000 mts, respectivamente.

Fernanda Ribeiro foi medalhada com Ouro, Prata e Bronze, em Jogos Olímpicos, Mundiais, Europeus e Europeus de Pinta Coberta, em 3 disciplinas diferentes: 10000, 5000 e 3000 metros.

O MAIOR ATLETA PORTUGUÊS de TODOS os TEMPOS e de TODAS AS MODALIDADES.

O seu invejável e inigualável currículo desportivo nunca deveria permitir que a “rosinha, menina do regime” e outros “meninos do regime, que tais”, lhe usurpassem o mais alto “trono público” e os correspondentes proveitos, que são seus por direito e por grande mérito.

Enquanto atleta da universalidade lusitana, sem dúvida que Fernanda Ribeiro deveria ser sempre a embaixatriz oficial em toda e qualquer cerimónia desportiva e em qualquer cerimónia público-política-desportiva – ela é o maior ícone da vitória, em representação da esfera-armilar e das quinas.

Enquanto portista e expoente máximo em representação do emblema azul-e-branco, merece uma festa azul-e-branca universal e, não uma estátua, não uma estrela no passeio da fama, mas um grande mural em azulejo, junto ao símbolo do Dragão, no nosso estádio, com a Fernanda Ribeiro a cortar a meta em Atlanta, ladeado por placas em latão com a totalidade do seu currículo desportivo.


Por O Fafe do AB6 | @O_Fafe_do_AB6
Este Fafe opta por escrever na ortografia antiga,. Fafeiro!

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terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

A Mesa do Canto: 4 those about to amamentate the Tributary Authority... (Com Famel_ZundAPP)



Determinei de mim para comigo um tempo limite para encontrar uma resposta decente ao Grande Mistério da Humanidade que aqui tinha deixado ontem. Já se sabe que os Grandes Mistérios são melhores de um dia para o outro, parece que apuram. Pensei que horita e meia me bastaria. Como não estava a correr assim tão bem, decidi dar-me mais uns 4 minutinhos. A verdade é que 96 minutos depois, ainda não tinha percebido porque é que andam os motards em protesto.

Aos 99 minutos, entra pela porta um tipo em tronco nu e capacete. Opá, é que nem de propósito, assunto arrumado! Tinha que ser lagarto...

- Olha lá pá, mas o que andas tu a fazer nesse preparo? - Enquanto lhe espeto um bagaço à frente.

- A ensacar bacalhau demolhado para congelar, está claro. - Um trago, fundo do copo contra o balcão.

- Pois, pergunta parva. - Reviro os olhos. - Porque raio é que vocês, os motomobilizados, são contra inspeções periódicas aos vossos ruidosos veículos? - Outro bagaço, outro trago.

Roda o banco do balcão, tira o capacete e sobe para cima da mesa do canto. Ninguém esperava menos. Os velhos viram-se instantaneamente para ele, já de sorriso a meia haste. 


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Olá, amamentadores da Autoridade Tributária.

Ora bem.. pediram-me uma opinião sobre isto e eu vou dar. Já dizia o Herman José que as “opiniões são comos as vaginas. Quem tem uma, dá-a se quiser”. Eu, como sou uma puta sem emenda, dou-a toda.
Quando me pediram opinião sobre esta coisa das Inspeções Periódicas Obrigatórias nas motas, partiram logo de princípio que eu seria contra porque sou motard, motoqueiro, moto-rato, moto-etc. Errado! Sou a favor. Calma!! Passo a explicar, antes de me arremessarem fezes ou pedras!

Ando de mota há 20 anos. Não andei sempre na mesma, mas andei sempre nas que têm duas rodas. As que têm 4, para mim, não são motas. Não sei se isso chega para ser motard. Se calhar não, se calhar sim. Achem o que quiserem porque estão num país que se diz livre e o achar ainda é grátis. Sou a favor porque, além de ser motociclista, também sou ciclista, automobilista e outros istas. Só não sou é fascista.
Feito o enquadramento extenso e não quadrado, elenco agora os principais motivos que me levam a ser a favor das IPO nas motas:
  • Nestes 20 anos a andar de mota, perdi amigos que morreram a cavalo em motas mais leves que a Carolina Patrocínio e mais potentes que peidos do Manuel Serrão. A falta de fiscalização sempre permitiu esta merda. Motas tipo pífaros com a velocidade de mísseis Norte-Coreanos. Se as IPO resolverem este caos de potência/peso/lógica, sou a favor;
  • Não gosto de tunning e azeite martelado. Obviamente, nas motas também não gosto dele. Existem motas que têm tantos piscas e outros acessórios ESSENCIAIS para a segurança do motard e dos outros, como o Passos Coelho tem jeito para a política. Ou seja, zero. Se as IPO resolverem esta merda, sou a favor;
  • Como não gosto de música de Tony Carreira e da Ana Malhoa, também não gosto de ouvir motas que andam como um caracol, mas fazem mais barulho que uma betoneira dentro duma cabine telefónica. Gosto de dormir descansado e a poluição sonora é algo que não me assiste. Se as IPO resolverem esta merda, sou a favor;
  • Matrículas do tamanho dos colhões do Cavaco Silva. Ou seja, minúsculas. Percebo que é fodido andar com uma matrícula com o tamanho dum outdoor do Isaltino Morais atrás. Dá cabo da beleza das motas e coiso e tal. Mas há o outro lado. Imaginem que a vossa filha, pequena e inocente - sim, gosto de apelar ao coração com exemplos à Pedro Chagas Freitas - atravessa a passadeira e vem um gajo de mota e lhe acerta. Se ele não tiver uma matrícula visível e fugir, as testemunhas (se as houver), agarram-se ao pau e dizem só a cor da mota. Relato este exemplo pois sei dum episódio semelhante que deu merda a sério. Se as IPO resolverem isto, sou a favor;
Pronto, é esta a minha opinião. Vale o que vale. Ou seja, zero! Podem não concordar com ela e acusarem-me de não ser uma verdadeiro motard, porque não estou contra as IPO porque sim. Estimo que se fodam, assim como vocês estimam que eu me foda. Assim, a existência humana acaba por ser bonita. Digo sempre o que acho pois não alinho em manadas. Peço desculpa por isso.

