quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Quebra-se o encanto



Quando as nuvens ainda se espreguiçam pela estrada, as lâmpadas de iluminação pública pairam uns metros acima da cabeça, emitindo uma luz baça pelo meio do nevoeiro, os faróis que se cruzam parecem cumprimentar-se efusivos - ena, por aqui também a estas desoras? Vens ou vais, chegas ou sais? - e a voz do Senhor Kilmister soa doce como o décimo primeiro shot de tequilla, esse que te traz a clarividência de todas as coisas do Universo e, por isso, te leva as forças das pernas e te tomba, derrotado, amassado pela Verdade de seres incapaz de mudar o Mundo e assim cais, enquanto os outros te rodeiam em gargalhadas entarameladas, ignorantes, oh pobres!, da imensa dor da nossa insignificância: sixteen years old when i went to the war.

Dizia, quando são quatro e meia e estás a levantar-te da cama onde queres dormir, sabes que o dia será longo. E que às seis da tarde, tudo terá o aspeto gasto das segundas-feiras às dez da noite.

Por isso, não se pode dizer que deixar cair a carcaça no comboio das dezoito, apenas doze horas depois de teres percorrido os mesmos carris, só que no sentido mau, seja uma má recompensa. Até porque há toda uma ciência da escolha de lugares que pudeste desenvolver em anos de tentativa e erro: isolado de preferência, o mais perto possível do isolado, quase sempre. A lógica é tão simples que faz impressão: se não podes ir sozinho, pelo menos elimina uma possibilidade - um individuo - de te apoquentarem os nervos, dada a ausência de parceiro do passageiro que viaja refastelado e isolado.

Eu sei de cor onde ficam os lugares, portanto nem olho para o número quando peço licença ao senhor abancado do lado do corredor, para que possa morrer por duas horas no assento do lado da janela. Ele levanta-se, com certeza, e noto que emparelha com o casal nos dois lugares da outra margem do corredor. Este espírito alcoviteiro, que reputo de interesse sociológico para me enganar, prende-me imediatamente ao trio. Eles acima dos 65, ou mesmo a rasparem-lhe, ela um cisquinho mais nova. Um pouco mais adiante - mas fica já dito, não vá esquecer-me - virei a saber que partilham o mesmo nome próprio ambos os rapazes. Um de pólo verde, Lacoste, outro de pólo azul, Boss. Ela tem dois óculos escuros dependurados da rede nas costas do banco da frente e

                                       (Ray Bon, no quiosque do monhé, em frente da Sagrada Família, quarenta graus, nós de turistas, os teus pés ainda fresquinhos de não terem percorrido toda a Rambla de salto alto. Se sairmos nesta podemos fazer La Rambla inteira. Que tal, Amor? E tu ingénua que sim, que pode ser, sem saberes que eu nunca a tinha caminhado completa, não sóbrio pelo menos, não fazia ideia da distância. A única coisa que sim, sabias, é que não sei que seja andar em cima de saltos. Depois o arroz negro do Caracoles, bastante menos interessante do que o Caracoles em si, as mãos dadas de sermos namorados outra vez, o quarto à espera, Barceloneta amanhã, quero cá saber que seja mesmo de turista, enchem-me a Alma e o filhadaputa do bar que te quero mostrar não aparece. Sabes, metade, é em Madrid, acabo de me lembrar. Estamos, aqui ou onde for, e damos as mãos e os meus óculos são Ray Bon e o monhé riu-se connosco da marca e cobrou apenas cinco exagerados euros, ou terão sido dez, e sim, somos sempre felizes calcorreantes sem vontade de voltar. Um.)

                                                          uma mala branca, de mão, pousada na mesa retrátil. Não tenho como ter a certeza, mas está decidido que o verde é Lacroste e o azul é Hugo Doss, certificado de garantia da Feira de Espinho ou do Mercado de Ovar. Proeminentes nos seus pólos de marca, valentes panças arredondadas. Ela menos exuberante de abdominal, mas provavelmente de igual calibragem se fosse possível derreter-lhes as gorduras para recipientes medidores.

O Lacroste é o marido. Sei-o porque o trata um pouco pior e lhe arremessa a mãe e a irmã, as dele, à penugem grisalha do rosto, à conta de não saber dobrar o casaco que ela quer que ponha na prateleira acima dos bancos. O Doss é que trata da situação, embora, igualmente baixote, nenhum deles se ajeite a chegar ao lugar altaneiro onde é suposto repousar a veste. Quem são estes meus companheiros de viagem?

É-me inevitável, não consigo escapar a isto. A mais que tudo está sempre a dizer-me, em cafés e restaurantes, para eu não me sentar, de olhos e ouvidos, na mesa de desconhecidos. Mas eu quero saber do que conversam, que histórias têm para contar, raisparta, de que clube são. Não quero sequer que falem comigo, quero só assistir à sua conversa, partir dela para inferir a sua história, teorizar a relação, perspetivar o que acontecerá a seguir. Se isto não é um voyeur, não sei o que seja, Mr. Chance.

Corrijo, O que são Lacroste, Doss e Ela?

...

Doss é irmão dela! Ou terei adormecido entre tentar ouvi-los e fazer uma piada idiota a alguém remoto. É o irmão encalhado, preguiçoso, que saltou de trabalho em trabalho, que nenhuma mulher aturou por muito tempo. Definitivamente, não é o irmão padreco, introvertido, abusado, que ficou até ao fim a cuidar da mãe e a masturbar-se às escondidas, usando as cuecas da irmã. Demasiado extrovertido para isso, está claro. Portanto, resta-nos a primeira hipótese.

Ela, evidentemente, tem uma relação maternal com ele, daí apaparicá-lo enquanto procede a desancar o outro. Apesar de mais nova, foi Ela quem aprendeu a cuidar do irmão, a fazer-lhe a comida e tratar-lhe da roupa, enquanto a mãe dava horas a dias para que ele pudesse estudar. Do pai não sabemos nada. Talvez o álcool, talvez as mulheres, talvez o jogo. Quem sabe são bastardos de um senhor importante e endinheirado. Irmãos, claramente. 

Ela cuidou da mãe quando o corpo lhe morreu, anos antes do cérebro e do coração; cuidou dele desde de que se lembra; e arranjou maneira de cuidar de mais um - e filhos? haverá filhos e sobrinhos? - não fosse a vizinhança pensar que era menos mulher do que as outras. Apesar dos passeios a Lisboa e da língua despachada, é isso que Ela faz: cuida.

Que Lacroste pareça tolerá-lo tão bem é que é estranho. Vai-se a ver, os anos derrotaram-lhe as irritações e decidiu, secretamente, não se aborrecer mais. Por outro lado, à medida que envelheceu, foi-lhe dando cada vez mais jeito um parceiro de copo e sueca, de duas de treta e olhar cúmplice para as mamas das cachopas. Ou torcem pelo mesmo clube ou não ligam nenhuma à bola, isso é certo. Já não são cão e gato, como antes, mas dois amigalhaços que partilham o amor de uma só mulher que o divide em fatias generosas

                                           - ATÃO, ESTAIS A PREPARAR A CALDEIRADA? JÁ SÃO HORAS, EHEHEH. - Grita Doss a poucos centímetros de mim, acordando-me em sobressalto. Está a olhar para o ecrã do seu telefone, no qual decorre uma video chamada, para as fuças de outro qualquer, congeladas na rede instável do Alfa Pendular. Olho para as horas, ainda não se vê Coimbra nos ponteiros.

...

                                                       que depois oferece a um e a outro, consoante a ocasião. Sim, são um trio. Um casal e o seu amigo de anos e anos. "Amigo", assim é que é. 

