segunda-feira, 27 de abril de 2015

Aberto para balanço I - No principio era o verbo...

Em busca daquele pedacinho assim que nos faltou...

Haverá, mais tarde ou mais cedo, uma profusão de balanços, inventários, resumos e quejandos. Todos terão as suas razões e a sua razão. Esta é a da Tasca. 

E é já, antes do fim, a destempo, pela simples razão de que nada mudará na opinião do tasqueiro, independentemente do evoluir dos acontecimentos (rufam tambores). O último esclarecimento prévio é que isto é tudo pessoal. O FCP, aqui, sente-se assim. É meu, sou eu que ganho e que perco! Deve ser por ser suficientemente novo para isso me tornar egoísta em vez de mártir...

Sumário:

I. No principio era o verbo...
II. Fado, Futebol e Família.
III. O silêncio dos inocentes.
IV. Tubi ornotubi...hegemonic.
V. Valar Morghulis, Valar Doaheris

...

I

Mesmo que se chamasse Abelardo ou Zé Pantagruel, era o mister para este ano e, mesmo que só por isso, mereceria todo o meu apoio. Depois, tratar-se-ia de tirar a limpo se era uma solução ou um problema. Respeito quem parte do principio inverso, ou seja, quem é, à partida, contra. Eu funciono ao contrário.

Muito, mas mesmo muito, cedo, o basco passou a ser o meu treinador para os próximos anos. Não vale a pena repetir-me à exaustão. Gosto do futebol, gosto da lata e até gosto que tenha estado a ponto de virar uns tabefes no Jesus. Não me lembro de uma opção que não consiga perceber, incluindo o Reyes em Munique e, pelo contrário, creio que sabe ler o jogo como poucos e que mexe muito bem na equipa.

Acho perfeitamente estúpido que se tente, sequer, comparar este FCP com o da época anterior. Mesmo não embarcando nas histórias das equipas em construção e da juventude e eteceteras, parece-me inegável que estamos mais perto de ganhar com Lopetegui do que com Fonseca. E embora entre no campo do oculto e para-mágico, de que não gosto particularmente, é minha convicção que, nas mesmas circunstâncias desta época, não haveria Estoril ou Kelvin que valesse ao Vitinho.

O nosso futebol de posse 2.0 (ou 6.1, se estiverem virados para a graçola...) faz-me feliz. Mais que tudo, a possibilidade de futebol que entreabre, e que já vimos em vários momentos, para mim fica muito à frente do que nos aconteceu desde Mourinho. Bem sei que pelo meio há o advento Vilas Boas. Mas é um ano sem Champions e mal preparado pelo 5LB, ao nível da implementação do desígnio nacional que os levasse ao título. Parecia mais ou menos claro que aconteceria e desleixaram-se. Naturalmente, troco já, sem hesitar, a campanha deste ano por essa do André. Sobretudo se puder pôr o Lopetegui na cadeira de sonho do outro...

Uma vez falaram-me de um ano zero, antes de entrar para a faculdade. Arranjei emprego, que era uma coisa ainda aquém do campo da utopia na altura, e fui estudar à noite. O emprego correu bem, as noites também, o curso é que nem por isso. Anyway, continuo alérgico a anos zero. Para mim não existem. No futebol (Clube do Porto) ainda menos. Preparamos o futuro a ganhar hoje. É por isso que considero o primeiro ano de Lopetegui frustrante. Não ganhei nadinha, nem uma festa para amostra, nenhum "Tomai, porcos infiéis, enfiai esta taça pelos vossos dilatados ânus!". E eu gosto, shame on me, desses momentos de alivio.

