sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

24-10 = 14!



- Estranhamente, ou nem tanto, é em ti que me revejo mais. Em alguns gestos, mas sobretudo na determinação com que impões a ordem e o limite. No esforço para dar só se for merecido, umas vezes. E outras, a dar porque sim, porque aquece o coração, mesmo a saber que mais tarde vais pagar caro teres-te desviado do caminho austero da disciplina. Nesse ar de quem sabe tudo sobre o assunto, que não deixa dúvidas nem possibilidades de questionar.

Expludo de orgulho cada vez que te vejo lutar até conseguires. É um traço de ti, eu sei, mas que queres? Não posso evitar esta sensação de que algo nisso é meu, fui também eu, por ou sem querer. Ás vezes nós, velhos, falamos uns com os outros, de vocês, novos. Claro que falamos mal! Menos quando alguém, e há sempre alguém que o faz, lembra o pouco que valorizam o tanto que têm. Não! A mais velha sabe. A mais velha ganha as coisas que tem. A mais velha está fora da vossa esfera de ingratidão.

Sabes o que mais gosto? A maneira como a populaça tem por garantido que és tão doce e dedicada e certa e segura. Depois perdem-te, porque és segura enquanto te seguram; e certa enquanto achas que esse é o teu caminho; e dedicada a quem se dedica. Doce? Tão doce. Mas nem sempre doce. Ah e Nós sabemos! Só Nós, eles não. Não podes imaginar como me conforta ser uma parte deste Nós. Partilhar as coisas que não mostras lá fora, estar cá quando deixas cair todas as barreiras e todas as máscaras. Porque todos temos e cuidamos das nossas máscaras. No fundo, o que te estou a dizer, só hoje, é que não seria este que sou se não olhasses para mim como um pedaço de Nós. E sou-te grato.

Mais que tudo, é absolutamente necessário que não esqueças nunca a mulher maravilhosa que parece que já és. Acredito que és, pelo que me dizem, pelo que te ouço dizer, pelas coisas e pela vida. Acredito. A certeza nunca terei, porque serás sempre pequenina, nunca adulta e nunca mulher. Tem dias em que quase me apetece pedir-te desculpa por isso, mas não posso. Primeiro porque não tenho culpa e depois, ainda mais, porque quero que continues a encontrar aqui o lugar em que podes ser tão pequenina quanto te apetecer. Em mim, em Nós, em Casa. Mas sempre a saberes que te quero de asas bem abertas, pronta para engolir o Mundo! Ou um empadão de batata doce...

Nem uma palavra! Põe-te a mexer rapidamente que a minha vida não é isto. Xiu! Eu disse: nem uma palavra! E sim, podes tirar uma bifana da panela. Há pão no cesto...

6 comentários:

  1. My sweet baby girl... nestes dias apetece-me romper em lágrimas.

    Porquê? Porque sim, porque é sempre no útero te sinto, no colo que te amparo, na vida que me orgulho.

    E porque é nestes dias que te sinto grande, adulta, mulher. Só nestes dias. Nos restantes és filha. Só filha, como se isso não fosse tudo!

    Happy birthday, my loved eldest!

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  2. Ponto número 1... Escrevi uma resposta mesmo querida e o blog apagou-a --' porque estás contra mim tasca do silva?
    Ponto número 2... Vou tentar repetir.

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  3. AHHHH!!!!!
    Ponto número 1... O blog já me comeu dois comentários... Um bastante fofo e outro a justificar o primeiro comilanço...
    Ponto número 2, vou tentar again!!

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    1. A Tasca é uma coisa de homem. Não há cá espaço para coisas bastante fofas, era o que faltava! E o tipo disse: nem uma palavra! :)
      Já agora, oh cara freguesa info-excluida, os blogs não comem comentários, só comem tempo...

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  4. 'muitos parabéns!'
    (de um pai babado para outro pai babadinho)

    abr@ço
    Miguel | Tomo II

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    1. Obrigado Miguel. É um mar de baba! Parece o nosso relvado contra os gajos da rotunda.:) Abraço.

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