Que tem? Lacroste agradece a ajuda que lhe tirou, desde cedo, uma série de preocupações tipicamente masculinas de cima. Isto a dois, não há tarefa que não se faça. Ela não tem dúvidas de onde está a sua lealdade e, mesmo que com o tempo acabasse por dividir o coração, é sempre com Lacroste que dorme. O que não impede, hoje ainda, uma ou outra visita ao quartinho de hóspedes. Ou os serões a três, sem televisão, na sala, quando a Ela lhe apetece e a eles não sobrevém nenhuma maleita impeditiva. Se até os vizinhos se habituaram, havia de ser um tão temporário companheiro de carruagem a ter opinião? 

Que tem, como em relação a tudo, raios o partam, mas não importa nada para o caso.

Doss acabou por se resignar a não ter mulher que chamasse de sua. Mas também, tanto tempo investido nestes dois, mais o trabalho e um anexo minúsculo na periferia, como lhe sobraria dia para a corte, o galanteio, uma ida ao cinema à tarde, à danceteria à noite? Não que o não tenha feito, que fez. Mas com Ela, durante um tempo às escondidas, durante o resto com o parceiro do outro lado do corredor deste comboio, sentado do outro lado dela, cada um a segurar-lhe numa mão, enquanto pela cabeça lhes passa

           - BEM, NEM SABES O QUE ME ACONTECEU, MULHER! - Grita Ela para toda a carruagem, telefone colado ao ouvido. Estremunhado, afino o tímpano, porque Ela baixa o tom. É agora que se vai, de alguma maneira, confirmar o que aqui se passa, nesta coincidência de barrigas e pólos de marca coloridos. Sem pôr a mão à frente da boca, como agora fazem os jogadores de futebol, prossegue dois piquinhos de volume abaixo:

- Estive a tomar antibiótico estes dias, por causa de um ouvido, vê lá tu. Deu-me uma diarreia... que maçada. Quando uma pessoa está em casa, ainda vá... - E eu procedi a discutir a etimologia da punheta numa rede social, com pessoal especializado. Bem feito, para não andar a sonhar com a vida dos outros.

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Um devaneio medieval a despropósito

- Oh Alarico, encontrei a tua lente de contacto!

A neblina da madrugada vagueia por entre as tendas supostamente brancas, eleva-se e contorna as esparsas fogueiras ainda acesas. Ou já acesas, dependendo do grau de embriaguez dos seus utentes. De longe a longe, um cavalo inquieta-se e enche o acampamento com um relincho angustiado, largando uma bosta no chão enlameado de sangue e mijo, adicionando ao fedor dos corpos dos soldados e das bestas de carga.

A bigorna e o torno do armeiro ecoam continuamente, metal no metal, lâmina sobre lâmina, sem pausa, como se os demónios do Inferno se organizassem em turnos: martelo atrás de martelo, ferro a escorrer derretido na forja, na pele, na carne, no intestino dependurado da pança aberta.

Na Tenda Grande, ponto central da caótica circunferência de farrapos armados, tremeluzem as tochas suspensas sobre a mesa dos mapas. As chamas dançam quando o Segundo em Comando Adjuntenssen entra. Curva a cabeça em reverência, enquanto o Grande Comandante Misteraf lhe faz um sinal com a mão, para que se aproxime, sem nunca tirar os olhos do grande mapa aberto. Os homens olham-se, tocam os ombros, saudando-se, quem sabe despedindo-se, porque todos os dias podem ser o último. O cumprimento é breve, um lacaio enche os copos, das peles sobre as costas do Grande Homem solta-se um enxame de pulgas, uma nuvem de pó, um forte cheiro a podre, quando ele as deixa cair ao chão com um abrir imponente de braços. Não há tempo para subtilezas, só para a guerra, eterna condição, batalha após batalha, ontem e hoje e sempre, que a Paz nunca aproveitou a nenhum povo bárbaro.

...

- Vejamos, o que sabemos destes Germanos dum cabrão? 
- Bom, segundo os batedores, estamos iguais em número... - O Magnífico interrompe, entusiasmado.
- Ótimo, ótimo, isso são excelentes notícias. Vamos empalá-los! - Cerra o punho, em volta do qual se aperta uma pulseira de dentes dos chefes caídos a seus pés. Nenhum merecedor da sua clemência.
- Pois, isso, e as saudades que já temos de empalar... - Sem pensar.
- Hã? - Desconcertado.
- Dizia que são maiores e mais pesados, como que couraçados, assim gigantones, com grandes patachorras e enormes manápulas.
- Ora, levaremos armaduras, a nossa Alma e a nossa Raça! Isso não se mede em centímetros, Adjuntex.
- Tenssen.
- Hã? Isso é o quê, algum artefacto demoníaco dos Germanos? Reduzi-lo-ei a pó, seja o que for. - Passa o braço pelos ombros do outro. - Não temas, Adjuntif, seremos o vento da perdição, correndo selvagens, demolindo todas as infernais máquinas de guerra desses infelizes sob os nossos pés. Iremos descalços, se tiver de ser. - Os olhos faiscam-lhe de convicção, ardor, delírio.
- Se pudéssemos evitar isso do descalço, é que os homens agradeciam, digo eu. De qualquer maneira, os nossos são mais ágeis, mais rápidos no campo de batalha, manejam melhor a espada e o arco... - Interrompido por um murro em cheio nas beiças. A custo, cospe o penúltimo dos seus dentes e limpa o sangue da boca com as costas da mão. Levanta-se, os olhos baixos.
- Mais ágeis? - Berra. - Mais rápidos? - Reberra. - Mas vamos fugir, é? Vamos correr à frente do inimigo? Vamos desviar-nos, é isso que defendes, Adjuntov? - Apenas silêncio. Prossegue. - Pois claro que não vamos! Vamos é esbarrar com eles de frente. E serão eles a cair, pela força da nossa Fé, do nosso Querer, entendes?
- Da nofa Faça, da nofa Auma, fim, fim, então não hafia de entender.
- Credo, não se percebe nada do que tu dizes, rapaz. Nhanhanha o manejo da espada, aiaiai o arco, mas o que é isto? Somos algumas donzelas ocupadas nos seus jogos florais?
- Mas flanquear... - A Estupenda mão levantada é suficiente para o calar. O Grande Comandante fala agora em tom mais baixo, o lábio superior trémulo da emoção e da raiva.
- Não, Adjuntócoiso. Não flanquearemos, não simularemos, não pensaremos sequer. Carregaremos com toda a força dos nossos corações. Levaremos os nossos maiores e mais fortes e encararemos o embate. Olha, vão os Núbios, isso nem se discute, o Azteca também não é nenhum fracote, o Lusitano balofo dá peso e há que não esquecer o pigmeu furioso do Amazonas. Com esse não fazem eles farinha. Depois do primeiro impacto se verá quem resta de pé. Nada de panasquices. Reúne os homens, quero falar-lhes.

...

A pé, ao nível de todos os que se dispõem a morrer, como ele próprio, posta-se diante das filas do seu exército. Sem bandeiras, sem trombetas, um homem simples, de palavras simples, um irmão, um soldado!
- E o xeito que dafa um Xenerau... - Já se calava, o Segundo em Comando. Não tem por que se meter nas falas do Narrador. Depois admira-se de apanhar nas trombas. Silêncio! O Magnífico ergue agora a voz:

- Juntos! Não importa se vivos ou mortos. Sempre juntos! No meu coração há lugar para todos os que entreguem a Vida pela Causa. Só para esses. Só eles serão dignos de se banhar na luz da Eternidade, no mel da Vitória. Vencer é o nosso Destino! - A maralha urra em concordância, erguendo as armas aos Céus. - Aqueles que desejem acompanhar-me em mais uma batalha, aqueles que estão prontos para a Glória, os que apenas deixarão este dia em Vitória ou Morte, dêem um passo em frente.