Agora, adeus. Vou fazer uma panela de canja. Estou com uma gripe do caralho e a tossir mais alto que uma DT 50cc com escape de rendimento da Fuego!

Um abraço.


Famel_ZundAPP | @Famel_Zundapp


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Saltou da mesa, pôs o capacete enquanto espirrava e saiu. Cabrão, não pagou os bagaços!

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sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

A Mesa do Canto: 2 Oli or not 2 Oli (com Bala Dragão)


O melhor que a pessoa pode fazer é nada. Pensem nisso. Sempre que nos pomos a fazer coisas, corremos um sério risco de fazer merda, de dizer disparate, de pensar mal, de verbalizar errado. Tirando a queca - âmbito em que cada um deve valer-se a si próprio - o melhor é um indivíduo rodear-se de especialistas e, sempre que tiver uma dúvida, olha para os tipos e pergunta:

- Olha lá pá, tu que sabes/trabalhas/te interessas tanto de/com/por (riscar o que não interessa) ________ (preencher ao gosto do freguês), diz-me cá uma coisinha...

E pronto, fica tudo esclarecido e apontado e explicado e anotado. Com a vantagem adicional de, caso seja uma bela treta, a culpa ser do outro. Lá recorre o espertalhão a uma frase feita:

- Pá, só te vendi o peixe que venderam a mim.

Foi por isso que decidi abrir uma Tasca. Já vos disse em ocasiões anteriores que aqui há sempre alguém que tem a resposta. Ainda por cima, por norma, estão perdidos de bêbados, o que dá um colorido muito próprio à coisa. Sendo que facilita a desculpa perfeita:

- Não me lembro nada disso. Devia estar bêbado.

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Olha, nem de propósito. Está ali na mesa do canto um gajo que se diverte a compilar números. Ele há tolos para tudo, Deus me valha.

Até dá jeito conhecer esta estirpe de doido varrido, porque já se evita de andar a dizer balelas por achómetro. Vai-se e arranjam-se uns números que sustentem o disparate que se arrotou. Caso não se encontrem, pois ignoram-se com muita força as tais das estatísticas, camufladas no eterno:

- Oh, isso as estatísticas, já se sabe, pfff ... - Gesto de desprezo com a mão. - Servem para tudo e o seu contrário.

Bora lá mazé falar com o moço, que temos todos uma coisinha para tirar a limpo.

- Atão menino, tass?

- Olhó... - Interrompido.

- Deixa-te de merdas que não tenho tempo para letra. Olha lá pá, tu que te interessas tanto por números, diz-me cá uma coisinha: porque raio é que o Oliver foi corrido da equipa?

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Esta análise é baseada apenas em jogos do Campeonato. Não foi feita análise a jogos das Taças – Oliver é quase totalista em ambas – nem da Liga dos Campeões, onde apenas jogou 45 minutos contra o Besiktas. Foi aliás nessa derrota por 1-3 que Oliver deixou de ser titular, à exceção das referidas taças.

Sendo assim, analisei e comparei dados dos jogos em que foi titular (5 primeiros jogos do campeonato) e os restantes em que esteve no banco/bancada (8).

Saliento que isto serve apenas como uma comparação e não será 100% fiável retirar qualquer tipo de conclusão.

Foram recolhidos dados sobre os seguintes itens:

- Passes e Eficiência de Passe
- Bolas na Área Adversária
- Remates Vs Remates Enquadrados vs Golos
- Oportunidades Flagrantes
- Bolas na Área do FC Porto
- Bolas na Área vs Oportunidades Flagrantes dos Adversários vs Golos

Passe e Eficiência de Passe

Neste item, os números mostram que com Oliver, a equipa efetuou uma média de 479 passes por jogo, contra 429,8 sem Oliver.

Curiosidade: Com Oliver a equipa faz mais de meio passe a mais por jogo e por minuto (0,55), em comparação com a equipa sem Oliver.

Posse de Bola

Aqui os números também não deixam dúvidas. Com Oliver, o FC Porto teve uma média de 61,6% de posse, contra 54,5% sem o jogador.



Bolas na Área Adversária

Uma média de 43 bolas por jogo, é o número que a equipa apresenta com Oliver, contra 35,4 sem Oliver.

Remates vs Remates Enquadrados vs Eficácia Finalização

Nos jogos em que Oliver foi titular, a equipa conseguiu uma melhor média de remates por jogo (19,8 vs 16,5), mas acertou menos na baliza (6,6 vs 6,9). Porém, nos remates enquadrados, tivemos melhor finalização com Oliver (36,4% vs 34,5%).

Curiosidade:  a equipa, nos primeiros jogos da época, rematou mais, acertou menos na baliza mas foi mais certeira.