Nada de arrepelarem os cabelos, o tasqueiro não está a desistir. Ainda não acabou este campeonato. Acontece que se, no fim, o FCP for campeão, terá sido o 5LB a perder. Vai dar-me um gozo imenso, vou rir-me a bandeiras despregadas durante dez dias e engravidar a minha mulher oito vezes por noite, mas não será a mesma coisa de termos sido nós a ganhá-lo. Ora, estar lá para ficar com os despojos de guerra também tem o seu mérito, está claro. Ainda mais no contexto em que decorreu este campeonato. Festejarei a queda dos infiéis e devolverei o enorme melão que me parece destinado. Ah, e reconhecerei que afinal não havia um desígnio nacional, transversal, para fazer do 5LB bicampeão, trinta (T-R-I-N-T-A) anos depois.

Balanço: Frustrado, mas entusiasmado pela possibilidade, como sempre. Julen, estás a dever-me e acho que podes pagar com juros altíssimos. É por isso que continuarei a colocar todas as fichas em ti. Não é simpatia, nem sou bom samaritano e nem descendente do Miguel de Vasconcelos. É investimento de um ganancioso do caraças!

Es tiempo de ponerlos a chupar! Se no principio era o verbo, agora é a altura de se fazer luz. E é com grandes e potentes holofotes. Nada de petromaxes, tajobirohquê?!

(Ah pois continua. É melhor pedirem uma garrafa...)

12 comentários:

  1. Respostas
    1. Penalty tinto para a mesa do Carrela :) Enfrasquemo-nos, que isto não está para mais nada hoje... Talvez uma sangria de melão... :)
      Abraço.

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  2. Bravo! Muito bem escrito!

    Cheers (gosto muito mais de uma boa Guinness)!

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    1. Beer lover uh?! Seja, sai uma Guiness para a mesa do canto, com intervalo de 2 minutos a 3/4 do enchimento, naturalmente :)
      Obrigado Jorge. E um prazer tê-lo por cá.

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  3. para mim pode ser uma 'tuberto' e um prato de salgadinhos - de preferência com pipocas também :)
    (enquanto se espera por novo volume, pois claro)

    já agora e sem querer ser chato, pode pôr no Porto Canal? vai dar o 90 minutos. obrigado. :)

    abr@ço
    Miguel | Tomo III

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    1. Miguel,
      Salgadinhos a estalar, pipocas é que não há. Pega lá o comando e diverte-te com a tv. Não vás acabar a levar na pá ao dominó belga...
      O problema é o Tuberto. Que é isso caraças?
      Abraço.

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  4. tu-borg | tu-berto :)

    infelizmente já não há mais. portanto, uma "simples" super, com muito chumbo e muito álcool chega :)

    ps:
    levar na pá?! dominó belga?! Silva, deixa-te de eufemismos. olha que faço como o Lopetegui ao jorge jejum :)

    abr@ço
    Miguel | Tomo III

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    1. AAAAAAAAH, pois, we havent had that spirit here since 1969 :)

      E desculpa lá, mas não há mais álcool para essa mesa, que estás a ficar biolento :)

      Abraço.

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  5. @ Silva

    eagles?! EAGLES?!
    f**@-se, Silva. f**@-se.

    isso é que é gozar com um pobre :)

    abr@ço
    sou quem sabes

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    1. Epa, gosto mesmo de "conversar" com quem fala a mesma língua :)
      Sim, Eagles! Esses pobres e acabados velhotes jarretas, que de vez em quando enchem uma ou outra sala e fazem uma festinha, de longe a longe. No fim fica a audiência toda nostálgica: oh damn, those were the days :)

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  6. @ Silva

    não está em causa a qualidade musical dos moços. aliás, nunca esteve. o meu segundo vinil foi um best of deles (fyi, o primeiro foi o icónico 'morrison hotel', vindo directamente dos US of A :) )

    o que está em causa é a apologia de um nome precisamente no 'day after' a um confronto com as galinhas.
    f**@-se Silva, podias ter escolhido outra banda. até os REO Speedwagon.

    abr@ço
    Miguel | Tomo III

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  7. Não gosto assim tanto dos velhotes. Dos da caravana ainda menos :) Mas acho que viver de êxitos passados se ajusta ao nome da banda, que queres? :)

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