Sem exceção, os soldados avançam um passo. Um convicto, firme, irrefletido passo. Um sorriso aflora-lhe os lábios, uma lágrima de orgulho contorna-lhe as bochechas. Aqueles os seus, a sua Alma, a Raça, a Atitude, a Força  Bruta. Olha melhor. Acrescenta:
- Hey, tu aí, o Ibero enfezado, lá pra trás, ohfaxabôr. Isto é só pra homens.

Com um sinal de cabeça, indica a Adjuntenssen que o acompanhe, enquanto volta à Tenda Grande e aos mapas da batalha. Os lacaios abrem os alforges de vinho e trazem os grandes caldeirões de comida. Cada homem se refastelará até não poder mais, na esperança de que esta não venha a ser a última refeição.

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terça-feira, 11 de setembro de 2018

A TascaTV entrevista o senhor Presidente da Câmara



Opá, oh Silva, isto era suposto vir cá só para uns canecos. Bebíamos uma garrafinha de 3 Marias fresquinha e tal e pronto, eu ia à minha vidinha e você ficava praí a discutir a bola com ujôtros bêbados. Ficava toda a gente feliz e já escusava eu de ter de botar este pó-de arroz. Isto é para quê, Silva? É só prágente ficar envergonhado na televisão, poijé?

- Na. É por causa do brilho da penca e assim.

Tem mesmo de ser, não é? Eu havia de aprender a ficar caladinho, a mãezinha sempre me disse.

- Isso é que era serviço!

Desculpe, como disse?

- Olhe, já está a dar.

...

- Viva, muito boa noite a quem sabe as moradas fiscais dos munícipes todos. E então, on fire?

- Está tudo bem, obrigadinho. Sempre ao serviço da população de Pedrogão.

- É capaz. Olhe lá, oh Valdemar, então diz que essa história dos fundos de reconstrução foi cá uma cóboiada e pêras. 

- Completamente falso. Não foi reconstruída nenhuma casa que não tivesse sido afetada pelo fogo.

- Nem a do cunhado do presidente de uma junta, o Manel Jaquim? Segundo consta, o único fogo que por lá se viu foi no fogareiro, até pegarem as brasas para uma sardinhada. Sardinha de Peniche, contam-nos.

- E kéjbêr que isso não é fogo. Você aqui deve assar tiras da barriga com um isqueiro. Ou então mete-as no congelador. Isso é que hão de ficar tostadinhas, com o couro todo ele em torresmo, sim senhor. E depois, eu até fui contra o casamento da irmã do senhor presidente de junta com esse trolha. Logo por aí se vê que sou inocente. A sério, Silva, estava um dótôr enrabichadinho por ela e vai a besta e pumbas, com o Manel Jaquim, Deus me valha. Agora, se o fogo impiedoso lhes deu cabo da morada fiscal, não há outro remédio senão libertar o respetivo dólar. Parece-me evidente.

- É tudo inventado, certo?

- Naturalmente. Pode haver um ou outro caso de dúvida, se quisermos ser muito picuinhas. Mas para não me sarnarem mais a moleirinha, já mandei tudo para averiguações. Um assunto que não interessa para nada, arre. 

- Porque só o fez depois de a comunicação social ter levantado a lebre?

- Oh Silva, essa pergunta é tão parva que tinha mesmo que vir de si. Então se não aparece nos jornais e nas televisões, ajassério, não é esta vergonha, como é que a pessoa há de saber? Irra que é burro. Mas para sua informação, até já assinei uma petição e tudo.

- Verdade. Uma petição contra as alegadas fraudes.

- Ai ele é isso? Então não era para acabar com as touradas em Barrancos? Ora foda-se, agora é que você me está a dar uma bela novidade. Eu a pensar que era para proteger os bois e vai-se a ver... Bem, mas o que importa é que está assinada e é de certeza uma bela causa, porque é promovida pelos dissidentes da oposição. Tudo gente de gabarito.

- Oposição atual que o senhor liderou no mandato passado. É curioso que concorra sempre pelo partido que está no poder em Lisboa, não?

- Epá, mas isso tem algum interesse para o caso? Foque-se mazé em coisas importantes, deixe-se de ninharias.

- Por exemplo?

- O apito dourado! - Bate as palmas. - Disso ninguém fala, tudo abafadinho. Frutinha, hein? Cafézinho com leite, hein? Isso não analisam vocês. Agora fogos, ui, vamos já perguntar coisas ao Valdemar. Tragam cá o Valdemar que a gente saca-lhe tudo. E o Pinto da Costa? Esse nunca tem a culpa de nada, poi'não?

- Hã?

- Agora desconverse.

- ... - A babar.

Entra o genérico.

...

- Que tal, Silva? Eu acho que correu muito bem, não lhe parece?

- Estou sem palavras. - Afundado na cadeira.

- Pois claro, sou muitíssimo eloquente. Estou aqui a reparar, você havia era de fazer uma marquise. Uma coisa assim estilo avançado, toda ela em caixilharia de alumínio, com um vidrinho martelado aí até um metro. Olhe que ficava bem catita e tinha esplanada o ano todo. Por acaso, e sorte sua, conheço o sobrinho de um presidente de junta que tem uma serralharia. Posso dar-lhe uma palavrinha.

- Pois, não sei, acho que não. E depois há o dinheiro para a obra, as licenças e essa trapalhada... - Interrompe:

- Estou a ver, seu malandreco. Sempre me saiu cá um vivaço maijómenos, você. - Dá-me uma cotovelada cúmplice.

- Hã?

- Quer que lhe chegue fogo a uma mesinha das de lá de fora, poijé?

...

domingo, 9 de setembro de 2018

Crónica futurística: a despromoção do Benfica e o país em 2022

Cruzes, canhoto!

Oito de setembro de 2022. Cumpre-se hoje a 4ª jornada do Campeonato de Portugal e o Benfica joga em Pinhal Novo. São esperados os habituais 500 adeptos organizados, pelo que todo o concelho de Palmela vive um clima mais próximo do estado de guerra do que da festa do futebol. O comércio local está encerrado, as montras entaipadas. Aprenderam rapidamente que o aumento do fluxo de potenciais clientes é insuficiente para pagar o prejuízo dos estragos causados pela inexistente claque dos de Lisboa. As forças de segurança patrulham as ruas e espera-se que no final da operação não se registe nenhuma vítima mortal. Cruzam-se os dedos. O presidente da FPF encolhe os ombros, resignado, perante a acusação de não ter impedido a inscrição, no já distante verão de 2019, do Benfica no Campeonato de Portugal. Estão definitivamente goradas as expetativas quanto ao prometido impacto positivo na competição. Ainda há duas semanas, quando na 2ª jornada foi o Benfica jogar ao campo do Moura, nem os mais de 220 quilómetros que distam entre Lisboa e a pacata cidade alentejana impediram que, uma vez mais, crianças e mulheres fossem agredidas em plena Praça Sacadura Cabral. Isto apesar da expressiva vitória dos encarnados e do regresso de Jonas, sustentado na ausência de controlo anti-doping nos jogos deste escalão.