Oportunidades Flagrantes vs Golos

Aqui aparece o segundo item em que a equipa esteve pior com Oliver, apesar da média de golos ser igual. Isto choca com o dado anterior. O FC Porto criou menos oportunidades com Oliver (3,8 vs 4,5) mas devido à melhor pontaria, obteve uma média de golos igual: 2,4 por jogo.



Bolas na Área vs Oportunidades Flagrantes dos Adversários vs Golos

Na parte defensiva da questão, os números mais uma vez estão ao lado de Oliver. Com ele em campo, os adversários tiveram menos Bolas na nossa área (21,8 vs 24,6), menos oportunidades flagrantes de golo (0,4 vs 1,0) e menos golos (0 vs 0,6).



Conclusão

Nos 11 itens analisados e comparados, podemos ver que a equipa com Oliver ganha em 9 deles. Perde apenas em oportunidades de golo e nos remates que acertam na baliza.

Oliver não remata muito, é certo, mas a equipa teve uma melhor eficácia na finalização.

Precisamos de um jogador que segure a bola e passe bem? Já temos. Precisamos de um jogador com mais critério a temporizar e a soltar? Já temos.

Continuo com a minha ideia que num meio campo a 2, o Herrera consegue equilibrar mais a equipa. Mas num meio campo a 3…é Oliver e mais dois!

Por Bala Dragão | Bai à Linha e Cruza

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Foi ele que disse, não fui eu! Eu não tenho a culpa.

O Bala traz uma abordagem que faltava na bluegosfera, daí que passe a figurar na lista de Bons Vinhos e Petiscos. Para além disso, foi um xuxu e dispensou do seu precioso tempo para vos brindar com a análise acima. A vocês, sua cambada de inúteis alcoolizados. Abençoados.

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Sobre a bola de ontem, reservo-me para o A Culpa é do Cavani que gravaremos amanhã. Talvez. 

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Soundtrack to Mr. Bala: Heart of a Dragon

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

A Mesa do Canto: O homem charmoso - definição (por Gabriela Maia)



NOTA INTRODUTÓRIA

Ano e meio após me ter sido solicitado pelo meu mais-que-tudo (e muitas referências ao quanto eu desconsiderei o pedido), aqui vai um pikeno textinho de minha autoria.

O tema foi-me dado, mas acho que, embora abordado, não era bem isto que o Silva pretendia.
Oh well, life sucks! Tu não mandas em mim e eu sou uma gaja imprevisível!


PREÂMBULO

Enquanto na prática e no mundo real e concreto seja um facto largamente comprovado que os anos passam, o mesmo nem sempre é certo dentro das nossas belas cabecinhas.

A mais nova, por exemplo. Sabemos que cresceu. E sabemos porque a roupa de outros anos vai deixando de servir em comprimento e, em zonas especificas e localizadas, em largura também. Porque chega a casa e se enfia no quarto e só sai para comer, fazer a higiene pessoal e lavar a (pouca) louça (sob veementes protestos, TODOS OS DIAS e uma ou outra tentativa de greve de fome). Porque já não corre desenfreada e aos gritos nos espaços públicos, como uma criança que viva habitualmente encarcerada. Porque (GRAÇAS A DEUS) já não faz birras 328 vezes ao dia… agora só amua 233 e reclama de tudo, na generalidade, 981.

Mas depois chegam aqueles 15/20 minutos que sucedem o jantar (TODOS OS DIAS! E eu cá tenho a teoria que é uma mera estratégia para adiar a lavagem da louça, à espera que alguém se esqueça ou que a mesma se lave sozinha.) e é o descalabro! Recuamos 10 anos no tempo e de repente a menina tem outra vez 4 anos. Não satisfeita, o avozinho desencarna nela, qual morada aberta, e lá vem o Acácio (Uláááá!) infernizar-nos aqueles momentos em que, iniciada a digestão e possuídos pela preguiça, o que nos apetece mesmo é estender as perninhas na cama, com o computador por cima e regalar-nos a ver episódios de séries várias, literalmente até à exaustão. E dormir. Mas não!

Nem vou estender-me com os pormenores, porque este não é o tema do post. Posso só dizer que com tantos gritos e barulhos diversos, os vizinhos devem pensar que a menina é vítima de graves atentados à integridade física; vulgo, violência doméstica. Nem sei como nunca fomos visitados pela Segurança Social… mas vai-se a ver, estará para breve. Adiante.

Num destes dias, a propósito dum jantar de consoada de S. Martinho (que, como tão poucas pessoas conhecem esta antiquíssima tradição, eu começo a desconfiar que é uma invenção da minha mãe para nos por a comer bacalhau com batatas e couves, castanhas e bolo rei, fora da época Natalícia), a conversa derivou para a política e a miúda aborreceu-se. Ora, sendo horas do Avô Acácio nos fazer a habitual visita e estando o senhor à vontade, visto que aquela fora mesmo a casa dele, lá desceu sobre a rapariga e, a partir daí… não sei como se desenvolveu a conversa da política. Mas também, duvido bastante do interesse dos temas em debate. No harm done.

Na ausência de uma cama, de um computador e da ameaça de uma “noite sem tecnologia”, demos por nós agarradas ao telemóvel, a fotografar pormenores do rosto, de preferência passivos de provocar náuseas e repugnância. Sim, tínhamos acabado de jantar e não teria piada de outra forma!

Ele foi o interior das narinas… acreditem, não é bonito ver em pormenor esta parte da anatomia de alguém que até anda meio constipado. Não é não! (Devo acrescentar que os telemóveis, hoje em dia, estão dotados de potentes câmaras, com uma resolução extraordinária. Para o bem e para o mal.)
Ele foi uma borbulha (vulgo espinha) pubescente…

Ele foi um olho com a particularidade de ter um sinal na íris… Hã?


