domingo, 28 de fevereiro de 2016

Concursos de Domingo B e pastéis de nata



Os B jogaram ainda agora na Póvoa. Um jogo interessante e, em boa parte, mal conseguido pelos nossos. Parece um paradoxo, mas foi mesmo isto. Perdemos bem e a estatística final prova-o à saciedade: 47 ataques para os Poveiros, contra 23 dos cachopos; 18 remates deles, para 6 nossos.

Num campo em que a bola anda aos saltinhos, encontrámos uma equipa que nos conhecia muito bem. E, por isso, deixou-nos o tempo todo naquela posição bastante desconfortável de ter sempre uns quantos pescadores a bufarem-nos nos calcanhares. Curiosamente, aguentámos bem isso, sem brilhantismo mas com raça, vontade e coragem. E foi tudo. 

A outra metade, puf, inexistente. Por mérito do adversário em dois aspetos fundamentais: A pressão constante e uns quantos etíopes armados em jamaicanos, a dispararem nas costas da nossa defesa. Remendada.

Acontece que do nosso lado se decidiu gastar a manhã de domingo em Concursos. Enfim, irrita um bocado, mas entretém. Ora veja-se:

Graça, vencedor do Concurso de maior numero de rotundas. Deu tudo o que tinha, como é hábito, mas deve ter acabado o jogo bastante zonzo. Tanta volta desnecessária, credo. Parecia o catraio que estava num carrossel. Alguém lhe dê um gelado.

André, vencedor do Concurso do calcanhar inconsequente. Lutou, lutou, lutou, valente e abandonado contra os centrais. E deu cabo da parte de trás das chuteiras, de tanto uso. Diz que tinha apostado consigo próprio que conseguia jogar exclusivamente com a retaguarda dos pés. Antes a dos pés.

Castro, perdeu o Concurso "Quem quer acertar na substituição?". Falhou todas.

Quando já se tinha percebido que o nosso meio-campo não aguentava aquela desvantagem numérica - e que o Ismael estava a congelar encostado à linha, aflitinho para fazer companhia ao André ali no meio - precisou de substituir o Gleison. Deixou tudo igual e meteu o Ruben - que ganhou o Concurso para o gajo que menos vezes passou pelo adversário. Depois foi preciso substituir o Omar, numa altura em que o Chico tinha começado a conseguir pegar no jogo. Isso é que não, pensou o bom do Luis. Mete um médio criativo que esteve quase a tirar o prémio ao Ruben; e recua o Chico que...desapareceu. Com 10 e a perder, um tipo pensa: Bem, agora sim, lá vai o Ismael para o meio, o Macedo dá uma perninha no meio-campo e ficamos em 3-4-2. Aha, aí está a substituição! Ena, tira o Ismael e mete outro moço colado à linha. Aaaaaah, nesse caso, peço desculpa.

Já sei que este ano não se pode bater no Castro. O ano passado podia. Agora, é melhor não. Mas acontece que é o mesmo exato tipo. Com as mesmas exatas, e poucas, virtudes; e os mesmos exatos, e bastantes, defeitos. A mim m'importa que não gostem de o ouvir.

Prémio especial de "Tipo mais irritante da Liga", para o senhor que passou o jogo a berrar coisas sem nexo na bancada. O que aos 80 minutos desatou a gritar "tánahora oh filhadaputa, tánahora". Só que não estava... 

Menção muito honrosa para o nosso Capucho e as suas belas pernas (hey Jorge). Muito bem em tudo, incluindo o sentimento Portista. Guess you will be back soon enough.

...

Mai'logo jogam os graúdos em Belém. O que me leva sempre à interessante discussão do Pastel de Nata. 

É claro, e indesmentível, que em Lisboa se comem os melhores pastéis de nata do Mundo. Erradamente, pensa meio Universo que isso se deve à Fábrica dos Pastéis de Belém. 

Sendo de nata, os de Belém são uma estirpe um pouco à parte. Digamos que quase poderíamos falar de pastéis de nata e de pastéis de Belém. Duas coisas distintas. Não é pelos de Belém que Lisboa é a Capital Mundial das natas. É pela média ímpar da qualidade deste bolo em centenas de pastelarias, confeitarias, snack-bares e afins da cidade.

Por exemplo, na Tasca, as natas que se servem de sobremesa não são de Belém. São da Manteigaria. Ali ao Camões. Mais cremosas, um pouquinho menos doces talvez. Boas como uma Charlize acabada de sair do banho. Bem, nem tanto, mas bem boas ainda assim. Os de Belém devem ser comidos no seu habitat natural. Não sabem ao mesmo longe de casa.

Não restem dúvidas que a experiência de Belém é a melhor de todas. Nada a fazer. A não ser comê-los. E nunca se come um Pastel de Belém, é obrigatório enfardá-los aos pares, no mínimo. O melhor mesmo, é comprar a caixa de meia dúzia e aviá-los alarvemente, gozando o Sol de Inverno num banquinho dos jardins de Belém. Ou na Praça do Império, enquanto se passa os olhos pela glória perdida da Nação Valente. E Imortal. Mas não Invicta!

Entendido?

4 comentários:

  1. Ainda meio entalado com a pastelada que foi a nossa segunda parte, fica a sugestão para que prove as natas da Aloma. Bem boas...

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    1. Vou à procura. Segunda parte? Aí a partir dos 20 minutos de jogo maijómenos.

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  2. Silva, sem ter visto o jogo, depois da mestria com que o descreve, até parece que o vi!

    A muito custo mas lá enfardamos um par de pasteis!

    "Nação Valente. E Imortal. Mas não Invicta!"

    Que grande final ;)

    Abraço

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