"O Benfica trará maiores benefícios ao Campeonato de Portugal do que aqueles que o Mónaco empresta ao campeonato francês ou mesmo dos que os clubes de Israel emprestam às competições organizadas pela UEFA", disse na altura o presidente da FPF. Toda a gente o levou a sério, num coro de ganância mal contida. Mas logo na primeira época que o Benfica jogou no campeonato tendencialmente amador, as suspeitas sobre as estranhas arbitragens e os desempenhos de alguns emblemas contra os de Carnide fizeram disparar alarmes. Os estádios cobriram-se de vermelho, como as ruas à passagem dos GOA. A CMTV disparou as audiências, com cobertura em direto e ao minuto dos inúmeros desacatos. É certo que a cotação dos jogadores do Benfica é muito superior à dos seus adversários, algo inatingível na Liga profissional sem a intervenção de Mendes.

A economia portuguesa é que tem sofrido um bocado com este estado de coisas. A cada segunda-feira, mais uma vila ou pequena cidade do interior se vê em processo de reconstrução, enquanto os velhos multiplicam apoplexias nos tascos, debatendo os consecutivos roubos aos clubes das suas terras. O impacto desta situação nos escalões acima já é um caso sociológico: a competição é renhida, mas saudável. Os estádios aumentaram a sua lotação média, porque as famílias passaram a gostar de apoiar os clubes do lugar; as televisões passaram a transmitir nas suas noites uma programação variada, na qual o futebol continua a ocupar lugar privilegiado, mas agora sem os palhaços amestrados de outros tempos. A imprensa adaptou-se: os jornais "A Bola" e "Record", dedicam as suas primeiras páginas ao emocionante campeonato nacional de sub-23, ao passo que "O Jogo" publica fascículos especiais acerca da vida e obra de Otávio e Sérgio Oliveira, para ocupar as páginas antes dedicadas ao clube da Luz. A águia Vitória foi libertada do seu cativeiro e consta que já contribuiu com duas ninhadas para a perpetuação da espécie. Hoje, no Seixal, joga o filho da Madonna e a estrela da pop é visita assídua dos relvados da Academia, onde desponta uma geração que, espera-se, terá aprendido que não vale tudo para ganhar. Muito mais do que um clube, o Benfica foi um cancro social. Incha.

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De nada, Leonor.

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sábado, 1 de setembro de 2018

hiperligação | 92º shooter: opus XII - fuck it!



¬ Pai, vais ao Dragão, não vais?
¬ vou, Pi.
¬ eu acho que o FC Porto, desta vez, não vai ganhar. o adversário é muito forte. acho até que vai perder. acho até que vai perder o jogo! – reforçou convictamente no alto dos seus seis anitos (quase sete) e de quem nunca tinha ouvido falar do Vitória SC, até àquela Sexta-feira à noite, no seguimento de uma notícia sobre a partida de ontem, no Dragão.

a garganta secou. fiquei gélido. as palmas das mãos incompreensivelmente começaram a suar. o coração passou a bater descompassadamente. e, como é óbvio nestas situações, neguei tal possibilidade. mas, desde aquele momento, desde aquele veredicto, que efectivamente aconteceu (porque há mais quem a tenha ouvido e possa aferir da sua veracidade), desde aquela sentença que ficou cravada no meu ser, não mais a esqueci. e foi ela que dissipou a Alegria que, até então, tinha por (finalmente!) ir regressar a casa, num jogo oficial do clube do nosso coração.

não sou muito dado a superstições mas, por exemplo, gosto sempre de entrar com o pé direito. e, sim!, tenho o meu cachecol da Sorte – entre outras igualmente tolas e que V. Exas. considerarão fruto de um qualquer devaneio meu, porque nenhum adepto se comporta dessa forma em dias de jogo. assim e pelo exposto (que ainda não esqueci), até a “simples” escolha da pele que deveria vestir revelou-se uma tarefa hercúlea. quando soube que ia ao nosso teatro de sonhos azuis-e-brancos e que a nossa equipa de ciclismo iria ser devidamente homenageada pelos seus feitos na última Volta a Portugal, ponderei levar o terceiro equipamento da época 2016/2016, com o cachecol dobrado a azul e a amarelo a fazer ‘pendant’. contudo, aquele juízo final veio alterar t-u-d-o. e, no momento da escolha e mesmo em cima da hora para sair de casa com a devida antecedência que um jogo de casa cheia impõe, hesitei:
¬ talvez seja melhor levar o da constelação [daquela mesma época]. ou o habitual. mas quero que o primeiro jogo seja especial, porra! ir sempre com a mesma pele… carago para isto! FUCK IT! vou ‘mazé’ levar o amarelo que foi o que decidi primeiro!

e assim foi. e assim aconteceu. e assim se pode explicar, em parte, o descalabro do passado Domingo, já devidamente dissecado por quem de direito – na Bluegosfera, inclusive a twitteira e a dos Cavanis – mas cujo resultado final ainda me custa a digerir e ainda me causa perturbações no sono.
obviamente que não estou a assacar quaisquer responsabilidades pela nossa derrota ao prognóstico certeiro do meu pikachu – era o mais que faltava! nesta estória e como a Fama já vem de longe, tal como o Constantino, o «pé frio» sou eu e mais ninguém. acima de tudo, não deveria ter vacilado àquele ponto de não saber que pele levar vestida. isso é que é algo inadmissível!
[também conviria à Equipa jogar um pouco mais do que fez e não desperdiçar, pela segunda vez consecutiva, uma vantagem de dois golos face a um adversário que já se sabia que “viria com tudo” porque nada teria a perder, somente a ganhar – nem que fosse um empate… mas isso, agora, não interessa para nhaga, porque são contas de um rosário que já não vale para este totobola.]


em suma:
Domingo lá estarei, no nosso teatro de sonhos azuis-e-brancos, se Deus quiser (e a esposa deixar – porque, à data e hora destas linhas, ainda não sabe de nada).
e o “manto sagrado” já está escolhido e será o tradicional. porque há “peles” que convém não mexer muito, para não azarar…

post scriptum:
prosa que começou a ser redigida ao início da tarde de Domingo (26-08) e só conseguiu ser concluída às 19h de Quarta-feira (29-08), tamanha é a dificuldade em digerir um resultado onde foram quebrados vários recordes.

“disse!“

Miguel Lima | 92º minuto


(este espaço é sempre escrito de acordo com a antiga ortografia. limices.)

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

A Mesa do Canto: O seu a seu dono, contra a discriminação (com O Fafe do AB6)





Um gajo quando é apanhado tem sempre múltiplas hipóteses de lidar com a situação. Pode sempre optar pelo mui batido "epááááá, 'tava a brincar, era uma piada, atão não se via logo, parece que não me conheces"; simular um ataque cardíaco e deixar quem o desmascarou cheio de remorsos, ainda por cima; e mais uma infinita miríade de possibilidades que seria fastidioso aqui enumerar, pelo que saltemos já para a minha favorita que é "Eu não tenho a culpa!" Hã?

Claro que depois há os tipos geniais. Por exemplo, o xôr Louis CK que à conta de ser tantas vezes apanhado a puxar lustro ao golfinho, achou melhor transformar isso numa série de piadas antológicas e ser um dos melhores comediantes do seu tempo.

Isto a propósito de me ter posto aqui há atrasado a louvar o camurso do Évora - fulano de quem tenho um centímetro bem medido de inveja, no máximo!! - pela sua vitória no Campeonato da Europa. Pumbas, nem bem tinha acabado de dizer a boçalidade, já a um até então pacato freguês desta casa de pasto lhe saltava a tampa. Com toda a razão, diga-se.