AO QUE INTERESSA

E pronto, todo este preâmbulo foi para nos trazer a este momento específico. Era dispensável? Era. Podia ter sido MUITO mais breve? Podia. Mas eu tinha esta dívida e estou a pagar com juros (e com sorte, para a próxima, pensam duas vezes…).

Àqueles que ainda estão connosco e ainda guardam uma réstia de esperança que a coisa se componha, agradeço a paciência, mas aviso já que isto não vai melhorar!

(Aguardemos então uns momentos para que os desistentes possam ir à sua vida, fazer coisas interessantes, enquanto choram pelo tempo perdido que não recuperarão nunca mais.
Ok, parece que se foram. Vamos então…
Ups, aquele senhor pensou melhor e também vai.
Sim, agora estamos em condições de continuar, nós os dois – eu e tu, babe!
...

Ficámos, então, num close up de um olho que diz que é meu. Diz que é, porque eu ainda tenho as minhas dúvidas! E porque é que tenho dúvidas? Porque lhe vislumbrei umas pequenas riscas em redor (vulgo pés de galinha - porque rugas não serão certamente! Ai o caraças!), que não se coadunam nada com a frescura destes meus 18 ou 20 e poucos (mais 1 ou 2) anos! Shit! Queres ver que afinal não tenho 35 anos?! Merda de câmaras potentes com resolução extraordinária!

E esta estranha descoberta desencadeou uma crise existencial que me levou numa viagem de profunda introspeção, em que me coloquei as célebres questões básicas que assombram todos os seres humanos: Quem sou eu? De onde venho? Para onde vou? Qual o significado da vida? O Benfica ainda tem hipóteses de ser campeão?... (Quêêêê???!!! Queres ver que discriminam os benfiquistas aqui na Tasca!)

E a que conclusões cheguei?, perguntam vocês. Bem, relativamente ao Benfica, não faço a mais pálida ideia, porque não percebo nadiiinha de bola, para além de que é um tema que ora me entedia, ora me aborrece!

Quanto ao resto… posso dizer que fiquei um teco deprimida! Passo a explicar.

Ora bem, eu sou uma gaja, certo? Certo! (Podes afiançar isso, luv!) E nós, gajas, somos o fairer sex. Somos aqueles seres lindos, maravilhosos, sexys, misteriosos, manipuladores, distantes, com mamas e pernas e rabiosques apetecíveis. Blá blá blá!

Passamos uma parte da nossa vida (metade, mais coisa, menos coisa, se atendermos à esperança média de vida) a ser veneradas, desejadas, endeusadas. Enquanto os gajos são considerados o refugo da evolução, não obstante haver um ou outro exemplar bonito e/ou jeitoso, mas sempre de qualidade física inferior à gaja! “Nós, gajos, somos feios, sem jeito e tal e coisa!” – dizem os próprios à boca cheia. Dizem sim, que eu já ouvi! E de repente, sem que nada o anuncie, por isso nos apanha despercebidas, o cenário muda! Inverte-se!

Chega a altura em que nós, Deusas do Olimpo, por força de esgotarmos o tempo para cumprimento do nosso desígnio biológico enquanto espécie, parece que deixamos de fazer falta e por isso podemos definhar e falecer à vontadinha! É, a natureza tem estas coisas engraçadas, sem ter piada nenhuma.

Como dizia o meu novo médico da especialidade das partes íntimas e zonas correlacionadas: “As mulheres nascem com um armazém de células - os ovários - e, por volta de uma determinada idade, esgotam o número de óvulos disponíveis. Ora bem, a partir desse momento, as mulheres deixam de ter uma função biológica e começam a envelhecer… e morrem. (O dito senhor é bastante pragmático a falar… bruto, mesmo! Mas depois até é fixe noutras coisas e eu simpatizo com ele. Não invalida que me deprima, obviamente. Oh well, mixed feelings.) Já os homens – continuava ele, orgulhoso de si próprio e de fazer parte do grupo dos felizardos -, nascem com uma fábrica de células! Os testículos que produzem os espermatozoides. E produzem-nos até morrer!” – e parece que incha de tanto orgulho! Ou seja, depreende-se que a função biológica dos homens é válida por tempo indeterminado. Como os contratos na Função Pública: é para a vida!

Mas voltando ao assunto que aqui nos traz, por muito injusto que isto me possa parecer (e é!), nós mulheres, depois de sermos as melhores e as maiores, envelhecemos! Só isso: ficamos velhas aos poucos. E não melhora. É até morrer. Kaput!

Pimbas, uns cabelos brancos aqui (vai de colorar com regularidade), umas rugas ali (uma pipa de massa em cremes e massagens e tratamentos), umas peles descaídas acolá (mais cremes e mais massagens e mais tratamentos), umas gorduras acumuladas por todo o lado, com especial enfoque na barriga para parecermos velhas e, ironicamente, grávidas e com refegos a sair por todo o lado (ginásio à força toda). E isto para não falarmos das mudanças de humor repentinas, do termostato avariado, das insónias e o diabo a sete! Olhe-se por onde se olhar, não há nenhum lado positivo neste processo.

Passamos de Deusas a cangalhos! Fuck! E sem perspetivas de melhoria até ao fim dos nossos dias. Double fuck!