Agarrado assim desprevenido, com as calças na mão como o bom do Louis, não tive sequer presença de espírito para um "aaaahhhhh, não, não era bem isso que eu estava a dizer, era mais uma graçola, vá, aiiii que parece que sinto uma picada aqui no peito que estou a ficar todo apanhadinho duma perna, para além de que não tenho culpa nenhuma." Nada, nem piei. Limitei-me a sentir as bochechas a ficarem muito vermelhuscas, a baixar os olhos e a pensar ora fuoda-se, que ganda calinada, credo! 

Como não há ninguém melhor do que quem sabe para corrigir um erro, hoje senta-se na Mesa do Canto, com direito a garrafa especial e tudo, o O Fafe do AB6, que fez o favor de aceitar o meu pedido para esclarecer quem é O Melhor Atleta da História de Portugal. Até hoje, uma vez que eu ainda não decidi se enveredo ou não pelo desporto profissional. Depois aviso.

...  

É inacreditável e indesculpável como o País político, o País mediático e o FC Porto nunca reconheceram, devidamente – com a justiça e mérito inatacáveis – o invejável e inigualável currículo desportivo de FERNANDA RIBEIRO, que é, sem sombra de dúvida, o maior “monstro” do desporto português e que não tem qualquer paralelo na história lusitana.

Ela é O maior atleta português de todos os tempos e de todos os desportos.

Porquê, a ela, nunca foi dada a devida fama nem atribuído o devido proveito?

É a rosinha da foz, “menina do regime” e ”menina do polvo vermelho” – não porque tenha sido – ou não – sua atleta, mas porque a este sempre interessa diminuir e rebaixar tudo o que possa engrandecer o nome do FC Porto – que goza da fama e do proveito, convidada para todas as cerimónias desportivas e público-políticas e cantada como referência da juventude, com direito a substituir, com seu nome, o quase septuagenário Palácio Cristal.

Não interessa saber se a “ rosinha, menina do regime” é portista pelo coração, ou não. É um “carisma” pré-fabricado, levado pela “onda” do regime e usurpado pelos nossos raivosos detractores, que não suportam a aura vitoriosa da família “azul-e-branca”.

São assim, no meu país, as mordomias e os “altares públicos” para os “meninos do regime” e para os anti FC Porto. O “polvo vermelho” é muito mais do que abrangente, é o poder absoluto corruptor – se moral ou material, compete às respectivas instâncias determinar – em todas as áreas desportivas e políticas.

A “menina do regime” nunca passou de uma mediana atleta de pista, quase sempre superiorizada pela nossa Aurora Cunha, nas provas de 10000, 5000, 10 kms Estrada e Corta-mato.

A “rosinha, menina do regime” apenas foi grande na Maratona, quando a Maratona ainda não era uma prova para especialistas, mas apenas para os reformados da pista.

Para quem tem memória curta ou “fingido alzheimer” – com muito respeito pelos verdadeiros doentes – a seguir relembro o palmarés da enormíssima Fernanda Ribeiro. Leiam e interpretem com atenção, pois, até, muitos portistas há que não têm em devida conta a magnificência do seu sucesso global:

MEDALHAS de OURO

Jogos Olímpicos 1996 (10000 mts) - Atlanta
Campeonato do Mundo 1995 (10000 mts) - Gotemburgo
Campeonato da Europa 1994 (10000 mts) - Helsínquia
Europeus de Pista Coberta 1994 (3000 mts) - Paris
Europeus de Pista Coberta 1996 (3000 mts) - Estocolmo
Europeus de Juniores 1987 (3000 mts) - Birmingham
Campeonatos Ibero-americanos 2000 (5000 mts) - Rio de Janeiro
Campeonatos Ibero-americanos 2004 (5000 mts) - Huelva

RECORDE OLÍMPICO

1996 - 10000 mts em 31:01.63 - Atlanta

MEDALHAS de PRATA

Campeonato do Mundo 1995 (5000 mts) - Gotemburgo
Campeonato do Mundo 1997 (10000 mts) - Atenas
Campeonato da Europa 1998 (10000 mts) - Budapeste
Europeus de Pista Coberta 1998 (3000 mts) - Valência
Mundiais de Juniores 1988 (3000 mts) - Sudbury

MEDALHAS de BRONZE

Jogos Olímpicos 2000 (10000 mts) - Sydney
Campeonato do Mundo 1997 (5000 mts) - Atenas
Europeus de Pista Coberta 1997 (3000 mts) - Paris
Campeonatos Ibero-americanos 1990 -) 3000 metros - Manaus

CAMPEONATOS de PORTUGAL

5 x Campeã Nacional 1500 mts (1989, 1990, 1995, 1998, 1999)
4 x Campeã Nacional 5000 mts (2000, 2002, 2004)
3 x Campeã Nacional 10000 mts (1992, 1996, 2008)
Campeã Nacional Maratona (2009)
Campeã Nacional Corta-mato (2003)

Note-se que nos Mundiais de Gotemburgo, em 1995, conquistou as medalhas de Prata e Ouro, nos 5000 e 10000 mts, respectivamente e que, nos Mundiais de Atenas,em 1997, conquistou as medalhas de Bronze e Prata, nos 5000 e 10000 mts, respectivamente.

Fernanda Ribeiro foi medalhada com Ouro, Prata e Bronze, em Jogos Olímpicos, Mundiais, Europeus e Europeus de Pinta Coberta, em 3 disciplinas diferentes: 10000, 5000 e 3000 metros.

O MAIOR ATLETA PORTUGUÊS de TODOS os TEMPOS e de TODAS AS MODALIDADES.

O seu invejável e inigualável currículo desportivo nunca deveria permitir que a “rosinha, menina do regime” e outros “meninos do regime, que tais”, lhe usurpassem o mais alto “trono público” e os correspondentes proveitos, que são seus por direito e por grande mérito.

Enquanto atleta da universalidade lusitana, sem dúvida que Fernanda Ribeiro deveria ser sempre a embaixatriz oficial em toda e qualquer cerimónia desportiva e em qualquer cerimónia público-política-desportiva – ela é o maior ícone da vitória, em representação da esfera-armilar e das quinas.

Enquanto portista e expoente máximo em representação do emblema azul-e-branco, merece uma festa azul-e-branca universal e, não uma estátua, não uma estrela no passeio da fama, mas um grande mural em azulejo, junto ao símbolo do Dragão, no nosso estádio, com a Fernanda Ribeiro a cortar a meta em Atlanta, ladeado por placas em latão com a totalidade do seu currículo desportivo.


Por O Fafe do AB6 | @O_Fafe_do_AB6
Este Fafe opta por escrever na ortografia antiga,. Fafeiro!

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quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Resumo da semana: #justsaying

E pronto, cá estamos chegados ao deprimente quase a acabar. As férias. Fico num estado esquisito, tão depressa asténico, derrotado, praticamente falecido, velado e enterrado; como, logo a seguir, me dá a travadinha e sou um puto hiperativo, cheio de coisas por fazer antes que se me acabe o tempo e tento mergulhar numa onda, ao mesmo tempo que fumo um charro e bebo yet another mojito, sem perder o controlo da bola que a malta da praia está a contar que resolva o jogo.

Isto das férias divididas em fatias aborrece-me porque estão sempre a acabar. Ainda agora me sentia a recuperar da depressão pós Ras Al Khaimah e pumbas, all over again. Parece a pessoa que está continuamente a acordar, precisamente na parte do sonho em que a mais que tudo se vai engalfinhar com a Scarlett. Não se faz a um gajo, caraças.