E os produtores infinitos de espermatozoides? Sim, esses tipos mal-enjorcados que passaram metade da sua vida a invejarem-nos e a desejarem-nos? O que lhes acontece? Também envelhecem! É, leram bem, envelhecem… mas não envelhecem só: ficam CHARMOSOS!

Os homens melhoram com a idade!!!! Aaaaahhhhh, ironia!!!!!

Parêntese: Ok, nem TODOS os homens envelhecem bem, é certo, mas também nem TODAS as mulheres são Deusas, correto? For the sake of argument, vamos generalizar e pronto. Todos (eu e tu, amor, que somos quem aqui chegou. Se bem que me pareceu que ali atrás leste na diagonal…) de acordo?

E o que é um homem charmoso?, perguntas tu. (E perguntas. E perguntas. E tornas a perguntar. Há um ano e meio.)

Não é fácil responder, porque a minha opinião é isso mesmo: meramente pessoal. E nunca fui fundamentalista de ideias e conceitos, por isso charmoso é isto, mas também pode ser aquilo.

Não, não estou a fugir ao assunto, não senhor! Estou aqui prontinha para responder a esse repto, com toda a minha sabedoria acumulada de pés-de-galinha, peles descaídas, refegos vários, afrontamentos e instabilidade emocional.

What?!...


JÁ NÃO ERA SEM TEMPO

Nossa!!!! Já são estas horas?!!! Meu Deus, como o tempo passa!

Credo!!!! O texto está assim tão extenso?!!! Deus me livre, como é que alguém (tu, babe), teve paciência para ler esta trampa até aqui? Continuas a surpreender-me. Pela positiva. E é por isso que te amo. E pela tua linda e enorme pila também, claro!

Bem, mas agora não te vou fazer perder mais tempo precioso, porque sei que és uma pessoa super, híper, mega ocupada e, por muito que me custe e eu gostasse, a resposta à tua questão terá de ficar para outras núpcias. Bolas!

Anyway, talvez daqui a um ano e meio!
Ou 20, quando eu chegar a essas idades em que as mulheres envelhecem e, então, acumular essa sabedoria toda a que fiz referência ali atrás.

Love u, my hero!

Por Gabriela Maia

Esta gaja opta por escrever na ortografia antiga umas vezes, noutras não. Boazona! 

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É tããããããããooo foooooofa! Às vezes tenho receio de a apertar tanto que lhe esmague o tórax. E parva, também é bastante parva! Love u back, my Queen Bee.

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Soundtrack to a half: The one with all the strenghth.

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

A Mesa do Canto: Farturas e vegetais (com Sedcas)


Pode ser da constipação, que nos zanga com a vida, mas o facto é que me sinto bestialmente farto. Assim de uma maneira geral, estão a ver? 

Farto do disparate hiperfeminista ou megaparvo, como preferirem, a histeria que por aí vai que pega em tudo e mais nos tomates do mudo. Pobre mudo. Agora também implicam com a depilação, como se eu quisesse saber. Por mim, podem andar alegremente a passear farfalhudos montes de Vénus, enacaracolantes buços e densos matagais pelas pernas abaixo, a ver se mimporta. Não tenho é que gostar, certo? Não estou a oprimir ninguém só porque prefiro que as vaginas não me façam lembrar o Artur Jorge, poi'não? Irrita-me que não ser assim, signifique instantaneamente que se é assado.

Farto da voragem progressista, qual Mariana de charro em punho, que parece encontrar sempre um novo limite para ultrapassar. Opá, eu acho muito bem que as pessoas mudem para o sexo que quiserem. Ou que o cortem rente, se preferirem. Até sou da opinião que deviam ser todos gajas, menos eu. Ia ter cá uma saída, nem vos digo, nem vos conto. Para além de que cobraria caríssimo, já se vê. Mas têm a certezinha absoluta que é boa ideia deixar putos de dezasseis decidirem isso em duas penadas? Pá, aos dezasseis é só de uma vez, certo? Para chatear o meu velhote, eu era moço para querer ter duas antenas e escamas. Púrpuras. Se calhar, seria melhor não me facilitarem a vida, não?

Farto de ideias tão felizes como "Francesinha Vegetariana". Não! Se é vegetariana, não pode ser Francesinha. É como se fosse verdade que se pode fazer um bitoque com seitan. Não pode. Arranjem outros nomes, não sejam Tonys.

Farto de gajos alaranjados e seus companheiros de paródias e mais aos seus artefactos rebentadores, que ainda nos mandam desta para uma qualquer, à conta da sua parvoíce. Pilas pequenas, sem dúvida!

Farto que se percam as pessoas em pequenas hipocrisias sem sentido. Foda-se pá, o boçal sou eu e estou alguns trinta mil anos à frente desta gentinha, em matéria de inclusão.

Cada um deve ser e fazer aquilo que muito bem lhe der na gana, em contando que não está a dar cabo da vida ao próximo e que já é moço para ter dois dedos de testa. E se quiserem ser gajas com tranças até ao chão nos pelos do cu, pois sejam. Com umas missangas, ainda vira moda. Se o que apetece mesmo é serem moços, mas vestirem saias e pintarem as beiças, mas com barba à lenhador, acho muito bem. A inclusão está muito próxima do não querer saber. E eu, muito sinceramente, não quero. Espero somente que sejam todos muito, mas mesmo muito, felizes, das maneiras diversas que escolherem. E que me deixem a mim fazer as minhas escolhas. Julgando-me tanto quanto eu os julgo pelas suas.

Não, não gosto de pelos. E não, não me incomodam os seus, cara senhora. Ai, desculpe, senhor. Não reparei. Agora despache-se que diz que isto está para ir pelos ares.

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Nem de propósito, o gajo faz-me sinal lá da mesa do canto. Grito-lhe:

- Kékéres pá? Algum naco na pedra, em sangue, pode ser?

Ele sorri e vai-se aproximando. Quando pousa os cotovelos no balcão, atiro-lhe:

- Olha lá, porque é que um animal que não rumina, se haveria de abster de comer carne? Meu animal. 

Pensa dez segundos, o tempo suficiente para não me mandar à merda, mas insuficiente para inventar uma resposta que não sinta. Diz-me:

- Somos capazes de viver sem explorar ou condicionar outras espécies.

Acredito que não seja necessário um animal morrer para satisfazer um simples desejo do meu paladar. Não creio que este seja mais importante do que a vida de um ser consciente, inteligente, capaz de sentir dor, medo e expressar sentimentos como o luto ou a perda.


A opção de não comer animais por compaixão, é parte de uma visão do Mundo menos violenta, que não acredita na superioridade de uma espécie e que não crê que uma vida seja mais importante do que a outra, seja ela de outro humano ou animal.

Penso que fazendo este caminho, consigo transmitir à minha filha e aos que me rodeiam sinais de que esta opção tem mais vantagens para o planeta e para todos os seres que directa ou indirectamente condicionamos. Faz-nos ser mais conscientes e, quem sabe, talvez nos ajude a evoluir como pessoas, pois o denominador comum de tudo o que é vida deveria ser a compaixão.

Com Sedcas | Picture this by Sedcas

Este ruminante opta por escrever na ortografia antiga. Boi.
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Ele nunca me tentou convencer a comer apenas erva. Nunca me disse que a opção dele o tornava melhor do que eu. Não falou uma vez em saúde, nem em emagrecimento. Só de compaixão.

Eu continuo a comer grandes postas à Mirandesa, deliciado. Mas há sempre uma opção vegetariana no menu da Tasca. Serve all, love all.

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Soundtrack to these days: A word to the wise...

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

A Mesa do Canto: Em passo de corrida (com Mega)

www.gorunningtours.com

Tenho um problema com filtros. Desde puto que sou péssimo a fazê-los. E a enrolar também sou uma nód... Hã? Ah, pois, não, neurónio errado. 

Diz que tenho um problema com filtros que me faz ser basto inconveniente por vezes. Eu acho que estão muito enganados, visto que sou um doce de pessoa, com quem deve ser facílimo simpatizar. Não tanto pelo ar castiço e apalhaçado, mas sobretudo pela natural bonomia, fina inteligência, excelente trato, esmerada educação e uma dose de humildade natural que até espanta. Por manifesta modéstia, deixemos de parte os magníficos atributos físicos da minha pessoa, mormente os que não são imediatamente visíveis. Ainda que se adivinhem, receio bem. Não que seja muito complicado que os descubra, lá isso não. Quaisquer três garrafas de tinto carrascão e uma aposta estúpida depois, aí vai ele, com as pendurezas badalando por aí.

Parece que as pessoas não devem falar logo que as coisas lhes vêm à cabeça. Tipo, devem ponderar a formulação das questões que os atormentam, de modo a não ferirem susceptibilidades. Por exemplo, explicam-me que é de evitar chegar ao pé de alguém e perguntar "Atão, morreu o tê pai? Foi com quê?". Ainda que o progenitor da criatura tenha, de facto, passado desta para uma outra.

Felizmente, acabei numa tasca. Toda a gente sabe que isto é um pólo de saber muito superior a qualquer Campus Universitário. Quê? Qual Campus, caralho? Superior a qualquer praça de táxis. Não há pergunta que fique por responder numa tasca. Seja o que for que queiram saber, temos cá alguém que já fez. Ou está a pensar fazer. Ou não pode ser interrompido neste momento exatamente por isso. Ainda melhor, estão bem a danar-se para a maneira como lhes perguntam as coisas. Até porque não saberiam responder com meias tintas.

... 

Tenho andado a pensar que deve haver uma razão maior do que ser saudável para a malta andar toda taralhouca a correr de um lado para o outro. Será que eles sabem que vem aí o Apocalipse Zombie e estão a treinar? Óspois, correm mais do que nós, as pessoas normais que não desatam a correr só porque sim, e os mortos-vivos agarram-nos primeiro e comem-nos. Eu de ser comido não me importo assim muito, desde que não envolva pilas que não a minha. As dentadas é que não aprecio.

Olha, nem de propósito, aí está ele, o nosso especialista em correr porque sou tolinho. Chega-me a pingar suor, até mete nojo, mal consegue dizer Super Bock e moelas. Ah, o lanche de campeões depois de uma bela corridinha, hein? Pergunto-lhe:

- Oh morcão, porque é que tu corres se não vai alguém atrás de ti para te bater?  

...

Porque é que eu corro se não vêm atrás de mim para me bater? Olha, fodeu-me!’ e nem foi preciso chamar o Marega…

Há perguntas que são tão inteligentes que independentemente da resposta que um gajo tiver para dar já entra a perder, por isso mais vale responder e já estou a ganhar. Confuso? Habituem-se, vai piorar.

Se duvidam de quão inteligente é a pergunta, pensem se o Stephen Hawking era capaz de a responder. Não, pois não? Então pronto! Divago.

Milhões de anos de evolução humana e correr é-nos tão instintivo como respirar. Basta pensar que uma criança, quando finalmente domina o equilíbrio necessário para se manter na vertical, começa por correr, mesmo antes de saber caminhar. Corremos porque temos falta de tempo, somos apressados, e, com as ferramentas que a Natureza nos deu, continua a ser a forma mais rápida de chegar a algum lado.