Enfim, mantenhamos o pensamento positivo. Ficam para trás belos dias de Sol, sem sal. E belas descobertas, como a Aldeia do Mato e, sobretudo, o Carvoeiro. Ainda melhor, o senhor Artur e a dona Filomena e as suas Casas do Lagar, de onde a gente não lhe apetece ir embora, tão em casa que se está. Depois, por estranho alinhamento cósmico, fui dar a sítios que já não fazia ideia onde ficavam, nos quais amigos me deram guarida e festa, faz mais de 30 anos. Surpreendentemente, reconheci o terreiro dela, da festa, o sitio onde tocava o conjunto, a zona onde se vendia cerveja, a rampa pela qual correu esbaforido o Zé Vasco, perdido de bêbado desde dois dias antes, atrás de alguém que, por qualquer motivo, ele achava que devia apanhar nas trombas. Está alcatroada, Zé, a rampa da festa da tua terra.



Reencontrei as lambretas e os copos de três. E os míticos Ferro & Fogo, a tocar numa aldeia cheia de rock.


Não sei bem a quem, ou a que, agradecer, mas obrigado. #justsaying.




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Entretanto, foi havendo bola. Sobre o nosso FCP, está tudo em A Culpa é do Cavani. Há tanto para dizer mais, que até o "O Jogo" tem que se pôr a fazer artigos da treta sobre o facto de o Oliveira ser o melhor tipo a tirar a bola aos outros, ao fim de...dois jogos. Já depois de terem descoberto que este é o melhor inicio de época da carreira do Otávio. Olha que era difícil, hein? Se nos poupassem a isto, a gente agradecia. Vá que temos olhinhos nas trombas e não comemos gelados com a testa. Estou fartinho de vos dizer que nós não somos lampiões!

Porto à parte, diga-se que é hora de um grande shout out  para o Nuno Manta e seu Feirense. Nem tanto pelas duas vitórias e seis pontos - tantos como os matulões - mas sobretudo pelo que vem fazendo há duas épocas, com planteis que não tenho a certeza se seriam suficientes para ser favorito à subida na segundona. Quando nos apetecer choramingar acerca da tal profundidade das nossas azuis e brancas opções, é botarmos ujólhos em Santa Maria da Feira. Se esta malta consegue, a Champions não é miragem nenhuma para o FCP. Justiça seja feita, ao contrário do senhor Azul e Branco, que aqui há atrasado me referiu estar de olho no Manta, eu desconfi(o)ei um pedacinho da capacidade deste jovem para amassar esta fogaça. Bem, aqui está, xôr Nuno, a contrição. Agora esquece-te de desceres este ano, só para me contrariares...

Do outro lado, o xôr Castro que, como bem podeis comprovar em muitos e variados posts desta reputada casa de pasto, não é moço da minha preferência. Parece-me sempre que se as coisas desatam a correr mal, ele não tem como lhes dar a volta. Não que se possa dizer que lhe esteja propriamente a descarrilar a vida, ainda é cedo e quatro derrotas nos quatro primeiros jogos oficiais não é o fim do Mundo. Sim, quatro, porquê? No entanto, faz-me confusão que um tipo que tem que alterar profundamente o modelo de jogo da equipa - o Pedro Martins é de outra escola, se de alguma... - ache boa ideia trocar meia equipa da primeira para a segunda jornada, depois de ter feito tremer um dos candidatos ao titulo. Quando vem justificar que aquela foi uma derrota muito traumática e que ainda não conseguiu resolver isso com os jogadores, aí disparam os alarmes, digo eu. Well, pode ser que tenha sido apenas excesso de copos de três. Infelizmente para o Vitória, o Folha está em Portimão. Também leva na corneta como gente grande, mas basta olhar para a diferença no discurso para me perceberem. mas mantenho grandes expetativas na época do Guimarães, mesmo com o Castro. Pode ser que faça clique. Ou não. Olha, o Capucho está mesmo no fim da auto-estrada Guimarães - Litoral. #justsaying.

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La Geringonce vai reverter o molho de bróculos que o PAF tinha arranjado com a Lei de Reorganização do Território das Freguesias que, como se sabe, foi feita seguindo o método legislativo de atiréssamerdóarilogocevê. Portanto, mais uma prova de visão a longo prazo dos políticos portugueses. Chegue a altura da alternância e lá teremos outra vez que reordenar o que estava mal ordenado e depois foi reorganizado desordenando. Hã?

Não percebo lá muito bem porque é que a Catarina e os seus Bloquinhos haveriam de achar isto boa ideia, tirando o facto de porque sim. É que, ao contrário do tio Jerónimo, o seu poder autárquico é absolutamente bola. Zero. Nicles. Talvez esteja de olho em algumas freguesias dos centros urbanos, onde ainda é cool ser BE desde que não conheças alguém chamado Robles - ai credo, arreda que tem gosma, mata com fogo antes que se reproduza. Desconfio que vai dar com as Mortáguas na água e o velho tio é que se fica a rir.

Para mim é absolutamente tinto. Mas tinto da Tasca, daquele que o nosso mister gosta. A única coisa que me aborrece é se vamos ter novos candidatos à presidência das novas freguesias que, a bem dizer, são as velhas freguesias. É que desconfio que foi preciso meter a martelo muito Presidente da Junta que se viu privado da junta para presidir, nos quadros do Estado e nas Autarquias e assim. Se agora vêm novos, é uma porra para os meus impostos. Sofrem muito das cruzes, os meus impostos. Quando aumentam o peso que carregam, queixam-se logo.

Vai daí, cagari-cagaró para as reformas territoriais desta maralha. Façamos de conta que teremos Trotskistas e Marxistas-Leninistas a influenciar a governação do Estado durante uns 20 anos e que, portanto, o novo ordenamento se manterá por umas décadas valentes. Seja. Mas havia de ser obrigatório que todos os ex-autarcas, entretanto passados a funcionários públicos, sejam candidatos aos cargos que ocupavam nas extintas freguesias. Novas freguesias. Ex-extintas freguesias. Coiso. #justsaying.

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Olha-o com manifesta surpresa. Dir-se-ia com uma fagulha de recriminação, até. Mas disfarçada, dissimulada no joelho no chão e na reverência das mãos postas.

- Que foi? Tem alguma coisa a dizer, o senhor Pedro, tem?

- Não, Senhor, claro que não. Fiquei apenas surpreendido, só isso. Não esperava esse cuidado com...com...bem, com o parvo.

- Oh, deu-me prá fofura. Acontece-me às vezes, fico doce, doce, doce, já à beira da diabetes. Não posso?

- Ora, podeis tudo, Senhor.

- Eu sei, Pedro. Era retórico. - Revira os olhos. - E ires-te agarrar a uma nuvem? Isto não se faz chover sozinho, poi'não? Pá, #justsaying..

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quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Da Eternidade: Uma mesa ao Sol

 
Olá meu Amor, como estamos hoje?

De férias, é assim que estamos, colecionando momentos irrepetíveis, como se houvesse momentos de outro género, como se fosse possível regressar, repetir, copiar. 

Como bem sabes - uma mesa num café anónimo, no tempo em que todas eram de fumadores, uma espreguiçadeira à beira de uma piscina de cloro, tu deitada, eu sentado aos pés - não consigo evitar esta coisa de colocar os ausentes nos locais de agora. Se calhar é só uma forma de lhes dar férias, de os tirar dos ombros enquanto salto para a água, eu mais leve, eles livres deste jugo que lhes imponho. A Ti não, que ainda não me parece que tenha aceite completamente que Vives em mim. Apenas.

Deixemos isto, convenientemente, por discutir e resignemo-nos ao facto, de qualquer forma insofismável, de caminhares ao meu lado. Por agora basta-me e Tu não tens como protestar.