Dizem os estudiosos que correr liberta endorfinas, aumenta a sensação de bem-estar e faz activar no cérebro a mesma zona de prazer que as drogas. Mas fica mais em conta. É capaz de ser verdade. 

Eu corro porque faço parte duma tribo, corro com a minha seita. É mais fácil de desincentivar se alguém quiser mesmo vir atrás de mim para me assapar o pelo.
Além disto tudo, tenho o privilégio de correr no Porto, com o Douro como companhia. No meio dos meus, com o cheiro a mar a invadir-me as narinas, o Sol a morrer no horizonte, intervalado pelas pontes e o “foda-se, oblá, já num te bia há colhões de tempo, caralho!!” como banda sonora ao passar pelas vielas. Não há nada que pague isto. E a marginal cheia de fêmeas em roupa de desporto justa também não.

Ui, já lá vem o camurso do Silva com as moelas e mais um fino e a pergunta continua sem uma resposta à altura. Cito o Rui Pinho, que em tempos citou outro gajo qualquer e digo que corro porque posso. 

Olho para a vitrina onde o Silva deixa a garrafa de Dimple a ganhar pó e aproveito o reflexo para fazer uma tabela, lanço um olhar ao Stephen que acena a cabeça, a concordar comigo. Ou então é um espasmo.


Com Mega | @magalhaes81

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Soundtrack to Mega: RUN!

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O Mega é um prezado freguês da Tasca. O primeiro a desafiar-me para me juntar à seita do pássaro azul. Faz o favor de me aturar por lá também. Não fiquem invejosos, vocês também podem frequentar em @tascadosilva

Agradeço-lhe a disponibilidade, pois está claro, para ocupar a Mesa do Canto e lançar alguma luz sobre um dos Grandes Mistérios da Humanidade. Se o virem a correr feito doido por ai, assapem-lhe! Não vá a criatura estar a atravessar um momento de menor motivação... 

terça-feira, 6 de junho de 2017

A Mesa do Canto: A dieta do senhor Bertocchini (com o próprio)

Está quase...

- Oh Xilva, 'shtáli aquele xeu amigo, o Xorche... - Interrompo:

- Qual dos Xorches, Berto?

- O Italiano... - Interrompo:

- Epá, faz-me um favor e diz-lhe que vai ter que esperar um pedaço. Ainda tenho o molho a apurar. Olha, leva-lhe um fino para o entreter, importas-te? - Atarefado atrás do balcão, felizmente cheio.

- É que ele mandou dicher que quer xó uma xaladinha, oh Xilva.

- Hã? O Bertocchini? - Tento ver por entre as cabeças e os gestos das conversas animadas. Não o encontro.

- Icho mesmo! O Bertoxxini. Xó uma xaladinha, ouvi muito bem.

- Opá, chaladinho estás tu, majé da tola. - Rio-me. - Alguma vez? O Xorche? Nem pensar! - Ele fica um pouco vermelho.

- Oh, vai lá tu então, quero cá xaber dicho. E eu diche xalada! Não diche chalada. Xe foches gojar com a tua prima...

De pano ao ombro, avanço por entre as mesas, direitinho à do canto. Ele lá está, absorto no seu espertófone. Atiro-lhe a dois passos:

- Xaladinha, xenhor Bertoxxini? - Sei que ele adivinha o meu sorriso irónico. - Estamos doentes?

- Goza já tudo de uma vez, se fazes o favor. Que isto já é difícil que chegue, sem inteligentes a azucrinarem-me a careca. Simples: Di-e-ta. Importa-se, senhor Silva? Ou esta casa de pasto não serve erva?

Olho para o balcão, onde o Berto dá largas à sua vocação de taberneiro e despacha fregueses eficazmente. O molho borbulha de vez em quando, muito brando, aposto. Está lá a minha maçã-relógio-de-cozinha, há-de apitar. Abanco-me.


...

Digo-lhe:

- Há um lado asceta das privações voluntárias que raramente se aborda. Um caráter contemplativo que não se compadece com os prazeres mundanos. Olha, por exemplo, as dietas. 

Não é como se eu achasse que haviam de beatificar as gajas todas entre abril e agosto - estão todas de dieta, certo? - mas se olharmos para lá da superficialidade, à essência do gesto, o que vemos? Alguém que diz: "Não, não me darei o prazer de me deliciar com este naco de barriga assada no forno, o courato em torresmo, a carne a desprender-se do osso, tenra, o molho na espessura certa, com o seu travo de laranja e maçã, a humedecer as partes." 

Diabos me carreguem se não há nisto um sopro metafísico. Como se fossem vergastadas nas costas, ou votos de silêncio e isolamento. A negação do prazer, por um bem maior. Mesmo que seja só por causa de não lhes cair a barriga em cima das cuecas do biquíni, as mais das vezes. No fundo, é uma espécie de manutenção da castidade estomacal, a reboque da força de vontade e contra muitas vontades.

Será que quando comem bolachas às escondidas, conta como se estivessem a esgalhar uma?

...

Ele levanta a cabeça do aparelho. Abana-a, quase incrédulo.

- Obrigado pela imagem, é bom saber que sempre que precisar de purgar pela gaita posso pensar em muffins de noz ou numa malga de empadão e ganhar inspiração. 