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Sabe-se lá como, vim dar a sítios de churrasco nas margens, minis em punho e cigarros a queimar no fio perdido das conversas, enquanto as brasas pegam. Fomos passando, eu e Tu, por estes locais, trocando olhares cúmplices, até termos desaguado nesta esplanada sobre um rio. A sombra dos guarda-sóis vermelhos espalha-se por uma área apreciável, deixando uma mesa perdida no extremo. Ao Sol. A nossa, certamente.

Aquela em que as tuas gargalhadas parvas se entrecortariam com os acessos de tosse que prenunciam a Morte. Estaríamos praticamente deitados nas cadeiras, a torrar, desfiando um rosário de maledicência e piadas estúpidas. Os dois - ah não, os três! - plenos de Presente, ignorando com a maior naturalidade a Vida, essa coisa que correria em paralelo a uma Felicidade de momento. Lá longe, nas partes incertas onde as pessoas sobrevivem. Até que fosse segunda-feira e nos viessem agarrar pelo pescoço e esbofetear-nos com lambadas de realidade. À bruta. E saberíamos então que a culpa era completamente nossa. Como a mesa ao Sol, esquecida pelo resto da esplanada.

Na relva da margem, repousaria a enorme geleira. Façamos um breve inventário: uma bola de queijo flamengo, 350g de fiambre, um chouriço, quatro pacotes gigantes de batata frita, 20 ou 25 latas de cerveja, gelo, duas garrafas tamanho familiar de Coca-Cola, quantidade indeterminada de papos-secos, abre garrafas, uma faca de cozinha, um pacote de manteiga, um melão e uma melancia.

É certo que se entregar esta lista a qualquer um dos outros, ela crescerá, até se tornar uma geleira imensamente impossível, daquelas que podem carregar toda a Alegria do Mundo. Nenhum de nós pode ter a certeza se existia ou se foi  um épico sonho coletivo.

De pernas cruzadas à chinês, preparas em facadas certeiras as nossas sandes de queijo, com manteiga e batata frita. Os miúdos correm soltos e felizes, mergulhando no Mar da nossa inconsciência, e vêm à chamada da fome. Comem em pé, a pingar água, e sorriem. E depois riem. Porque por qualquer estranho motivo parece que não aprenderam outra coisa. E a gente aperta o pão e ouve as batatas a estalarem lá dentro e antecipa a mistura das gorduras e do sal, a maciez do flamengo e o crocante das batatas e depois o gás do malte ou do caramelo dispara uma bolha para o nariz e os portões do Paraíso abrem-se de par em par.

Os bebés espalham-se pelos seus vários pontos cardeais e nós retomamos o caminho da esplanada ou da sesta ou da geleira. Quando nos cruzarmos, alguém os empurrará para a água e depois saltaremos todos e as pessoas vão ficar a olhar. Como se o Mundo não acabasse depois do jantar.

A quantidade de escolhas racionais e partidos ponderados que estas coisas que não sei dizer me impediram de fazer e tomar, é algo que já tentei explicar milhares de vezes. Sem sucesso. Nunca passei de está perdoada à partida e serei sempre eu a dever no fim.

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Às vezes ainda caio na esparrela de me pôr a pensar que podíamos, os que vamos sobrando, repetir, em conjunto ou cada um com os seus, estas jornadas de “vamos ao Algarve amanhã, mas acordou mau tempo e vamos em direção à Serra da Estrela, mas só até à Mealhada”. Porque é hoje. Pouco importa que tempo fará amanhã.

Mas sabes, não podemos. Continuamos a ter, descansa, parvoíce que sobeje para as gargalhadas. Temos bebés em número muito razoável e até, ou mais que tudo, a Tua Memória religiosamente preservada. Somos é outros, em outro tempo, transportando outras vidas. E não me passaria pela cabeça empurrar qualquer das crianças para dentro de água. Só os pais delas. As mães, para ser completamente exato.

Eu podia só dar-Te a mão e levar-Te a passear, porque a vista é bonita e o ar agradável. Deixar-me ficar calado, em vez de Te maçar ainda uma milionésima décima vez com a mesma história. Mas depois ia contá-la a quem? Não sei, a todos, talvez? Um dia ainda encontro a resposta para isto. Mas hey, nós vamos falando. Até já.

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segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Embandeirar em arco

Conta-se em duas penadas a sabe-se lá se triste história de Cláudio R. da Silva:

Nascido devidamente equipado em tamanho para o amor, desde tenra idade espantava pela  impecável aerodinâmica e muito apreciável estética peniana. Enfim, o que se convencionou chamar de bela pila.

Mais até. Cláudio revelou desde os primeiros ensaios uma inata aptidão para a cópula. Não que isso o surpreendesse, dada a arrasadora onda de sublimes sensações que o tomavam quando, petiz, praticava o ato de si para consigo. Espancava o macaco, portanto.

De família, carregava os genes da simplicidade e da humildade, a esmerada educação dos modestos e a certeza de que, desconfiando de si mesmo, poderia manter sempre os pés bem assentes no chão. Daí que sempre que um amigalhaço de ocasião lhe dizia: Oh Clau, a minha prima bem boa diz que lhe disseram de ouvir dizer que era melhor ligares-lhe enquanto os meus tios estão embarcadiços, num cruzeiro demorado; o bom do rapaz respondia: Pá, não é tanto assim, tenho muito que melhorar e há aí malta muito competente e bem preparada e que investiu em operações e faz ginásio e essas coisas todas. Não vamos agora embandeirar em arco.

De tão pouco embandeirar, tanto se convenceu do que pregava, que nunca mais deu uma em condições. Ainda hoje, cerca de 85% da freguesia feminina da Tasca vive a repetir: Credo, que desperdício ter ido para panasca.

O que é prontamente rebatido por uns 32% da freguesia masculina.

Com pedaços de bolinho de bacalhau a lutarem pela vida nos cantos da boca, o Berto Faz Tudo dá sinal de vida:

- Eu cá embandeiro um pedachinho para a exquerda. E tu Xilva?

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Ora então começou o Campeonato. E abriu da forma mais natural: Cincazero, Silva. Como era de esperar, meio Mundo desvaloriza, à conta de um adversário supostamente morto; e outro meio já desatou a berrar que não devemos embandeirar em arco. Lá está.

De acordo amigos, a soberba, como a gula, para além de pecado, pode fazer mal ao intestino e, de repente, está a pessoa com uma caganeira do caraças. Mas não precisamos de fazer de conta. É que não sendo um dos sete, a hipocrisia é o grande pecado do Homem. E fazer maki com morango e compota de framboesa também!

Deu-se o caso de ver os jogos dos supostos adversários. Não é que possamos encomendar as faixas, mas devemos ter a honestidade de reconhecer que partimos à frente. Um pedaço. Grande. O mais próximo será o S.L.Braga.

Percebe-se. Estamos em modo continuidade, afinando o modelo, suprimindo defeitos, enfim, aperfeiçoando e não construindo. Essa é uma vantagem e o melhor é que, pela amostra, não estamos nada inclinados a prescindir dela. Eu espero um FCP bem melhor do que o anterior e o treinador também. É isso não tem porra nenhuma que ver com jogadores novos. Anyway, se alguém tiver por aí esquecido um lateral esquerdo dentro do prazo...

Pronto, não embandeiremos em arco, para não ferir o politicamente correto. Mas pelamordeDeus, não me comecem já com as finais, a Vida e a Morte, o fim do Mundo sem Suecas desnudas. Ninfomaníacas. Porque haveremos de dar gás ao colinho mediático que vai tentar disfarçar vitórias sofridas, fabricar soberbos craques que encherão de esperança os rubrósverdeados corações e estupendas exibições durante 10 minutos?

Foda-se, somos melhores, estamos melhor, mais fortes, mais rápidos, mais alto. Fodemos melhor, pronto. Porque é que haveríamos de esconder isso das moças? Ganhar vantagem ao primeiro olhar é uma bela estratégia.

Isto é embandeirar em arco? Well, eu é um pedacinho para a esquerda também.

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O desproporcional do Nélson Évora ganhou o Campeonato da Europa. Já antes tinha sido Campeão Olímpico e Mundial. Eu não sei se alguém já tinha feito isto antes, já? Mesmo que sim, mas desconfio que não, é seguramente um dos maiores, senão o maior, feito do desporto nacional! Que golos do Cristiano em jogos treino contra equipas B mereçam mais destaque, não diz apenas da me(r)dia que temos, diz também do Povo que somos. Que não somos, digo. Mas podíamos ser.

Só não percebo como o gajo consegue. Eu próprio ando hácanos com um par de meias, daquelas de futebol, metido nos boxers e não há meio de saltar nada que se veja, fuoda-se!

Acho que o truque do moço é usar um calçonete de licra muntapertado, mais parece que vai fazer Ponte Nova - Furadouro ao Domingo, à rasca para ser atropelado por um BMW de aluguer com matrícula Suíça. Aquilo revela ao enfado - bota enfado nisso, filhadaputa - a meiucha metida nos truces e pumbas, até parece o gajo que voa.

Ora nem mais, o que o Évora faz é não esconder o arco. Ou a bandeira. Embandeira em arco, lá está. Aposto que é um pedacinho para a esquerda. Quer dizer, tendo em conta a proporção, um bom bocado, vá. Damn!

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Alarcón, FCP! É isto, a propósito de malta que anda por aí em licra a mostrar com quantos mastros se faz um embandeiranço. Empandeiranço. Coiso.

sábado, 11 de agosto de 2018

Sábado B: De pequenino...

Kié? Apeteceu-me e depois? A espelunca é minha!

Ah, gosto tanto do inicio de época dos B. Porque são equipas completamente novas de dois em dois anos, no máximo. Curiosamente, a primeira coisa que me chama a atenção nos B deste ano, é que há gente demasiado "velha" para cá estar. A única explicação plausível para mantermos Rui Moreira, Rúben Macedo ou até Rui Costa, é toda a estrutura, treinador principal incluído, estarem convictos de que se tratam de verdadeiros backup ao plantel principal. Vocês acreditam? Eu não. Aliás, o único que entraria nesta categoria não foi, propositadamente, referido. Falamos dele a seguir.

Uma equipa à imagem do seu treinador: honesta, simpática, sorridente, ingénua. Montada num sistema que pretende ser o espelho dos A, mas à qual falta gente para isso. De facto, este FCP B devia - e creio que o Rui gostaria - jogar em 4-3-3 e não no "nosso" conceicionista 4-4-2. Sendo certo que a me agrada este jogo de sombras, porque prepara jogadores para serem alternativas "imediatas" em caso de necessidade, não é menos verdade que se correm riscos ao levar demasiado à letra o conceito.

Por exemplo, nem quero pensar no que estaremos a fazer ao bom do Luizão se o obrigarem a jogar uma época inteira a ala direito. Não só o moço não tem características para isso, como a equipa perde muito com a sua ausência no meio. Em termos defensivos e ofensivos. Por outro lado, é o rapaz com mais possibilidades de dar uma perninha na A, porque já por lá andou e porque tem pernas e pés para isso. Quem sabe esta nova posição não visa prepará-lo para poder tapar um qualquer buraco na direita do nosso meio campo A. Pessoalmente, acho que não vai resultar. Mas hey, eu também achava que o André Pereira não sabia jogar o suficiente à bola para ser jogador do Porto. E ainda acho, mas ele é!

Outro rapaz que tem que estar pronto, até ver, para responsabilidades mais elevadas, é o Oleg. Apenas porque não há alternativa para Alex Telles, uma vez que não me parece que este catraio louro esteja preparado. Dará para o gasto? Que remédio tem ele. Veremos no decurso da época.

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Vamos lá à malta que jogou o primeiro jogo da II Liga:

Baye - Banco assim que chegar o Diogo Costa. Mas não é pela baliza que as coisas correrão mal.

Musa - Eish, época difícil que vai ser. É que ser ala direito no 3-4-3 do Folha é totalmente diferente de ter que ser lateral direito agora. E tu Musa, não és.

Justiniano - Rápido, inteligente, frio (não, não fez um penalty, mesmo que tenha sido apitado). Gosto.

Bidi - É grande. É bruto. É grande e bruto. Está emprestado pelo Lusitano de Vila Real. Tudo dito?

 Oleg - Veremos...

Rui Moreira - Já o conhecemos, fará o que sempre faz, desta vez com a grande novidade de jogar no seu lugar de origem. Não será A e só pode ainda aqui estar porque precisamos de um capitão. Devia estar a tratar da sua vida, porque pode ser um belo jogador de uma boa equipa.

Kelechi - Forte, bom de bola, chuta bem, o jogo da equipa anda todo à volta dele. Falamos daqui a uns jogos.

Luizão - Tudo explicado lá em cima. Não é à direita que se pode fazer jogador a sério.

Macedo - Outro que podia muito bem estar a ganhar cartaz numa equipa qualquer que lhe permitisse ter uma carreira a sério nisto da bola. E o Varzim precisava tanto dele.

Irala - Titular porque temos que jogar com dois avançados. Não devia. Até porque era suposto este lugar ser do Maleck. Kédele?

Rui Costa - Se era para ter um Rui, podia ser o outro, não? O que ninguém sabe onde pára, por exemplo. O Costa é bom, nada de confusões. Mas o outro é melhor...

Baró - Como - mas oh Deus, como? - é que este petiz não joga assim de caretas? É olharem para o que foi a bola desde que ele entrou. Sobretudo nas partes em que não estava obrigado a ir defender...à direita. Que pancada, dass!

Cassamá - O problema é como é que te arranjas para caber no lugar do...de cima. Mas juntos, é um regalo. E foi, por 15 minutos. Problema: sofremos mais um golo e não marcámos nenhum. Oh well...

Madi - Olha, aqui está um tipo que podia jogar à direita em vez de médios centro! No entanto, até acho que este lugar de avançado móvel lhe assenta melhor. É que assim não tem que cruzar tanto e...nota-se menos *wink* Se - SE! - evoluir muito - MUITO! - bem, pode ser uma história muito engraçada. Como muitos outros, right? Right.

Rui Barros - Eish, credo, que confusão que para aí vai, Ruizito. Aparece por aqui um dia destes, para uns abafadinhos, e cumbersamos os dois, tá? Combinado.

A minha equipa, neste momento: Baye; Musa, Justiniano, Bidi, Oleg; Luizao, Kelechi, Baró; Macedo, Costa, Queta
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O adversário de hoje está muito bem nesta divisão, onde há pouca gente a ver os jogos e, assim, podem dispensar-se bancadas em risco de ruir. Ganharam, mas era muito bem feito que tivessem perdido. Inchem!

De qualquer maneira, apesar da embirração, obrigadinho pá, por nos terem torcido o pepino logo de inicio. De pequeninos.

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E agora, alça este belo rabito para Vagos \m/. Tomem conta do Dragão e peçam desculpa à equipa pela minha ausência. Ao Sérgio não precisa que ele sente-se aliviado.