Não vejo as dietas à luz da metafísica, é difusa demais e põe-me a pensar em gregos de toga e vem-me à cabeça o Katsouranis e não quero ter nada a ver com esse cabrão, nem à canzana. Mas compreendo o conceito de auto-flagelação gastronómica, com chibatada no lombo e aventais com tule de lojas chinesas, apesar de não ser o meu intuito. É antes uma opção por um caminho menos tortuoso pela vida fora. Mas como te disse, percebo o teu approach. 

É um estado mental, um alheamento da felicidade momentânea, com um objectivo mais profundo que se vê ao longe e se sabe que se consegue lá chegar, mas que custa de caraças. Consegues ir pela auto-estrada a ver os cartazes todos cheios de luzinhas e gajas esticadas ao comprido a enfiar os dedos na boca, enquanto dão uma ferradela num morango coberto de chocolate, sem pensar em comer? Uma ou outra? Uma com a outra? Se atinges esse nível de desinteresse, estás prontinho para abdicar do repasto e de algumas outras coisas, admita-se.

Dá-me jeito fazer dieta, para ver se vivo mais uns anos. E também dava jeito ver a gaita mais algumas vezes, até a ceifeira mandar a porta abaixo. Chama-me inseguro, mas saber que está lá só pelo tacto, já me chegou nos quartos escuros da adolescência.

...

- Ui, obrigado por não partilhares o que andavas a fazer em quartos escuros. E não sejas tão concreto pá, quero lá saber da tua dieta. Aliás, só para veres até que ponto posso ser solidário, da próxima vez que pedires uma francesinha - e pedirás, meu caro, oh sim, pedirás! - mando-te a Jacqueline ou a Françoise, coberta de queijo derretido. Só. Oxalá não se queime a moça.

Repara, a abstinência subjacente a isto das dietas é, quase sempre, subestimada. Partimos logo do principio que é um disparate. Tipo, lá vem a badocha com a mania das dietas, dass. Que coisinha fútil. E é por isso que te sentiste logo na obrigação de esclarecer: Alto! Dieta sim, mas por motivos de saúde. O resto também, mas isso é porque és o Bertocchini e estás a lixar-te para o que pensam. Se fosses a badocha, não querias ser superficial. Vá que a dieta não corria bem - outra vez - e sempre te podias agarrar a alguma coisa: Oh, tábem, mas podem comer-me à mesma que eu sou bué deep. Deep. Get it? - Só eu me rio da piada seca. Um clássico... Prossigo:

- Eu acho mal esta discriminação pela parte estética. Opá, se a pessoa quer ser mais magra porque lhe parece que isso a torna mais bonita, tem todo o meu apoio. Até pode comer só manteiga à dentada, se achar que isso a emagrece, e morrer com uma embolia. O que a preocupa é emagrecer, não é ficar melhor de saúde. É aqui que entra a metafisica. Para mim, esta malta é tudo Santos.

Oblá, oh mister, isso de querer viver muitojanos com saúdinha, é uma coisa que queremos todos. Porque somos egoístas! Ah e tal, vou é tratar de comer bem, a ver se não quino. Muito bonito isso, sim senhor. 

Mas quereres ficar giro cumócaraças - se pudesses Bertocchini, se pudesses - faz bem a uma parte maior da Humanidade. Porque dá melhor ambiente ao planeta, tájaberohnão? Ou seja, é seres asceta pelo bem dos outros. Sim, porque com aquelas fuças, a badocha pode pesar 20 quilos que ninguém lhe pega à mesma. Mas mete menos nojo.

...

- E tu queres que eu perca peso para o bem da raça!? Só se for nos guizos, porque algum do peso que perdi lá de dentro, acabou por originar uma coisa bem gira que até já obra sozinha, também contribuindo com a sua própria purga para o bem do estrume planetário. Por isso, que se fodam as vacas que a minha vitelinha também conta. 

Mas o ser asceta é bem mais do que uma dietinha e eu garanto-te que não o sou. Nunca fui, nem serei, porque se tiver de me isolar de todos os prazeres, não preciso de fazer dieta nenhuma, porque morro cedo. E tenho prazeres curtos, simples, puros, delicados, atingíveis, meus. 

Espanto-me todos os dias quando vejo gente a esforçar-se tremendamente para se divertir. Aliás, uma das frases que mais febre me tem vindo a dar nos últimos tempos, a par com "temos de reunir para decidir isso" e "és um chato com isso do Porto!", é o "vai ser tão divertido!". Só me apetece responder: "pode ser divertido para ti, seu monte de suburbanidade, tu que não consegues passar cinco minutos em silêncio sem teres medo de ficares sem voz até ao fim da tua inútil vidinha. Vai lá descer o rio ou subir o monte ou qualquer que seja a inclinação que hoje está na moda, mas deixa-me em paz, fazes favor?". Argh, gente que urge terceiros a divertirem-se, devia jogar contra o Vinnie Jones!

Ah, em termos de francesinha, podes mandar-me a Marine, mas com brie a sair-lhe pelos orifícios que não se mostram e a queimar-lhe a chafra toda, para ver se ganha juízo. Assim à medieval, como ela.

...

Grita do balcão:

- Oh Xilva, 'shtá aqui uma machã a apitar!

- Oops, o molho. Tenho que ir. Olha, havias de aproveitar e deixavas de fumar. Doía tudo de uma vez. Já lhe mando a xua xaladinha, xôr Vitor. - Levanto-me, não sem notar a interrogação que se lhe forma por cima da careca: Será?

...

Soundtrack to loosing weight: Too much man for you to take!

...

O senhor Bertocchini opta por escrever na ortografia antiga. Gordo!